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Direito Civil PJ

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Direito Civil 
Das Pessoas Jurídicas 
1. Conceito de pessoa jurídica
A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Para existir, são necessários três requisitos:
organização de pessoas ou de bens;
licitude de propósitos ou fins; e
capacidade jurídica reconhecida por norma.
Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos lícitos, ele se une a outros homens formando agrupamentos. A esses grupos a lei atribui personalidade jurídica, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e de obrigações.
 
Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas morais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas, pessoas civis ou pessoas intelectuais.
 
2. Existência da pessoa jurídica
Várias teorias negam a existência da pessoa jurídica (teorias negativistas). Tais teorias não aceitam que a reunião de um grupo de indivíduos possa ter personalidade própria. Entretanto, outras, em maior número, buscam justificar a existência da pessoa jurídica (teorias afirmativistas). Estas procuram explicar o fenômeno pelo qual um grupo de pessoas passa a constituir uma unidade orgânica, com individualidade própria reconhecida pelo Estado e distinta das pessoas que a compõem.
 
Sobre as teorias afirmativistas, podemos dividi-las em dois grupos: as teorias da ficção e as teorias da realidade.
 
Graficamente temos o seguinte:
 
 
As teorias da ficção desfrutaram de prestígio no século XIX e podem ser divididas em duas categorias: teoria da “ficção legal” e teoria da “ficção doutrinária”.
 
Para a teoria da ficção legal, desenvolvida por Savigny, a pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito de uma relação jurídica e titular de direitos subjetivos. Caracteriza a pessoa jurídica para justificar uma mera atribuição de direitos a um grupo de pessoas naturais.
 
A teoria da ficção doutrinária é uma variação da anterior, defendida por Vareilles-Sommieres, defende que a pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, ou seja, na inteligência dos juristas, sendo assim, uma mera ficção criada pela doutrina.
As teorias da ficção não são aceitas pelo ordenamento jurídico atual.
Já as teorias da realidade representam uma contraposição às teorias da ficção. Tais teorias defendem que a pessoa jurídica é uma realidade viva, e não uma mera abstração, possuindo existência própria como os indivíduos. Dentre as diversas teorias da realidade, destacamos as seguintes: teoria da realidade objetiva ou orgânica; teoria da realidade jurídica ou institucionalista; e teoria da realidade técnica.
 
Para a teoria da realidade objetiva ou orgânica, a pessoa jurídica é uma realidade sociológica, ou seja, um ser com vida própria que nasce por imposição das forças sociais. Defendida por Gierke e Zitelmann, sustenta que a vontade, pública ou privada, é capaz de dar vida a um organismo que passa a ter existência própria, distinta da de seus membros, capaz de tornar-se sujeito de direito, real e verdadeiro. Recebe críticas, pois não esclarece como os grupos sociais que não têm vida própria (ex: despersonalizados) podem adquirir e se tornar sujeitos de direitos e obrigações.
 
A teoria da realidade jurídica ou institucionalista assemelha-se à teoria da realidade objetiva pelo aspecto sociológico e é defendida por Hauriou. A diferença ocorre na consideração da finalidade da pessoa jurídica, ou seja, constata a existência de grupos organizados para a realização de uma idéia socialmente útil, que são as instituições.
 
Temos também a teoria da realidade técnica, defendida por Saleilles e Colin e Capitant, preconiza que a personificação dos grupos sociais é um expediente de ordem técnica, ou seja, é a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem em busca de fins determinados. Sobre a personalidade, para tal teoria o Estado reconhece a necessidade de existência de personalidade jurídica para as pessoas jurídicas, com a finalidade de que elas participem da vida jurídica nas mesmas condições da pessoa natural. Entretanto, tal benefício da personalidade é outorgado pelo Estado em decorrência de situações concretas.
A teoria da realidade técnica é a que melhor se adapta ao ordenamento jurídico vigente.
3. Classificação da pessoa jurídica
Para fins de concursos, vários são os critérios adotados para a classificação das pessoas jurídicas. Destacamos os seguintes:
 
► Quanto à nacionalidade: as pessoas jurídicas podem ser nacionais ou estrangeiras.
 
► Quanto à estrutura interna: as pessoas jurídicas podem ser uma universitas personarum (conjunto de pessoas), como é o caso das corporações (associações – fins não econômicos - e sociedades – fins econômicos) ou uma universitas bonorum (patrimônio personalizado), como é o caso das fundações.
 
