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Guia de Minérios versão agosto 2016

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Prévia do material em texto

Macroscopia e Microscopia 
de Minerais de Minério 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Este Guia disponibiliza um material de consulta atualizado e em português que foca 
explicitamente a identificação de minerais de minério, abordando aspectos gerais, propriedades físicas 
e, principalmente, as características que os minerais apresentam em seção polida ao microscópio de 
Luz Refletida. O Guia não aborda apenas minerais opacos, mas também minérios translúcidos e 
transparentes. A necessidade de um Guia com essas características se impôs para as aulas de 
Mineralogia dos Minérios tendo em vista a grave deficiência de textos atualizados e, principalmente, 
em português, sobre o assunto. 
 O Guia é uma primeira versão, ainda sem imagens. As imagens macroscópicas dos minerais 
podem ser encontradas com facilidade na internet. As imagens ao microscópio devem ser buscadas 
no livro “The ore minerals under the microscope”, editado por Bernhard Pracejus. À medida que 
estiverem disponíveis, imagens próprias do autor serão incluídas nas próximas versões do Guia. 
Verifique a última versão em www.ufrgs.br/museumin/YouTube.pdf. 
 Erros e enganos são inerentes à Mineralogia e, apesar de todos os cuidados, o Guia os deve 
conter. Portanto, correções e observações são bem vindas pelo email heinrich.frank@ufrgs.br. 
 Sobre o autor: Heinrich Frank é geólogo, professor de Mineralogia no Departamento de 
Mineralogia e Petrologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
Brasil. Perfil no facebook: Heinrich Theodor Frank 
Versão de final de agosto de 2016 
 2 
Sumário: 
Acanthita.. ............................ .............. 5 
Aeschynitas .......................... .............. 7 
Alabandita ............................ .............. 8 
Altaita ................................... .............. 10 
Alabastro: ver Gipso. 
Alumilitita = Alunita 
Alumínio Nativo = Minerais Raros 
Alunita .................................. .............. 11 
Amálgama = Prata Nativa 
Âmbar .................................................. 13 
Ambrita = Âmbar 
Ambligonita ......................................... 14 
Anatásio .............................................. 15 
Anglesita ............................................. 16 
Anidrita ................................................ 17 
Ankerita........... .................................... 19 
Antimonita = Estibnita 
Antlerita ............................................... 21 
Apatitas ............................................... 22 
Aragonita ............................................. 24 
Argentita = ver Acanthita 
Arrojaditas ........................................... 26 
Arsênio Nativo ..................................... 27 
Arsenopirita ......................................... 29 
Asbolana ............................................. 31 
Atacamita ............................................ 32 
Auricalcita ............................................ 33 
Auricupride = Minerais Raros 
Awaruita = Minerais Raros 
Azurita ................................................. 34 
Baddeleyita ......................................... 36 
Barita ................................................... 38 
Bauxita ................................................ 40 
Bertrandita ........................................... 41 
Biotita .................................................. 42 
Bismutita ............................................. 43 
Bismuto Nativo .................................... 44 
Bixbyita ................................................ 46 
Blenda = Esfalerita 
Blister Copper = Calcopirita 
Bog Iron = Goethita. 
Bornita ................................................. 47 
Bournonita ........................................... 50 
Braunita ............................................... 52 
Bravoita = Pirita 
Breithauptita ........................................ 54 
Brookita ............................................... 55 
Brown iron ore: ver Hematita e Goethita. 
Brucita ................................................. 56 
Cádmio Nativo = Minerais Raros 
Calafatita = Alunita 
Calamina: ver Smithsonita 
Calaverita ............................................ 57 
Calcita ................................................. 59 
Calcocita ............................................. 61 
Calcopirita ........................................... 65 
Calcotrichita = Cuprita 
Caldasito = ver Baddeleyita 
Carnallita ............................................. 69 
Cassiterita ........................................... 70 
Celadonita: ver Malaquita 
Celestina ............................................. 72 
Cerussita ............................................. 73 
Chalmersita = Cubanita 
Chloantita = Eskutterudita 
Chlorargyrita ........................................ 75 
Chumbo Nativo = Minerais Raros 
Cloantita = Eskutterudita 
Cilindrita .............................................. 77 
Cinábrio ............................................... 78 
Clay Ironstone = Siderita 
Cleiophano: ver Esfalerita 
Clorargirita = ver Chlorargyrita 
Cobaltita .............................................. 80 
Cobre Nativo ....................................... 82 
Cobre Gris = Tetraedrita 
Cobre Cinzento = Tetraedrita 
Cohenita = Minerais Raros 
Colofano: ver Apatita 
Coltan: ver Columbita e Tantalita 
Columbita ............................................ 84 
Coríndon ............................................. 86 
Coronadita = Psilomelano 
Covellita .............................................. 88 
Criolita ................................................. 90 
Criptomelano ....................................... 92 
Crisocola ............................................. 94 
Crisoprásio = ver Garnierita 
 3 
Crocoita ............................................... 95 
Cromita ................................................ 96 
Cubanita .............................................. 98 
Cuprita ................................................. 101 
Descloizita ........................................... 103 
Diamante ............................................. 104 
Diásporo .............................................. 105 
Digenita ............................................... 106 
Dolomita .............................................. 107 
Electrum = Ouro Nativo 
Embotia: ver Chlorargyrita 
Emery: ver Coríndon 
Enargita ............................................... 108 
Enxofre Nativo ..................................... 110 
Erythrita ............................................... 112 
Esfalerita ............................................. 113 
Eskutterudita ....................................... 117 
Esmaltita = Eskutterudita 
Especularita = Hematita 
Espinélio .............................................. 119 
Esperrilita = Sperrylita 
Estanho-Madeira = Cassiterita 
Estannita ............................................. 121 
Estefanita ............................................ 124 
Estibnita .............................................. 126 
Estromeyerita = Stromeyerita 
Fahlore = Tetraedrita 
Favas = ver Baddeleyita 
Feather Ore = Jamesonita 
Ferberita = Wolframita 
Fergusonitas ....................................... 129 
Ferro Nativo ........................................ 130 
Ferro-Columbita = Columbita 
Fluorita ................................................ 132 
Fosforita: ver Apatita (Colofano) 
Franklinita ............................................ 133 
Freibergita = Tetraedrita 
Galena................................................. 135 
Garnierita ............................................ 139 
Geikielita = ver Ilmenita 
Gersdorffita ......................................... 140 
Gibbsita ............................................... 142 
Gipso ................................................... 143 
Goethita ............................................... 144 
Grafita ................................................. 147 
Hausmannita ....................................... 149 
Hematita .............................................. 151 
Hemimorfita ......................................... 154 
Heteroclásio = Braunita 
Hidrargillita = Gibbsita 
Hidrozincita = Calamina 
Hollandita = Psilomelano 
Horn Silver = Chlorargyrita 
Hübnerita = Wolframita 
Ilmenita ................................................ 156 
Iodargyrita ........................................... 160 
Iserina = Ilmenita 
Jamesonita .......................................... 161 
Jarosita ................................................ 163 
Jordisita = Molibdenita 
Kidney ore = Hematita 
Küstelita: ver Ouro Nativo 
Lepidocrocita ....................................... 165 
Leucoxênio = ver Ilmenita 
Limonita = Goethita 
Lodestone = Magnetita 
Luzonita ............................................... 167 
Maghemita .......................................... 169 
Magnesita ............................................ 171 
Magnetita ............................................ 172 
alaquita ................................................ 177 
Manganita ........................................... 179 
Marcassita ........................................... 181 
Marmatita = Esfalerita 
Martita = Hematita 
Matraíta = Esfalerita 
Menaccanita = Ilmenita 
Mercúrio Nativo ................................... 184 
Millerita ................................................ 185 
Minerais Raros .................................... 187 
Molibdenita .......................................... 188 
Monazita .............................................. 191 
Muchuanita: ver Molibdenita 
Muscovita ............................................ 192 
Neodigenita = Digenita 
Nicolita = Niquelina 
Niquelina ............................................. 193 
Niobita = Columbita 
Noumeaita = ver Garnierita 
Orpiment = Ouropigmento 
 4 
Ouro Nativo ......................................... 196 
Ouropigmento ..................................... 198 
Panabase = Tetraedrita 
Peacock Ore: ver Bornita 
Pentlandita .......................................... 200 
Periclásio ............................................. 203 
Perovskita ........................................... 204 
Pirargirita ............................................. 206 
Pirita .................................................... 209 
Pirocloros ............................................ 213 
Pirofanita: ver Ilmenita 
Pirolusita ............................................. 214 
Piromorfita ........................................... 217 
Pirrotita ................................................ 219 
Platina Nativa ...................................... 223 
Plattnerita ............................................ 225 
Polianita = Pirolusita 
Porpezita: ver Ouro Nativo 
Powellita .............................................. 226 
Prata Nativa ........................................ 227 
Proustita .............................................. 229 
Psaturose = Estefanita 
Pseudo-Malaquita: ver Malaquita 
Psilomelano ......................................... 232 
Quartzo ............................................... 234 
Realgar ................................................ 235 
Reinita = ver Scheelita 
Resinita = Âmbar 
Rhodocrosita ....................................... 237 
Rosa do Deserto: Gipso ou Barita. 
Rubi = Coríndon 
Ruby Jack: ver Esfalerita 
Ruby Silver = Pirargirita 
Rutilo ................................................... 239 
Safflorita .............................................. 241 
Safira = Coríndon 
Sagenita = Rutilo 
Scheelita ............................................. 243 
Schalenblende = ver Esfalerita 
Scherbenkobalt: ver Arsênio Nativo 
Schwazita = Tetraedrita 
Selenita = Gipso 
Senarmontita ....................................... 245 
Siderita ................................................ 246 
Silvanita ............................................... 248 
Skutterudita = Eskutterudita 
Smaltita = Eskutterudita 
Smithsonita ......................................... 250 
Stephanita = Estefanita 
Stibnita = Estibnita 
Strontianita .......................................... 252 
Struverita = Rutilo 
Tantalita .............................................. 253 
Tennantita ........................................... 255 
Tenorita ............................................... 258 
Tetraedrita ........................................... 260 
Thermite: ver Magnetita 
Tiger Iron = Hematita 
Todorokita ........................................... 263 
Travertino: ver Aragonita 
Trimontita = ver Scheelita 
Tufa: ver Aragonita 
Tungstato de Cálcio = ver Scheelita 
Tungstein = ver Scheelita 
Turgita = Hematita + Goethita 
Wad = Pirolusita 
Washingtonita = Ilmenita 
Witherita .............................................. 264 
Wolframita ........................................... 265 
Wood Tin = Cassiterita 
Wulfenita ............................................. 268 
Zeolitas ................................................ 269 
Zincita .................................................. 270 
Zirkita = ver Baddeleyita 
 
