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Remédios Constitucionais

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Estudos Jurídicos Dirigidos IV 
2º Semestre de 2017 - CEUNSP - Cruzeiro do Sul - Campus Salto 
Profª. Rosa Maria Marciani - E-mail: rosa_marciani@hotmail.com 
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I- DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS E REMÉDIOS 
CONSTITUCIONAIS. 
 
 
1- DIREITOS FUNDAMENTAIS- 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS- São direitos humanos consagrados e positivados na 
Constituição Federal de cada País (plano interno), de acordo com a ideologia e cultura* de 
cada Estado/Povo. 
Num primeiro momento tais direitos eram meras declarações solenes revestidas de valor moral 
e com o passar dos tempos tiveram sua normatividade reconhecida e alcançaram o status de 
NORMAS JURÍDICAS CONSTITUCIONAIS. 
 
Mas o que distingue os direitos fundamentais dos demais direitos? 
 
Direitos fundamentais liberdade + dignidade humana Estado Democrático 
de Direito 
 
* mesmo que os aspectos culturais de cada sociedade sejam levados em conta na positivação 
dos direitos fundamentais é imprescindível a existência de um núcleo mínimo à dignidade da 
pessoa humana. 
 
A nossa CF de 1988 reconhece os direitos fundamentais1 (em seu Título II) e faz menção 
expressa de que todos estão ligados a dignidade humana, hoje considerada condição 
inerente ao Estado democrático de direito, sendo um dos fundamentos da República- artigo 
1º, inciso III da CF. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS POR GERAÇÕES 
A doutrina aponta a existência de três gerações de direitos fundamentais. Utiliza-se o termo 
"gerações" porque, está ligado ao surgimento em momentos históricos distintos, e que fez 
surgir a tutela de novos direitos. 
 
1
 Como direitos fundamentais destacamos: 1- direitos e deveres individuais e coletivos; 2- direitos 
sociais; 3- da nacionalidade; 4- dos direitos políticos; 5- dos partidos políticos. Mas o rol não é exaustivo, 
pois dentro da própria constituição e fora dela estão elencados outros direitos fundamentais. 
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Observa-se que não existe contradição alguma entre eles. Todos são tratados como 
igualmente fundamentais. Interessa ao indivíduo e à sociedade a proteção de todos os 
interesses considerados indispensáveis à pessoa humana. As três gerações de direitos 
fundamentais são as seguintes: 
1ª geração- (liberdade) são os chamados direitos negativos ou de defesa, que impõem ao 
Estado limitações na sua atuação. Os Direitos da primeira geração ou direitos de liberdade 
surgiram em torno dos séculos XVII e XVIII (revolução francesa e norte-americana) e foram os 
primeiros direitos a serem inseridos em textos constitucionais. Compreendem direitos civis e 
políticos inerentes ao ser humano e oponíveis face ao Estado, à época, visto como grande 
opressor das liberdades individuais. Incluem-se nessa geração o direito à vida, segurança, 
justiça, propriedade privada, liberdade de pensamento, voto, expressão, crença, locomoção, 
entre outros. 
São os direitos individuais que perfazem a liberdade do ser humano e têm como conteúdo os 
direitos políticos e civis. 
2ª geração (igualdade) – Surge com a revolução industrial, a partir da luta do proletariado pela 
conquista de direitos. Figura um novo pensar do estado que antes se limitava a não infringir os 
direitos humanos e a partir dessa etapa passa o estado a ter uma obrigação de realizar no 
plano concreto os direitos sociais, econômicos e culturais, fato este acentuado pelo final da 
segunda guerra mundial. 
São os chamados direitos positivos. 
O Estado, por meio de políticas de justiça distributiva, deve garantir os direitos à saúde, ao 
trabalho, à educação, ao lazer, ao repouso, à habitação, ao saneamento, à greve, à livre 
associação sindical, dentre outras. 
3ª Geração (fraternidade ou solidariedade) - são aqueles considerados direitos coletivos, 
pois estão voltados à humanidade como um todo e não a um determinado indivíduo, abrindo 
espaço para o crescimento dos direitos coletivos. São exemplos, a defesa do consumidor, meio 
ambiente, idosos, crianças. 
A atual Constituição brasileira, ao tratar da proteção de interesses difusos e coletivos, foi a 
primeira a inserir em seu texto a tutela desses novos direitos. 
4ª geração (evolução) - são aqueles introduzidos pela globalização política, compreendem o 
direito a democracia, informação e pluralismo (conhecimento da diversidade). 
 
2- GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
 Garantia: assegura ao indivíduo o exercício de seu direito. Protege o direito quanto à sua 
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efetividade. 
O reconhecimento e a mera declaração de um direito pela Constituição não são suficientes 
para assegurar sua efetividade. É necessária a existência de mecanismos capazes de protegê-
los contra violações. 
 
As garantias são os instrumentos criados para assegurar a proteção dos direitos 
fundamentais. 
 
Como o direito fundamental tem aplicação imediata, é permitido ao indivíduo carente de 
recursos para sua subsistência que exija do poder público constituído que satisfaça suas 
necessidades básicas, na medida em que o Estado é o garantidor direito do hipossuficiente. 
 
Assim, o devido processo legal é um instrumento que visa à proteção dos direitos de liberdade 
e propriedade (art.5º, LIV), o princípio da legalidade é um meio protetivo e assecuratório das 
liberdades individuais (art. 5º, II), o habeas corpus, é uma garantia criada para assegurar a 
liberdade de locomoção (art. 5º, inc. LXIII). 
 
3- REMÉDIOS CONSTITUICONAIS: 
 
Os Remédios Constitucionais são espécies de Garantias existentes na Constituição, uma vez 
que tais remédios sempre estarão descriminados na lei, já as garantias poderão, ao mesmo 
tempo, estar implícitas até nas normas que asseguram o direito. 
 
Para fins de didática, vamos exemplificar o conceito de remédio constitucional. 
Hipocondrilson é acometido de uma mal (doença) que compromete a sua saúde e resolve ir na 
farmácia para se tratar. Ao chegar ao seu destino, tem que escolher o remédio apropriado para 
aquele tipo de mal, com o intuito de restaurar a sua integridade física. Da mesma forma, 
quando um indivíduo tem uma relevante afronta a uma valor personalíssimo que prejudica o 
pleno exercício de sua dignidade, deve escolher o remédio constitucional apropriado para a 
promoção da dignidade humana. Por exemplo, o remédio cabível para uma afronta à liberdade 
é o habeas corpus. 
 