► Quanto às funções e capacidade (arts. 40 a 42 do CC): as pessoas jurídicas são de direito público (interno – art. 41 do CC - ou externo – art. 42 do CC) e de direito privado.
Art. 40 do CC - As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41 do CC - São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;I
I - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42 do CC - São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
 
Art. 44 do CC - São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.
Fazendo um gráfico esquemático, juntando as três classificações, temos, basicamente, o seguinte:
 
 
A seguir, vamos tratar de cada uma das pessoas jurídicas citadas:
As pessoas jurídicas de direito público interno são aquelas cuja atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do país. Podem ser da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) ou da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, associações públicas e agências reguladoras).
A seguir temos alguns exemplos:
AUTARQUIAS: INSS, INCRA, INPI, IPHAN, USP, Embratur, SUFRAMA, CVM, CADE;
ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS: são consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público, por conjugarem esforços visando atingir uma finalidade pública. Ex: COPATI (consórcio formado por municípios cortados pelo rio Tibagi, no Paraná, com o fim de preservar esse rio);
FUNDAÇÕES PÚBLICAS: surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à realização de um fim administrativo, e dotando-o de organização adequada. Ex: FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), FUNARTE (Fundação Nacional das Artes), FUNASA (Fundação Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência);
AGÊNCIAS REGULADORAS: sãoautarquias federais especiais incumbidas de normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de certos bens e serviços de grande interesse público por agentes econômicos públicos e privados. Ex: ANA (Agência Nacional de Águas), ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), ANCINE (Agência Nacional do Cinema), ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquáticos), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), etc.
As pessoas jurídicas de direito público externo são regulamentadas pelo direito internacional e compreendem as nações estrangeiras (Ex: Itália, França, Alemanha, Uruguai, etc.) e as pessoas regidas pelo direito internacional público, tal como a Santa Sé, uniões aduaneiras com o objetivo de facilitar o comércio exterior (ex: MERCOSUL, União Européia, etc) e organismos internacionais (ex: ONU, OEA, UNESCO, FMI, INTERPOL, OIT, FAO – Food and Agriculture Organization, etc.).
As pessoas jurídicas de direito privado são elencadas no art. 44 do Código Civil. São elas:
CORPORAÇÕES: são caracterizadas pela existência de seus membros. Toda corporação é representada por um grupo de pessoas (naturais ou jurídicas), sendo que o patrimônio não é essencial. No Direito Romano, as corporações eram conhecidas como universitas personarum, por representarem um conjunto de pessoas. Têm por objetivo sempre o bem-estar de seus membros, ou seja, existem para beneficiar os seus membros.
O gênero corporações se subdivide em duas espécies: as associações e as sociedades.
 
a) ASSOCIAÇÕES: surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenham patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos, beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto, não perdem a categoria de associação mesmo que realizem negócios para manter ou aumentar o seu  patrimônio, desde que não proporcionem ganho aos associados. (Ex: APAE, UNE, Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advogados de São Paulo, etc.)
Art. 53 do CC - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
Além disso, ao se associar, a pessoa assume obrigações inerentes ao objetivo da associação. A pessoa jurídica que se caracteriza pela existência de reciprocidade de direitos e obrigações é a sociedade.
O documento a ser utilizado na constituição da associação é o estatuto. Tal documento deve possuir os requisitos listados no art. 54 do CC.
Art. 54 do CC - Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
 
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
 
III - os direitos e deveres dos associados;
 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Além disso, como se trata de uma pessoa sem finalidade lucrativa, os associados devem ter direitos iguais, apesar de ser possível a existência de uma categoria de associados com vantagens especiais. Um exemplo comum ocorre com os associados criadores que reservam para si vantagens especiais, enquanto que os demais associados terão iguais direitos.
Art. 55 do CC - Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. 
Outro conceito importante está inserido no art. 56 do CC.
Art. 56 do CC - A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
Após sua análise, conclui-se que no silêncio do estatuto, a qualidade de associado é intransmissível, seja por ato inter vivos (ex: doação) ou causa mortis (testamento). Entretanto, é possível a transferência de quota ou fração ideal do patrimônio da associação.
Ainda sobre o associado, o art. 57 do CC prevê a possibilidade de sua exclusão:
Art. 57 do CC - A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
Percebe-se que para um associado ser excluído da associação deve haver um procedimento específico, com a possibilidade de direito de defesa e, também, possibilidade de recurso quanto à primeira decisão.
b) SOCIEDADES: podem ser simples ou empresárias. A sociedade simples visa o fim econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido deve ser repartido entre os sócios , sendo alcançado pelo exercício de cenas profissões ou pela prestação de serviços técnicos. Já a sociedade empresária objetiva o lucro através do exercício de atividade empresarial ou comercial.
Art. 981 do CC - Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. 
FUNDAÇÕES PARTICULARES: é um acervo de bens livres de ônus e encargos (universitas bonorum) representando um patrimônio (conjunto de bens) a que a lei atribui personalidade jurídica, em atenção ao fim a que se destina (fins religiosos, morais, culturais ou de assistência). O CC começa a regular a criação de uma fundação no seu art. 62.
Art. 62 do CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins:
I - assistência social;
II - cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - educação;
IV - saúde;
V - segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII - promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e
IX - atividades religiosas.
 
Observação: o rol de atividades, a cargo das Fundações, foi bastante ampliado pela Lei 13.151/2015.
 
Percebe-se que a instituição da fundação é um ato solene que depende de escritura pública ou testamento. Tais documentos deverão conter a dotação de bens a serem transferidos para a fundação, assim como a finalidade a que ela se destina.
 
Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do seu estatuto. Documento este que deve ser levado à apreciação do Ministério Público (responsável por fiscalizar a fundação) para depois ocorrer o registro no Cartório das Pessoas Jurídicas.
 
Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve atravessar as seguintes fases:
 
► dotação de bens livres: é o momento em que o instituidor destina determinados bens para a criação da fundação;
 
► elaboração do estatuto: pode ser própria (feita pelo próprio instituidor) ou fiduciária (quando fica a cargo de alguém de confiança do instituidor). Caso a pessoa responsável pela elaboração do estatuto não o faça no prazo estipulado, o encargo de elaborar o estatuto caberá ao Ministério Público nos termos do art. 65 do CC;
Art. 65 do CC - Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente,com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. 
► aprovação do estatuto pelo Ministério Público: sendo elaborado pelo próprio instituidor ou pessoa de sua confiança, a aprovação o estatuto fica a cargo do Ministério Público (MP); entretanto, caso o MP não aprove, poderão passar pela apreciação do Juiz da comarca, de forma subsidiária, para que a aprovação do MP seja suprida pelo magistrado; mas, se o estatuto for elaborado pelo MP, sempre deverá passa pela aprovação do juiz; e
Com a Lei 13.151/2015, houve alteração na redação do inc. III do art. 67 do CC. Antes a alteração do estatuto das fundações dependia de aprovação pelo órgão do MP, porém, não havia menção a qualquer prazo. Hoje, o órgão do MP tem o prazo máximo de 45 dias para a aprovação, findo o qual, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
 
► registro no Cartório das Pessoas Jurídicas: após ultrapassadas as fases anteriores, a fundação deverá ser registrada no Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
 
Nos termos do art. 66 do CC, também cabe ao Ministério Público Estadual (MPE) o encargo de velar pelas fundações.
 
Art. 66 do CC - Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
A ADIN em questão, que foi julgada procedente por unanimidade, atribui o encargo de fiscalizar as fundações que funcionarem no DF ou em um Território ao Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT). Inclusive, em razão da ADIN, houve recente alteração legislativa para incorporar o precedente do STF. Com a Lei 13.151/2015, temos a seguinte redação para o §1º: "§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios".  
 
Já nos termos do art. 69 do CC, as hipóteses de extinção de uma fundação são as seguintes:
 
- quando vencer o prazo de sua duração (entretanto é raro, tendo em vista que  normalmente não se dispõe prazo de duração);
 
- quando se tornar ilícita a finalidade da fundação, o Ministério Público poderá ingressar com uma ação visando à sua extinção; e
 
- quando se tornar impossível ou inútil a sua manutenção (a causa mais comum, nessa hipótese, é o surgimento de dificuldades financeiras).
Art. 69 do CC - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
PARTIDOS POLÍTICOS: são associações civis defensoras do interesse do regime democrático, da autenticidade do sistema representativo e dos direitos fundamentais definidos na Constituição Federal de 1988. Sua organização e seu funcionamento são regulados por lei específica (Lei 9.096/95).
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: também têm natureza de associação. Além disso, a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas são livres, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.​​
EIRELIS: são pessoas jurídicas de direito privado constituídas por uma única pessoa natural titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas.       
(CESPE/TRE-BA/Analista Administrativo/2010) A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno.
 
Gabarito: CERTO.
4. Começo da existência legal das pessoas jurídicas
Enquanto a existência legal das pessoas naturais ocorre através de um fato biológico (nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início legal (aquisição da personalidade) subordinado a um ato jurídico ou a uma norma. 
 
As pessoas jurídicas de direito público são criadas através de fatos históricos (ex: independência do Brasil), de criação constitucional (ex: Estados- membros da federação brasileira), de lei especial (ex: autarquias) e de tratados internacionais, caso se trate de uma pessoa jurídica de direito público externo.
 
Já o processo de formação das pessoas jurídicas de direito privado é diferente.
Art. 45 do CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
Temos, então, duas fases:
a elaboração do ato constitutivo: Sendo uma associação, que tem por natureza a inexistência de fins lucrativos, deve-se elaborar um estatuto como ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver fins lucrativos, seja uma sociedade simples ou empresária, elabora-se um contrato social como ato constitutivo. As fundações possuem como ato constitutivo o testamento ou a escritura pública.
o registro do ato constitutivo: para que a pessoa jurídica de direito privado exista legalmente é necessário inscrever os contratos ou estatutos no seu registro peculiar. As sociedades empresárias devem se registrar no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), porém, as demais pessoas jurídicas devem se registrar no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Entretanto, algumas pessoas jurídicas necessitam de autorização do Poder Executivo para terem a constituição e o funcionamento válidos. Temos como exemplo as sociedades estrangeiras, as agências ou estabelecimento de seguros, as caixas econômicas, as bolsas de valores, as cooperativas, etc.
 
Faz-se necessário compararmos o início da existência legal (aquisição de personalidade jurídica) das pessoas naturais e das pessoas jurídicas de direito privado.
 
O registro, nas pessoas naturais, representa um ato meramente declaratório, pois, mesmo que uma pessoa nasça e não seja feita a certidão de nascimento, ocorre o início da personalidade jurídica.
 
No entanto, o registro, nas pessoas jurídicas, representa um ato constitutivo, ou seja, apenas com o registro que se adquire personalidade jurídica. A personalidade não surge, simplesmente, quando se firma o contrato.
 