Nomes desacreditados: www.mindat.org 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Acanthita - Ag2S 
Macroscopia: 
 Acanthita e argentita são polimorfos. Sulfeto de prata pode se formar a mais de 177ºC (literatura 
diverge: 173ºC, 179ºC, 180ºC) com estrutura cúbica ou abaixo desta temperatura com estrutura 
monoclínica. O mineral com estrutura cúbica chama-se argentita, não tem seu nome aprovado pela IMA e 
não existe a temperatura ambiente. O mineral com estrutura monoclínica é a acanthita. Se o mineral 
formou-se a altas temperaturas, exibe formas cúbicas (cubos e octaedros com até 8 cm de tamanho, 
distorcidos devido à transformação do retículo de cúbico para monoclínico), mas possui estrutura 
monoclínica e é um pseudomorfo. Se o mineral formou-se a baixas temperaturas (T<177ºC), exibe cristais 
monoclínicos prismáticos longos, com até 2,5 cm de comprimento. 
 A acanthita, o mais importante minério de prata (além de galena argentífera), é um mineral de veios 
hidrotermais de moderadamente baixa temperatura, contendo sulfetos, também ocorre em ambientes de 
enriquecimento secundário, nas zonas de oxidação e de cimentação. É um mineral comum em minérios de 
prata. Associa-se a estefanita, esfalerita, calcopirita, prata nativa, argyrodita, quartzo, pirargirita, proustita, 
polibasita, galena, calcopirita, calcita, barita, bornita, ouro e aguilarita. 
 Pode ser confundida, macroscopicamente, com muitos minerais pretos de brilho metálico a 
submetálico, especialmente quando maciça ou em grãos pequenos intercrescidos com outros minerais. 
 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 A dureza de polimento da acanthita é uma das mais baixas que se conhece; por isso é de polimento 
muito difícil. Geralmente se apresenta com muitos sulcos de polimento e de relevo negativo. Quando 
acompanhada apenas de minerais de dureza mais baixa, como calcita, um polimento cuidadoso, com o 
disco em baixa rotação e sem excesso de água no abrasivo, produz superficiaispolidas de boa qualidade. 
Quando acompanhada de minerais de dureza mais elevada é quase impossível produzir uma seção polida 
de boa qualidade. Essa dificuldade de polimento é um aspecto muito diagnóstico; apenas jalpaita é tão 
mole. Polimento vigoroso pode produzir na acanthita filmes superficiais que cobrem e mascaram todas as 
estruturas do mineral. 
 
Nic. // : cor de reflexão cinza a cinza-esverdeada. Se comparada a galena ou prata nativa, possui 
nitidamente uma suave tonalidade azul-verde. Refletividade de 29.59%. Não possui birreflectância. Seu 
pleocroísmo apenas é visível com imersão em óleo, em seções favoráveis, apenas no contraste em limites 
intergranulares e lamelas, mas fica mais nítido em seções que repousaram alguns dias, devido à incipiente 
corrosão ao ar. 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Monoclínico prismático Cinza escuro a quase 
preto. 
Cristais pseudo-cúbicos 
ou pseudo-octaédricos, 
paramorfos de argentita. 
Dendrites e placas. 
{100} distinta 
{110} distinta Tenacidade 
Flexível, maleável, séctil 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Polissintéticas em {111} 
De contato em {101} 
Sub-conchoidal 2 – 2,5 7,2 – 7,4 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Preto e brilhante Metálico Opaco não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não não 
 6 
 
Nic. + : fraca anisotropia, apenas visível em seções com bom polimento, sem sulcos nem filmes superficiais. 
Seções com muitos sulcos são inúteis devido às despolarizações ao longo dos sulcos. Pode mostrar a 
estrutura lamelar da Acanthita-beta, bem como grande número de sulcos de polimento que não são visíveis 
a Nicóis Paralelos. Não possui reflexões internas. 
 
 Forma dos grãos: agregados granulares poligonais ou intercrescidos (“toothed”); cristais isolados 
podem mostrar desenvolvimento de (111) e (100). Pode formar coberturas de grãos muito pequenos ou 
massas friáveis esponjosas. O tamanho de grão varia de cristais centimétricos até grãos submicroscópicos 
de algumas massas chamadas de “Silberschwärze” (= preto de prata). 
 Corrosão ao ar devido ao aquecimento da lâmpada do microscópio é tão rápida que perturba a 
análise, mas pode ressaltar estruturas que de outra forma não são visíveis. Além disso, a corrosão ao ar 
serve como característica muito diagnóstica, pois ocorre com apenas poucos minerais. 
 Clivagem pode ser observada às vezes em cristais especialmente grandes, mas geralmente é 
pouco perceptível devido à maleabilidade do mineral. 
 Maclas polissintéticas são comuns, formando lamelas de textura grosseira (“acanthita lamelar”). 
Essas lamelas são lamelas de transformação de argentita para acanthita, mostrando que sua formação 
ocorreu acima de 177ºC. Grãos sem maclas ocorrem, mostrando sua formação abaixo dessa temperatura. 
Devido à dificuldade de produzir um ataque químico na acanthita e devido à fraca anisotropia as maclas 
podem ser de visualização difícil. 
 Zonação pode ocorrer, sendo visível em graus distintos de nitidez devido ao ataque por luz 
(“corrosão ao ar”). 
 Deformações por translação são freqüentes devido à maleabilidade da acanthita. 
 Desmisturas são muito raras na acanthita, mas acanthita às vezes ocorre como desmistura na 
galena. 
 Substituições: a gênese da acanthita sugere condições favoráveis de ocorrer como fase invasora. 
Pode substituir alguns sulfetos e arsenietos, pode ocorrer em ocorrências de Co-Ni-Ag e pode substituir, de 
forma ascendente, galena, esfalerita e calcopirita. Freqüentes e economicamente importantes foram as 
substituições das zonas de oxidação e da zona de cimentação, onde a acanthita se forma a partir de 
minérios de teores mais baixos de prata, depositando-se sobre os restos desses. Deposições rítmicas foram 
observadas em minérios da zona de oxidação e da zona de cimentação, como massas concêntricas de 
cerussita e outros minerais de chumbo de zonas de oxidação. 
 Intercrescimentos mirmequíticos são bem freqüentes, mesmo ali onde a gênese da acanthita 
certamente foi cementativa. Freqüentes são tais intercrescimentos com polibasita, freibergita e 
proustita/pirargirita. Em alguns casos os intercrescimentos de acanthita e pirargirita lembram as lamelas do 
tipo folha-de-oleandro (espirradeira) da dyscrasita. 
 Desintegração de acanthita ocorre com temperaturas mais elevadas e baixa pressão de enxofre, 
produzindo cachinhos ou ganchos de prata nativa, que frequentemente se sobressaem de um resto de 
acanthita ainda não desintegrado. 
 
Confusões possíveis: a jalpaita é muito semelhante em grãos pequenos, mas é mais dura e tem tons 
rosados. Stromeyerita não é atacada pela luz. Polibasita possui reflexões internas. 
 
 
 
 
 
 7 
Aeschynitas – óxidos com ETRs 
Macroscopia: 
 As aeschynitas são um grupo de óxidos contendo Elementos de Terras Raras (ETRs), sendo o 
membro do grupo mais comum aquele que contêm o Yttrio. O Grupo das Aeschynitas é composto por 
Aeschynita-(Ce) - (Ce,Ca,Fe)(Ti,Nb)2(O,OH)6, Nioboaeschynita-(Ce) - (Ce,Ca)(Nb,Ti)2(O,OH)6, Aeschynita-
(Y) - (Y,Ca,Fe,Th)(Ti,Nb)2(O,OH)6, Tantalaeschynita-(Y) - (Y,Ce,Ca)(Ta,Ti,Nb)2O6, Aeschynita-(Nd) - 
(Nd,Ce)(Ti,Nb)2(O,OH)6, Nioboaeschynita-(Nd) - (Nd,Ce)(Nb,Ti)2(O,OH)6 e Nioboaeschynita-(Y) - 
[(Y,REE),Ca,Th,Fe](Nb,Ti,Ta)2(O,OH)6 . 
 As aeschynitas ocorrem em pegmatitos graníticos ricos em ETRs. Associam-se a quartzo, 
feldspatos, zircão, columbita, xenotima, monazita e tantalita, bem como outros minerais de ETRs. Podem 
ocorrer em carbonatitos dolomíticos com ankerita e como mineral detrital em placers. 
 A aeschynita, quando maciça, é indistinguível do rutilo. Pode se apresentar em cristais bem 
formados. Seu brilho nas faces cristalinas é submetálico a perláceo, em superfícies de fraturas é resinoso a 
gorduroso. Nomes desacreditados para aeschynita-(Y) são blomstrandina e priorita. Cristais alterados 
frequentemente estão cobertos por uma crosta terrosa de limonita. 
 