Espécies de REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
HABEAS CORPUS 
 
1. CONCEITO: do Latim = “que tenhas o teu corpo”, está presente em nosso 
ordenamento como um remédio utilizado judicialmente para evitar ou fazer cessar a violência 
ou coação à liberdade de locomoção, decorrente de ilegalidade ou abuso de poder. 
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PREVISÃO LEGAL: Artigo 5º da Constituição de 1988, inciso LXVIII 
Art. 647 e 648 do CPP- Dos Recursos em geral- *o STJ jádecidiu que 
o HC não tem limite normativo de recurso. 
 
ESPÉCIES 
Habeas corpus liberatório ou repressivo, expede-se um ALVARÁ DE SOLTURA e o preso é 
posto em liberdade. 
 
Habeas corpus preventivo ou suspensivo, EXPEDE-SE UM SALVO-CONDUTO e, por meio 
deste, o paciente recebedor do remédio fica impedido de ser privado de sua liberdade pelo fato 
que culminou a apreciação do writ pela autoridade prevista para tanto. 
 
2. LEGITIMIDADE AD CAUSAM – impetrante e paciente 
LEGITIMIDADE ATIVA - IMPETRANTE. 
PACIENTE: 
Não é imprescindível a procuração. Poderão ajuizar ação de habeas corpus, não havendo impedimento, a 
pessoa menor de idade, insana mental, mesmo sem estarem representados ou assistidos por outrem, 
bem como, o analfabeto, desde que alguém assine a petição rogo. O ajuizamento de habeas corpus em 
favor da própria pessoa ou de terceiros (art. 654, C.P.P.), não fere o art. 133 da Constituição Federal, não 
obrigando o patrocínio judicial por advogado, cuja interposição é assegurada pelo princípio do direito de 
defesa (art. 5º, LV.), o que enquadra, inclusive, o direito à autodefesa. 
LEGITIMIDADE PASSIVA- IMPETRADO- COATOR 
PEDIDO LIMINAR 
A liminar é uma ordem judicial (equipara-se as tutelas de urgência) que tem como escopo 
resguardar direitos alegados pela parte antes da discussão do mérito da causa. 
A liminar de habeas corpus é medida desprovida de previsão legal explícita. Trata-se, de uma 
criação jurisprudencial voltada ao combate imediato de ato indevido de constrangimento ou 
ameaça ao direito à liberdade de locomoção, devendo ser concedida apenas em casos nos 
quais a urgência, a necessidade e a relevância da medida se evidenciem de forma 
incontroversa na própria impetração e nos elementos de prova a ela colacionados. 
O pedido antecipatório deve, fundar-se exclusivamente no fumus boni iuris (“fumaça do bom 
direito”) e no periculum in mora (“perigo na demora”). Em outras palavras, deve haver 
plausibilidade do direito alegado (ofensa à liberdade de locomoção do paciente) e possibilidade 
de que a demora na sua satisfação venha a causar grave dano ou de difícil reparação à parte. 
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COMPETÊNCIA- a verificação da competência dependerá da autoridade ou pessoa que 
venha a praticar o ato impugnado. 
Ex: Contra o ato do Delegado (autoridade coatora) o habeas corpus é impetrado junto ao Juiz 
de primeira instância. 
Contra o ato do Juiz de primeira instância o habeas corpus é impetrado junto ao Tribunal 
estadual, federal, militar, eleitoral etc., ao qual se encontra subordinado o juiz (autoridade 
coatora). 
Contra o ato do Tribunal de segunda instância o habeas corpus é impetrado junto ao Tribunal 
Superior respectivo (STJ, STM, ou TSE). 
Contra atos dos Tribunais Superiores (STJ, STM, ou TSE) o habeas corpus será impetrado 
junto ao Supremo Tribunal Federal. 
OBSERVAÇÃO: Não se pode confundir entre a autoridade que expede a ordem e a 
autoridade que, cumprindo a ordem, executa o ato impugnado. 
Quando o delegado prende o paciente por determinação do juiz, a autoridade coatora será o 
juiz e não o delegado. 
 
HABEAS DATA – artigo 5º, inciso LXII da CF / Regulado pela Lei 9.507/97. 
 
1-DEFINIÇÃO 
 
• O habeas data é direito que assiste a todas as pessoas de solicitar judicialmente a 
exibição de registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados 
pessoais, para que deles se tome conhecimento e, se necessário for, sejam retificados 
os dados inexatos ou obsoletos ou quem impliquem discriminação. (EKMEKDJIAN, 
PIZZOLO apud MORAES, 2009, P. 142) 
 
Art. 5º LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
 
Artigo 7º da lei 9.507/97: Conceder-se-á habeas data: 
 
 
2-OBJETO DE PROTEÇÃO 
O HD é utilizado para possibilitar ao particular, a obtenção ou retificar informações relativas à 
pessoa do impetrante. 
Art. 5º XXXIII 
 
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QUAIS AS INFORMAÇÕES QUE PODEM SER OBTIDAS, RETIFICADAS OU ANOTADAS 
PELO HABEAS DATA? 
R: as informações de caráter público. 
O caráter público não está no fato do banco de dados integrar ou não o aparato estatal, mas 
na possibilidade de ser ele um depositário de informações generalizadas ou específicas sobre 
as pessoas físicas ou jurídicas, colhidas de terceiros e transmitidas também a terceiros, sem o 
conhecimento e/ou consentimento da pessoa cuja informação diga respeito. 
Veja: 
Art. 1º (VETADO)- da lei 9.507/97 
Parágrafo único. Considera-se de CARÁTER PÚBLICO todo registro ou 
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser 
transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou 
entidade produtora ou depositária das informações. 
 
