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EMANCIPAÇÃO & EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL

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EMANCIPAÇÃO & EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL
4* EMANCIPAÇÃO 
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à pratica de todos os atos da vida civil (Cód. Civil, art. 5º). A menoridade pode cessar antes, por emancipação, tendo o menor dezesseis anos completos (Cód. Civil, art. 5º, parágrafo único, I), extinguindo-se o poder familiar (Cód. Civil, art. 1.635, II).
A emancipação traduz a antecipação da capacidade plena, podendo ser: (art. 5º do CC):
Voluntária ( pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial;
Judicial ( por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; ou
Legal ( pelo casamento, pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior, – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
 
“Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
*I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
*II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”.
A emancipação VOLUNTÁRIA é ato irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados pelo filho que emanciparam. Esse é o entendimento mais razoável, em nossa opinião, para que a vítima não fique sem qualquer ressarcimento. Princípio de Ressarcibilidade da vítima.
OBS - Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
SE A MÃE FOR DIVORCIADA E POSSUIR A GUARDA DOS FILHOS, ELA PODERÁ EMANCIPAR SEM AUTORIZAÇÃO DO PAI? Resposta: Não, a não ser no caso do pai ser falecido ou estar destituído do poder familiar. A emancipação voluntária é ato conjunto. A emancipação voluntária é um ato irrevogável. Se o emancipado cometer um ilícito, os pais podem responder solidariamente – do ponto de vista patrimonial, é claro (o assunto não é pacificado); 
EMANCIPADO PELO CASAMENTO, SE MENORES CASAREM E SE SEPARAREM ANTES DE COMPLETAR OS 18 ANOS A SITUAÇÃO DE INCAPACIDADE RETORNA? Resposta: Não. A separação e o divórcio não neutralizam a emancipação.
EMANCIPADOS PELO CASAMENTO, SE O CASAMENTO FOR ANULADO OU DECLARADO NULO, ANTES DE COMPLETAREM OS 18 ANOS, A SITUAÇÃO DE INCAPACIDADE RETORNA? Resposta: Depende. Se a sentença for com efeitos ex tunc (efeitos retroativos) cancelam-se os efeitos do casamento, o casamento tem seu registro cancelado, de maneira que a emancipação cai por terra. Só no caso de casamento putativo que os efeitos da emancipação permanecem. (Putativo = que aparenta ser verdadeiro, legal e certo, sem o ser)
A CAPACIDADE PARA O CASAMENTO ocorre, para o homem e para a mulher aos 16 anos completos, exigindo-se a autorização dos pais ou dos representantes legais enquanto não atingida a maioridade civil. Desse ato decorre a emancipação. Havendo divergência entre os pais, é assegurado a qualquer um deles, recorrer ao juiz para solucionar o desacordo (em caso de negativa dos pais na concessão da autorização para o casamento de filho menor). A denegação dos pais, quando injusta, pode ser suprida pela autorização judicial;
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. (Parágrafo único do Art. 1631. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.)
	EXCEPCIONALMENTE, o juiz permitirá o casamento de quem ainda não houver atingido idade núbio (16 anos). São 2 as hipóteses:
( Para evitar imposição ou cumprimento de pena; e
( em caso de gravidez.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
	OBS - O casamento hoje não extingue mais a punibilidade. A lei. 11.106/2005 revogou o artigo 107 do CP. Agora, existe outra saída. Cabe ainda, para extinguir a punibilidade, nesses casos, o “perdão do ofendido”. 
Veja o texto sobre o assunto:
Os incisos VII e VIII do art. 107 do Código Penal estabeleciam como causas de extinção da punibilidade o casamento da vítima com o agente e o casamento da vítima com terceiro, respectivamente. 
Conforme o texto revogado do inc. VII do art. 107 do Código Penal, a punibilidade seria extinta: “pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos Capítulos I, II, e III do Título VI da Parte Especial deste Código”. 
Nos termos do revogado inc. VIII do art. 107 do Código Penal, também seria extinta a punibilidade: “pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação pena no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração”. 
