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TEORIA DA EXECUÇÃO

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Prévia do material em texto

Lilian Trindade Pitta 
Profª Processo Civil IV 
 
Atenção!!! 
 
 O presente roteiro não esgota a totalidade do conteúdo programático, servindo apenas como orientação para que o 
aluno possa seguir um caminho especificado em seu estudo. 
 
 A bibliografia indicada pela Universidade e pelo professor da disciplina traz de forma clara todos os pontos do programa, 
sendo necessário o seu completo estudo para realização com êxito das avaliações e a consequente aprovação. 
 
 O presente roteiro deverá ainda ser complementado pelo aluno com: 
 
as aulas ministradas, 
os exemplos práticos citados em sala de aula, 
os exercícios elaborados e corrigidos pelo professor, 
os preceitos legais correspondentes a cada assunto e 
por todo material divulgado e/ou constante da pasta da disciplina. 
 
 
Semana 1: Conceito de Execução e sua distinção com o processo ou fase de conhecimento. 
Características da execução. Princípios. Breves considerações sobre as espécies/procedimentos de 
execução. 
 
 
CONTEÚDOS: 
 
1 Conceito de Execução, em caráter autônomo ou como etapa de cumprimento. 
2 Características da Execução e sua distinção com o processo ou fase de conhecimento. 
3 Princípios que norteiam a execução. 
4 Breves considerações sobre as espécies/procedimentos de execução. 
 
 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO 
 
1. Conceito de Execução, em caráter autônomo ou como etapa de cumprimento 
2. Características da Execução e sua distinção com o processo ou fase de 
conhecimento 
3. Breves considerações sobre as espécies/procedimentos de execução 
 
Conjunto de meios materiais previstos em lei visando a satisfação do direito do exequente. 
 
Certo é, que o que se espera de quem deve é que cumpra espontaneamente sua obrigação, 
contudo, quando assim não age, abre-se a possibilidade do credor exigir a execução forçada (arts. 
778 e 788, por exemplo). 
 
Os atos materiais executivos podem ser praticados de várias maneiras e, a depender do critério 
adotado, diferentes são as modalidades de execução. 
 
Dois critérios são distintos: 
 
 Quanto a autonomia, tem-se (i) processo autônomo de execução, que tem por fundamento 
título executivo extrajudicial (art. 784) e (ii) fase procedimental executiva, que tem por 
fundamento título executivo judicial (art. 515). 
 
Nesse contexto, tem-se a seguinte análise histórica: 
 
Lilian Trindade Pitta 
Profª Processo Civil IV 
 
1. CPC (1973): mesmo na era da autonomia do processo de execução, o sistema processual 
civil já previa, excepcionalmente, algumas ações sincréticas, ou seja, no mesmo processo 
visualizava-se uma fase de conhecimento e uma fase de execução. Ex.: ações possessórias. 
2. Lei nº 7.347/85: o art. 11 inovou ao dispor que na ação que tenha por objeto o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da 
prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução 
específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, 
independentemente de requerimento do autor, já que execução específica independeria de 
um processo autônomo. 
3. Lei nº 8.078/90: o art. 84 do CDC passou a prever a ação sincrética - demandas 
coletivas que tenham por objeto a condenação do réu ao cumprimento de uma obrigação 
de fazer/não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará 
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento. 
4. Lei nº 8.952/94: introduziu no CPC a tutela antecipada O parágrafo 3º, do artigo 273, 
CPC não utilizou o termo execução, mas efetivação, caracterizando uma tentativa 
semântica de afastar o processo autônomo de execução. 
5. A mesma Lei (8.952/94) alterou a redação do art. 461 do CPC ao permitir a execução de 
sentença que imponha obrigação de fazer ou não fazer, nos mesmos autos. 
6. Lei nº 9.099/95: o art. 52, IV prevê a execução imediata para qualquer espécie de 
obrigação. No JEC não existe processo autônomo de execução de títulos executivos 
judiciais. 
7. Lei nº 10.444/02: foi introduzido por força desta lei o artigo 461-A, determinando a 
execução imediata para obrigação de entrega de coisa. 
8. Lei nº 11.232/05: obrigação de pagar quantia por meio do sincretismo processual. 
Rompe-se com o binômio processo de conhecimento – processo de execução, adotado 
desde 1973. Com a aprovação da Lei, a “execução” de sentença de obrigação de pagar 
quantia certa passa a ser processada dentro do mesmo processo no qual fora proferida, 
não havendo mais necessidade de se propor nova ação (execução), tornando-se, pois, um 
processo sincrético, no qual se desenvolvem as duas fases = conhecimento e execução. 
9. Lei nº 13.105/15: o novo CPC confirma a ideia anterior não extinguindo totalmente o 
processo de execução, pois ele continua a existir como figura autônoma quando o título 
executivo é extrajudicial, caso em que a execução se desenvolve sem que tenha havido 
prévia atividade jurisdicional cognitiva; e, quanto a títulos executivos judiciais, prossegue-
se adotando o cumprimento de sentença, sem necessidade de instaurar um novo processo, 
apenas uma nova fase dentro do mesmo processo (processo sincrético). 
 