3-CABIMENTO = 
1- Necessidade de negativa da via administrativa 
 (Entendimento do STJ e STF) 
 
HABEAS DATA. AUSENCIA DE POSTULAÇÃO ADMINISTRATIVA. 
I- ANTE A AUSENCIA DE PLEITO ADMINISTRATIVO, SUFICIENTE A 
CONFIGURAR RELUTANCIA DA ADMINISTRAÇÃO A ATENDER O 
PEDIDO, SOFRE O HABEAS DATA DE AUSENCIA DE INTERESSE DE 
AGIR. 
II- PEDIDO NÃO CONHECIDO. 
(HD 2/DF, Rel. Ministro PEDRO ACIOLI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
08.08.1989, DJ 04.09.1989 p. 14030) 
 
4 LEGITIMIDADE 
 4.1- Ativa- = IMPETRANTE- 
* ação personalíssima 
 4.2- Passiva = IMPETRADO OU AUTORIDADE COATORA 
5- PROCEDIMENTO- segue a lei 9.507/97 (procedimento semelhante ao do mandado de 
segurança) 
 
5.1- Fase Pré Judicial Do Habeas Data- (ART. 2º e 4º da lei do HD) 
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É necessária a formulação de requerimento antes do ingresso da ação de HD em juízo. 
O interessado em obter, retificar ou anotar informações complementares a seu respeito deve: 
• Dirigir-se a entidade pública ou privada que as detém. 
• Protocolar requerimento demonstrando sua intenção em obter, retificar ou anotar 
informações complementares a seu respeito; 
• A autoridade tem 48 horas para deferir ou indeferir o pedido; 
• Nas 24 horas seguintes o interessado deve ser notificado do resultado do seu pleito; 
• Se constatar haver ainda a necessidade de qualquer retificação, deverá fazê-lo, mas 
não há por lei prazo para tomar essas iniciativas. 
• A autoridade terá então 10 dias para fazer a retificação e dar ciência ao interessado. 
 
 5.2- Fase Judicial Do Habeas Data (art. 8º, 19 e 21 da lei do HD) 
STJ Súmula nº 2 - 08/05/1990 - DJ 18.05.1990 
Cabimento - Habeas Data- Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, 
letra a) se não houve recusa de informações por parte da autoridade 
administrativa. 
 
A FASE JUDICIAL só terá início se frustrada a tentativa de obter, retificar ou anotar dados pela 
via administrativa. 
 
 
 5.2.1- Procedimento 
 
i- O interessado dá entrada com a petição inicial (2 vias com cópia dos documentos que 
instruem a 1ª via na 2ª ou tantas vias quantas sejam as autoridades coatoras), preenchendo os 
seguintes requisitos: 
 
Art. 8°- da lei 9.507/97- A petição inicial, que deverá preencher os 
requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, seráapresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira 
serão reproduzidos por cópia na segunda. (artigos 319 e seguintes do CPC) 
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias 
sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze 
dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do 
decurso de mais de quinze dias sem decisão. 
 
OBS: não há espaço ou oportunidade para produção de quaisquer provas que não aquelas que 
embasam a propositura da ação (art. 8) 
ii- o juiz ao despachar a petição inicial determina a citação do coator, que em 10 dias deve 
prestar informações, através de contestação; 
iii- após o prazo o MP (custus legis- fiscal da lei) é ouvido, dentro de 5 dias; 
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iv- os autos são conclusos ao juiz para a decisão a ser proferida em 5 dias. 
 
6- SENTENÇA: DA CONCESSÃO DO HABEAS DATA 
A sentença deve designar data e horário para que o coator: I - apresente ao impetrante as 
informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas; ou II - apresente em 
juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante. 
O coator é comunicado da sentença, decisão será comunicada ao coator, por correio, com 
aviso de recebimento, ou por telegrama, radiograma ou telefonema, conforme o requerer o 
impetrante. 
HABEAS DATA. RETIFICAÇÃO DE DADOS. INEXISTÊNCIA DE PROVA 
DE RECUSA INJUSTIFICÁVEL. MATÉRIA QUE DEMANDA DILAÇÃO 
PROBATÓRIA. 
1. É cabível Habeas Data para a retificação de dados constantes em 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público, nos termos do art. 5º, LXXII, da Constituição Federal. 
2. O impetrante deve demonstrar desde logo, com a propositura da ação, a 
incorreção dos dados constantes no registro do órgão competente. 
3. In casu, não ficou demonstrado nos autos que a recusa do Ministério da 
Educação em alterar o endereço da Faculdade é injustificável. Ao contrário, 
consta nos autos inspeção feita pelo órgão governamental em que atesta o 
endereço real do impetrante. 
4. Eventual discussão a respeito do correto endereço do impetrante, que 
não foi demonstrado de plano, deve ser feita pelo rito processual adequada. 
Ordem de "Habeas Data" denegada. 
(HD .210/MA, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 09/02/2011, DJe 18/02/2011) 
 
8- RECURSO- APELAÇÃO – da sentença que deferir ou indeferir o habeas data, caberá O 
RECURSO DE APELAÇÃO (art. 15, da lei de HD- que segue os prazos previstos no Novo 
CPC) 
9- LIMINAR- 
A lei do HD nada dispõe, mas a doutrina entende que cabe pedido de liminar em sede de 
Habeas Data. 
 
10- COMPETÊNCIA- definida pelo status da “autoridade” que tem o dever de prestar, retificar 
ou complementar as informações. 
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A competência para julgamento de habeas data estão estabelecidas pela CF (arts. 102, I, d, II, 
a; 105, I, b; 108, I, c; 109, VIII) e esquematizadas pelo artigo 20 da lei 9.507/1997: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
1.CONCEITO 
Ação constitucional para a tutela de direitos individuais – sejam de natureza constitucional ou 
de natureza infraconstitucional. 
 
2.RITO: Especial e sumaríssimo. Rito diferenciado que procura fazer com que prestação 
jurisdicional seja rápida e efetiva. 
 
3.NATUREZA JURÍDICA- de ação civil 
 
4.REGULAMENTAÇÃO: 
 
Art. 5º LXIX 
 
Lei n. 12.016 DE 7.8.2009 
 
5.DIREITO LÍQUIDO E CERTO –(DLC) 
 
Para se utilizar do mandado de segurança para o restabelecimento do direito violado, o 
cidadão terá que comprovar seu direito líquido e certo, e precisará de um advogado, sendo que 
aqueles que comprovarem falta de recursos poderão valer-se de assistência judiciária gratuita 
prestada pelo Estado. 
 
DLC= é aquele visualizado de plano a olho nu, que de tão cristalino, claro, evidente, 
dispensa por si só maiores indagações, e que não é amparado pelo habeas corpus ou 
habeas data. 
 Nesse sentido, a doutrina define:: 
Direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua 
existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado 
no momento da impetração. Por outras palavras, o direito 
invocado, para ser amparável por mandado de segurança 
há de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os 
requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante: se 
sua existência for duvidosa; se sua extensão ainda não tiver 
delimitada; se seu exercício depender de situações e fatos 
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ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora 
possa ser defendido por outros meios judiciais. 
Quando a lei alude a direito líquido e certo, está exigindo que 
esse direito se apresente com todos os requisitos para seu 
reconhecimento e exercício no momento da impetração. Em 
última análise, direito líquido e certo é direito comprovado de 
plano. Se depender de comprovação posterior, não é líquido 
nem certo, para fins de segurança. (Hely Lopes in Mandado de 
Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de 
Injunção, Habeas Data, 20ª Edição, Ed. Malheiros, São Paulo, 
págs. 34/35). 
 
