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Aula 8. Aleitamento Materno Curso de Nutrição Disciplina de Nutrição Materno-Infantil Profas. Ana Carolina M. Cavalcante / Tatiana Uchôa Passos Reflexões iniciais... Aleitamento Lactação X Fatores fisiológicos Fatores ambientais Fatores emocionais Reflexões iniciais: Aleitamento • Dificuldades atuais: – Crendices populares – Desmame precoce • Desmame precoce: – 6%: amamentadas exclusivamente até 2 meses (1990) – 23,4 dias: Média de aleitamento exclusivo no Brasil em 1999 • Sudeste: 13,1 dias • Sul: 39,1 dias – Influência da entrada da mulher no mercado de trabalho – Criação da mamadeira, do leite condensado e da farinha láctea Leite fraco? Leite secou? Pouco leite? Muito trabalho? Rachadura de mamilo? PNAN 2011 • “O aleitamento materno, que deve ser a primeira prática alimentar dos indivíduos, é necessário para a garantia da saúde e do desenvolvimento adequado das crianças. O Brasil adota as recomendações internacionais, recomendando o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e continuado até o segundo ano de vida” • Pesquisa Nacional de demografia e Saúde (PNDS), 2006: – 95% das crianças brasileiras foram alguma vez amamentadas • II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno no Conjunto das Capitais Brasileiras e DF, 2008: – Mediana de AME: 54 dias – Mediana do AM total: 341,6 dias (11,2 meses). • Ideal: 24 meses • 2011: • AME < seis meses: 41%. Aleitamento Materno • Principal causa do desmame: insegurança materna! – Falta de informação sobre a qualidade do leite – Falta de instruções quanto às técnicas de amamentação – Falha dos profissionais de saúde: médicos, enfermeiros e nutricionistas. Nível de desenvolvimento econômico Aleitamento Materno Força cultural • Indígenas • Zona rural Aleitamento Materno A cultura e o conhecimento determinam os índices de amamentação! Em populações onde a cultura popular perde a força, a necessidade é fortalecer o conhecimento sobre a importância da amamentação. Rotina de hospitais / maternidades Profissionais de saúde Marketing do leite em pó, alimentos infantis, mamadeiras Crenças Desmame Precoce: Causas Aleitamento Materno: Vantagens • Bebê: – infecções respiratórias – diarréia – enterocolite necrosante – otite média – infecções do trato urinário – morte súbita – diabetes – câncer – excesso ponderal – hipercolesterolemia – asma • Mãe: – CA de mama – CA de ovários – fraturas ósseas – morte por artrite reumatóide – sangramentos pós-parto – Involução uterina mais rápida – Retorno mais cedo ao peso pré-gestacional – ... Principais Incentivadores do AM • Atividades educativas • Mudanças rotinas hospitalares (Iniciativa Hospital Amigo da Criança) – Projeto OMS/UNICEF • Cumprimento dos direitos da mãe trabalhadora – 120 180 dias (Programa Empresa Cidadã) • Fiscalização das propagandas de alimentos infantis (Norma Brasileira para Comercialização de alimentos para lactentes) • Criação de bancos de leite humano Missão do Nutricionista • Transmitir a importância do aleitamento às mães • Treinar e capacitar os demais da equipe • Orientar o início do aleitamento já na primeira meia hora pós-parto • Orientar quanto às técnicas de amamentação • Não permitir que nenhum outro alimento seja fornecido ao bebê • Não dar bico ou chupeta às crianças amamentadas exclusivamente • Estimular o estabelecimento de grupos de apoio/acompanhamento ao aleitamento Tipos de Aleitamento Materno Classificação da OMS (WHO, 1991): • Aleitamento materno: – Quando a criança recebe leite materno • Aleitamento materno exclusivo: – Somente o leite materno diretamente da mama ou extraído – Exceção: medicamentos ou xaropes vitamínicos • Aleitamento materno predominante: – Leite materno + água, sucos, chás e soros • Aleitamento materno complementado: – Leite materno + alimentos semi-sólidos (inclusive leite não-humano) Cadernos de Atenção Básica, Ministério da Saúde, 2009 Fisiologia da Lactação Lactação • Influenciada por