Conforme o art. 45, parágrafo único do CC, havendo defeito no ato constitutivo de uma pessoa jurídica de direito privado, pode-se desconstituí-la dentro do prazo decadencial de três anos, contado este prazo a partir da publicação de sua inscrição no Registro.
 
Segue mais uma tabela:
 
	 
	REGISTRO
	CONSEQUÊNCIA
	PESSOA NATURAL
	natureza declaratória
	A personalidade é adquirida antes do registro, ou seja, através do nascimento com vida.
	PESSOA JURÍDICA
	natureza constitutiva
	A personalidadeé adquirida por meio do registro.
      
(FCC/TCE-SP/Auditor/2008) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa
 
(A) com a autorização ou aprovação do órgão competente do Poder Executivo, para iniciar o seu funcionamento.
(B) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, tendo sido abolida, depois da Constituição Federal de 1988, qualquer exigência de autorização ou aprovação do Poder Executivo,  independentemente da atividade a ser exercida.
(C) pela celebração do contrato de sociedade, pela aprovação de seu estatuto nos casos das associações e pelo registro do testamento ou lavratura de escritura pública da instituição, no caso das fundações.
(D) com a publicação no Diário Oficial de seus atos constitutivos.
(E) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
 
Comentários:
 
Para que uma pessoa jurídica de direito privado adquira personalidade jurídica é necessária a elaboração do ato constitutivo e o consequente registro, nos termos do art. 45 do CC.
 
Em determinadas situações também deverá haver autorização/ aprovação do Poder Executivo.
 
Gabarito: letra "E".
5. Fim da existência legal
Os mesmos fatores que dão origem a uma pessoa jurídica de direito público, também podem acarretar o seu término. Dessa forma, extinguem-se pela ocorrência de fatos históricos, por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais.
 
Já a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado termina através da dissolução - ato declaratório motivado por causas supervenientes à constituição da sociedade, oriundo de deliberação dos sócios, do Poder Judiciário ou de autoridade administrativa, com a finalidade de fazer cessar as atividades - e da liquidação - objetiva a desativação operacional da sociedade e a apuração do ativo e passivo para posterior pagamento das dívidas e partilha do patrimônio remanescente entre os sócios. 
 
Após estar encerrada a liquidação, promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no respectivo registro. Caso a pessoa jurídica esteja em funcionamento decorrente de autorização do Poder Executivo, o seu término também pode ocorrer através de um ato governamental que cassar a autorização para o funcionamento.
Art. 51 do CC - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. 
6. Desconsideração da personalidade jurídica 
O fato de a pessoa jurídica registrar seu ato constitutivo acarreta a sua aquisição da personalidade, como já vimos. Essa personalidade jurídica é muito importante, pois ela dá origem ao princípio da autonomia da pessoa jurídica. 
 
Portanto, a pessoa jurídica, quando personificada, não se confunde com as pessoas que a integram. Dessa forma, é a pessoa jurídica, e não seus integrantes, que participa dos negócios jurídicos de seu interesse e titulariza os direitos e obrigações dela decorrentes. Também é ela quem demanda e é demandada em razão de tais direitos e obrigações. 
 
Finalmente, é apenas o patrimônio da pessoa jurídica (e não o de seus integrantes) que, em princípio, responde por suas obrigações. Ou seja, com a aquisição da personalidade ocorre uma separação patrimonial entre os bens da pessoa jurídica e os bens dos sócios e administradores.
 
Dessa forma, de acordo com o artigo 50 do CC, apesar de haver uma separação patrimonial entre os bens dos sócios e administradores dos bens da pessoa jurídica, é possível que em razão de atos fraudulentos e abusivos, o juiz, a requerimento da parte interessada ou do Ministério Público, quando esse couber intervir, decida estender aos bens dos sócios e administradores a execução por dívidas da pessoa jurídica. Quando este fenômeno acontece, a doutrina diz que houve uma desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 50 do CC - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Este fenômeno, também chamado de disregard of the legal entity, encontra fundamento no fato de a pessoa jurídica não poder servir de manto protetor aos seus representantes ou integrantes da diretoria que praticarem atos fraudulentos ou abusivos contra as demais pessoas (terceiros). 
 
O escudo que a personalidade da pessoa jurídica proporciona aos seus representantes pode ser removido e o manto protetor ser suspenso pela teoria da desconsideração da personalidade jurídica, também chamada de teoria da despersonalização ou teoria da penetração.
 
Assim, o juiz (não pode ser autoridade administrativa), desde que fundamentadamente em processo legalmente estabelecido, pode afastar temporariamente a personalidade jurídica da pessoa jurídica e determinar que as pessoas naturais que a representam respondam solidariamente pelos atos e negócios jurídicos praticados em nome da mesma. 
 
Ocorrendo a quebra da personalidade, tais pessoas naturais serão incluídas no polo passivo do processo e responderão com seus bens, em face da fraude ou abuso comprovados e praticados sob o manto protetor da pessoa jurídica.
 
