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Planejamento Escolar: Desafios e Níveis

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*28/04/2011
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PLANEJAMENTO ESCOLAR
PEDAGOGIA – DALTA MOTTA
AULA 08
Rio de Janeiro, 2011 
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O Planejamento do Processo de Ensino-Aprendizagem: um desafio para a ação docente I 
Fazendo memória
Para começar vamos revisitar duas definições que usamos na aula 01. 
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[...] para efeito de nosso estudo, estamos adotando a expressão Planejamento escolar como referência ao planejamento global da escola, envolvendo um amplo processo de reflexão e de tomada de decisão sobre a proposta politicofilosófica, pedagógica, organizacional e operacional e/ou de funcionamento da instituição escolar e que, segundo apresentaremos no próximo item, incorpora diferentes etapas e/ou níveis de detalhamento. 
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[...] Tendo em vista que os nossos estudos sobre planejamento estão centrados no âmbito da escola, optamos - no que se refere aos seus níveis de elaboração – por adotar as categorias utilizadas por Celso Vasconcellos (2000) que prevê a concepção e a elaboração de dois níveis de planejamento, a saber: (1) o projeto politicopedagógico, (2) o projeto de ensino-aprendizagem que, por sua vez, abrange (a) o plano de curso, também denominado de plano da disciplina ou plano anual e o (b) o plano de aula.
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 Projeto politicopedagógico;
- Projeto de ensino aprendizagem. 
Então temos, de acordo com Vasconcellos (2000), nesta dimensão, dois níveis de planejamento: 
O Projeto de ensino aprendizagem abrange:
 Plano de curso, também chamado Plano de disciplina ou Plano anual;
 Plano de aula.
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Usamos a nomenclatura Projeto de Ensino-Aprendizagem por acreditar que expressa, de um modo bem mais detalhado, os processos, ações e/ou atividades que vão ser desenvolvidos pelos sujeitos da prática educativa em diferentes momentos e situações. 
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Esses processos, ações e atividades se articulam em busca de respostas às perguntas: 
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O que vamos fazer?
 
Como vamos fazer? 
Para que vamos fazer?
Por que vamos fazer? 
Com quem vamos fazer?
Onde vamos fazer?
Em que tempo, vamos fazer? 
Com que recursos, vamos fazer? 
Como vamos acompanhar e avaliar o que estamos fazendo?
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Nota importante
Os termos projeto e plano podem ser compreendidos como conceitos similares, mas preferimos a palavra projeto no lugar de plano, Em função do significado mais vivo, dinâmico e potencialmente mobilizador do primeiro.
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Enquanto plano nos remete mais a ideia de produto, projeto traz subjacente a ideia de processo-produto, ou seja, projeto, da forma como estamos concebendo, inclui o conceito de plano e o transcende, na medida em que remete para todo um processo de reflexão, de construção das representações e colocação em prática, e não apenas ao seu registro. (VASCONCELLOS, 2000, p. 97) 
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O uso da expressão Ensino-Aprendizagem, neste contexto, é para reafirmar a relação dialética, de reciprocidade e, até mesmo, de interdependência entre os processos de ensino e de aprendizagem. 
Em outras palavras:
Nossa intenção é valorizar o uso do conceito de ensino-aprendizagem, entendendo-o como um processo que se dá entre diferentes sujeitos (professores e alunos), numa relação que envolve troca, reciprocidade e diálogo entre diferentes saberes e conhecimentos. 
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O Projeto de Ensino-Aprendizagem, além de ser um dos níveis do planejamento escolar, precisa ser considerado, concebido e elaborado em permanente diálogo com o Projeto Politicopedagógico. 
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Isto significa dizer que as concepções de educação, de escola, de currículo, de ensino, de aprendizagem, de conhecimento, de papel do professor, de ofício de aluno, entre outras, expressas no Projeto Politicopedagógica são aquelas que também vão nortear a construção do Projeto de Ensino-Aprendizagem.
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Sobre plano anual e plano de aula 
O plano anual expressa uma proposta geral do trabalho que será desenvolvido por professores e alunos ao longo do ano letivo, em cada uma das séries/anos dos diferentes segmentos (Fundamental e Médio) da Educação Básica e da Educação Infantil (Algumas escolas adotam a prática de subdividi-lo em planos semestrais e/ou trimestrais e/ou bimestrais). 
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A perspectiva crítica e intercultural é uma exigência à prática educativa hoje, desta forma o plano anual precisa estar articulado com: 
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1) os princípios e fundamentos da educação que se deseja implementar;
2) os princípios e fundamentos das diferentes áreas de saberes e conhecimentos, inclusive em uma perspectiva interdisciplinar;
3) a realidade dos alunos, dos professores e demais participantes da vida escolar;
4) o contexto intra e extra escolar;
5) a realidade sociocultural mais geral. 
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Libâneo (1994) identifica os principais requisitos para o planejamento: 
- Objetivos e tarefas da escola – direção que se quer dar ao processo educativo;
- Exigências dos planos e programas oficiais – leis e diretrizes curriculares;
- Condições prévias dos alunos para aprendizagem – diagnóstico;
- Princípios e condições do processo ensino aprendizagem - atividade docente em busca da atividade cognoscitiva do aluno. 
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A proposta é que o plano anual seja construído também coletivamente.
 Exemplo: 
Pelo grupo de professores de uma mesma série/ano ou pelo grupo de professores responsáveis pelo primeiro segmento do Ensino Fundamental ou pelo grupo de responsáveis e dinamizadores da Educação Infantil). 
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 um espaço de aperfeiçoamento dos professores, que, com a troca e o diálogo, se enriquecem com a pluralidade de experiências, saberes e conhecimentos;
 um espaço de construção de um processo de ensino-aprendizagem mais significativo para todos os sujeitos que dele participam.
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Dessa forma, maiores serão as oportunidades do plano se constituir como: 
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Até mesmo os planos de aula, que expressam, de modo ainda mais detalhado, o que vai acontecer em uma unidade menor de tempo (uma aula e/ou um pequeno conjunto de aulas) e em uma relação mais direta entre o professor e a sua turma, pode ser beneficiado pela partilha de ideias e/ou sugestões.
É muito comum encontrar professores que não acreditam na relevância desse procedimento, reagindo da seguinte maneira: 
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 “Planejar é coisa de quem está começando.”
 “Planejar é prever o imprevisível e brincar de Deus.” 
“Como planejar, se a cada hora nos pedem uma coisa?”
 