 "O mandado de segurança labora em torno de fatos certos e como tais se entendem aqueles 
cuja existência resulta de prova documental inequívocab".(RTJ 83/855, Rel. Min. SOARES 
MUÑOZ – grifei) 
A via processual do mandado de segurança não admite a abertura de fase instrutória, se as 
provas documentais não forem suficientes será necessária a mudança para uma via ordinária, 
posto que faltaria um dos pressupostos que é a liquidez e certeza exigidos para a impetração 
do mandado de segurança. 
 
No entanto, a pré constituição da prova não é exigida de maneira absoluta em nossa ordem 
jurídica: 
 Art. 6o ,§ 1o - No caso em que o documento necessário à prova do 
alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em 
poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de 
terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse 
documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o 
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá 
cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição. (Lei n. 
12.016/2009) 
 
6. MODALIDADES 
O mandado de segurança se divide em duas espécies: repressivo ou preventivo. 
 
7.PRAZO PARA IMPETRAR: O art. 23 da Lei nº 12.016/2009 traz o prazo de 120 dias para 
impetração do MS, contados da ciência, pelo interessado do ato impugnado. 
O prazo é contado da data em que a parte toma ciência inequívoca do ato administrativo, ou 
então passa a sofrer os seus efeitos. 
 
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Material de Apoio8.PARTES: 
 
Polo ativo -IMPETRANTE: 
Polo passivo- IMPETRADO:. 
 
Quem deve ser chamado ao polo passivo é a autoridade coatora e o órgão, aquele em 
que será responsável em adotar a conduta necessária a cessação da conduta ilegal ou 
abusiva. 
 
9.COMPETÊNCIA PARA JULGAR: A competência para conhecer e processar Mandado de 
Segurança é aferida a partir da categoria funcional da autoridade apontada como coatora. 
 
Regras de competência na Constituição Federal de 1988 
 Art.102, I, d, CF/88. 
 Art. 105, I, b, CF/88. 
Art. 108, I, c, CF/88. 
 Art.109, VIII, CF/88 . 
 
Justiça Estadual 
A competência estadual no mandado de segurança é regulada pelas Constituições Estaduais e 
leis locais de organização judiciária. 
 
Súmula 376 STJ: 
Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado 
especial. 
 
DOS RECURSOS 
Contra decisão proferida em 1ª instância- em mandado de segurança cabe recurso de 
apelação. Artigo 14 da lei 12.016/2009 
Contra decisão que indefere liminar em MS cabe agravo de instrumento. Artigo 7º, §1º da lei 
12.016/2009 
 
Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe 
recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, 
quando a ordem for denegada. Art. 18. LEI- n. 12.016/2009 
 
 
 
 
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MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO 
 
Ação constitucional para a tutela de direitos coletivos líquidos e certos, não amparados por 
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
 
OBJETO 
São tutelados pelo mandado de segurança coletivo direitos coletivos líquidos e certos. 
 
CARACTERÍSTICAS 
Podem ser apontadas duas características básicas dessa ação constitucional: 
 
a) atribuição de legitimidade processual para órgãos coletivos para a defesa dos interesses de 
seus membros; 
 b) uso desse remédio para a proteção de interesses coletivos. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) sindicato, entidades de classe ou associações constituídas há pelo menos um ano, em 
defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
 
EFEITOS DA DECISÃO 
 
A decisão produz efeitos erga omnes (vale para todos- atinge todas as pessoas 
pertencentes a uma associação de moradores, por exemplo), salvo se for julgada improcedente 
por insuficiência de provas. Nesse caso, qualquer órgão legitimado poderá ingressar com outra 
ação, com idêntico fundamento, desde que valendo-se de prova nova (Lei n. 7.347/85, art. 16). 
 
JURISPRUDÊNCIA 
a) Tratando-se de postulação de interesse coletivo, não há necessidade de indicação 
nominal de todos os beneficiários da impetração na petição inicial. Essa autorização para 
representação deve estar prevista no estatuto social. 
b) Podem ser postulados direitos somente de alguns membros do sindicato ou da entidade de 
classe. 
c) A legitimação das organizações sindicais, entidades de classe e associações para a 
impetração de mandado de segurança coletivo é extraordinária. Trata-se de hipótese de 
substituição processual. Dessa forma, não há necessidade de juntada de instrumento de 
mandato ou de autorização expressa dos titulares do direito subjetivo para a propositura 
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do mandado de segurança coletivo (MS 21.514, Rel. Min. Marco Aurélio e MS 21.281-DF, 
Rel. Min. Ilmar Galvão, RTJ, 145:521). Entende-se que no mandado de segurança coletivo não 
se exige a autorização expressa aludida no art. 5º, XXI, da Constituição, que contempla a 
hipótese de representação (STF, RE 212.707, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo STF, n. 
100). 
 
 
Referências: 
DIDIER JR., Fredie (organizador). Ações Constitucionais. 6ª edição. Salvador: Ed. 
JusPodivm, 2013. 
NERY JÚNIOR, Nélson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Constituição Federal Comentada – 
Direito Constitucional – Legislação Constitucional. São Paulo: RT, 2009 
NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 2ª edição; São Paulo: Método, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MODELO DE PETIÇÃO- HABEAS DATA 
EXCELENTÍSSIMO JUIZO _________ VARA DA COMARCA DE _____________ 
 
 
 COMPETÊNCIA: As ações devem ser endereçadas a alguma autoridade ou ÓRGÃO COMPETENTE 
 
 
Espaço de 10/ 20 linhas 
 
 
QUALIFICAÇÃO: é a identificação das partes- artigo 319, inciso II Novo CPC (regra geral) 
Impetrante: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço, CEP, cidade e estado. 
Impetrado - Autoridade coatora: nome, qualificação se tiver, e endereço, CEP, cidade e estado. 
 