hormônios, principalmente hipofisários • Desencadeada por estímulos externos e emoções maternas • Processo de desencadeamento: neuroendócrino – Nervos sensoriais do mamilo – Pele adjacente à mama – Hormônios: prolactina, ocitocina, … Lactação: morfologia da mama • . Lactação • Morfologia da mama – Interna: • Ductos lactíferos diâmetro (próx. ao seio) seios lactíferos • Alvéolos • Células mioepiteliais circundam os alvéolos • Lobos – formados pelos lóbulos • Lóbulos possuem de 10 a 100 alvéolos • Tecido conjuntivo – Externa: • Mamilo • Aréola • Corpúsculos de Montgomery situam-se na aréola e produzem secreção lubrificante Peso total da mama: Término da gestação: 400 a 600g Durante a lactação: 600 a 800g Mamogênese Desenvolvimento da glândula mamária Dividida em 2 momentos: • (1) Puberdade • (2) Gestação • Fase fetal: – Ductos e lóbulos – Igual desenvolvimento em homens e mulheres • Puberdade: – Maior alongamento e desenvolvimento dos ductos lactíferos (ação do estrógeno) – Maior desenvolvimento dos alvéolos (ação da progesterona) Mamogênese • Ciclos menstruais: – A cada ciclo, a estrutura mamária se desenvolve, até os 30 anos • Gestação: – Ação dos hormônios – Desenvolvimento das mamas – Proliferação dos ductos (estrogéno) – Ramificação e formação dos lobos (progesterona) – Prolactina: 3º mês – secreção de substância: colostro – Lactogênio placentário: 2º trimestre – formação do colostro Estágios da Lactação • Estágio 1: – Começa no último trimestre da gestação – Aumento na concentração de lactose, proteínas totais e imunoglobulinas nas células alveolares e diminuição no teor de sódio e cloreto – Pós-parto: início efetivo! progesterona, mas a prolactina continua • Até o 3º ou 4º dia pós-parto: secreção independe da sucção • Após o 4º dia: secreção se não houver extração Estágios da Lactação • Estágio 2: – Momento da apojadura ou descida do leite • 2 a 3 dias após o parto – Mudanças na composição do leite até o 10º dia • captação de glicose pelas células alveolares – A partir do 10º dia: produção do leite maduro • Galactopoiese Estágios da Lactação • Estágio 3: – Galactopoiese – Manutenção da lactação • Produção de prolactina e ocitocina – Hipófise E quando o leite não é extraído? pressão nos ductos prod. de leite inibição da prod. de leite Quando pode ocorrer? sucção estímulo da hipófise prolactina Ansiedade / estresse vascularização ação da ocitocina Hormônios da Lactação • Prolactina: – Estimula a produção de leite durante a mamada – Produção de leite pelas células alveolares • Hipófise anterior – Níveis de prolactina: • Até o 4º dia: independente da sucção • Obs.: – Em torno dos 3 meses: a sucção diminui a secreção de prolactina (perigo para desmame precoce) Hormônios da Lactação • Ocitocina: – Estimula a contração das células mioepiteliais dos alvéolos: Ejeção do leite para os ductos lactíferos • Hipófise posterior – Também atua na contratura do útero • amamentação contração do útero involução uterina Hormônios da Lactação • Ocitocina: – Estimulada pela: visão, cheiro, choro da criança, e a fatores de ordem emocional, como motivação,autoconfiança e tranqüilidade. – Inibição: dor, desconforto, estresse, ansiedade, medo, insegurança e a falta de autoconfiança. Obs.: a prolactina não é influenciada por estas sensações As dificuldades daamamentação estão mais relacionadas com a secreção de ocitocina, o que torna o tratamento focado em orientações e apoio. Recomendação até 2 anos (WHO, 2000) • Estima-se que dois copos (500ml) de leite materno no segundo ano de vida fornecem: – 95% das necessidades de vitamina C – 45% das necessidades de vitamina A – 38% das necessidades de proteína e – 31% do total de energia diário. Uma análise de estudos realizados em três continentes concluiu que quando as crianças não eram amamentadas no segundo ano de vida elas tinham uma chance quase 2 VEZES MAIOR de morrer por doença infecciosa quando comparadas com crianças amamentadas. Composição do Leite Humano Denominações do Leite