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CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior | Prof. André Almeida Aula n o 14: Crescimento e Decrescimento. Teste da Primeira Derivada. Objetivos da Aula • Definir funções crescentes e decrescentes; • Determinar os intervalos de crescimento e decrescimento de uma função; • Apresentar e utilizar o teste da primeira derivada para determinar extremos relativos. 1 Funções Crescentes e Decrescentes Segue a definição abaixo: Definição 1. Sejam f : A→ B uma função e x1, x2 ∈ Df . Definimos que f é uma (i) função crescente se x1 < x2 então f(x1) ≤ f(x2); (ii) função sempre crescente ou estritamente crescente se x1 < x2 então f(x1) < f(x2); (iii) função decrescente se x1 < x2 então f(x1) ≥ f(x2); (iv) função sempre decrescente ou estritamente decrescente se x1 < x2 então f(x1) > f(x2); Seguem abaixo alguns exemplos. Figura 1: Exemplo de uma função crescente. 1 Cálculo I Aula n o 14 Figura 2: Exemplo de uma função estritamente crescente. Figura 3: Exemplo de uma função estritamente decrescente. Figura 4: Exemplo de uma função estritamente decrescente. Observe que existem funções que não são crescentes e nem decrescentes em todo o seu domínio, ou seja, uma mesma função pode ser crescente em uma parte do seu domínio e decrescente em outra parte. Um exemplo de função com essa propriedade é a função quadrática, dada por f(x) = x2+ 1 2 , pois note que para x < 0 a função é decrescente e para x > 0 a função é crescente, como podemos ver no gráfico de f . Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 2 Cálculo I Aula n o 14 Figura 5: Exemplo de uma função crescente e decrescente. 2 Intervalos de Crescimento e Decrescimento Uma das aplicações do Teorema do Valor Médio é a determinação dos intervalos de crescimento e de decrescimento de uma função. O próximo teorema diz que podemos determinar os intervalos de crescimento e decrescimento de uma função apenas analisando o sinal de sua derivada. Teorema 1. Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a, b] e diferenciável no aberto (a, b), então: (a) se f ′(x) > 0 para todo x ∈ (a, b), então f é crescente em [a, b]. (b) se f ′(x) < 0 para todo x ∈ (a, b), então f é decrescente nele em [a, b]. Exemplo 1. Determine o intervalo de crescimento e/ou de decrescimento da função f(x) = x2. Solução: Derivando a função, temos f ′(x) = 2x. Como f ′(x) = 2x > 0 para todo x > 0, então f(x) cresce no intervalo (0,+∞). De forma análoga, como f ′(x) = 2x < 0 para todo x < 0, então f(x) decresce no intervalo (−∞, 0). � Exemplo 2. Determine o intervalo de crescimento e/ou de decrescimento da função f(x) = x3. Solução: Derivando a função, temos f ′(x) = 3x2. Como x2 ≥ 0 para todo x, o intervalo de crescimento é R = (−∞,+∞). Desta forma não temos intervalo de decrescimento. � Exemplo 3. Determine o intervalo de crescimento e decrescimento da função f(x) = 3x4−4x3−12x2+5. Solução: Derivando a função, temos: f ′(x) = 12x3 − 12x2 − 24x = 12x(x− 2)(x+ 1). Para fazer o estudo do sinal, utilizamos o seguinte quadro Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 3 Cálculo I Aula n o 14 Desse modo, f é decrescente em (−∞,−1) ∪ (0, 2) e crescente em (−1, 0) ∪ (2,+∞). Observe graficamente: Figura 6: Gráfico da função f(x) = 3x4 − 4x3 − 12x2 + 5 � Exemplo 4. Determine o intervalo de crescimento e decrescimento da função f(x) = 4x2 + 1 x . Solução: Note que f ′(x) = 8x− 1 x2 = 8x3 − 1 x2 Como x2 > 0 para todo x ∈ R então o sinal de f ′ é determinado pela função que está no numerador. Fatorando, temos que 8x3 − 1 = (2x)3 − 13 = (2x− 1)(4x2 + 2x+ 1) Como o segundo fator é um polinômio irredutível de grau 2 e com concavidade para cima, então podemos concluir que 4x2 + 2x + 1 > 0 para todo x ∈ R. Logo, o sinal de f ′ é determinado pelo fator 2x − 1 Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 4 Cálculo I Aula n o 14 que pode ser entendido como uma reta que passa pelos pontos (0,−1) e ( 1 2 , 0 ) . Logo, o sinal de f ′ e os intervalos de crescimentos são dados pelo quadro abaixo: Sendo assim, a função f decresce no intervalo (−∞, 0) ∪ ( 0, 1 2 ) e cresce no intervalo ( 1 2 ,+∞ ) . Observe graficamente: Figura 7: Gráfico da função f(x) = 4x2 + 1 x � 3 Teste da Primeira Derivada Mostramos anteriormente que se f tem um máximo ou mínimo local em c, então c deve ser um número crítico de f , mas nem todo número crítico dá origem a um máximo ou mínimo. Consequentemente, necessitamos de um teste que nos diga se f tem ou não um máximo ou mínimo local em um certo ponto crítico. Teorema 2. Suponha que c seja um número crítico de uma função contínua f . 