Ressalta-se que a desconsideração da personalidade não acarreta a extinção da pessoa jurídica e nem a exclusão do sócio, apenas permite, em determinada relação (episodicamente), a execução dos bens dos sócios e representantes em nome da pessoa jurídica.
 
Segue quadro resumo sobre o assunto:
 
 
A desconsideração da personalidade também está prevista em outros diplomas legais, dentre eles destacamos o art. 28 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), que consagra um universo de possibilidades bem maior que o do Código Civil e, também, o art. 135 do CTN (Código Tributário Nacional).
Art. 28 do CDC - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
A teoria da desconsideração da pessoa jurídica divide-se em duas: a teoria maior e a teoria menor.
 
Na teoria maior, também denominada teoria subjetiva, o magistrado, usando de seu livre convencimento, se entender que houve fraude ou abuso de direito, pode aplicar a desconsideração da personalidade jurídica.
 
Já na teoria menor ou teoria objetiva, como denomina parte da doutrina, o critério adotado é a existência de confusão patrimonial.
 
Segundo os doutrinadores, no ordenamento jurídico brasileiro, a teoria maior é adotada como regra geral (ex: Código Civil), enquanto a teoria menor é acolhida, excepcionalmente, na legislação especial, como, por exemplo, no Direito Ambiental (art. 4º da Lei9.605/98) e no Direito do Consumidor (art. 28 do CDC).
 
Ainda sobre a desconsideração da personalidade, cabe ressaltarmos que ela não pode ocorrer para o caso de pessoas jurídicas irregulares ou despersonificadas (sem personalidade jurídica). Dessa forma, as sociedades que não foram regularmente constituídas, ou seja, aquelas que não possuem registro, não podem ser alvo da desconsideração, pois não há autonomia patrimonial protegendo o patrimônio dos sócios e administradores.
 
O gráfico a seguir ilustra as espécies de sociedades:
 
 
Vejamos como o Código Tributário Nacional adota a teoria da desconsideração da personalidade jurídica:
Art. 135 do CTN - São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
Concluímos que quando os créditos decorrem de obrigações tributárias, por diversas vezes os nossos tribunais entendem que há aplicação da doutrina da desconsideração no direito tributário, com fundamento no artigo 135 do Código Tributário Nacional.
(FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário Municipal/2007) As condições para a desconsideração da personalidade jurídica, tais como regidas pelo Código Civil e pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei no 8.078/90), são
 
(A) idênticas.
(B) distintas, porque pelo Código Civil é necessária a prova do excesso de poder por parte do sócio, ao passo que pelo Código de Defesa do Consumidor é necessária a prova da fraude contra o consumidor.
(C) distintas, porque além das condições já previstas pelo Código Civil, o Código de Defesa do Consumidor exige, adicionalmente, a comprovação da violação dos estatutos ou do contrato social em detrimento do consumidor.
(D) distintas, porque o Código Civil permite a desconsideração apenas em casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, ao passo que o Código de Defesa do Consumidor traz hipóteses mais amplas.
(E) distintas apenas no campo de sua aplicação, pois o Código de Defesa do Consumidor restringe-se às relações de consumo, sendo nos demais aspectos idênticas.
 
Gabarito: letra "D".
7. Grupos despersonalizados ou despersonificados 
Nem todo grupo social constituído para a execução de uma atividade é dotado de personalidade. Apesar de alguns grupos possuírem características peculiares à pessoa jurídica, faltam-lhes requisitos indispensáveis à personificação. Os principais são os seguintes:
 
Família: apesar de ser a base da sociedade, não tem legitimidade ativa ou passiva no campo processual;
 
Espólio: é o conjunto de bens formado com a morte de alguém. Tal ente possui legitimidade, devendo ser representado pelo inventariante; entretanto, não deve ser considerado pessoa jurídica;
 
Herança jacente ou vacante: caso a pessoa faleça e não deixe sucessores, os seus bens serão destinados ao poder público e, da mesma forma que o espólio, tal conjunto de bens não pode ser considerado pessoa jurídica;
 
Massa falida: é o conjunto de bens formado com a decretação de falência de uma pessoa jurídica, sendo que não se constitui numa pessoa jurídica, pois representa uma simples arrecadação de coisas e direitos;
 
Sociedade de fato: são empresas que não possuem estatuto ou contrato social e, por isso, não foram registradas;
 
Sociedades irregulares: é o ente constituído por uma empresa que possui estatuto ou contrato social, entretanto, tal documento não foi registrado na Junta Comercial estadual, tal como ocorre com a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação;
 
Condomínio: para alguns doutrinadores, o condomínio edilício constitui uma pessoa jurídica, tanto que pode ter inscrição no CNPJ; para outros doutrinadores, não constitui pessoa jurídica.
 
E se cair na prova questionamento se o condomínio é ou não pessoa jurídica?
 
