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COM PAIXÃO PARA ENSINAR

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COM PAIXÃO PARA ENSINAR
A escola como um espaço que deveria ser de aprendizagem, prazer, harmonia e desenvolvimento humano. Deveria ser porque falta à escola uma atitude de olhar para frente, de buscar o futuro, de acreditar no novo, de promover aqueles que se lançam com ousadia na busca das transformações. É isto que falta à escola e aos professores. --O clima da escola determina a qualidade de vida e a produtividade dos docentes e dos alunos
Os alunos e as famílias são colocadas como os grandes responsáveis pelo fracasso escolar e os professores e a escola como cumpridores do seu papel social. --A escola possui uma postura excludente e se exime de qualquer culpa, justificando o fracasso escolar pelas desigualdades sociais existentes em nosso país. Cabe ressaltar que os gestores educacionais mantêm currículos e programas bastante distantes da cultura popular, tornam o aprender das classes populares cada vez mais difíceis.
A escola : entre a decepção e a paixão
A autora apresenta sua experiência como professora em uma escola de rede municipal de ensino no Rio de Janeiro -- Já possuía bagagem como professora e psicopedagoga de 20 anos. Sempre trabalhou na rede particular de ensino (apresentavam apenas dificuldade de aprendizagem) e até então só conhecia o fracasso escolar através de livros (diferente da dificuldade de um sistema educacional com classes populares)
Público: turma de progressão onde os alunos que formaram esta turma já cursaram os dois primeiros anos do ciclo e não conseguiram se alfabetizar -- Os alunos tinham entre 9 a 14 anos e a maioria eram meninos
No primeiro dia de aula fez uma dinâmica para conhecer os alunos e possibilitar que eles também a conheceram
Agressividade (alunos) x Sentimento de impotência (professora) --- Os alunos me agrediam e eu me sentia culpada por não ter evitado. Logo percebeu que essa era a maior agressão que ela cometia- a autoagressão, colocando-me em lugar de queixa, do desânimo, da culpa diante daquela situação
Pensamento de mudança x ação x criatividade : --- Sair do lugar de vítima e entender o que estava vivenciando e a partir daí pensar a quem este aluno, de fato, desejava agredir.
Reunião com os pais para conhecer as famílias e tentar entender o contexto em que viviam aqueles alunos. --- A partir desta começou-se a criar percepções acercas de alguns significados de contextos daquela turma como os alunos não terem vivência do mundo escrito por uma parte das mães serem analfabetas, pediu-se as mães que elogiassem seus filhos
Criou-se um espaço onde os alunos desfrutavam de um espaço para falar sobre suas vidas e planejarmos juntos os projetos e trabalhos. ---A partir disso apareceram algumas necessidades do grupo que não havia percebido até então
Espaço físico externo a escola ---Próximo à escola havia uma quadra de terra da prefeitura solicitou-se à diretora permissão para leva-los todos os dias a partir daí surgiu algumas regras para o deslocamento a esse local fazendo com que a turma mudasse sua postura e se tornasse menos agressiva
Criou-se também caixa de leitura, textos, livros, histórias em quadrinhos feitos em forma de um projeto interdisciplinar de acordo com as demandas que surgiam no grupo. ---A caixa de leitura foi feita com livros que lhes eram doados e ela trocava-os em sebos para a faixa etária deles. Esses livros podiam ser levados para casa e devolvidos assim que o aluno terminasse de ler
---Fiz curso sobre jogos cooperativos e comecei a jogar com meus alunos = promoção de autoestima
---Necessidade do grupo: Na sala existia um aluno chinês que havia chegado no Brasil a um ano. Ele não falava português. Sendo assim, sua comunicação com o grupo de alunos e professora da escola era bastante difícil. Ele havia se isolado e só se comunicava com os outros através de força física. Os alunos em sua maioria o chamavam de maluco e o xingavam. Utilizou o globo terrestre e mostrou onde ficava o brasil e a china. Tentando explicar que ele não era maluco ele só não entendia o que nós falávamos e que teríamos que ajuda-lo a entender o português 
---Projeto Brasil e China: Ela gravava um programa que passava aos domingos e passava pros seus alunos nele continham sua língua, sua moeda, bandeira, música, sua cultura. Esse aluno começou a querer se comunicar e falava algumas palavras em inglês na qual a professora traduzia e repassava para a turma. Aos poucos os alunos começaram a brincar escrevendo palavras em chinês e este aluno começou a escrever palavras em português demostrando um excelente raciocínio matemático.