“Tenho muitas turmas, como vou encontrar tempo para planejar?”
 “Fazer planejamento é muito complicado e burocrático.”
 “Planejar é se amarrar e é perder a liberdade.”
 “Colocar no papel é fácil, quero ver executar tudo que planejou.” 
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Para nós, essas interpretações acerca do planejamento, só fazem sentido quando ele é considerado em uma perspectiva meramente instrumental, “descolado” de uma proposta de educação que tem no horizonte a transformação da realidade na direção até aqui apontada, ou seja: 
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[...] Muito sinteticamente, entendemos que a educação escolar é um sistemático e intencional processo de interação com a realidade, através do relacionamento humano baseado no trabalho com o conhecimento e na organização da coletividade, cuja finalidade é colaborar na formação do educando na sua totalidade - consciência, caráter, cidadania -, tendo como mediação fundamental o conhecimento que possibilite o compreender, o usufruir ou o transformar a realidade. (Vasconcellos, 2000, p. 98)
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Nossa proposta é incorporar o planejamento como uma prática participativa, democrática que nos ajude a explicitar e criar condições mais favoráveis para a construção de um currículo e de uma prática educativa que possa, de fato, contribuir para a formação de sujeitos: 
 mais autônomos;
 críticos e criativos;
- capazes de compreender, de intervir e de transformar a realidade. 
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Todavia, não podemos pensar no planejamento, de um modo geral, no plano anual e mesmo nos planos de aula, como um roteiro rígido, sem flexibilidade ou possibilidade de adotar desvios. Ao contrário, é preciso reconhecê-los como expressão da nossa intencionalidade, mas também como uma indicação de possibilidades que podem acolher o imprevisto, a espontaneidade e os novos desafios que surjam ao longo da caminhada. 
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O plano é um guia de orientação, pois nele são estabelecidas as diretrizes e os meios de realização do trabalho docente (LIBÂNEO, 1994, p. 223) 
O planejamento, nessa perspectiva, pode contribuir para: 
 organização;
 realização;
 acompanhamento;
- avaliação das práticas docentes e discentes. 
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Também dar significado e fazer avançar na direção de conquistar os sonhos e ideais projetados. 
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Longe de considerar o planejamento como uma varinha mágica, capaz de resolver todos os problemas do cotidiano escolar, acreditamos que ele deve ser também problematizado e incorporado à ação docente de modo crítico, sabendo que tem os seus limites, mas também as suas possibilidades. 
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Construir o plano anual e os planos de aula exige, entre outros cuidados: 
 fazer pesquisas em diferentes fontes;
 ter informações e conhecimentos acerca da realidade com a qual vamos lidar diretamente;
 valorizar a articulação entre os diferentes elementos e partes que vão compor os respectivos planos;
 acreditar na necessidade de fazer constantes revisões;
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 ter consciência de que não existe um só caminho para atingir metas e objetivos;
 compreender essa própria construção como processo que se articula e se realimenta de outros dois processos:
a realização propriamente dita das ações e atividades e a sua avaliação sistemática. 
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Para LIbâneo (1994, p. 221) “O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas também, um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação.”
Haidt (2010, p. 100) nos lembra que:
 “(...) o processo mental de planejamento está ligado ao processo mental de criação: 
Planejar é criar com base nas condições da realidade, tendo em vista os objetivos definidos.“ 
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