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Economia no Regime Militar Brasileiro

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- Economia no Regime Militar:
No final de 62, poucos meses antes do plebiscito que confirmaria o regime presidencialista foi apresentado por Celso Furtado, então ministro extraordinário para assuntos de Desenvolvimento Econômico, o Plano Trienal, uma reposta política à aceleração inflacionária e a vulnerabilidade externa brasileira e, ao mesmo tempo, objetivava a continuidade ao desenvolvimento do país.
O Plano apresentado tinha fortes contornos ortodoxos, redução do gasto público, política monetária contracionista, para se ter uma ideia, em pronunciamento divulgado no início de 63, a própria CNI (Confederação Nacional da Indústria) manifestava seu integral apoio as medidas tomadas pelo governo.
Para alguns economistas isso demonstrava as próprias limitações do enfoque estruturalista, já para outros, devido ao contexto político e econômico, não havia outra saída, senão a aplicação de medidas ortodoxas. A tentativa de estabilização fracassou e em 63 a economia cresceu míseros 0,6% e com taxa de inflação anual superior a 83%. Com a desestabilização política interna e externa do governo democraticamente eleito, impediu a implementação de qualquer política de gestão econômica articulada, o resultado, infelizmente, todos nós sabemos, golpe militar.
Com o regime militar, desenvolveu-se através do PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) políticas de estabilização econômica e, em conjunto, com transformações institucionais, principalmente no mercado financeiro, como por exemplo; a criação da correção monetária e do Banco Central, de certa maneira, prepara a economia para o milagre econômico e, também, aprofunda as características de um modelo econômico dependente e associado ao capital estrangeiro mantendo a matriz industrial implementada com o Plano de Metas.
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- Economia nos Governos:
Humberto Castello Branco: No plano econômico de Castello Branco foi criado o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), que visava sanear a economia e buscar o crescimento. Uma das principais características do plano consistia em enxugar os gastos públicos com o corte de gastos e o aumento dos impostos e produtos oferecidos pelo serviço público. Em outro aspecto, o arrocho salarial e o controle do crédito foram duas outras medidas que reorganizaram os indicies econômicos à custa de uma classe trabalhadora desprestigiada e oprimida pelos militares.
Costa e Silva: Esse governo teve que lhe dar com sérios problemas que foram enfrentados com diversas medidas de austeridade. Entre elas destacamos a regulação dos salários dos setores públicos e privados, o aumento das linhas de crédito para o setor privado e o controle dos preços pela Comissão Interministerial de Preços. Em geral, essas medidas não tiveram boa aceitação pela população brasileira.
Emílio Médici: Esse governo foi caracterizado pelo crescimento acelerado da economia. Este período ficou conhecido como “milagre econômico”. Foi proporcionado graças a grande entrada de investimentos estrangeiros. O período também foi caracterizado pela estabilização da economia brasileira. O PIB (Produto Interno Bruto) aumentou muito neste período. Também se caracterizou pelo grande desenvolvimento industrial, o aumento da entrada no Brasil de empresas multinacionais, investimentos em grandes obras públicas, principalmente na área de infraestrutura, o estimulo ao patriotismo, principalmente através do aumento de gastos com propagandas oficiais e a criação de empresas estatais, tais como: Embrapa, Telebrás e Infraero.
Ernesto Geisel: Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. O modelo desenvolvimentista proposto pelo ministro Delfim Neto foi substituído pelas propostas do II Plano Nacional de Desenvolvimento, instituído pelo novo ministro Mário Henrique Simonsen. O objetivo maior desse novo pacote econômico era realizar a contenção da onda inflacionária e continuar o crescimento econômico nacional. Para tanto, o governo investiria maciçamente no setor estatal buscando recursos com a elevação da taxa de juros e a emissão de títulos resgatáveis. A crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem.
João Baptista Figueiredo: Principais características:
Crise econômica em vários setores da economia; Aumento do índice de desemprego; fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), gerando recessão econômica; aumento da inflação nos últimos três anos do governo. Entre 1983 e 1985 a média da inflação ficou em torno de 200% ao ano; adoção de política de estímulo às exportações. Com esta política o Brasil aumentou muito a exportações de produtos. A balança comercial ficou positiva nos últimos três anos do governo Figueiredo; greves, principalmente na região do Grande ABC. O movimento reivindicava, principalmente, melhorais salariais. As greves foram reprimidas com violência pelo governo.
- Milagre Econômico:
O "Milagre Econômico", é a denominação dada à época do crescimento econômico ocorrido no Regime Militar. Durante o Governo de Médici, a economia brasileira cresceu bastante, mas a inflação continuou baixa. Foi por conta dessas relações opostas, que se deu o nome de MILAGRE ECONÔMICO. Esse Milagre aconteceu por conta do Ministro, Antônio Delfim Neto. Ele disse que, para fazer isso, era preciso primeiro, acumular a riqueza para depois dividi-la. Então, para estimular o crescimento econômico, o governo conseguiu empréstimos no exterior; atraiu capitais estrangeiros e baixou os salários dos trabalhadores mais pobres. Boa parte dos empréstimos e investimentos foi investido nas indústrias. E o que cresceu com esses capitais foram as indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos. 
O Fim do Milagre:
Em 1973, último ano do governo Médici, por vários motivos, o "milagre econômico" estava quase com seus dias contados. Em consequência da guerra de 1973 entre árabes e judeus, os países árabes triplicaram o preço mundial do petróleo, o que causou preocupações na economia brasileira, pois o que o Brasil consumia de petróleo, 80% era importado. E por conta dos salários baixos, a maioria da população já não podia comprar os produtos fabricados no país, pois estavam muito caros. Com tudo isso, o PIB declinou, e a inflação, infelizmente voltou a crescer. Até a diferença entre os ricos e os pobres aumentaram. E com todos esses fatores, foi uma gota d'água para que o presidente Médici saísse do governo com pouca popularidade.
Aspectos Econômicos:
Aspectos positivos:
Crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 7% e 13% ao ano;
Melhorais significativas na infraestrutura do país;
Aumento do nível de emprego proporcionado, principalmente, pelos investimentos nos setores de infraestrutura e indústria.
Significativo desenvolvimento industrial, alavancado pelos investimentos nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústria petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo crescimento e fortalecimento das empresas estatais.
Aspectos negativos:
Inflação elevada. No período, a inflação ficou entre 15% e 20% ao ano.
Aumento da dívida externa. O desenvolvimento econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos no exterior. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do Brasil nos anos futuros, pois criou uma dependência com relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), além de comprometer uma significativa fatia do orçamento para pagamento de juros da dívida.
Embora a economia tenha crescido consideravelmente, não houve distribuição de renda e, portanto, aumentou ainda mais as desigualdades sociais no país com o aumento da concentração de renda nas mãos dos mais ricos.

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