 
Os dados abaixo se referem a aeschynita-(Y): 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Ortorrômbico 
holoédrico. 
Amarelo pálido, amarelo, 
laranja-amarelo, 
esverdeado pálido. 
.Geralmente tabular, 
pode ser prismática, 
granular, cristais de até 
7 cm. 
{100} perfeita 
{010} perfeita 
{001} perfeita Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
não Irregular 5 - 6 4.82 – 4.93 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco, amarelo-pálido 
a avermelhado. 
Veja acima. Semitransparente Sim 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não não 
 
Microscopia de Luz Refletida: nenhum Banco de Dados de Luz Refletida aborda as aeschynitas. 
 
Microscopia de Luz Transmitida: informações escassas e fragmentárias. 
Nic. // : relevo muito alto 
Nic. + : birrefringencia máxima de 0,15 – 0,22 
Luz Convergente: B(+), ângulo 2V de 70-80º 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Alabandita - MnS 
Macroscopia: 
 A alabandita é um sulfeto de manganês relativamente raro, contendo 63.14% de Mn e 36.86% de S. 
Pode ocorrer em grandes quantidades em veios sulfetados polimetálicos epitermais e especialmente em 
depósitos de manganês de baixa temperatura. Pode acompanhar minérios de prata ou de ouro-telúrio. 
Associa-se a acanthita, calcita, calcopirita, galena, pirita, quartzo, rodochrosita, rhodonita, esfalerita e telúrio 
nativo. Já foi constatada em meteoritos e forma-se durante muitos processos metalúrgicos. 
 A alabandita é dimorfa com a rambergita e frequentemente contêm teores apreciáveis de FeS. 
Também pode apresentar teores de Mg e Co. Em fragmentos muito finos é translúcida em cores verdes, 
marrons ou vermelhas. 
 
 
Sistema Cristalino Cor HábitosClivagem 
Cúbico holoédrico. Preta, cinza do aço, 
embaça para preto 
amarronzado (lembra 
mofo). 
Geralmente maciça a 
granular. Cristais 
cúbicos ou octaédricos 
de até 1 cm. 
{100} perfeita 
 Tenacidade 
Quebradiça 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Lamelar {111} Irregular 3,5 - 4 4,0 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Verde ou marrom Submetálico, diamantino Opaco não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não ? 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 Adquire um bom polimento com facilidade depois de um desgaste cuidadoso. Em muitos casos a 
superfície polida cobre-se, após dias ou semanas, com um filme preto amarronzado que lembra mofo, assim 
como ocorre com fraturas recentes em amostras macro. Durante o polimento o pano de polimento cobre-se 
de pó verde. 
 
Nic. // : cor de reflexão cinza-branco, pode apresentar um tom esverdeado, sem nenhuma característica 
muito conspícua. Lembra bastante a esfalerita. Refletividade de 21.91%. Não apresenta pleocroísmo nem 
birreflectância. 
Nic. + : isótropa, completamente escura. Com alguma atenção, com imersão em óleo, podem ser 
observadas reflexões internas em verde profundo. Se oxidada, reflexões internas em marrom. 
 Forma dos grãos: geralmente a alabandita apresenta grãos grosseiros, anédricos. Em crostas os 
grãos são euédricos, posteriormente recobertos por outros minerais. Os grãos são pouco dentados. 
 Clivagem só é visível em seções polidas de baixa qualidade. 
 Maclas lamelares finas, muito semelhantes àquelas da esfalerita, são frequentemente visíveis já 
devido ao relevo gerado pelo polimento. 
 Zonação ocorre em alguns casos, quando grãos pequenos ostentam inclusões idiomórficas de 
pirrotita, dispostas paralelamente a (111). Grãos maiores apresentam estas inclusões (geradas por 
desmistura) em uma zona marginal. Após ataque químico geralmente se constata zonação. 
 Inclusões muito pequenas (“poeira”) de calcopirita e pirita podem ocorrer. 
 9 
 Substituições são comuns, porque a alalbandita é atacada tanto por soluções descendentes como 
por soluções ascendentes. Nas fraturas e clivagens penetram com frequencia pirita e marcassita, podendo 
substituir porções apreciáveis da alabandita. Pirolusita pode se formar, raramente, nas fraturas. 
 
Confusões possíveis: muito semelhante à esfalerita, que possui refletividade menor e reflexões internas 
de cores diferentes. Alguns outros minérios semelhantes são anisótropos e muito mais duros. As reflexões 
internas em verde profundo são muito diagnósticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Altaita - PbTe 
Macroscopia: 
 A altaita é um mineral (sulfeto) relativamente raro do Grupo do Galena que constitui um minério de 
menor importância de chumbo e telúrio. Associa-se a ouro nativo, prata nativa e minerais de ouro e prata 
em veios hidrotermais. Ocorre com antimônio nativo, telúrio, telúrioantimônio, galena, pirita, hessita, 
nagyágita, tetraedrita, sylvanita, petzita, calaverita, arsenopirita, esfalerita, calcopirita, jamesonita, 
boulangerita, bournonita, aguilarita, pirrotita, siderita, cerussita, calcedônia e quartzo. 
 A altaita é muito similar à galena, inclusive com a clivagem cúbica perfeita. Sua determinação em 
seções polidas exige experiência e métodos auxiliares. Diagnósticas são a clivagem e o alto poder de 
reflexão. Devido à sua raridade, não possui importância econômica. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Cúbico holoédrico Branco do estanho a 
branco amarelado. 
Embaça para amarelo 
do bronze e azul. 
Normalmente maciça ou 
granular, raramente 
cubos ou octaedros de 
até 1 cm. 
Cúbica perfeita 
{100} Tenacidade 
Séctil 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
não Subconchoidal 3 8,2 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Preto Metálico intenso Opaco não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não não 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 A altaita adquire bom polimento com facilidade. A baixa dureza da altaita faz com que seja difícil 
evitar grande quantidade de sulcos de polimento nas seções polidas, especialmente na presença de 
minerais mais duros, como quartzo na ganga. 
 
Nic. // : cor de reflexão branca a cinza claro com um tom verde. É mais clara e mais branca que a galena; 
na comparação direta a galena aparenta ser rosa-marrom. Refletividade de 66,83%. Não apresenta 
pleocroísmo nem birreflectância. 
Nic. + : É isótropa, eventuais efeitos de anisotropia devem-se a problemas no polimento. Não possui 
reflexões internas. 
 
 Forma dos grãos: os grãos normalmente são muito pequenos e anédricos, formando agregados. 
 Clivagem paralela a (100) frequentemente está muito nítida, semelhante àquela da galena. 
 Mirmequitos de altaita em outros sulfetos como krennerita e aguilarita podem ocorrer. 
 Intercrescimentos orientados de altaíta com galena ocorrem, o que pode ser constatado pela 
continuidade da clivagem dos grãos de galena para dentro dos grãos de altaita. Cristais de mistura não 
ocorrem. 
 Alteração para um material opaco, marrom-amarelado, fortemente anisótropo pode ocorrer. A 
alteração se processa ao longo dos planos de clivagem para dentro do mineral e, em seu interior, progride 
de forma orientada. 
 
 
 11 
Alunita – KAl3(SO4)2(OH)6 
Macroscopia: 
 Inicialmente denominada de aluminilita por J.C. Delamétherie em 1797, a alunita recebeu esse 
nome de François Beudant em 1824. Outro nome usado é “alumstone”. “Calafatita” é a alunita de uma 
ocorrência em Benahadux (Almeria, Espanha). A alunita é minerada como fonte de alúmen (KAl(SO4)2-
12H2O), às vezes é usada como minério de Al (36,92% Al2O3) e K (11,37% K2O) e como matéria prima para 
fertilizantes potássicos. A alunita é um tradicional e importante minério em certas regiões, pois ocorrências 
de alunita são muito comuns; alguns depósitos são enormes. O jazimento mais famoso é nas montanhas de 
Tolfa (14 km NE de Civitavecchia, Lazio, Itália), onde foi reconhecida no Século XV nas minas de Allumiere. 
 A alunita se forma pela ação de soluções contendo ácidos sulfúricos sobre rochas ricas em 
feldspatos potássicos, um processo denominado de “alunitização”. Os ácidos sulfúricos, às vezes gerados 
pela oxidação e lixiviação de sulfetos como pirita, acompanham soluções hidrotermais geralmente ricas em 
certos metais. A alunita ocorre em veios e como massas de substituição em traquitos, riolitos e outras 
rochas vulcânicas aluminosas e ricas em potássio, nestes casos sendo um mineral formador de rocha. Às 
vezes, pequenos cristais muito brilhantes são encontrados soltos em cavidades (vesículas) de riolitos 
alterados. Associa-se a caulinita, halloysita, diásporo, pirita, gipso e quartzo. 
 As temperaturas de formação da alunita variam de 15 a 400ºC e a cristalização de alunita 
geralmente é acompanhada por caulinização e silicificação. Alunita também pode ser encontrada próxima a 
fumarolas vulcânicas e associada a depósitos epitermais de quartzo-alunita-ouro. As massas brancas e 
finamente granulares de alunita são extremamente semelhantes a calcários, dolomita, anidrita e magnesita. 
As massas de alunita mais compactas encontradas na Hungria são tão duras que foram usadas como 
pedras de moinho. 
 Cristais de alunita são, morfologicamente falando, romboedros, mas apresentam ângulos de 90º 50´ 
e se assemelham muito a cubos (são pseudocúbicos). Na realidade são uma combinação de duas 
pirâmides trigonais. Podem ser encontradas nas paredes de fissuras de rochas com alunita. A alunita forma 
uma série com a natroalunita (de sódio) e é um análogode jarosita, onde o alumínio é substituído pelo ferro. 
 Alunita tem sido usada para datações geocronológicas pelo método K-Ar de processos intempéricos 
em depósitos de minérios e em relação à sua deposição em cavernas. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Trigonal. Amarela, vermelha a 
marrom avermelhada. 
Incolor quando pura, 
pode ser branca ou em 
tons pálidos de cinza. 
.Fibrosa a colunar, 
porcelanácea, 
geralmente granular a 
maciça densa. 
Cristais até 1 cm. 
{0001} perfeita 
Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
não Conchoidal. 3,5 - 4 2,6 – 2,9 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco Vítreo, algo perláceo em 
{0001} em cristais, 
terrosa se maciça. 
Transparente a 
translúcida. 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não não 
Fortemente piroelétrica. Insolúvel em água, mas solúvel em ácido sulfúrico (H2SO4). 
 12 
Microscopia de Luz Refletida: sem informações 
 