Humano Período Pós-Parto Nomenclatura 1º ao 7º dia 100ml até 600ml (4ª dia) COLOSTRO 7º ao 14º dia ou até 2 semanas LEITE DE TRANSIÇÃO A partir do 14º dia ou da 2ª semana LEITE MADURO Colostro • Líquido amarelado • [proteínas] – Ptn não nutricionais, mas com função imunológica • Menor teor de lactose e gordura que o leite maduro • Rico em Na, K, Cl, Zn, vitaminas A, E e carotenóides Colostro • Rico em Imunoglobulinas – IgA, IgM… - maiores qtdes do 1º ao 3º dia – Outros fatores de proteção, tais como anticorpos e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido (se mantêm) • Este favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. – Lactoferrina: ação bacteriostática sobre a E. Coli – Lisozima: ação bactericida sobre a maioria das bactérias Gram - Colostro • Valor calórico: 0,67 kcal/mL (> leite maduro: 71 kcal/dL) • Volume: – 1º ao 3º dia: 2 a 20 mL por mamada • Multíparas: maior quantidade • Outras vantagens: – Facilita a eliminação do mecônio – Propriedade antinflamatória • Proteína: – 90% ptn do soro e 10% caseína Leite Maduro • Leite propriamente dito • Composição mais definida a partir do 15º dia • Valor Calórico: 0,7 kcal/ml • Proteína • Leite humano: < teor de ptn dentre os animais • 1,2 a 1,5g/dL • Composição: – 60% ptn do soro (alfa-albumina, imunoglobulina, enzimas) – 40% caseína • Caseína humana ≠ Caseína bovina: – Mais fácil digestão Quais são os riscos da ingestão do leite de vaca? Leite Maduro • Carboidratos • Oligossacarídeos (0,8%) e dissacarídeos * – *Lactose: 7,0g/dL Oligossacarídeos Na presença de Peptídeos Fator bífido CHO com N Em um meio rico em Lactose Fermentam açúcares e formam AG (láctico, acético): pH intestinal Proteção contra bactériasA lactose possui mais do que uma função nutricional. Possui também função protetora. Multiplicação de Lactobacillus bifidus Leite Maduro • Carboidratos • Função nutricional da lactose: – Favorece a absorção de Ca, P e Mg • Fator anti-raquitismo – Galactose: constituinte do tecido nervoso e cerebral Leite humano: 7,0 g/dL Leite de vaca: 4,5 g/dL Teor de Lactose Glicose GalactoseLACTOSE Leite Maduro • Lipídios • Possuem melhor digestibilidade • 3,5g/dL • 97% de triglicerídeos, além de fosfolipídeos, colesterol e AG livres • A dieta materna não influencia a quantidade mas pode influenciar a qualidade dos lipídeos do leite materno Leite Maduro • Minerais • Menor teor entre os demais leites de outros animais • Quantidade suficiente e não agressiva ao metabolismo do lactente • Relação Cálcio e fósforo : 2:1 • Ferro – alta biodisponibilidade: 50% LM x 10% LV – Lactoferrina: aumenta a absorção de ferro Leite Maduro • Vitaminas • Presentes em quantidades suficientes • Podem ter os teores mais variáveis: A e complexo • Vitamina D • Necessidade de raios solares • Lactose melhora absorção de Ca e Vitamina D Leite Maduro E a composição do leite é a mesma? Não. Variações principalmente em lactose e gordura As variações ocorrem: • Em uma mesma mamada – Primeiras sucções: menos gordura • Importância de mamar cada uma por vez • Período do dia – Manhã: mais concentrado • Prematuridade – Menos lactose e mais proteínas: maior presença da via paracelular nas células alveolares (junção entre as células continua aberta) Amamentação Mães desnutridas produzem “leite fraco”? Apenas mães com DESNUTRIÇÃO GRAVE podem ter o leite afetado em quantidade e qualidade. • Adaptações do organismo: – GEB dos tecidos (inclusive GE produção do leite) – absorção intestinal – prolactina • Resultado: Alterações mínimas na composição do leite – vol diário, mas sem alteração de lactose e macronutrientes – Vitaminas (C, A, B12, B1...) podem ser ligeiramente afetadas • Suplementação de Vitamina A – Obs.: Nutriz adolescente é mais propensa a carência de cálcio Nutrizes desnutridas devem ser orientadas a amamentar! Técnica de Amamentação Técnica de Amamentação • Técnicas erradas de amamentação são importantes causas de desmame precoce • Posição da criança no colo da mãe • Como a