 
 (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade Registro Geral número 
___, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o número ____, residente e domiciliado no endereço _______, por 
seu advogado (procuração em anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no 
Art. 5º, LXXII da Constituição Federal e Lei nº 9507/97, impetrar 
HABEAS DATA 
em face do (autoridade ou órgão que detém a informação ou registro), com base nas razões de fato e de direito 
adiante expostas: 
I – DOS FATOS 
Relatar os fatos apresentados na questão com a indicação de que é o paciente e a autoridade coatora 
Fazer uma síntese de toda a situação apresentada 
e 
Demonstrar a tentativa administrativa frustrada 
 
II – DO DIREITO 
Indicar os dispositivos de lei em que se baseia o HC a fim de justificar a interposição e procedência da ação. Utilizar 
artigos da CF, como o artigo 5º inciso XV, LXVIIII, jurisprudências, súmulas, princípios e doutrina. 
Desenvolva parágrafos de chamamento da norma + Transcrição da norma +Parágrafos de raciocínio jurídico 
(tese principal) 
 
III - DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) a procedência do pedido, determinando ao impetrado o fornecimento das informações aqui pleiteadas (ou retificação 
ou ainda a anotação feita nos assentamentos do impetrante- dependendo do caso apresentado ) ; 
b) a intimação da autoridade coatora para prestar informações; 
c) a oitiva do representante do Ministério Público; 
d) o deferimento da juntada dos documentos que acompanham a Inicial. 
Apesar da ação ser gratuita nos moldes do artigo 5º, LXXVII da CF, atribui a causa por questões formais o valor de R$ 
______ (valor por extenso) 
Termos em que. 
Pede e espera deferimento. 
 
Local, ________________data _____. 
Advogado:______________________ 
OAB:____________ 
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MODELO DE PETIÇÃO DE HABEAS CORPUSEXCELENTÍSSIMO Senhor MINISTRO PRESIDENTE DO EGREGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 COMPETÊNCIA: As ações devem ser endereçadas a alguma autoridade ou ÓRGÃO COMPETENTE 
 Espaço de 10 /20 linhas 
 
QUALIFICAÇÃO: é a identificação das partes- artigo 319, inciso II Novo CPC (regra geral) 
Impetrante: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, nº da OAB, endereço do escritório, CEP, cidade e estado. 
Paciente: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço residencial, CEP, cidade e estado. 
Autoridade coatora: nome, qualificação se tiver, e endereço, CEP, cidade e estado. 
 
 ADVOGADO IMPETRANTE XXXXX, regularmente inscrito nos quadros da ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASIL sob nº. XXXXX, secção XXXXX, com escritório profissional na rua XXXXX nº. XXXXX, bairro, CEP: XXXXX, 
cidade XXXXX, Estado de XXXXX, vem respeitosamente na presença de Vossa Excelência com fundamento no artigo 
5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, impetrar ordem de 
HABEAS CORPUS _______________ 
 
em favor do PACIENTE portador do RG nº. _____________,inscrito no CPF sob o nº. ______________, residente e 
domiciliado na rua __________________, nº. _____, bairro __________________, CEP: ___________, cidade 
___________________, Estado _______________, contra ato da AUTORIDADE COATORA- sediada em XXXXXXX 
pelos fatos e razões jurídicas que passa a expor: 
 
1- DOS FATOS 
HISTÓRICO - Relatar os fatos apresentados na questão com a indicação de quem é o paciente e a autoridade coatora. 
Fazer uma síntese de toda a situação apresentada 
 
 [...] 
 Estes são os fatos! 
2- DO DIREITO 
 ARGUMENTAÇÃO- Indicar os dispositivos de lei em que se baseia o HC a fim de justificar a interposição e 
procedência da ação. Utilizar artigos da CF, como o artigo 5º inciso XV, LXVIIII, jurisprudências, súmulas, princípios e 
doutrina. 
 
 [...] 
 
 Assim, para evitar que tal arbitrariedade possa se dar e cercear o direito à liberdade é que o presente 
HC se torna meio adequado e eficaz para evitar lesão a tal direito fundamental. 
 
 
3- DA LIMINAR 
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Apresentado o problema e fundamentada a pretensão, cumpre requerer a liminar. Na liminar deve ser demonstrado o 
fumus boni juris, que se apresenta pelo cerceamento inconstitucional à liberdade de locomoção e o periculum in 
mora, que se refere ao prejuízo sofrido com o cerceamento da locomoção do paciente, tais como danos de ordem moral 
e material aos Impetrantes 
 
 
O PACIENTE está com justo receio de ser submetido a constrangimento ilegal. No caso em tela o 
fumus boni juris, esta caracterizado, pois [...] 
 
 
 O periculum in mora, por sua vez reside, [...] 
 
 Assim, necessária se faz a concessão da liminar. 
 
4- DO PEDIDO 
 
Ante o exposto requer: 
 
a) A concessão de liminar para determinar a expedição SALVO CONDUTO em favor do paciente. 
 b) Seja notificada a autoridade coatora para prestar informações no prazo legal; 
c) Que seja julgado o mérito, para confirmando o pedido liminar, conceder ao paciente seu direito 
fundamental constitucional à liberdade de locomoção. 
 
Atribui a causa, o valor de R$ ( reais) para efeitos de alçada. 
 
 
Termos em que. 
Pede e espera deferimento. 
 
 
Local, ________________data _____. 
 
Advogado:______________________ 
 
OAB:____________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AÇÃO POPULAR- FUNDAMENTO LEGAL 
CF- 
Art. 5o, LXXIII: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Lei 4.717/65 
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou 
a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do 
Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades 
autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 
38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os 
segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, 
de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público 
haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio 
ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do 
Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas 
jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
 
OBJETIVO: 
O dispositivo dá a qualquer cidadão o direito de requerer a anulação de qualquer ato que 
prejudique o patrimônio público estatal, os recursos públicos investidos em qualquer 
entidade, a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e 
cultural, permitindo que qualquer pessoa ou organização popular interfira na administração 
pública, questionando atos que prejudiquem o direito de toda a comunidade. 
Promover a defesa do patrimônio público é combater danos morais e patrimoniais causados 
contra o erário por agentes, servidores e representantes públicos corruptos, por abuso de 
poder ou má gestão do dinheiro público como, por exemplo, obras com preços 
superfaturados, contratação de servidores no serviço público sem prévio concurso público, 
concessão de benefícios fiscais, administrativos e creditícios ilegais, dentre outros. 
 
 
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ATOS LESIVOS: são nulos e estão identificados no artigo 2º da lei da AP 
 Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas 
no artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. 
 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão 
as seguintes normas: 
 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas 
atribuições legais do agente que o praticou; 
 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou 
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; 
 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em 
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; 
 
 d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de 
direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou 
juridicamente inadequada ao resultado obtido; 
 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a 
fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de 
competência. 
 