Critérios para reconhecimento: 
 A alunita pode ser distinguida de calcários e dolomitos pelo fato de não apresentar efervescência 
com ácido clorídrico diluído, nem mesmo se pulverizada e a quente. 
 
Microscopia de Luz Transmitida: 
Nic. // : relevo moderado. 
Nic. + : birrefringência máxima de 0,020. 
Luz Convergente: U(+) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
Âmbar 
 Âmbar é resina vegetal fóssil amorfa de baixa densidade, usada desde o Neolítico como gema e 
ainda hoje alcançando preços altíssimos. A cor varia desde amarelo muito claro até cor de mel e preto. 
Existe um âmbar da República Dominicana que é azul. Pode conter animais inclusos, tais como insetos de 
todos os tipos, sapos e lagartixas, além de penas de aves e pelos de mamíferos. Além disso, uma infinidade 
de restos vegetais, portanto o interesse paleontológico é muito grande. Âmbar normalmente forma massas 
arredondadas. A maior massa de âmbar encontrada tinha um comprimento de 3,5 m, uma largura de 1,5 m 
de vários decímetros de altura, na mina de linhito de Merit Pila, Sarawak, Malásia (veja imagem abaixo). A 
classificação dos tipos de âmbar é muito complexa, com 5 classes definidas pela sua composição química. 
 Há uma série de imitações de âmbar no mercado, como plásticos, vidros coloridos e resinas de 
árvores atuais. Âmbar verdadeiro flutua em água salgada, queima e possui inclusões. 
 O âmbar que ocorre associado a camadas de carvão chama-se resinita. O âmbar que ocorre nos 
carvões da Nova Zelândia é chamado de ambrita. 
 Há um enorme volume de informações disponíveis a respeito de âmbar, na gemologia, nos usos, 
nos poderes medicinais que lhe são atribuídos, quando às maneiras de mineração (na realidade coleta, 
garimpagem), etc. Uma história longa e curiosa é aquela do “Amber Room”, uma sala revestida com âmbar 
esculpido que desapareceu no final da Segunda Guerra Mundial (veja imagem abaixo). 
 Portanto, âmbar é um minério de altíssimo interesse e alto valor que pode constituir uma jazida de 
enorme interesse econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Ambligonita – (Li,Na)AlPO4(F,OH) 
Macroscopia: 
 A ambligonita, um minério de Li, é um mineral relativamente comum que ocorre em pegmatitos ricos 
em Li e PO4. É facilmente confundida com outros minerais, apesar de sua densidade algo superior. Se o 
observador não prestar atenção nas clivagens, pode confundir até com quartzo, além de vários outros 
minerais de cores brancas a claras, sem características proeminentes, como albita e outros feldspatos, 
espodumênio e berilo. Associa-se a espodumênio, apatita, lepidolita, turmalina e outros minerais de Li. 
 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Triclínico Branco ou creme, 
incolor, amarelo-pálido, 
verde, azul, bege, 
marrom, cinza ou rosa. 
Normalmente maciço, 
também colunar ou 
prismático. 
[100] perfeita 
 [110] boa 
[011] distinta 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Maclas polissintéticas 
comuns. 
Irregular a 
subconchoidal 
5,5 - 6 2,98 – 3,11 
 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco Vítreo a perláceo Transparente não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não Muito fracamente verde 
sob ondas UV longas. 
não não 
Apresenta fosforescência azul clara sob ondas UV curtas e longas. 
 
Microscopia de Luz Refletida e de Luz Transmitida: sem informações. 
 
Comentários finais: 
 A ambligonita é indistinguível da Montebrasita, o membro com mais OH que F. Um teste importante 
para o reconhecimento da ambligonita é sua fusibilidade. Na Escala de von Kobell, a fusibilidade da 
ambligonita é 2. Isso significa que o mineral funde sob uma vela comum, formando uma pérola branca 
opaca. Este teste a diferencia do quartzo e dos feldspatos. 
 Além de ser possível confundir ambligonita e montebrasita com vários outros minerais maciços, 
incolores a leitosos, os dois minerais em amostra de mão podem ser confundidos, pelo menos 
teoricamente, com rochas maciças e brancas como mármores, calcários, carbonatitos e anortositos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
Anatásio – TiO2 
Macroscopia: 
 Anatásio é o mais raro dos 3 polimorfos de TiO2 (anatásio, rutilo e brookita). Ocorre como cristais 
isolados pequenos e bem desenvolvidos que podem ser bipiramidais alongadas ou então tabulares (veja 
imagens abaixo). Estes pequenos cristais normalmente são confundidos com esfalerita ou rutilo. Muito 
frequentemente anatásio ocorre como massas criptocristalinas a colomorfas quando substitui ilmenita, como 
um dos componentes do leucoxênio (associação submicroscópica de anatásio com rutilo e outros). Pode 
formar cristais euédricos em areias pesadas que contem ilmenita. Também pode substituir perovskita. 
Ocorre em gangas de mineralizações do tipo Alpino, como produto de alteração de minerais de Ti (ilmenita) 
e como grãos detritais. Associa-se a hematita, ilmenita, magnetita, perovskita, pirocloro e rutilo. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Tetragonal Incolor, preto, marrom 
avermelhado, marrom-
amarelado, azul escuro 
e cinza. 
Cristais (bi)piramidais ou 
tabulares, também 
massas criptocristalinas. 
[001] e [011] perfeitas 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Raras segundo {112} Subconchoidal 5,5 - 6 3,79 – 3,97 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
branco, fracamente 
amarelo. 
Adamantino, metálico, 
especular. 
Transparente a quase 
opaco. 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não não 
Microscopia de Luz Refletida: 
Nic. // : apresenta baixa refletividade (~20%), cor de reflexão cinza azulada, pleocroísmo muito fraco, muitas 
vezes é criptocristalino e também coloforme, substituindo perovskita ou ilmenita. 
 
Nic. + : anisotropia mascarada pelas generalizadas reflexões internas brancas, azuladas, amarelo-leitosas e 
marrons, raramente azuladas. 
 
Critérios para reconhecimento: dureza alta, polimento difícil, refletividade pouco menor do que a do rutilo, 
sem maclas, texturas coloformes de substituição, reflexões internas amarelo-leitosas. 
 
Confusões possíveis: o anatásio é bem mais escuro que o rutilo, não tem pleocroísmo de reflexão e a cor 
é diferente. Apresenta grande semelhança com a esfalerita e confusões são inevitáveis, principalmente em 
seções de bom polimento (sem relevo) e em amostras de concentrados de areias pesadas. Diagnósticas 
são as reflexões internas incolores ou azuis, bem como a inexistenteassociação com sulfetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
Anglesita – PbSO4 
Macroscopia: 
 A anglesita se forma na zona de oxidação de minérios sulfetados de chumbo, normalmente a partir 
da galena (PbS). Pode ser reconhecida pela alta densidade, pelo elevado índice de refração devido ao 
chumbo (“brilha mais”) e pelo teste de fusão, porque sua fusibilidade é de apenas 1,5 na Escala de von 
Kobell, o que faz ela crepitar na chama da vela. É um mineral de chumbo mais raro e apenas é minerado 
quando forma massas grandes. Pode conter prata e cobre. Normalmente ocorre como cristais subédricos a 
anédricos em matriz. Macroscopicamente seu brilho adamantino é muito característico. 
 A cerussita, muito semelhante, não possui pleocroísmo e efervesce em ácido clorídrico, a anglesita 
não. Phosgenita - (PbCl)2CO3 - é muito difícil de distinguir da anglesita, mas a phosgenita é rara, forma 
cristais diferentes (tetragonais), é séctil e flexível, enquanto a anglesita é quebradiça. Piromorfita não possui 
reflexões internas coloridas. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Ortorrômbico 
holoédrico 
 