criança abocanha a mama • Períodos, horários e duração das mamadas • Como se interrompe a mamada • Sobre a mãe: • Como segura o bebê, de modo que não canse • Como se posiciona, para que as costas não doam • Ansiedade que impede de relaxar Técnica de Amamentação • Colocar um travesseiro ou apoiar o bebê sobre as pernas • A mãe deve pegar a mama com a mão em “concha” e não em “tesoura” Técnica de Amamentação • Os lábios do bebê devem ficar para fora – O dedo indicador no queixo do bebê pode auxiliar • Quando o bebê pega a mama adequadamente – o que requer uma abertura ampla da boca, abocanhando o mamilo e a aréola, forma-se um lacre perfeito entre a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê. Técnica de Amamentação Pega Incorreta Além de dificultar a retirada do leite, a má pega machuca os mamilos. Quando o bebê tem uma boa pega, o mamilo fica em uma posição dentro da boca da criança que o protege da fricção e compressão. Pega Correta Pega Correta: Sequência Técnica de Amamentação • Para retirar o bebê da mama, não se deve puxar. O dedo mindinho no canto da boca, pode auxiliar Técnica de Amamentação Posição da Mãe Técnica de Amamentação A (OMS) destaca quatro pontos-chave que caracterizam o posicionamento e pega adequados: Pontos-chave do posicionamento adequado 1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 2. Corpo do bebê próximo ao da mãe; 3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); 4. Bebê bem apoiado. Pontos-chave da pega adequada 1. Mais aréola visível acima da boca do bebê; 2. Boca bem aberta; 3. Lábio inferior virado para fora; 4. Queixo tocando a mama. Técnica de Amamentação Freqüência de mamadas: • Amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama: amamentação em livre demanda. • Primeiros meses: é normal que a criança mame com freqüência e sem horários regulares: de 8 a 12x/dia • Mulheres com mamas mais volumosas têm uma maior capacidade de armazenamento de leite e por isso podem ter mais flexibilidade com relação à freqüência das mamadas (DALY; HARTMANN, 1995). • Mulheres com mamas pequenas podem necessitar amamentar com mais freqüência devido a sua pequena capacidade de armazenamento do leite. No entanto, o tamanho da mama não tem relação com a produção do leite, ou seja, as mamas grandes e pequenas em geral têm a capacidade de secretarem o mesmo volume deleite em um dia. Técnica de Amamentação Duração da mamada: • O tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e • Depende da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros. • Mais importante: Tempo suficiente à criança para ela esvaziar adequadamente a mama. – Criança recebe o leite do final da mamada, rico em gorduras, promovendo a sua saciedade e, conseqüentemente, maior espaçamento entre as mamadas. Técnica de Amamentação Frequência e Duração das mamadas: LEMBRAR: • Primeiros dias pós-parto: reconhecimento das 2 mamas – Colocar o bebê um pouco em cada mama, estimulando ambas – Livre Demanda (média 8 a 12x) • 20 a 30 minutos Técnica de Amamentação Frequência e Duração das mamadas: LEMBRAR: • ~ 2ª semana: fazer com que o bebê mame o leite posterior – Coloca-se mais tempo em uma mama, até que ele esteja quase saciado – Passa-se à 2ª mama – Mesmo que não esvazie, estimula-se ambas – Na próxima mamada, inicia-se pela 2ª. Curtos espaços entre mamadas podem significar que o bebê não está ingerindo o leite posterior (rico em gorduras e calorias) Técnica de Amamentação • Amamentar não dói. Se doer, a técnica está errada – Fisgadas: ação da ocitocina – Consequências: fissuras e rachaduras • O que barulho que se escuta é o da deglutição. – Entrada de ar: formação de gases (cólicas) • Importante lembrar: após as mamadas: • Colocar o bebê em posição vertical, apoiado no ombro para que ele possa arrotar – Se não arrotar, após alguns minutos pode deitá-lo sem receio Uso de Mamadeira • Importante fonte de contaminação • Presença de BISFENOL • Após experimentarem a mamadeira, passam a apresentar