As disposições acima transcritas abrangiam os crimes de estupro, atentado violento ao pudor; posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude, sedução, corrupção de menores e rapto (arts. 213 a 221 do CP), sendo imprescindível observar as ressalvas legais que determinavam limitações ao alcance das regras. 
Impunha-se a extinção da punibilidade em razão da reparação pelo casamento. Entendia-se que o matrimônio limpava a honra da vítima manchada pelo crime, constituindo, em tese, razão suficiente para a terminação dos questionamentos judiciais acerca dos fatos. 
O MENOR COM 16 ANOS COMPLETOS TENDO A RELAÇÃO DE EMPREGO CESSADA, NÃO RESULTA O FIM DA EMANCIPAÇÃO. O MENOR TEM QUE TER A CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA PARA CONFIGURAR A EMANCIPAÇÃO (PARA SEGURANÇA DO MENOR)
O MENOR EMANCIPADO PODE SER PRESO CIVILMENTE (CABE PRISÃO CIVIL CONTRA MENOR EMANCIPADO?)? Resposta: Não é um assunto tipificado mas, alguns juristas defendem que é cabível a prisão civil do menor emancipado, haja vista que não se trata de uma sanção penal e sim de um meio de compelir o devedor a adimplir uma obrigação (meio coercitivo de pagamento).
O casamento civil, aos 16 anos de idade, emancipa o menor. Mas essa emancipação não tem nenhum reflexo na questão da imputabilidade penal (que continua aos 18 anos). Se o menor se casou ele se emancipa e conquista a capacidade civil, porém, não a capacidade penal. E se deixar de pagar alimentos? Por crime ele não pode responder. Pode responder por ato infracional, regido pelo ECA. Todo menor no Brasil, com menos de 18 anos, tem seus atos regidos pelo ECA (ainda que emancipados). E pode ser preso civilmente, por não pagar alimentos? Em nossa opinião sim, porque com o casamento ele se emancipa e pode praticar todos os atos da vida civil. E quem tem capacidade para praticar atos civis (livremente), o tem também para arcar com as conseqüências jurídicas desses atos. Uma delas é a de ser compelido a pagar alimentos, quando reúne condições econômicas para isso. Prisão civil, ademais, não se confundecom prisão penal. Aquela tem finalidade coercitiva (existe para obrigar o devedor a cumprir uma obrigação). Esta tem finalidade penal ou processual penal.
EMANCIAPA A APROVAÇÃO NO VESTIBULAR PARA CURSO DE ENSINO SUPERIOR? Resposta: Não. O que emancipa é a colação de grau em curso de ensino superior.
5*EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL – 
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
1) morte natural
2) morte presumida
O critério para auferir a morte natural não é mais a parada cardio-respiratório, por ser ela reversível; o critério para auferir a morte, hodiernamente, é a Morte Encefálica, que é Irreversível – Resolução nº 1480/97 do Conselho Federal de Medicina. É a morte encefálica que autoriza o transplante de órgãos. A morte deve ser atestada por um médico, ressalvada a possibilidade de 2 testemunhas declararem o óbito se faltar um especialista (art. 77 da lei de registros públicos – Lei 6015/73); 
Declarado o óbito, procede-se a abertura do inventário. O direito brasileiro só admite 2 hipóteses de morte presumida. São elas: 
a) ausência; (No momento em que se abre a sucessão definitiva do ausente, ele é presumidamente considerado morto – na ausência isso é o mais importante); 
( Da curadoria dos bens do ausente
Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhes os bens. Neste caso o juiz, a requerimento de qualquer interessado, declarará a ausência, nomeando-lhe um curador. O curador também será nomeado se o mandatário não quiser ou não puder continuar o mandato.
Caso o ausente tenha cônjuge, não separado judicialmente ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, este será o curador. Na falta do cônjuge, a escolha recairá, preferencialmente, nos pais e nos descendentes. 