Incolor ou branco, 
normalmente com fracas 
tonalidades em cinza ou 
laranja ou amarelo ou 
verde ou azul, mais 
raramente em violeta. 
Cristais tabulares ou 
prismáticos (quase 200 
formas combinadas), 
agregados fibrosos, 
nodulares, estalagtíticos, 
granulares. 
 {001} boa 
{210} distinta 
{010} em traços 
Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
não Irregular a conchoidal 2,5 - 3 6,37 – 6,39 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Incolor Adamantino a vítreo, 
fosca quando maciça ou 
terrosa 
Transparente a 
translúcida a opaco 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não sim, veja abaixo. não não 
Às vezes em amarelo ou laranja sob ondas UV longas ou curtas 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
Nic. // : cor de reflexão cinza escura, refletividade (12 – 16%) pouco acima dos minerais da ganga. Não 
apresenta pleocroísmo nem birreflectância. Clivagem é muito pouco visível. 
Nic. + : reflexões internas brancas, leitosas, multicoloridas a amarronzadas. Baixa dupla refração, o que faz 
com que as reflexões internas praticamente não podem ser vistas em pares. Não possui anisotropia. 
Critérios para reconhecimento: associação com galena, baixa refletividade, ausência de pleocroísmo, 
birreflectância e anisotropia. 
Confusões possíveis: Piromorfita é mais reflexiva. Cerussita é muito semelhante, mas possui forte 
pleocroísmo de reflexão e forte anisotropia. Anglesita possui as mesmas estruturas e texturas que a 
cerussita; muito freqüentes são crostas rítmicas de granulação muito fina sobre galena, frequentemente 
com camadas intermediárias de galena secundária. 
Minerais associados: galena, cerussita, barita, limonita, smithsonita, hemimorfita (“calamina”), esfalerita, 
azurita, malaquita, enxofre nativo, piromorfita e linarita. Pode formar cristais pseudomórficos a partir da 
galena ou da anglesita ou conter restos de galena não-alterada em seu interior. 
 
 17 
Anidrita – CaSO4 
Macroscopia: 
 Mineral transparente de cores claras, pouco comum, que é ganga em veios hidrotermais de 
minérios. Também ocorre em ambientes sedimentares e pela desidratação do gipso (CaSO4.2H2O) no topo 
de domos de sal. A perda de água implica em redução de volume; a reação é reversível, criando cristais 
parcialmente de anidrita, parcialmente de gipso. Os cristais podem dissolver, deixando uma cavidade que 
pode depois ser preenchida por quartzo, ametista ou prehnita, criando pseudomorfos. Maclas (ver tabela) 
são freqüentes. 
 Quanto a variedades: “Chicken wire anhydrite” é formada por um mosaico de nódulos irregulares, 
formados em planícies de maré nas sabkhas do Golfo Pérsico; “tripe-stone” ou “bowlstone” são massas 
concrescionárias contorcidas assemelhadas a tripas; “angelita” é uma anidrita de cor azul celeste que é 
usada para a produção de peças ornamentais; “volpinita” é uma variedade granular escamosa que ocorre 
em Volpino, próximo a Bergamo, na Lombardia (Itália), usada para finalidades ornamentais. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Ortorrômbico Incolor, branco, 
cinzento-azulado, 
avermelhado, amarelo, 
azul, laranja, rosa, 
violeta. 
Cristais (prismáticos ou 
tabulares) são raros, 
normalmente forma 
massas compactas, 
granulares ou fibrosas 
 {010} e {100} perfeitas, 
{001} boa, originando 
fragmentos 
pseudocúbicos. 
Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Maclas simples ou 
polissintéticas {011} 
 3 - 3,5 2,9 – 3,0 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco a cinza claro Perláceo em {010} e 
vítreo em {001} e {100}. 
Transparente a 
translúcido 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não Ás vezes, após 
aquecimento. 
Solúvel em HCl não 
Fusibilidade 
2 (funde na vela) 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 
Nic. // : A refletividada é muito baixa (4-7%), a cor de reflexão é cinza escuro e há forte birreflectância. 
Fáceis de observar e muito característicos são os arranjos de cristais longos e finos, semiparalelos, 
frequentemente formando arranjos radiais. Devido à baixa dureza, apresenta muitos sulcos de polimento. 
Figuras de arranque triangulares são comuns em seções cujo polimento não é perfeito. Há muitas maclas 
polissintéticas e reflexões internas multicoloridas mesmo a Nicóis Paralelos. 
 
Nic. + : reflexões internas claras, multicoloridas a leitosas. Pode apresentar anisotropia em cores cinza 
amarronzadas 
 
Critérios para reconhecimento: muitos sulcos de polimento, maclas freqüentes, textura de grãos longos e 
finos. 
 18 
 
Confusões possíveis: quando em cristais pequenos, pode ser confundida com vários outros minerais 
transparentes de baixa refletividade. 
 
Minerais associados: gipso, halita, calcita, brucita e sulfetos como galena, calcopirita, molibdenita e pirita. 
 
 
Microscopia de Luz Transmitida 
ND Cor / pleocroísmo: incolor. Pode ser pleocróica: X = incolor a amarelo muito claro ou rosa; Y = 
violeta claro ou rosa; Z = violeta. 
Relevo: baixo 
Clivagem: {100} perfeita, {010} perfeita, {001} boa. 
Hábito: cristais granulares anédricos a subédricos, maciça, fibrosa (radial ou 
plumosa), encurvada, formas concrescionárias contorcidas. 
NC Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência alta, de 0,042 a 0,044, cores intensas, muito coloridas. 
Extinção: paralela às direções de clivagem 
Sinal de Elongação: SE(+) em {001} e SE(-) em {010} 
Maclas: maclas de contato, lamelas polissindéticas (por pressão). 
Zonação: sem informações 
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 36 – 45º 
Alteração: a gipso, por hidratação. 
Pode ser confundido com: gipso, mas a anidrita possui relevo maior e birrefringência alta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
Ankerita – Ca(Fe2+,Mg,Mn2+,)(CO3)2 
Macroscopia: 
 A ankerita é um carbonato com uma composição muito próxima à dolomita, mas com substituição 
de magnésio por quantidades variáveis de ferro e manganês. Forma uma série com a dolomita e com a 
kutnohorita; possui características cristalográficas e físicas semelhantes à dolomita e à siderita. A 
complexidade da estrutura faz com que a simetria, que deveria ser equivalente àquela da calcita, seja 
apenas (-3). 
 Ankerita ocorre com siderita em formações ferríferas (“ironstones”) de baixo grau de metamorfismo 
e em formações ferríferas bandadas (BIFs). Também ocorre em carbonatitos e como produto de alteração 
hidrotermal de sedimentos carbonáticos.Em sedimentos ocorre como mineral autigênico, diagenético. Pode 
ocorrer em veios hidrotermais de sulfetos. 
 Os cristais da ankerita tipicamente possuem faces curvas, lembrando o formato de sela. Também 
podem ser prismáticos a tabulares {11-20} com {0001}, ou pseudo-octaédricos com um desenvolvimento 
igual de {10-11} e {0001}, também colunar, estalagtítico, granular ou maciça. 
 Associa-se a sulfetos como pirrotita, esfalerita e galena; a carbonatos como calcita, dolomita, 
rhodocrosita e siderita; a quartzo, albita e clorita. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Trigonal romboédrico. Marrom, amarela, 
amarela-marrom, 
bronze, branca a cinza. 
.Cristais romboédricos 
com faces curvas, até 5 
cm (veja acima). 
Perfeita em {10-11} 
Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Simples em {0001}, 
{10-10} e {11-20} 
Subconchoidal. 3,5 - 4 2.93 a 3.10 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco. Vítreo a perláceo. Translúcido a 
transparente. 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não efervescência dscreta a 
frio, forte a quente. 
não 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 O comportamento da ankerita ao Microscópio de Luz Refletida é similar àquele da dolomita, 
conforme reproduzido abaixo: 
 A dureza ao polimento da dolomita é média, maior que a da calcita e da calcopirita. 
Nic. // : cor de reflexão cinza escuro. Refletividade baixa, um pouco maior que a da calcita. As refletividades 
de smithsonita, rhodocrosita e siderita são maiores. Pleocroísmo de reflexão muito forte, como na calcita. 
Muito semelhante à calcita, mas tem lamelas de macla de pressão mais raramente. 
 
Nic. +: anisotropia forte como na calcita, mas praticamente não observável devido às fortes e abundantes 
reflexões internas leitosas e incolores que apresenta. 
 
 Clivagem não se observa em seções polidas. 
 Lamelas de macla de pressão paralelas a {02-21} ocorrem raramente, muito menos que na calcita. 
 20 
 Texturas variam muito. Há uma tendência muito maior ao desenvolvimento de formas euédricas que 
na calcita. 
 
Confusões possíveis: é relativamente fácil confundir a ankerita com dolomita e siderita. Muitas peças 
catalogadas como “ankerita” são na realidade dolomitas com alto teor em ferro. 
 