A tendência moderna tem sido aceitar o condomínio como pessoa jurídica (com personalidade jurídica), em decorrência dos enunciados 90 e 246, respectivamente, das I e III Jornadas de Direito Civil.
Enunciado 90 – Art. 1.331: Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício nas relações jurídicas inerentes às atividades de seu peculiar interesse. (Alterado pelo En. 246 da III Jornada). 
Enunciado 246 – Art. 1.331: Fica alterado o Enunciado n. 90, com supressão da parte final: “nas relações jurídicas inerentes às atividades de seu peculiar interesse”. Prevalece o texto: “Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício”. 
8. Representação e responsabilidade da pessoa jurídica
Estudamos que a capacidade da pessoa jurídica decorre de sua personalidade reconhecida pela ordem pública no momento de seu registro. Entretanto, por ser uma instituição jurídica, ela necessita de uma pessoa natural para representá-la ativa e passivamente, exteriorizando sua vontade nos atos judiciais e extrajudiciais que participar.
 
Em se tratando de pessoa jurídica de direito público interno, (art. 12, I e II do CPC), temos o seguinte:
 
- União, Estados, Distrito Federal e Territórios: serão representados em juízo, ativa e passivamente por seus procuradores;
 
- Municípios: serão representados por seu prefeito ou procurador.
Art. 12 do CPC - Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores;
 
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador;
 
[...].
 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores;
 
[...]. 
No tocante às demais pessoas jurídicas (art. 12, V do CPC), em regra, o representante é indicado no estatuto. Caso haja omissão de tal indicação, a pessoa jurídica será representada pelos seus diretores. Entretanto, os atos dos administradores, quando exercidos dentro dos limites definidos no estatuto também obrigam a pessoa jurídica (art. 47 do CC).
Art. 47 do CC - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. 
Caso tais administradores pratiquem desvio ou excesso de poder, deverão responder pessoalmente com o seu patrimônio pelos atos lesivos causados às pessoas com quem celebraram negócios.
 
Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva (gerência colegiada), em regra, as decisões deverão ser tomadas por metade dos votos dos presentes mais um, nos termos do art. 48 do CC.
Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. 
Em se tratando de sociedade, serão necessários votos correspondentes a mais da metade do capital social da empresa. Já o parágrafo único do dispositivo acima prevê a possibilidade de anulação de decisão contrária à lei e ao estatuto, ou eivada de vício de consentimento ou social.
 
Pelo fato da pessoa jurídica precisar ser representada, ativa ou passivamente, em juízo ou fora dele, deverá ser administrada, em regra, por quem o estatuto designar. Porém, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, caracterizando uma vacância geral, então o magistrado, nos termos do art. 49 do CC, deverá nomear um administrador provisório.
Art. 49 do CC - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. 
Sabe-se, porém, que independentemente da pessoa jurídica, ser representada por seus diretores ou por quem conste em seus estatutos ou contrato social, poderá (aquela por intermédio destes), outorgar poderes paraterceira pessoa (mandatário), praticar atos e administrar interesses em seu nome (pessoa jurídica). No mandato, o mandatário atua por conta e ordem do representado.
 
Dessa forma, a agilidade do mundo dos negócios impede muitas vezes que os representantes legais estejam presentes a todos os atos, fazendo, na maioria das vezes, se representar por mandatário especialmente nomeado.
 
Assim como a pessoa natural pode nomear mandatário para a administração de seus bens e interesses, como, por exemplo, alguém que passará longo período fora do país, a pessoa jurídica, com muito mais razão, também pode usar do mesmo instituto. 
 
Há de se ressaltar que não podemos confundir a figura da representação com a figura do preposto, apesar de que a pessoa jurídica tem a faculdade de fazer-se representar em juízo tanto por intermédio de preposto (funcionário credenciado) como por intermédio de mandatário (não-funcionário).
 
Sobre a responsabilização da pessoa jurídica, temos que ela pode ser penal e civil. A responsabilização penal é prevista na legislação infraconstitucional através da Lei 9.605/1998 que trata dos crimes ambientais. No caso em questão, será responsabilizada tanto a pessoa jurídica como a pessoa física pela qual se exteriorizou o ato danoso. Sobre a responsabilidade civil, vamos dividi-las em duas:
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado
No âmbito civil, a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual (decorrente de um contrato) ou extracontratual/aquiliana (decorrente de um delito). Veremos o assunto com mais detalhes no capítulo de ato ilícito.
 
Ressalta-se que toda pessoa jurídica de direito privado, tendo ou não finalidade lucrativa, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e os seus fins.
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno
O assunto encontra-se positivado no art. 43 do CC:
Art. 43 do CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
No artigo em questão está consagrada a responsabilidade civil objetiva, onde a indenização estatal é cabível na hipótese de danos causados por comportamentos dos funcionários, a direitos de particulares, bastando a comprovação da existência de prejuízo.
 
Por força do art. 37, § 6º da CF/1988, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos, respondem pelos danos que seus funcionários causem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, seja comissivo ou omissivo; entretanto, é cabível ação regressiva contra o agente público, quando tiver havido culpa deste, de modo a não ser o patrimônio público desfalcado por sua conduta.
9. Direitos da personalidade
Na conceituação da Profª. Maria Helena Diniz, “os direitos da personalidade são direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou morto, partes separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária); e a sua integridade moral (honra, recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e social)”.
 