( FASES DA AUSÊNCIA ( A situação do ausente, passa por três fases:
1ª Fase: curadoria do ausente: fase em que o curador cuida do seu patrimônio. Fica restrita aos bens, não produzindo efeitos de ordem pessoal, de forma que a esposa não é considerada viúva. Comunicada a ausência ao juiz, este determinará a arrecadação dos bens do ausente e os entregará a administração do curador nomeado. 
A curadoria dos bens do ausente prolonga-se pelo período de um ano. Decorrido este prazo sem que o ausente reapareça ou se tenha notícia de sua morte, ou após o período de três anos para o caso de haver representante ou procurador, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória (art. 26, CC).
2ª Fase: sucessão provisória: prolongando-se a ausência, o legislador permite a abertura da sucessão provisória para cuidar dos interesses dos sucessores do ausente. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito 180 dias depois de publicada pela imprensa. Os bens serão entregues aos herdeiros em caráter provisório e condicional, ou seja, desde que prestem garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas, do contrário, não serão imitidos na posse. Porém os ascendentes, os descendentes e o cônjuge poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. Em se tratando de imóveis, só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, quando o ordene o juiz para lhes evitar a ruína.
Cessará a sucessão provisória pelo comparecimento do ausente e converter-se-á em definitiva:
Quando houver certeza da morte do ausente;
10 anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória;
O ausente contar 80 anos de idade e houverem decorridos 05 anos das últimas notícias suas.
3ª Fase: sucessão definitiva: além da letra “a” e “c” do tópico anterior, poderão os interessados, depois de 10 anos de passada em julgado a sentença que abriu a sucessão provisória, requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
b)* Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência (art. 7º do CC)* 
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida (exs.: Ulisses Guimarães, pessoas mortas durante a ditadura);
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. (não é 2 anos após o desaparecimento) (engenheiro da Odebrecht que desapareceu no Iraque. Ele não estava em campanha por força da guerra. Se fosse um soldado brasileiro, sim)
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. (Procedimento de Justificação do Óbito, que por sentença declara a morte e sua provável data).
 ( Morte Simultânea (Comoriência).
A situação jurídica da comoriência vem prevista no art. 8º do NCC, nos seguintes termos:
“Art. 8º. – Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
Fique atento: esta regra somente é aplicável, se não se puder precisar os instantes das mortes. No caso de não haver a possibilidade de se precisar a ordem cronológica das mortes dos comorientes, a lei firmará a presunção de haverem falecido no mesmo instante, o que acarreta importantes conseqüências práticas: abrem-se cadeias sucessórias autônomas e distintas, de maneira que um comoriente não herda do outro. Se ficar indicado o momento da morte em ordem seqüencial, não se aplicará a comoriência. 
CURIOSIDADE - “Em uma insólita coincidência, dois jovens namorados de Forli, no noroeste da Itália, morreram em dois acidentes de trânsito diferentes ocorridos na mesma hora, informaram os meios de comunicação locais. Mauro Monucci, 29, morreu por volta da meia-noite de sábado quando sua moto, de alta cilindrada, chocou-se contra um poste em um cruzamento nos arredores do Palácio dos Esportes de Forli. O jovem morreu quando era levado ao hospital.
Praticamente ao mesmo tempo, o carro de sua namorada, Simona Acciai, 27, saía da estrada em uma área periférica da cidade e caía em um fosso, o que lhe causou morte instantânea. Os telefonemas para os serviços de emergência para alertar sobre os dois acidentes foram feitos com poucos minutos de diferença, mas as autoridades só perceberam que as vítimas eram um casal ao verificar em seus documentos que os dois tinham o mesmo endereço.”
( OBSERVAÇÃO ( Ocorre a morte civil quando uma pessoa, embora viva, é tratada como morta, perdendo os seus direitos civis. No Direito Brasileiro está prevista no artigo 1.816 do Código Civil, só tendo efeitos em relação à herança.
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.
( Dos casos de Registro e Averbação
Os eventos são registrados, em Registro Público, para preservar direitos de terceiros. Já a averbação esclarece a respeito de modificações no estado de uma pessoa.
Vejamos a redação dos artigos 9º e 10º do CC.
Art. 9o Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais oupor sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
III - dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção.

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