1. Se o sinal de f ′ mudar de positivo para negativo em c, então f tem um máximo local em c. 2. Se o sinal de f ′ mudar de negativo para positivo em c, então f tem um mínimo local em c. 3. Se f ′ não mudar de sinal em c, então f não tem máximo ou mínimo local em c. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 5 Cálculo I Aula n o 14 Exemplo 5. Determine os intervalos de crescimento ou decrescimento da função f(x) = 2x3 + 3x2 − 36x e seus extremos relativos. Solução: Derivando f , obtemos f ′(x) = 6x2 + 6x− 36 = 6(x− 2)(x+ 3). Os números críticos ocorrem quando f ′(x) = 0, logo x = 2 e x = −3. Fazendo o estudo do sinal de f ′: obtemos então que: • f é crescente no intervalo (−∞,−3) ∪ (2,+∞) • f é decrescente no intervalo (−3, 2) Portanto, pelo Teste da Primeira Derivada, podemos concluir que -3 é um ponto máximo relativo de f e 2 é um mínimo relativo. Os valores da função nestes pontos, isto é, f(−3) = 81 é dito um valor máximo relativo de f e f(2) = −44 um valor mínimo relativo. Veja um esboço do gráfico de f abaixo: Figura 8: Gráfico da função f(x) = 2x3 + 3x2 − 36x � Exemplo 6. Determine os intervalos de crescimento ou decrescimento da função f(x) = x2e−x e seus extremos relativos. Solução: Calculando f ′, temos que f ′(x) = (x2)′e−x + x2(e−x)′ = 2xe−x − x2e−x = (2− x)xe−x Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 6 Cálculo I Aula n o 14 Logo, como f ′ está definida para todo x ∈ R, então os seus pontos críticos são os zeros da sua derivada. Desse modo, como e−x > 0 para todo x ∈ R, apenas o fator (2 − x)x determinará o sinal de f ′. Logo, utilizando o quadro abaixo: Desse modo, • f é decrescente no intervalo (−∞, 0) ∪ (2,+∞) • f é crescente no intervalo (0, 2) Pelo Teste da Primeira Derivada segue que 0 é mínimo local e 2 é máximo local. Graficamente, Figura 9: Gráfico da função f(x) = x2e−x � Exemplo 7. Determine os intervalos de crescimento ou decrescimento da função f(x) = x x2+1 e seus extremos relativos. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 7 Cálculo I Aula n o 14 Solução: Derivando f , temos que f ′(x) = (x)′(x2 + 1)− x(x2 + 1)′ (x2 + 1)2 = x2 + 1− 2x2 (x2 + 1)2 = frac1− x2(x2 + 1)2 Antes de estudarmos o sinal de f ′, notamos que (x2 + 1)2 > 0 para todo x ∈ R. Logo, apenas a função g(x) = 1− x2 determinará o sinal de f ′. Dessa forma, utilizando o quadro abaixo: obtemos que • f é decrescente no intervalo (−∞,−1) ∪ (1,+∞) • f é crescente no intervalo (−1, 1) Pelo Teste da Primeira Derivada segue que −1 é mínimo local e 1 é máximo local. Graficamente, Figura 10: Gráfico da função f(x) = x x2 + 1 � Exemplo 8. Determine os intervalos de crescimento ou decrescimento da função f(x) = √ x e seus extremos relativos, se existirem. Solução: Note que f ′(x) = 1 2 √ x Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 8 Cálculo I Aula n o 14 Agora, note que em x = 0 a função f ′ não está definida, porém,a função f está, pois f(0) = 0. Logo, x = 0 é um ponto crítico da função f . E, observe que f ′(x) > 0 para todo x > 0. Logo, a função f é estritamente crescente para x > 0. Como o teste da primeira derivada necessita do sinal de f ′ antese depois do ponto crítico, não podemos aplicá-lo nesse exemplo. Mas perceba que se a função f é estritamente crescente, então para todo x > 0 teremos que f(x) > f(0) e assim, constatamos que x = 0 é mínimo global da função f . Graficamente, podemos verificar esse fato no gráfico da função raiz quadrada: Figura 11: Gráfico da função f(x) = √ x � Resumo Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula. Aprofundando o conteúdo Leia mais sobre o conteúdo desta aula nas páginas 262-264 do livro texto. Sugestão de exercícios Resolva os exercícios das páginas 269-271 do livro texto. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 9
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