Microscopia de Luz Transmitida: 
Nic. // : incolor, relevo médio. 
Nic. +: birrefringência de 0.180 a 0.202. 
Luz Convergente: U(-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
Antlerita – Cu3(SO4)(OH)4 
Macroscopia: 
 A antlerita era considerada um mineral raro, até que se descobriu que é o minério primário das 
zonas oxidadas de várias minas enormes de cobre, como Chuquicamata, no Chile, onde preenche veios 
que transectam o granodiorito alterado em todas as direções. Mas ocorre apenas em minas de cobre de 
condições muito ácidas (pobres em carbonatos), especialmente se localizadas em regiões áridas. Nestas 
minas, ocorre em profundidade o minério primário sulfetado, acima dele uma zona de minerais oxidados 
(onde ocorre a antlerita) e acima da zona oxidada, em superfície, o “chapéu de ferro” (gossan), que é a 
zona lixiviada. A antlerita é, portanto, um importante minério de cobre com 67,27% de CuO. Seu modo típico 
de ocorrência é preenchendo veios em cristais fibrosos orientados perpendicularmente à direção do veio. A 
espessura dos veios varia de menos de um milímetro até 2,5 cm. Associa-se a limonita, brochantita, cuprita, 
malaquita, gipso, calcantita, atacamita, kröhnkita, linarita, natrocalcita e azurita. 
 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Ortorrômbico 
holoédrico 
Verde claro intenso 
(verde-esmeralda), 
verdes em tons escuros 
a preto. 
Tabular, acicular e 
fibroso, como tapetes. 
Reniforme, maciço ou 
granular em veios. 
Perfeita em {010}, 
pobre em {100} 
Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Não Irregular 3,5 3,93 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Verde pálido Vítreo Translúcido, também 
transparente. 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não não 
Microscopia de Luz Refletida: 
Nic. // : apresenta cor de reflexão cinza clara e refletividade baixa (< 10%). Mesmo a Nic. // é possível 
observar algumas reflexões internas verdes. 
Nic. + : possui anisotropia distinta, difícil de visualizar em função das suaves e generalizadas reflexões 
internas verdes. 
 
Confusões possíveis: É semelhante à malaquita (mas a malaquita efervesce em HCl quente e a antlerita 
não), à atacamita (menos dura e menos transparente) e à brochantita (que apresenta cristais com 
terminações mais arredondadas que aqueles da antlerita). Especialmente a brochantita é quase 
indistinguível da antlerita. A paragênese auxilia no reconhecimento da antlerita. 
 
Microscopia de Luz Transmitida: possui relevo alto, é pleocróico (verde amarelado – verde azulado – 
verde) com birrefringência máxima de 0,063 e biaxial positivo com 2V de 53º. 
 
 
 
 
 
 
 22 
Apatitas – Ca10(PO4)6(OH,F,Cl)2 
Macroscopia: 
 Apatita não é um mineral, mas um grupo de minerais isomórficos formado pela apatita-(CaOH), 
apatita-(CaF) e apatita-(CaCl). Em amostra de mão são praticamente indistinguíveis e podem se substituir 
parcialmente. Estas dificuldades de classificação originaram mais de 60 nomes atualmente desacreditados. 
 O membro mais comum do grupo é a Apatita-(CaF). Ocorrem em rochas ígneas (sienitos, rochas 
alcalinas, carbonatitos, pegmatitos graníticos), sedimentares (fosforitas, lateritas) e metamórficas 
(escarnitos, mármores, hornfels (cornubianito)), normalmente como grãos muito pequenos disseminados. A 
variedade criptocristalina botrioidal chamada de colofano forma as fosforitas que contém 18–40% de PO4 e 
que são um importante minério da indústria de fertilizantes. Apatitas verdes e azuis são usadas na 
confecção de peças gemológicas. Apatitas com Elementos de Terras Raras (ETRs) são mineradas para a 
obtenção destes elementos. É o fosfato formador de rocha mais comum. Forma ganga em veios 
hidrotermais de minerais com metais. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Hexagonal Incolor, branco, amarelo, 
marrom, cinza, rosa, 
violeta, azul, verde, 
multicolorido. Verde-
mar, verde-azulado 
Maciço, granular, 
acicular, estalagtítico, 
terroso, botrioidal, 
cristais hexagonais 
tabulares ou prismáticos. 
Pobre em {0001} e 
{10-10)}, normalmente 
não reconhecíveis. Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Raras, de contato 
{11-21} e {10-13} 
Conchoidal a irregular 5 3,2 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco Vítreo a subresinoso Transparente a 
translúcido 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não Veja abaixo Solúvel em HCl não 
Às vezes possui fluorescência em laranja-amarelo sob ondas UV curtas, mais forte em ondas UV longas. 
Quando aquecido, possui fluorescência em laranja-amarelo em ondas UV longas. Algumas variedades 
são fosforescentes quando aquecidas. A apatita apresenta termoluminescência em branco-azulado. 
Microscopia de Luz Refletida: 
 A literatura não informa nada sobre seu comportamento a Luz Refletida. Os dados abaixo foram 
obtidos em blocos polidos próprios. 
 
Nic. // : possui cor de reflexão cinza escura e refletividade baixa (< 10%). 
 
Nic. + : possui anisotropia, mascarada pelas intensas reflexões internas brancas e multicoloridas. 
 
Critérios para reconhecimento: forma, dureza, cor e paragênese, com teste em HCl.Confusões possíveis: macroscopicamente e com pouca prática, cristais prismáticos bem desenvolvidos 
podem ser confundidos com turmalina, olivina, berilo (esmeralda) e diopsídio. Na Microscopia de Luz 
Transmitida, é possível confundir com zircão, zoisita e nefelina. 
 23 
 
Minerais associados: diopsídio, forsterita, escapolita, flogopita, condrodita, calcita, magnetita, nefelina, e 
hornblenda. 
 
 
Microscopia de Luz Transmitida: 
 
Nic. // : forma bastões curtos de pontas arredondadas ou seções hexagonais. É incolor e pode ser 
confundida com nefelina e com zircão. Quando azul, apresenta pleocroísmo de fraco a forte em cores azuis, 
amarelas a incolor. Relevo moderadamente positivo, clivagem basal {0001} imperfeita, extinção paralela. 
 
Nic. + : Birrefringência baixa (0,003-0,004), cor de interferência cinza; extinção paralela, sinal de elongação 
negativo nos cristais prismáticos, é uniaxial negativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
Aragonita – CaCO3 
Macroscopia: 
 A aragonita é o polimorfo ortorrômbica da calcita (CaCO3), que é trigonal. O terceiro polimorfo, muito 
raro, é a vaterita (CaCO3), que é hexagonal. A aragonita não é um mineral de minério, pois ela recristaliza 
para calcita em uma escala de tempo de até 100 milhões de anos e, portanto, não existe aragonita mais 
antiga que o Carbonífero. Entretanto, existe uma mineração de aragonita oolítica nas Bahamas, chamada 
de Ocean Cay. Aragonita é formada quase sempre a baixas temperaturas. É um produto comum de 
processos biológicos: conchas, corais e pérolas são de aragonita. Também se forma por precipitação em 
ambientes de água salgada (oólitos, lama carbonática) e em ambientes de água doce (cavernas (“flos ferri”) 
e cavidades de rochas vulcânicas como basaltos e andesitos). Também ocorre no metamorfismo da fácies 
xistos azuis (alta pressão, baixa temperatura), e como um componente secundário em rochas ultramáficas 
alteradas. Freqüentes são pseudomorfos de calcita sobre aragonita. Pode conter estrôncio, chumbo e zinco. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Ortorrômbico 
holoédrico 
Incolor, branco-cinzento, 
amarelado, azulado, 
vermelho, marrom e 
outros. 
Pseudohexagonal, 
prismático, acicular, 
globular, reniforme, 
pisolítico, bandado, etc. 
{010} distinta, 
{110} e {011} imperfeitas 
Tenacidade 
Quebradiço 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Polissintéticas 
paralelas a {001}, 
cíclicas em {110} 
Subconchoidal 3,5 - 4 2,95 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Branco Vítreo, resinoso em 
superfícies de fratura, 
fosco. 
Translúcido a 
transparente. 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não em rosa, branco, 
amarelo, ou azulado sob 
ondas UV curtas e 
longas. 
Forte efervescência com 
HCl dil. a frio. 
não 
Fosforescência em esverdeado ou branco (UV onda longa), amarelado (UV onda curta). 
Catodoluminescente. Cristais transparentes exibem uma forte Dupla Refração. 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 Sem informações. 
 
Critérios para reconhecimento: clivagem mal desenvolvida, hábitos de macla, efervescência em HCl 
diluído a frio, baixa dureza. 
 
Confusões possíveis: hemimorfita é mais densa e dura, cerussita, witherita e strontianita possuem 
densidade mais elevada, calcita possui clivagem romboédrica perfeita, não apresenta muitos dos hábitos da 
aragonita e é um pouco menos dura. 
 
 25 
Minerais associados: gipso, enxofre, celestita, calcita, dolomita, albita, azurita, calcopirita, bornita, barita, 
smithsonita, malaquita, sepentina, zeolitas, argilominerais, limonita, wulfenita e outros. 
 em xistos azuis: pumpellyita + lawsonita + glaucofano + quartzo; 
 em rochas ultramáficas alteradas: hidromagnesita + brucita + magnesita; 
 
Variedades: alabastro, flos ferri, mossottita, nicholsonita, “onyx marble”, satin spar, tarnowitzita, travertino, 
tufa. 
 
