Aula 2

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I EM PSICOLOGIA
Aula 02: Saber ouvir e falar
AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Estágio supervisionado básico I em psicologia
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AULA 02: SABER OUVIR E FALAR
Objetivo
Avaliar a importância da escuta e da fala diante das demandas de intervenção psicológica
1
PRÓXIMOS 
PASSOS
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Saber ouvir
Vamos começar esta aula lendo uma poesia.
Silêncio
Saber ouvir e saber calar: nisto consiste o supremo valor do silêncio. 
Ouvir, silenciar, pensar, falar, silenciar e pensar outra vez evitaria muita coisa dita em vão. 
Por falar apenas e pouco pensar, pessoas cometem erros difíceis de reparar depois. 
E por ouvir tanto menos do que pensam, piores erros cometem ainda...
(Augusto Branco)
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Saber ouvir
A escuta é um dos instrumentos básicos para o psicólogo em qualquer campo de atuação. 
É por meio da escuta atenta e seletiva que conseguimos compreender as demandas e os sentimentos de nossos clientes/pacientes.
Portanto, para uma intervenção adequada, precisamos aprender a escutar.
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Ouvir X Escutar
Ouvir e escutar são duas atividades diferentes. 
Geralmente, ouvimos muito e escutamos bem pouco. 
Ouvir é uma ação fisiológica relacionada à percepção: não prestamos atenção profundamente em tudo, mas captamos os sons produzidos a nossa volta e, em geral, nós os descartamos.
Quando escutamos, nossa atenção está voltada para algum som ou alguma mensagem específica, o que exige uma tomada de consciência do que se está ouvindo.
Todos os nossos sentidos estão focados no que recebemos.
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Saber falar
“Geralmente, aqueles que sabem pouco falam muito, e aqueles que sabem muito falam pouco.”
(Jean-Jacques Rousseau)
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Falar X Escutar
A primeira pessoa tratada pela terapia da palavra se chamava Bertha Pappenheim (1859-1936), mas ela ficou conhecida como Anna O. 
Foi assim que os médicos Josef Breuer (1842-1925) e Sigmund Freud (1856-1939) a denominaram na hora de narrar o caso clínico que germinou a psicanálise e que inaugurou uma forma de tratamento baseado na relação entre falar e escutar.
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Falar X Escutar
Anna O. sofria de alucinações histéricas, sonambulismo e se recusava a beber água.
Traindo a tradição médica de seu tempo, Freud ofereceu a sua paciente uma escuta qualificada que permitia uma recidiva de seus sintomas.
De acordo com Silva (1996), pela primeira vez na história, deram à histérica o direito de usar a palavra.
Freud a escutou para além da moralidade, criando a primeira forma de conhecimento que tenha 
dado voz à loucura. 
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Falar X Escutar
Anna O. já levava seis semanas ingerindo somente a água de frutas, quando os sintomas começaram a desaparecer – sempre após falar em voz alta sobre o que a atormentava.
“Depois de ter desabafado energicamente a raiva que ficara dentro dela, pediu para beber – e bebeu sem inibição – uma grande quantidade de água, acordando da hipnose com o copo nos lábios. Com isso, o distúrbio desapareceu para sempre.”
Freud (1895)
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Saber falar
A psicanálise tenta, a todo instante, afastar-se da ideia de que o sofrimento psíquico resulta de uma falta de adaptação ao meio, rompendo, a partir desse momento, com o paradigma médico.
Por intermédio da fala, o paciente tem acesso a pensamentos recalcados que produzem os sintomas atuais. Assim, ele passa a ter uma nova compreensão dessa memória.
Na medida em que o paciente mantém tais ideias de eventos do passado, este se torna presente, uma vez que é constantemente atualizado mediante os sintomas. 
Quando a reação é reprimida, o afeto permanece relacionado à lembrança e gera o sintoma. 
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Saber falar
Ao falar no processo terapêutico, o paciente tem a oportunidade de acessar as memórias reprimidas, colocá-las em discurso e elaborá-las. Como resultado, a tendência é que os sintomas desapareçam. 
Esse processo de terapia se baseia em dois pilares:
O que o paciente pode dizer de si mesmo;
A capacidade do psicólogo de escutar o que está sendo dito e de compreender profundamente seu paciente, a fim de que possa fornecer a ele condições necessárias de elaboração do conflito vivenciado. 
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Saiba mais
Vídeo: Casos clínicos de Freud – Anna O;
Sugestão de leitura: Sobre o legado de Breuer e Anna O.
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Profuncionário – Curso Técnico de Formação para os funcionários da educação. Brasília: MEC, SEB, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/10_2_teor_com.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2017.
FREUD, S. Estudos sobre a histeria (1893-1895). Rio de Janeiro: Imago, 1996. v. II. Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud.
SILVA, A. F. R. da. Notas para uma história da histeria. Estudos de Psicanálise, Belo Horizonte, n. 19, p. 9-18, set. 1996.
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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Escuta como instrumento 
de trabalho.
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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