CONCEITO: 
Hoje é um importante instrumento de exercício da cidadania e do controle social sobre a 
Administração Pública, que permite ao particular fiscalizar a atuação de seus representantes 
públicos, servidores e agentes que tratam da coisa pública em todos os níveis hierárquicos 
administrativos.Seu conceito e abrangência estão muito bem definidos pelo mestre Hely Lopes Meirelles: 
É o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a 
invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes equiparados – 
ilegais e lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas 
autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com 
dinheiros públicos. 
 
MECANISMO QUE ATUA EM DEFESA DOS DIREITOS DIFUSOS- 
Os interesses difusos são “os transindividuais de natureza indivisível, de que sejam titulares 
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato” (inciso I). 
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Dizem respeito a um conjunto indeterminado de cidadãos entre os quais não existe qualquer 
vínculo jurídico e a reparação do prejuízo sofrido ou direito lesado não pode ser quantificado 
ou divisível. É o que ocorre, por exemplo, nos crimes contra o meio ambiente. 
 
Conceitos: 
Patrimônio público- bens móveis, imóveis, ações, créditos públicos, bens de valor 
econômico, artístico, estético, histórico e turístico, etc.. 
Moralidade Administrativa- condutas da administração pautadas na ética e boa fé. Assim, 
as condutas da adm. Pública que ensejam abuso do direito, desvio de poder (utilização de 
uma competência em desacordo com a finalidade que lhe preside a insituição). 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
CIDADÃO- cidadão eleitor- e deve comprovar sua legitimidade através de apresentação do 
título eleitoral ou de documento que a ele corresponda, como uma certidão da justiça 
eleitoral. Precisa estar em juízo acompanhado de advogado. 
 
Súmula 365 do STF: Pessoa Jurídica - Legitimidade - Propositura - Ação Popular 
 Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. 
 
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO- podem os cidadãos se consorciar para interpor uma 
ação popular. 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO- Embora o cidadão seja a parte legitima para intentar a AP, pode o 
MP, nos termos do artigo 9º da lei 4.717/65, dar continuidade a ação intentada pelo cidadão, 
quando este abandonar a causa ou dela desistir e não comparecer nenhum outro cidadão 
para assumir a titularidade da ação. 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, 
serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso 
II, ficando assegurado1 a qualquer cidadão, bem como ao representante 
do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última 
publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
 
1 É facultado ao MP- havendo interesse público a ser defendido no feito. 
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LEGITIMIDAE PASSIVA- Art.1º + Art. 6º da Lei 4717/65: 
a- Pessoas cujo patrimônio se pretende proteger (União, DF, Estado, Município, 
entidades autárquicas (autarquias ex: INSS, IBAMA e fundações públicas. ex Funai, 
IBGE), empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações de direito 
privado federais, estaduais, distritais, municipais, serviços sociais autônomos, 
quaisquer pessoas jurídicas subvencionadas pelos cofres públicos. 
 
b- Aqueles que causaram, por ato ou omissão, ou que ameacem causar lesão aos bens 
tutelados pela ação popular, autoridades públicas, funcionários, administradores, 
avaliadores. 
c- Beneficiários diretos do ato ou da omissão. 
OU SEJA: agente que concorreu para os atos, tais como os funcionários da administração; a 
pessoa pública ou privada em nome do qual o ato foi praticado e a quem o agente está 
vinculado; e os que foram beneficiados direta ou indiretamente. 
 
REQUISITOS ESPECÍFICOS DA AÇÃO POPULAR: 
Há as seguintes posições doutrinárias sobre os requisitos específicos da ação popular: 
a- Necessidade de conjugação lesividade e ilegalidade; 
b- Basta a lesividade; 
 
Para a jurisprudência majoritária não basta que o ato seja nulo por ser ilegal, tem que ser 
também lesivo ao patrimônio público. Binômio LEGALIDADE E LESIVIDADE- 
 
Ex: uma empresa está construindo em área de proteção , além de ser ilegal, causa prejuízo 
ao meio ambiente. 
 
 
 
 
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COMPETENCIA: 
Definida de acordo com a origem do ato (qual o órgão pertence) a ser impugnado. 
Se é um ato emanado da autoridade federal será competente a justiça federal, no caso de 
autoridade estadual ou municipal, será competente a justiça estadual. O STF, reconheceu a 
justiça eleitoral, como competente para julgar ação popular que pretende impugnar atos 
relativos a apuração das eleições. 
 
DA AÇÃO POPULAR- 
Requisitos 
A petição inicial deve preencher os requisitos do CPC, deve vir acompanhada da prova da 
cidadania (titulo eleitoral ou documento equivalente) 
Liminar: 
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer 
da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização 
judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao 
Distrito Federal, ao Estado ou ao Município: 
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do 
ato lesivo impugnado. (Incluído pela Lei nº 6.513, de 1977) 
 
Obs: a norma deve ser interpretada: todos os bens protegidos pela AP, e não só o 
patrimônio público, pode se valer da medida liminar. 
Do pedido 
Do pedido deve constar: 
• a decretação da invalidade do ato ou da omissão administrativa; 
• a desconstituição do ato; 
• à condenação dos prejuízos causados ao Erário Público em virtude do ato ou da 
omissão de seus responsáveis assim como aos beneficiários das mesmas; 
• a condenação na restituição de bens e valores indevidamente apropriados. 
 
 
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Do valor da causa- deve conter. 
Se precisamente configurado, esta quantia deve figurar como o valor da causa; 
No caso de patrimônio natural e cultural, quando é impossível estimar o montante- indicar 
um valor simbólico. 
 
Do regime de custas: 
Isenção de custas (taxa judiciária, emolumentos devidos aos serventuários da justiça, 
despensas com publicações na imprensa oficial – edital de citação; honorários de 
advogado). 
Quem age como má fé na propositura da AP- não fica isento de honorários advocatícios- HÁ 
Citação: 
Pessoa jurídica de direito público e privado: por mandado para garantir maior segurança – 
(não citar via postal); 
No caso de autoridade ou funcionário- pode haver citação postal ou por edital, quando 
ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontra. 
No caso dos beneficiários- postal, ou por edital. 
 
RECURSOS: 
Agravo de instrumento contra decisões interlocutórias; 
Apelação- contra sentenças 
Embargos de declaração: para sanar omissão, contradição, obscuridade. 
É admitido: recurso especial, recurso extraordinário,desde que existam pressupostos de 
admissibilidade. 
 