Duas são as formas de regular a execução: (i) cumprimento de sentença, quando a execução tem 
por fundamento título executivo judicial (arts. 513 a 538 c/c art. 771) e (ii) processo autônomo de 
execução, quando a execução tem por fundamento título executivo extrajudicial (art. 771 e 
seguintes). 
 
Execução Cumprimento de Sentença 
Processo autônomo Fase complementar do mesmo processo em 
que o título judicial se tenha formado1 
Inicia-se através de uma petição inicial Não há necessidade de uma petição inicial2 
Haverá citação Haverá intimação3 
Títulos executivos extrajudiciais (art. 784) Títulos executivos judiciais (art. 515) 
Defesa através dos embargos à execução (art. 
914) 
Defesa através de impugnação (art. 525) 
 
1 Ressalvados os títulos executivos judiciais previstos no parágrafo único do art. 515 do NCPC, conforme já 
mencionado. 
2 Idem 
3 Idem 
Lilian Trindade Pitta 
Profª Processo Civil IV 
 
 
OBS.: quando o título executivo é judicial, mas a execução não pode ser mero prolongamento da 
atividade cognitiva, como se dá, por exemplo, no caso de execução de sentença penal 
condenatória transitada em julgado, de sentença arbitral, de sentença estrangeira homologada 
pelo STJ e de decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória 
pelo STJ (art. 515, incisos VI a IX), será necessário instaurar um “processo autônomo”, pois 
nesses casos não há processo anterior do qual possa desdobrar o prolongamento da fase de 
conhecimento, razão pela qual, inclusive, o parágrafo único prevê a citação e não a intimação e, 
apesar de se ter efetivamente um processo autônomo, com estrutura de petição inicial + citação, 
o conteúdo/procedimento será de cumprimento de sentença. 
 
 
 Quanto aos meios executórios, a atividade executiva se desenvolve através de medidas 
classificadas como de (i) meios de coerção (execução indireta) e (ii) meios de sub-rogação 
(execução direta). Assim, na execução indireta, o Estado não substituiu a vontade do 
executado, mas, por meio de pressão psicológica, tenta convencê-lo ao cumprimento 
voluntário da obrigação, que pode se dar de duas formas: (a) ameaça de piora (astreintes 
e prisão civil) e (b) “ameaça” de melhora (art. 827, § 1º). Já na execução direta, o Estado 
substitui a vontade do executado e satisfaz o direito do exequente. Independe da vontade 
do executado, pois o juiz, através de medidas executivas, substitui a vontade do 
executado, gerando a satisfação do direito do exequente (ex. penhora/expropriação). Frise-
se, que é possível observar num mesmo procedimento as duas medidasde execução 
(direta e indireta). 
 
4. Princípios que norteiam a Execução 
 
O processo de execução, assim como o processo de conhecimento, é jurisdição, razão pela qual 
aplicam-se os mesmos princípios, como o devido processo legal, a isonomia, dentre outros. 
 
Mas alguns princípios são típicos da execução (tanto processo autônomo, como processo 
sincrético), seja por ser visualizado apenas nesse momento, seja por adquirir uma nova feição, 
como acontece com o princípio do contraditório. 
 
i. Princípio da Nulla executio sine titulo: não há execução sem título que a embase. Um dos 
requisitos da execução é a apresentação do título. Quando se tem uma execução, o 
executado se encontra em situação material (restrição de bens) e processual (está no 
processo para evitar abusos, excessos, para não sofrer mais do que o estritamente 
necessário) de desvantagem, a qual deve ser justificada. Essa justificativa é feita pela 
grande probabilidade do direito existir e essa probabilidade está no título. É uma 
legitimação da situação de desvantagem. Há outro princípio relacionado que é o princípio 
da tipicidade dos títulos executivos Nulla títulus sine lege - significa que o elenco previsto 
em lei (art. 515 e art. 784 NCPC e leis esparsas) constitui numerus clausus, sendo, 
portanto, restritivo – impossibilita o operador do direito a criar títulos executivos. 
 
 OBS.: art. 785 – opção da parte que, mesmo tendo título executivo extrajudicial, 
adota o processo de conhecimento e não o processo de execução (autônomo). 
 
ii. Princípio da Patrimonialidade: são os bens que compõem o patrimônio do devedor que 
respondem pela dívida, nunca a pessoa do devedor, inclusive quando se tem a prisão civil. 
Isso porque a prisão civil, que não é forma de satisfação de direito e sim meio de coerção, 
diferente da prisão penal, não paga coisa alguma. Quando o devedor é preso, não paga a 
divida e sai da prisão civil, ele continua devendo, pois é uma execução indireta, uma prisão 
coercitiva. 
 