 
Microscopia de Luz Transmitida 
ND Cor / pleocroísmo: incolor, não apresenta pleocroísmo. 
Relevo: Varia com a direção, desde baixo negativo até alto e muito alto. 
Clivagem: {010} distinta, {110} má e {011} má. Normalmente uma clivagem é visível em 
lâmina delgada. 
Hábito: prismas curtos ou longos, acicular, tabular, estalagtítico, colunar, agregados 
radiados, crostas fibrosas de cristais aciculares finos, coralóide, reniforme, 
pisolítico, globular. Maclas comuns (veja abaixo). 
NC Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência extrema de 0,156, resultando em cores fortes e coloridas 
de 3ª e 4ª ordem, difíceis de determinar. São cores em tons cremes. 
Extinção: paralela 
Sinal de Elongação: de difícil determinação devido à birrefringência extrema. 
Maclas: Maclas cíclicas em {110}, resultando nos típicos agregados pseudo-
hexagonais. Maclas polissintéticas geram lamelas ou estrias finas 
paralelamente a {100}. 
Zonação: sem informações 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 18 – 19º 
Alteração: transforma-se em calcita, pseudomorfos são possíveis. 
Pode ser confundido com: calcita possui duas clivagens e é U(-). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
Arrojaditas – KNa4CaMn
++4Fe++10Al(PO4)12(OH,F)2 
Macroscopia: 
 As arrojaditas são relativamente raras e na Classificação Dana formam um grupo, subdividido em 4 
subgrupos, contendo um total de 17 espécies minerais. O grupo forma uma série com a Dickinsonita. São 
minerais primários de altas (~800ºC) temperaturas, ocorrendo apenas em pegmatitos graníticos, onde 
formam cristais de até 15 cm de comprimento. Suas estruturas cristalinas são “infernalmente complexas” 
(Huminicki & Hawthorne, 2002, p. 186), formam um “enigma” (Chopin et al., 2006, Am. Min. 91:1260-1270) e 
passaram por uma “história investigativa tumultuada” (Moore et al. 1981. Am. Min. 66:1034-1049). Devido à 
sua raridade, as arrojaditas não são um mineral de minério (apesar de conter 40% de P2O5). Ocorrem em 
pegmatitos contendo minerais de minério importantes, como cassiterita, espodumênio, berilo, muscovita e 
graftonita. As arrojaditas frequentemente são confundidas, devido às suas cores verde-oliva a verde-grama, 
com trifilita-litiofilita, que são bem mais comuns. 
 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Monoclínico 
domático 
Verde-oliva, verde-
garrafa, amarelo-
esverdeado, marrom, 
amarelo. 
Sem informação {100} boa 
{102} má 
(informações 
conflitantes) 
Tenacidade 
Sem informação. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Sem informação Irregular a conchoidal 5 3,56 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Cinza-esverdeado Vítreo a gorduroso Translúcido Sem informação, 
provavelmente não. 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
Muito fraca, apenas 
detectável. 
Sem informação, 
provavelmente não. 
Sem informação, 
provavelmente não. 
Sem informação, 
provavelmente não. 
 
Microscopia de Luz Refletida: não há informações disponíveis. 
 
Microscopia de Luz Transmitida: 
Nic. // : relevo alto, pleocróico entre incolor, incolor a verde pálido, verde-amarelado pálido. 
Nic. + : birrefringência de 0,011 . 
Luz Convergente: biaxial negativo com 2V de 80-86º. Informações conflitantes: B(+)? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
Arsênio Nativo – As 
Macroscopia: 
 Arsênio nativo não é um mineral comum nem um mineral de minério para arsênio, visto que arsênio 
é recuperado de arsenopirita acidentalmente presente em minérios de outros elementos metálicos, incluindo 
prata nativa. Macroscopicamente é indistinguível de antimônio nativoe stibarsênio (SbAs). O arsênio nativo 
é muito semelhante a vários outros minerais. Pode conter antimônio. Ocorre em veios mesotermais e 
epitermais de Co-Ni-Ag-U e em depósitos com outros minerais de As. Também em meta-dolomitos. 
Associa-se a estibnita, esfalerita, realgar, pirita, galena, cinábrio, barita, arsenolita, ouropigmento. 
 Um hábito típico do arsênio nativo são crostas de estrutura rítmica (com teores variáveis de Sb) 
formando superfícies mamelonadas a botrioidais, chamadas de “Scherbenkobalt” (= cobalto em pedaços), 
que são muito diagnósticas. Nestas crostas, os cristais formam tufos orientados perpendicularmente à base. 
Em massas compactas é finamente granular. Cristais isolados (romboédricos, pseudocúbicos) bem 
formados são muito raros e alcançam tamanhos de 1 mm. Sempre contém um pouco de Sb; pode conter Bi, 
Fe, Ni, Ag, S e Se. Forma uma série com antimônio nativo e é dimorfo com arsenolamprita (arsênio nativo 
ortorrômbico). 
 Em certas ocorrências, arsênio nativo está presente como inclusões em grãos finíssimos em muitos 
outros minerais de minério. Pode ocorrer intercrescido de várias formas (veios finos, gotas, etc.) com 
stibarsênio (SbAs; nome antigo do stibarsênio: allemontita). Por sua vez, o arsênio nativo pode conter grãos 
de dyscrasita (Ag3Sb), ao redor dos quais se depositam as crostas de “Scherbenkobalt”. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Trigonal Branco do estanho em 
fratura fresca, embaça 
para cinza escuro do 
chumbo a preto. 
Granular, maciço, 
reticular, ripiforme, 
estalagtítico, crostas de 
camadas concêntricas. 
{0001} perfeita 
{01-14} imperfeita Tenacidade 
Quebradiço 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
{01-14} raras; 
frequentes lamelas de 
pressão em {01-12} 
Desigual a granular 3,5 5,63 – 5,78 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Cinza a preto Quase metálico a fosco. Opaco não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não Sim 
ATENÇÃO: contém As, que é tóxico. Sempre lave as mãos após manusear. Evite inalar poeira durante o 
manuseio ou quebra. Nunca lambe ou engula. Cheira a alho se batido ou aquecido: gases tóxicos de As! 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 Possui baixa dureza de polimento, algo maior que bismuto nativo e antimônio nativo. 
 
Nic. // : cor de reflexão branca a cinza, levemente amarronzada; refletividade de 46,95 - 52,76%. Não 
possui birreflectância e seu pleocroísmo é débil, nitidamente mais forte em contatos intergranulares. 
 
Nic. + : possui anisotropia bem distinta, de amarelo-marrom e cinza claro a cinza amarelado. Não possui 
reflexões internas. 
 28 
 Embaçamento das superfícies polidas ocorre em dois a três dias para cores cinza-marrons, foscas. 
Este filme de embaçamento não pode ser retirado por fricção, apenas por repolimento com água. Este 
embaçamento, tratado na literatura como corrosão ao ar, é bastante diagnóstico. 
 Clivagem {0001} frequentemente é bem visível. 
 Maclas muito frequentemente são visíveis em grande quantidade, formando finas lamelas paralelas 
a (01-12). 
 Zonação pode ocorrer muito bem desenvolvida, mas é rara. 
 Estruturas rítmicas são freqüentes, parcialmente em camadas alternadas com minerais com As. 
 Deformações ocorrem, mostrando amarrotamentos, torções e o desenvolvimento de maclas 
lamelares de pressão. 
 
Confusões possíveis: antimônio nativo é mais claro e menos anisótropo, não embaça; bismuto nativo é 
muito mais claro e mais macio. A atacabilidade do arsênio nativo com água oxigenada é muito típica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
Arsenopirita – FeAsS 
Macroscopia: 
 A arsenopirita, muito comum e com um alto (46%) teor em arsênio, possui uma longa e turbulenta 
história de exploração, com mais de 40 nomes desacreditados atualmente. É um minério de arsênio (mas 
As é recuperado como “by-product” no processamento dos minérios para obter outros elementos) e pode 
conter teores elevados de ouro. Também pode conter Ag, Co, Sn, Ni, Sb, Bi, Cu, Pb. Quando presente em 
minérios de ouro, dificulta a recuperação do ouro e libera vapores tóxicos durante o processo. Minas com 
arsenopirita geram efluentes de mina ácidos e tóxicos. Arsenopirita ocorre em veios hidrotermais de alta 
temperatura (como um dos primeiros minerais a se formar) com ouro e estanho, em pegmatitos, em rochas 
de metamorfismo de contato e em rochas metassomáticas. Mais raramente em folhelhos bituminosos ou em 
aluviões. É monoclínica, mas maclas podem lhe conferir aparência pseudo-ortorrõmbica. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Monoclínico prismático 
 
cinza do aço a branco 
da prata (pode ter cores 
cinza escuras ou 
películas iridescentes 
por embaçamento). 
Acicular, prismático, 
distorcido, estriado, 
compacto, granular, 
colunar, etc. Cristais de 
até 20 cm. 
{110} distinta 
Tenacidade Estrias 
Quebradiço // a [001] 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Freqüentes em {100} e 
{001}, de contato em 
(101) e (012), formando 
cruzes ou “trillings” 
Subconchoidal a 
irregular 
5,5 – 6 5,9 – 6,2 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Cinza-preto a preto Metálico intenso Opaco Se aquecido, liberando 
vapores tóxicos 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não ataca a superfície polida 
Apresenta cheiro de alho quando é quebrado ou pulverizado, liberando vapores de arsênio tóxicos. 
Quando alterado apresenta coloração esverdeada; produz cores verdes em paredes rochosas. 
Triboluminescente: libera “faíscas” amarelas ou laranjas quando batido. 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 
 Devido à importância e frequência da arsenopirita, o Prof. Ramdohr apresenta 8 páginas sobre o 
mineral, com muitos detalhes e descrições. Um extrato está apresentado abaixo. 
 
Nic. // : cor de reflexão branca, levemente amarelada (creme), o que apenas se reconhece quando o 
mineral está na vizinhança de minerais que permitam comparações. É muito semelhante à galena. 
Refletividade de 50,36 – 51,21%, maior (51,15 – 53,6%) se o mineral contém cobalto. Não apresenta 
birreflectância. 
 