PRESCRIÇÃO: Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos. 
Conta-se a prescrição, a partir da publicidade do ato lesivo. 
 
 
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Ação Civil Pública- LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985. 
É um dos remédios mais importantes do Direito Brasileiro. A ACP está para a coletividade 
assim como o MS está para o indivíduo. 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação 
popular, as ações de responsabilidade por danos morais e 
patrimoniais causados: (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
l - ao meio-ambiente; 
ll - ao consumidor; 
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico; 
V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Leu nº 
12.529, de 2011). 
VI - à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-
35, de 2001) 
 
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular 
pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de 
natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente 
determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) 
1 Conceito 
A ação civil pública é o instrumento processual adequado conferido ao Ministério Público (e 
outros) para o exercício do controle popular sobre os atos dos poderes públicos, exigindo 
tanto a reparação do dano causado ao patrimônio público por ato de improbidade, 
quanto a aplicação das sanções do artigo 37, § 4°, da Constituição Federal, previstas ao 
agente público, em decorrência de sua conduta irregular. 
Podemos definir também como sendo o instrumento processual adequado para reprimir ou 
impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações de ordem econômica, protegendo, 
assim, interesses difusos da sociedade. 
2- Finalidades da Ação Civil Pública 
O interesse defendido na ação é o da proteção jurisdicional: 
• ao meio ambiente; 
• consumidor; vide título III do CDC- Da Defesa do Consumidor em Juízo 
• bens e direito de valor histórico, artístico, estético, turístico e paisagístico; 
• qualquer outro interesse ou direito difuso coletivo ou individuais homogêneos; 
• a defesa da ordem econômica. 
3- Objeto 
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. 
 
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DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS, E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS 
 
Busca defender um dos direitos resguardados pela Constituição Federal e leis especiais, 
podendo ter por fundamento a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, bem 
como o ato ilegal lesivo à coletividade sendo responsabilizado o infrator que lesa: meio 
ambiente, consumidor, bens e direitos de valor artístico, interesses coletivos e difusos. 
4- Partes 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia 
mista 
V - a associação que, concomitantemente 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou 
ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico 
 
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei. 
Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a 
iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que 
constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção. 
Legitimidade ativa são: o Ministério Público; as pessoas jurídicas de direito público interno 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), bem como suas entidades paraestatais, 
porque tanto estas como aquelas podem infringir normas de direito material de proteção aos 
bens tutelados nesta ação, expondo-se ao controle judicial de suas condutas. 
Legitimidade passiva- Não há restrição nesse sentido. Podem ocupar o pólo passivo na 
ACP entidades da Administração Pública direta e indireta, bem como particulares, ou 
seja, quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, que ofendam os bens jurídicos tutelados 
pela LACP. 
Ementas- legitimidade: 
Ementa: RECURSO DE REVISTA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE DA 
ASSOCIAÇÃO DE EMPREGADOS APOSENTADOS. DEFESA DE INTERESSES E DIREITOS 
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. A Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho decorre da tutela 
de direitos e interesses individuais homogêneos, provenientes de causa comum, que atinge 
uniformemente um grupo de trabalhadores. A tutela pretendida pela associação, no caso, 
decorre da defesa de suposto direito de isonomia de remuneração dos ex-empregados 
aposentados com os empregados em atividade, previsto em preceito de lei, e remete à 
proteção do trabalhador sob perspectiva social que possibilitará a diminuição ou mesmo 
impedirá a avalanche de processos individuais junto à Justiça do Trabalho, coibindo a suposta 
atuação ilícita do reclamado. A legitimidade das associações para o ajuizamento da ação civil 
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pública está prevista nos arts. 5º , XXI da CF , 5º, V e 21 da LACP , que remete à defesa 
coletiva dos interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos (Título III do 
CDC ). Constatando-se o bem tutelado, direitos trabalhistas supostamente negados aos 
aposentados associados da entidade autora, é de se verificar que encontra-se a matéria 
inserida naqueles direitos individuais homogêneos, eis que presente a pluralidade de pessoas 
que integram a categoria dos aposentados ,associados da reclamante que não lograram as 
vantagens postuladas em razão de lesão de origem comum, a denotar claramente o caráter 
coletivo e homogêneo da demanda. Recurso de revista conhecido e provido. (RECURSO DE 
REVISTA RR 19571120105020000 1957-11.2010.5.02.0000 (TST); Data de publicação: 
15/06/2011) 
 
 
Ementa: Ação Civil Pública. Legitimidade da Defensoria Pública para a defesa dos 
interesses coletivos dos necessitados. Leis Complementares 80 /94 e 132 /2009. Existência 
de ADIN questionando a constitucionalidade da Lei 11448 /07 que não acarreta a suspensão 
do feito. Artigo 16 da Lei 7347 /85 que deve ser interpretado de acordo com a realidade da 
Comarca de São Paulo, repartida em Foros Regionais. Educação infantil. Obtenção de vaga 
em estabelecimento de ensino mantido pela Municipalidade. Direito indisponível da criança que 
é assegurado pela Constituição Federal , cujas normas são ainda complementadas pelo ECA e 
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educacão Nacional . Repartição constitucional de 
competência que impõe ao Município o dever de atuar prioritariamente na educação infantil. 
Caráter pedagógico e assistencial daeducação infantil, que, ao proporcionar aos pais meios 
para obter o sustento da família, contribui para a realização dos fundamentos da República 
Brasileira consubstanciados na dignidade humana e nos valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa (artigo 1º , III , IV da Constituição Federal ). Serviçopúblico essencial, que deve ser 
prestado continuamente sem a possibilidade de restrição de caráter infraconstitucional, 
inviabilizando, também, a adoção do sistema de plantão ou a limitação aos estabelecimentos 
da rede direta de ensino. Manutenção nos prédios a ser realizada conciliando-se com a rotina 
de atividades. Direito às férias concedido mediante escalonamento. Ausência de ferimento ao 
poder discricionário e ao princípio da separação de poderes. Dispositivos legais invocados na 
inicial que demonstram a pretensão da Defensoria Pública de assegurar o direito à educação 
infantil, previsto na Constituição Federal para as crianças de até cinco anos de idade (artigo 
208, IV). Irrelevância e eventuais diferenças na nomenclatura utilizada pela Municipalidade no 
reconhecimento do direito. Possibilidade de aplicação de multa à Fazenda Pública. Recurso 
improvido.... (TJ-SP - Apelação APL 2215229020098260000 SP 0221522-90.2009.8.26.0000 
(TJ-SP)- Data de publicação: 03/03/2011 
 