Em razão da matéria tratar de assunto bastante complexo e de significação ética essencial, o legislador preferiu enunciar no Código Civil poucas normas dotadas de rigor e clareza, cujos objetivos permitem o desenvolvimento da doutrina e da jurisprudência.
 
Não só a pessoa natural possui tais direitos, mas também a pessoa jurídica nas situações que cabem à sua natureza (art. 52 do CC). Dessa forma, a pessoa jurídica pode titularizar os direitos personalidade no que tange à honra, à imagem e ao nome.
Art. 52 do CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, segundo prevê o art. 11 do CC. 
 
Assim, nunca caberá afastamento volitivo (pela vontade do agente) de tais direitos, como daquele atleta que se expõe a uma situação de risco e renuncia expressamente a qualquer indenização futura decorrente de lesão ou ameaça a tais direitos. Tal declaração não valerá. Mas sem dúvidas que o valor da indenização deve ser reduzido, diante de culpa concorrente da própria vítima, nos moldes dos art. 945 do CC.
Art. 11 do CC - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Art. 945 do CC - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
A intransmissibilidade dos direitos da personalidade não é absoluta, pois pode ocorrer em casos excepcionais, como naqueles envolvendo os direitos patrimoniais do autor, exemplo sempre invocado pela doutrina. De qualquer forma, não cabe limitação permanente e geral de direito da personalidade, como cessão de imagem vitalícia, conforme reconhece o enunciado nº 4, também aprovado na I Jornada CJF, nos seguintes termos:
Enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF: “Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral”. 
Para exemplificar a regra acima, caso fosse celebrado em nosso País, não teria validade o contrato do jogador de futebol Ronaldo com a empresa esportiva Nike, pois, nesse negócio, pelo menos de forma aparente, há uma cessão vitalícia de direitos de imagem, o que representa uma limitação permanente do direito de imagem.
 
Desta forma, a doutrina enumera as seguintes características dos direitos da personalidade:
 
- intransmissibilidade e irrenunciabilidade: são as características mencionadas no art. 11 do CC. Entretanto, ressalta-se que alguns atributos da personalidade admitem a cessão de seu uso, tal como a imagem que pode ser explorada economicamente, mediante uma retribuição em dinheiro.
 
- absolutismo: o caráter absoluto decorre da oponibilidade erga omnes, ou seja, todas as pessoas devem respeitar os direitos da personalidade de outra, sem exceção.
 
- não limitação: o Código Civil enumera um rol meramente exemplificativo de direitos da personalidade, pois é impossível imaginar uma lista taxativa de tais direitos. Conclui-se que eles são ilimitados.
 
- imprescritibilidade: os direitos da personalidade não se extinguem pelo não uso ou pelo decurso de tempo.
 
- impenhorabilidade: são direitos inerentes à pessoa humana e dela inseparáveis, e por essa razão, indisponíveis, ou seja, não podem ser penhorados.
 
- não sujeição à desapropriação: pelo fato dos direitos da personalidade se ligarem à pessoa de modo indestacável, não podem ser retirados contra a sua vontade.
 
- vitaliciedade: os direitos da personalidade são inatos (adquiridos no momento da concepção) e acompanham a pessoa até a sua morte. Entretanto, alguns direitos ultrapassam o momento da morte, tal como o respeito ao morto, à sua honra, à sua memória, ao seu direito de autor, etc.
 
O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação integral nos casos de lesão a direitos da personalidade.
Art. 12 do CC - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
Esse mesmo art. 12 consagra os direitos do morto, prevendo o seu parágrafo único a legitimidade de ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau pleitearem indenização no caso dedanos à personalidade de pessoa falecida. São os denominados lesados indiretos, que sofrem muitas vezes um dano reflexo, indireto, comumente denominado dano em ricochete (maiores detalhes no capítulo que trata da responsabilidade civil).
Art. 13 do CC - Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
O art. 13 do CC proíbe a disposição de parte do corpo, a não ser em casos de exigência médica e desde que tal disposição não traga inutilidade do órgão ou contrarie os bons costumes. 
 
Ou seja, é possível a doação voluntária, feita por escrito e na presença de testemunhas, por pessoa capaz, de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo para efetivação de transplante ou tratamento, desde que comprovada a necessidade terapêutica do receptor, e que não contrarie os bons costumes, nem traga risco para a integridade física do doador de modo a comprometer suas aptidões vitais ou lhe provocar deformação ou mutilação, pois não se pode exigir que alguém se sacrifique em benefício de terceiro.
Art. 14 do CC - É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
O art. 14 do CC veda qualquer disposição de parte do corpo a título oneroso, sendo possível apenas quando assumir a forma gratuita, com objetivo altruístico ou científico. A questão é ainda regulamentada pela legislação específica, particularmente pela Lei nº 9.437/97, que em seu art. 9º dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.
Art. 9º da Lei 9.434/97 - É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4º deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. 
Ainda sobre a doação para a retirada de órgãos e tecidos post mortem que é disciplinada no art. 14 do CC ressalta-se que tal doação só é válida se o objetivo for científico (para fins de pesquisa) ou altruístico (para fins de transplante) e pode ser feita pela própria pessoa antes de morrer, dando origem ao princípio do consenso afirmativo, ou pelo cônjuge do morto.
 