Nic. + : anisotropia forte, variando de acordo com a seção, entre Azul-da-Prússia-escuro e marrom. As 
cores também são denominadas de vermelho e violeta. Essa anisotropia é muito diagnóstica. 
 30 
 Clivagem não é visível na seção polida. 
 Pleocroísmo fraco, visível nos contatos intergranulares: // [001] = branco com tom azulado; // [100] = 
suavemente amarelo avermelhado; // [010] = muito semelhante, avermelhado-amarelo. Se associado com 
minérios radioativos, apresenta bordas isótropas (metamictas). 
 Cristais euédricos e esboços losangulares são freqüentes devido ao fato do mineral se formar muito 
cedo. Os cristais normalmente são pequenos, com dimensões inferiores a um centímetro. 
 Maclas em geral são muito freqüentes; ocorrem na forma de lamelas de maclas miméticas. Maclas 
em cruz produzem agrupamentos radiais, macroscopicamente e microscopicamente. 
 Cataclase pode ocorrer, concentrada em zonas, cujas fraturas podem conter outros minerais. 
 Zoneamento pode ocorrer. 
 Desmisturas decididamente não ocorrem. 
 Substituições da arsenopirita são muito comuns: através das fraturas cataclásticas entram galena, 
calcopirita, esfalerita, cassiterita, calcocita, acantita e outros minérios de prata, além de magnetita e 
löllingita. Por outro lado, a arsenopirita pode substituir a pirita e a cobaltita, mais raramente a magnetita. 
Ouro surge nas fraturas como substituição ou substituído, também ocorre como inclusões (primárias?) na 
arsenopirita. 
 Intercrescimentos orientadoscom outros minerais do Grupo da Arsenopirita, especialmente, 
löllingita e safflorita, não são raros, podendo a arsenopirita formar o núcleo interno ou uma zona exterior. 
 Alteração da arsenopirita produz combinações solúveis com ou sem limonita. 
 
Critérios para reconhecimento: dureza alta, polimento bom, euédrico ou subédrico, esboços losangulares, 
anisotropia forte com cores características, zoneamento e maclas frequentes. 
 
Confusões possíveis: muito semelhante à gudmundita e à loellingita. A arsenopirita pode ser confundida 
com todos os minerais brancos (a Nic. //) do Grupo da Pirita e da Marcassita, quando ocorre em grãos muito 
pequenos. Além disso, pode ser confundida os minerais do Grupo da Safflorita e da Rammelsbergita. 
Cobaltita é rosado; glaucodoto é semelhante, porém tem anisotropia fraca (nx: amarelo e azulado) e é 
associado a outros minerais de cobalto; loellingita e safflorita são mais brancos e apresentam outras cores 
de anisotropia. 
 
Minerais associados: granada, ortoclásio, muscovita, prata nativa, cassiterita, esfalerita, estanita, galena, 
loellingita, ouro nativo, pirrotita, wolframita, pirita, calcopirita, ouro, scheelita e muitos outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
Asbolana – (Ni,Co)2-xMn
4+(O,OH)4·nH2O 
Macroscopia: 
 A asbolana é um dos muitos minerais de manganês que, durante séculos, se abrigaram sob os 
termos “guarda-chuva” de “criptomelano”, “psilomelano” e “wad”. Estes termos se referem a minérios duros, 
pretos e hidratados de manganês, com teores variáveis de cobalto, níquel e bário, além de traços de outros 
elementos. Macroscopicamente é muito difícil a impossível diferenciar os minerais individuais que compõe 
estas misturas, e que foram reconhecidos apenas com a generalizada aplicação de técnicas analíticas 
melhores, especialmente a Difratometria de Raios X. 
 A asbolana é um minério de cobalto (até 32%) e níquel, um “wad niquelífero”, contendo impurezas 
como Al, Ca, Fe e Si. É formada pelo intemperismo de rochas silícicas e se associa à goethita. Também 
ocorre em xistos silícicos e é comum em solos residuais desenvolvidos sobre rochas ultramáficas, que 
foram fonte do cobalto e do níquel. Seus cristais são placas com dimensões de alguns microns, que formam 
agregados. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Hexagonal Preto azulado a 
amarronzado. 
Terroso, maciço, 
botrioidal, microcristais 
(veja acima) 
sem informações 
Tenacidade 
sem informações 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
não sem informações 6 3,1 (calculada) 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Preto a preto-marrom Fosco Opaco não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não não efervescência 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 Não existem informações específicas para asbolana. Critérios de reconhecimento devem ser 
associados com as observações a Luz Refletida de psilomelano, criptomelano, hollandita e coronadita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
Atacamita – Cu2Cl(OH)3 
Macroscopia: 
 A atacamita, descrita pela primeira vez nos depósitos de cobre do Deserto de Atacama (Chile), é um 
mineral comparativamente raro, formado a partir de minerais primários de cobre na zona de oxidação ou 
intemperismo, especialmente em climas áridos e salinos. Também ocorre em depósitos de fumarolas 
vulcânicas, como alteração de sulfetos de “black smokers’” (fumarolas submarinas) e como alteração de 
artefatos antigos de bronze e cobre. Associa-se a cuprita, brochantita, linarita, caledonita, malaquita, 
crisocola e seus polimorfos. É um minério de cobre. 
 A atacamita é polimorfa com botallackita, clinoatacamita e paratacamita. Apresenta tanto maclas de 
contato como de interpenetração, pode formar doublets e triplets, com agrupamentos de maclas complexos. 
Seus cristais podem atingir até 10 cm de comprimento, são geralmente tabulares ou pseudooctaédricos. 
Pode alterar a malaquita e crisocola, formando pseudomorfos. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Ortorrômbico 
holoédrico. 
Verde claro, verde-
esmeralda profundo e 
preto esverdeado. 
.Maciço, granular 
arenoso a compacto, 
fibroso, cristais 
prismáticos delgados. 
{010} perfeita 
{101} boa 
Tenacidade 
Quebradiça. 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Veja acima. Conchoidal 3 – 3,5 3.74 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Verde maçã. Adamantino a vítreo. Transparente a 
translúcido. 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não Facilmente solúvel. não 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 sem informações 
 
Microscopia de Luz Transmitida: 
 
Nic. // : relevo muito alto, colorido em tons 
de verde. pleocróica entre X = verde pálido, 
Y = verde-amarelado, Z = verde grama. 
 
Nic. + : birrefringência máxima de 0,049. 
Luz Convergente: B(-), com ângulo 2V de 74º . 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
Auricalcita – (ZnCu)5(CO3)2(OH)6 
Macroscopia: 
 A auricalcita é um carbonato secundário, formado em zonas de oxidação de depósitos de Cu e Zn, 
constituindo um minério de Cu e Zn de menor importância. A cor azul-celeste com um tom de verde é muito 
característica. O mineral nunca forma cristais grandes; sempre ocorre em revestimentos e crostas espessas 
ou formando tufos divergentes de pequenos cristais aciculares frágeis que podem formar esferas completas. 
O tamanho máximo dos cristais é de 3 cm (excepcional). A fragilidade dos cristais faz com que o simples ato 
de lavar a amostra com água os danifique. Normalmente a auricalcita contém algum Ca. Pode ser 
confundida com rosasita, que é mais maciça e não lamelar e tem dureza 4. Associa-se a malaquita, azurita, 
calcita, austinita, limonita, rosasita, smithsonita, hemimorfita, hidrozincita e adamita. 
 
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem 
Monoclínico prismático, 
pseudo-ortorrômbico 
Verde pálido, azul 
esverdeado, azul-celeste 
Crostas, tufos de cristais 
delicados, raramente 
colunar, laminar ou 
granular. 
{010} e {100} perfeitas, 
indiscerníveis 
Tenacidade Estrias 
Algo flexível e séctil // [001] 
Maclas Fratura Dureza Mohs Densidade 
Observadas em 
padrões de Raios X 
Irregular e fibrosa 1 - 2 3,64 – 3,9 
Traço Brilho Diafaneidade Magnético 
Azul-verde pálido a 
incolor 
Perláceo a sedoso Transparente a 
translúcido 
não 
Radioativo Fluorescente Reação com HCl dil. Reação com H2O2 
não não Efervescência não 
 
Microscopia de Luz Refletida: 
 Não há informações sobre as características da auricalcita sob luz refletida. 
 
Microscopia de Luz Transmitida: 
Nic. // : incolor a azul pálido ou verde pálido. Relevo relativamente alto. Pleocroísmo fraco entre incolor e 
azul-verde ou verde pálido. 
Nic. + : Birrefringência máxima de 0,089 . 
Luz Convergente: biaxial negativo com 2V de 1-4º (parece uniaxial !). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
Azurita – Cu3(CO3)2(OH)2 
Macroscopia: 
 A azurita é um carbonato secundário de cobre e, como o próprio nome indica, possui uma cor azul 
profunda inconfundível, extremamente característica. Forma cristais prismáticos que são translúcidos nas 
arestas agudas. Os cristais atingem até 30 cm de comprimento e mais de 100 formas combinadas foram 
registradas. A azurita pode formar agregados bandados, com camadas alternadas com malaquita ou 
cuprita. Forma-se na zona de oxidação da porção superior de minérios sulfetados de cobre, associados a 
rochas carbonáticas, quase sempre a partir de enargita, famatinita ou tennantita-tetraedrita. É um minério 
muito secundário de cobre. Associa-se a malaquita, crisocola, calcocita,

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