5- Competência 
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde 
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e 
julgar a causa. 
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O foro competente para processar a ACP é do local onde ocorrer o dano = competência 
territorial. 
Se o dano atingir a União, autarquia ou empresa pública federal, a ação será proposta na 
justiça federal (art. 109, I da CF); 
Caso a lesão ocorra sobre ente estadual ou municipal, o processo ficará por conta da justiça 
estadual. 
6- Procedimento 
A ação Civil Pública pode ser preventiva e repressiva, 
7- Sentença 
Se julgado procedente a ação o ente da administração pública será compelido a: 
• corrigir o ato anulado voltando para o estado anterior; 
• não sendo possível responderá, então, patrimonialmente pelos danos causados; 
• existe a possibilidade de ação de regresso contra terceiros responsáveis 
solidários do ato impugnado. 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da 
competência territorial do órgão prolator [...] 
Obs: o legislador previu a possibilidade da indenização ser revertida para um fundo próprio 
criado por lei para subvencionar não somente a lesão ora causada mas a maioria dos 
interesses difusos de nossa sociedade. Importante ressaltar a finalidade supletiva deste 
remédio constitucional, qual seja, compelir o ente público omisso a atuar. A sentença 
somente terá eficácia no território de competência do juízo proferidor. 
8- Recursos 
Como na ação popular, todos os recursos tanto para o juiz “a quo”, quanto para o juiz “ad 
quem”, admitidos pelo diploma processual civil vigente, quando apropriados, são admitidos. 
A sentença improcedente somente terá eficácia após a confirmação do recurso ordinário, 
portanto as partes não recorrendo caberá recurso de ofício. 
9- Execução 
A execução definitiva da sentença deve ser providenciada pela parte interessada. No caso 
de associação, não promovendo esta a execução em sessenta dias, o Ministério Público ou 
os demais legitimados poderão fazê-lo, conforme dispões o artigo 15 da lei 7.347/85. O 
Ministério Público tem o dever, os demais faculdade. 
Em razão da alteração promovida no processo de execução civil para as obrigações de dar 
e fazer (exceto de dar dinheiro), a sentença passa a expressar quase uma ordem 
mandamental, devendo ser cumprida, sob pena de incidirem as imposições dos artigos 461 
e 461-A do CPC. (obrigação de fazer ou entregar coisa certa) 
 
Estudos Jurídicos Dirigidos IV 
2º Semestre de 2017 - CEUNSP - Cruzeiro do Sul - Campus Salto 
Profª. Rosa Maria Marciani - E-mail: rosa_marciani@hotmail.com 
Material de Apoio 
 
 Ação Popular Ação Civil Pública Mandado Segurança 
Coletivo 
Na CF Art. 5º, LXXIII Art. 129, III Art. 5º, LXX 
Na Lei Lei nº 4.717/65 Lei nº 7.347/85 Lei. 12.016/09 
Legitimidade 
 
Cidadão M.P, D.P, A.P. 
direta 
e indireta, 
associação 
constituída a + de 1 
ano. (art. 5º, da Lei 
nº 
7.347/85) 
 
Partido político c/ 
representação no C.N.; 
organização sindical, 
entidade de classe e 
associação constituída 
a + 
de 1 ano. (art. 21, da 
Lei nº 
12.016/09) 
Objeto 
 
Direitos 
Difusos* 
 
Direitos difusos, 
coletivos e 
individuais 
homogêneos* 
 
Direitos coletivos e 
individuais 
homogêneos* 
Competência Local do ato 
(art. 5º) 
 
Local do dano 
(art.2º) 
Local do dano 
 
Custas 
 
 
É gratuito, salvo má-fé 
(art. 5º, LXXIII 
CR) 
 
 
É gratuito, salvo 
má- 
fé (art. 18, da Lei 
7347/85) 
 
Há custas. 
 
 
Modelo de Ação Civil Pública 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca de ... 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO CIDADÃO, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, com endereço na ..., 
(conforme cópia de sua estatuto em anexo, através de seu advogado que esta subscreve (instrumento de 
mandato incluso), com escritório na ...., bairro ..., cidade ..., Estado .., vem respeitosamente à presença de 
Vossa Excelência, com fundamento no artigo 1° da Lei 7.347/85, propor a presente 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
Em face do Estado.................., Pessoa Jurídica de Direito Público, com sede na ..., bairro ..., cidade ..., 
Estado ..., por meio de seu representante legal, e da Empresa Y.......... com sede de suas atividades na 
........................ pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
I – DOS FATOS 
 
(breve resumos dos fatos) 
 
II – DO DIREITO 
 
a) Do cabimento da ação civil pública (Interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, artigo 81, 
parágrafo único da Lei 8.078/90). 
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Material de Apoio 
 
b) Da legitimidade ativa (No caso de associação, demonstrar o cumprimento do disposto no art. 5°, V, “a” e 
“b”da Lei 7.347/85); verificar se não é o caso de fazer o requerimento previsto no parágrafo 4° do artigo 5° 
da Lei 7.347/85). 
c) Da lesão ao interesse: (Explicar o direito que foi violado, aqui, deve-se reforçar a ideia de que se trata de 
interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo. Apontar qual lei foi violada; Exemplos: dano ao meio 
ambiente, dando ensejo à reparação ambiental; dano a consumidores que adquiriam certo produto, etc. 
ensejando obrigação de indenizar). 
 
 III – DA LIMINAR 
 
 Apontar os requisitos da liminar, o “periculum in mora” e o “fumus boni juris”, com fulcro no art. 12 da Lei 
7.347/85. 
 
 IV – DO PEDIDO 
 
Ante ao exposto, requer: 
a) a citação do Ré, no endereço já indicado, para querendo, contestar a presente ação 
no prazo legal; 
b) a procedência do pedido, para os fins de declarar a nulidade do.........................; 
c) condenação da Ré nas custas processuais e honorários advocatícios; 
d) determinação a intimação do Ministério Público para acompanhar a presente ação; 
e) concessão da liminar, com amparo no art. 12 da Lei 7.347/85, para determinara 
suspensão........................ 
 
 V – DAS PROVAS 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente pela prova 
documental já acostada e outras que se fizerem necessárias ao esclarecimento do Douto Juízo. 
 
 VI – VALOR DA CAUSA 
Termos em que. 
Pede e espera deferimento. 
Local, ________________data _____. 
Advogado:______________________ 
OAB:____________

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