Os direitos do paciente encontram-se consagrados no art. 15 do CC.
Art. 15 do CC - Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
De acordo com o dispositivo legal em questão, ninguém pode ser constrangido a tratamento médico ou intervenção cirúrgica que implique em risco de vida. Logicamente, se a pessoa está necessitando de uma cirurgia, à beira da morte, deve ocorrer a intervenção, sob pena de responsabilização do profissional de saúde.
 
O direito ao nome é abordado nos artigos a seguir:
Art. 16 do CC - Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17 do CC - O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18 do CC - Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19 do CC - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
Os arts. 16 a 19 do CC confirmam a proteção do nome da pessoa natural, sinal que representa a mesma no meio social, bem como do pseudônimo, nome atrás do qual esconde-se o autor de uma obra cultural ou artística.
 
Sobre as partes do nome, temos o seguinte:
prenome (pode ser simples ou composto);
sobrenome ou patronímico (designa a origem familiar da pessoa); e
agnome (é a partícula acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas da mesma família com o mesmo nome).
 
Veja o exemplo a seguir:
 
 
Entretanto, nos termos do art. 52 do CC, tal proteção também se aplica à pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
O art. 20 consagra expressamente a proteção da imagem, sub-classificada em imagem retrato (aspecto físico da imagem, a fisionomia de alguém) e imagem atributo (repercussão social da imagem).
Art. 20 do CC - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
Esse dispositivo legal teve a redação um pouco “embolada”. Devemos entender que a utilização de imagem retrato alheia somente é possível mediante autorização do seu legítimo detentor. Mas o comando legal prevê duas situações de exceção: a primeira nos casos envolvendo a administração da justiça; a segunda nos casos envolvendo a ordem pública.
 
Ainda, existe a discussão se a pessoa investigada ou que teve imagem exposta sem autorização (ex: pessoa foragida procurada pela polícia) interessa ou não à sociedade como um todo. Logicamente, cabe a análise ao juiz que deverá analisar cada caso concreto.
 
Caso a pessoa que sofra lesão à imagem esteja morta, terá legitimidade para promover a ação indenizatória os descendentes, ascendentes e o cônjuge.
 
No caso de lesão ao direito de imagem, a lei não reconhece legitimidade aos colaterais até quarto grau, apenas aos parentes em linha reta e o cônjuge.  
Vejamos o quadro resumo a seguir:
 
	Direitos da personalidade em geral
(art. 12, § único do CC)
	Direito à imagem
(art. 20, § único do CC)
	Em se tratando de morto, terão legitimidade, pela lei, os descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau. Pelo nosso entendimento, está incluído o companheiro ou convivente.
	Em se tratando de morto, terão legitimidade, pela lei, os descendentes, ascendentes e cônjuge.  Pelo nosso entendimento, está incluído o companheiro ou convivente.
 
Conclui-se que o art. 12 do CC trata da lesão/ameaça a um direito da personalidade de forma geral, ao passo que o art. 20 do CC trata apenas da lesão ao direito de imagem.
 
O art. 21 do CC, último dispositivo que cuida dos direitos da personalidade, confirma o direito à intimidade, já reconhecido na Constituição Federal, sendo inviolável a vida privada da pessoa natural e cabendo sempre medidas visando proteger essa inviolabilidade.
Art. 21 do CC - A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
Com certeza você percebeu que o Código Civil trata dos direitos da personalidade de forma bem sucinta. Com essa atitude, pretendeu o legislador estabelecer diretrizes gerais sobre o tema, de modo a propiciar que a própria doutrina e jurisprudência pudessem atribuir um tratamento mais detalhado com condições de acompanhar as diversas e freqüentes inovações trazidas com o mundo moderno.
(CESPE/Pref. Natal-RN/Assessor Jurídico/2008) No que tange aos direitos da personalidade, assinale a opção correta.
 
(A) Esses direitos são considerados intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo sofrer limitação de nenhuma ordem.
(B) Poderá ser admitido ato de disposição do próprio corpo, mesmo que esse ato importe diminuição permanente da integridade física oucontrarie os bons costumes.
(C) Com objetivo altruístico, é válida a disposição gratuita ou com remuneração simbólica do próprio corpo para depois da morte.
(D) O cônjuge sobrevivente tem legitimidade para requerer que cesse lesão ou ameaça a direito da personalidade do cônjuge morto, desde que prove ser este direito economicamente explorável.
 
Comentário:
 
(A) INCORRETA. Conforme o art. 11 do CC, a intransmissibilidade e a irrenunciabilidade dos direitos da personalidade fica subordinado ao fato de haver ou não disposição em contrário.
(B) CORRETA. Como regra, a situação descrita na assertiva não é admitida. Entretanto, haverá tal possibilidade, nos termos do art. 13 do CC, quando se tratar de exigência médica.
(C) INCORRETA. Não é admitida a disposição do próprio corpo de forma remunerada em nenhuma hipótese.
(D) INCORRETA. A legitimidade do cônjuge independe do fato de haver prova sobre a possibilidade de exploração econômica do direito.
 
Gabarito: letra "B".

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