Ao final do ano letivo, 95% dos alunos conseguiram escrever frases e pequenos textos e pediam para ler em voz alta --- O trabalho foi todo centrado na teoria da Emília Ferreiro, uma proposta construtivistas de alfabetização que assume que não existe método a ser seguido. O educando passa a ser visto como um agente e não por um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é ensinado. É importante que o professor crie um ambiente alfabetizador com diferentes espaços de linguagens e diferentes tipos de texto, criados pelos alunos, pela professora e coletivamente, mas sempre inseridos em situações e práticas significativas para o grupo. Além de desenvolver habilidades cognitivas, o professor e o psicopedagogo devem estabelecer um vínculo afetivo e considerar o aluno ou o paciente como único e o levar a construir suas próprias relações com o mundo.
PLANEJANDO AÇÕES DE ACORDO COM O MODELO PEDAGÓGICO VM PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
Nesse sentido, a primeira parte é intitulada planejar: Por quê? Nela é exemplificado que na prática o planejamento no contexto escolar não parece ter tanta importância que deveria ter. O professor precisa planejar suas atividades por que focamos a situação complexa a ser compreendida e os objetivos a serem alcançados. Nas condições, procuramos prever estratégias que pretendemos prever estratégias que pretendemos seguir para alcançar os objetivos. Nos recursos, planejamos o que precisamos de elementos de apoio para realizar com sucesso o que foi planejado. Por isto, consideramos o planejamento pedagógico como uma situação complexa para a qual o professor precisa desenvolver sua competência. Com relação ao planejar podemos afirmar o seguinte: o planejamento é um roteiro de saída, sem certeza dos pontos de chegada. Por esta razão todo planejamento busca estabelecer a relação entre a previsibilidade e a surpresa. Foi por esta razão que afirmamos acima ser o planejamento pedagógico um roteiro da saída sem certeza da chegada. A experiência do professor é um ingrediente importante para um bom planejador. A capacidade de flexibilização também. Mas há uma ideia-chave que deve estar na base do bom planejamento: cada situação complexa é singular/única; a cada ano os alunos são outros, o contexto social é diferente, as tecnologias de apoio são mais aperfeiçoadas e o próprio professor, de um ano para outro, não é o mesmo.
A segunda parte é intitulada Planejar: quem para quem? Onde há a explanação que ao planejar, o professor precisa considerar alguns componentes fundamentais: O professor precisa conhecer-se do ponto de vista de sua própria personalidade para a escolha de estratégias pedagógicas. O professor precisa conhecer seus alunos, com suas características psicossociais e cognitivas. O professor precisa conhecer a epistemologia e a metodologia mais adequadas às características de sua disciplina. O professor precisa conhecer o contexto social de seus alunos e escolher as estratégias contextualizadas que favoreçam a aprendizagem significativa. 
A terceira parte é intitulada: O que para quem? Acerca das estratégias pedagógicas que favoreçam a aprendizagem significativa de conteúdos relevantes. Trazendo também em que se diferencia o planejamento elaborado segundo a pedagogia tradicional e o elaborado segundo o modelo VM. O primeiro tem base no positivismo e no comportamento onde todos os alunos são tratados como sendo iguais, devendo aprender os mesmos conteúdos, no mesmo ritmo, vencer as mesmasdificuldades e ser avaliados com os mesmos instrumentos. O segundo não há certeza das condições de chegada, porque o aluno, que é quem aprende, pode interferir e direcionar o ensino por caminhos diversos, uma vez que não é passivo e nem uma tabula rasa, o aluno é coautor do processo de planejamento pedagógico.
A quarta parte é intitulada: plano de ensino segundo o modelo VM onde se fundamenta em um plano de curso por unidades onde se necessita de um bom planejamento, pois ele se conhece e conhece os conteúdos de sua disciplina mais ainda não conhece seus alunos. Recomenda-se que o professor organize seu curso em unidades, porque fenômenos e fatos são mais facilmente compreendidos quando guardam relações entre si e o aluno as percebe. Propõe-se que cada unidade tenha a estrutura de planejamento baseada nos recursos do modelo Vm.

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