Lilian Trindade Pitta 
Profª Processo Civil IV 
 
iii. Princípio do Resultado único ou desfecho único: assim como no processo de conhecimento 
a finalidade é o julgamento do mérito, beneficiando o autor ou o réu, no processo de 
execução (ou fase de execução), a finalidade é a satisfação do direito do exequente, nunca 
do executado, razão pela qual se diz resultado ou desfecho único. 
 
Obs 2.: a doutrina aponta que é possível questionar o princípio do desfecho único, pois se o mérito 
da execução pode ser decidido incidentalmente, através dos embargos à execução, por exemplo, 
caso em que, se o Embargante-Executado obtém êxito em sua demanda, obterá a extinção da 
execução, não sendo, portanto anômala, neste caso. 
 
iv. Princípio da disponibilidade da execução: Em razão do desfecho único do processo de 
execução que não tem como tutelar o direito material do executado, é permitido ao 
exequente a qualquer momento desistir de toda a execução ou de apenas algumas 
medidas executivas. A desistência não depende de anuência do executado (art. 775), ainda 
que pendentes de julgamento de embargos a execução ou impugnação, se a matéria neles 
versadas tratar apenas de questões processuais (inciso I). Se, entretanto, versar sobre 
outras questões (por exemplo novação ou compensação), a extinção dependerá de 
concordância do impugnante ou embargante (inciso II). Isso porque o executado poderá 
ter interesse em continuar com sua defesa para ter uma sentença de mérito que vai lhe dar 
algo que ele não conseguiria com a desistência. A coisa julgada material impede a 
propositura de nova demanda executiva. 
 
v. Princípio da menor onerosidade: nos termos do art. 805, CPC, quando por vários meios o 
exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos 
gravoso para o executado. A ideia é que o sacrifício do executado seja nos estritos limites 
da satisfação do exequente. Não há motivo para prejudicar mais o executado, por isso 
deve ser no limite. Para Dinamarco e STJ, se houver conflito entre o princípio da menor 
onerosidade e o da efetividade da tutela executiva, aplica-se a 
razoabilidade/proporcionalidade (ver art. 847). 
 
vi. Princípio da Lealdade e da Boa-fé processual: como ocorre no processo cognitivo, o dever 
de lealdade processual também surge como exigência no processo executivo. Todas as 
sanções processuais previstas no CPC são aplicáveis à execução (arts. 5º, 77, 79, 80 e 81). 
Contudo, tem uma que é específica à execução, quanto a atos praticados pelo executado. 
Está previsto no art. 774, CPC, que é o ato atentatório à dignidade da justiça (art. 906, 
parágrafo 6º). No parágrafo único do art. 774, há previsão de sanção, qual seja, multa de 
até 20% do valor da causa. Esse ato é aquele praticado tanto no processo autônomo, 
quanto na fase executiva e até mesmo nos embargos do executado (art. 918, III). 
 
vii. Princípio da efetividade da execução ou do exequente: pelo processo de execução ou fase 
do cumprimento da sentença, deve-se assegurar precisamente aquilo a que ele tem direito, 
ou seja, aquilo que receberia se houvesse um adimplemento voluntário da obrigação. 
Exemplo art. 831 do NCPC. 
 
viii. Princípio do Contraditório: alguns doutrinadores defendem não haver contraditório no 
processo de execução (fase executiva), o que não corresponde a realidade, pois admitir tal 
alegação, seria o mesmo que afrontar o princípio previsto no art. 5º, LV, da CRFB. Mas no 
processo de execução (fase executiva), o princípio do contraditório é visto sob uma ótica 
diferente. Aqui, o contraditório deve ser entendido como a garantia que têm as partes de 
que tomarão conhecimento de todos os atos e termos do processo, com a consequente 
possibilidade de manifestação sobre os mesmos. Em outros termos, o contraditório é a 
garantia de informação necessária e reação possíveli. De fato, na execução forçada não há 
julgamento do mérito, que somente poderá ser examinado em embargos do executado 
Lilian Trindade Pitta 
Profª Processo Civil IV 
 
(processo cognitivo autônomo e incidente ao processo executivo). Apenas nos embargos 
poderá ser discutido o mérito da execução. 
 
ix. Princípio da Atipicidade dos Meios Executivos: art. 536, § 1º c/c art. 139, IV do NCPC. Ex.: 
suspensão do direito do devedor de conduzir veículo automotor, no caso de não 
pagamento de dívida oriunda de multas de trânsito. As medidas atípicas devem ser 
aplicadas apenas quando as medidas típicas tiverem se mostrado incapazes de satisfazer o 
direito do exequente. 
 
 
 
 
i CÂMARA, Alexandre Freitas Lições de Direito Processual Civil, 2º volume. 13ª ed. cit. p. 164.

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