dificuldade quando vão mamar no peito: “confusão de bicos”: diferença entre a maneira de sugar na mama e na mamadeira – Começam a mamar no peito, porém, após alguns segundos, largam a mama e choram • A criança pode estranhar a demora de um fluxo maior de leite no peito no início da mamada (reflexo de ejeção do leite leva aproximadamente um minuto para ser desencadeado e algumas crianças podem não tolerar essa espera) Uso de Chupeta • Interfere negativamente na duração do aleitamento materno: – São amamentadas com menos freqüência, o que pode comprometer a produção de leite. • É possível que o uso da chupeta seja um sinal de que a mãe está tendo dificuldades na amamentação ou de que tem menor disponibilidade para amamentar. • Maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite média e de alterações do palato. – A comparação de crânios de pessoas que viveram antes da existência dos bicos de borracha com crânios mais modernos sugere o efeito nocivo dos bicos na formação da cavidade oral. Como Avaliar a Adequação? • 1 – Teste da fralda (8x/dia, urina clara e diluída) • 2 – Ganho de peso (500g/mês) • 3 – Freqüência de mamada (8 a 12x/dia) • 4 – Avaliação clínica • 5 – Evacuação (toda vez que mama) Leite Insuficiente: Razões Comuns • Mamadas freqüentes e curtas • Ausência de mamadas noturnas • Pegada incorreta (erro de técnica) • Uso de mamadeiras e chupetas • Falta de confiança, estresse, preocupação Dificuldades de Amamentação Ingurgitamento mamário: • Mais comum • Causa: produção de leite e ejeção • Menos comum em partos normais • Possíveis Causas: – Leite excessivo – Início tardio da amamentação – Mamadas infreqüentes – Restrição da duração e freqüência – Sucção ineficaz Dificuldades de Amamentação Ingurgitamento mamário: • Consequências: – Mamas doloridas, quentes e endurecidas – Mamilos menos protusos • Prevenção (com orientação profissional): – Não demorar a amamentar – Massagens circulantes (também antes da mamada) – Compressas (citadas na literatura) no entanto na prática: – Não muito indicada: Compressas quentes ( vascularização, facilitam a saída do leite) – Ainda indicada: Compressas frias: vasoconstrição: alivia o desconforto O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece entre 24 e 48 horas. Dificuldades de Amamentação Fissuras e rachaduras: • Comuns no 1º mês • Causa: pega incorreta e mal preparo dos mamilos no pré-natal • Prevenção (com orientação profissional): – Se expor ao sol nas últimas semanas pré-parto – Não utilizar óleos ou cremes nos mamilos – Ordenhar o leite, antes da mamada • Facilita a sucção • Importante para mamas muito cheias – Mudança na posição das mamadas para a invertida – Evitar fricção da mama em sutiãs ou roupas Dificuldades de Amamentação Mastite: • Processo inflamatório: da 2ª/3ª semana e não após 12ª semana • Se não tratado, pode evoluir para infecção bacteriana • Causa: ingurgitamento e rachaduras • Consequências: – Mamas doloridas, edemaciadas e quentes – Infecção: febre e calafrios • Tratamento (com orientação profissional): – Medicamentos – Em alguns casos: drenagem dos abscessos formados – Suporte emocional e incentivo à amamentação – Repouso Dificuldades de Amamentação Hipogalactia: • Produção insuficiente de leite (Síndrome de Sheehan) – Agalactia: ausência de produção de leite • Causas: – Necrose da hipófise no pós-parto – Técnicas erradas de amamentação – Estresse da mãe • Consequências: – Criança com baixo peso ou com ganho de peso insuficiente • Prevenção (com orientação profissional): – Importância do diagnóstico precoce • Aplicação de outras técnicas – Colocar a criança para mamar mais vezes/dia – Evitar que o bebê durma durante a mamada Dificuldades de Amamentação • Hipogalactia: Dificuldades de Amamentação Criança Não Suga ou Sucção Fraca: • Estimular ordenha manual ou bomba (> 5x/dia) • Investigar uso de bicos ou chupetas, posição inadequada do bebê • Fluxo forte de leite, aréola dura (ordenhar um pouco antes de oferecer ao bebê) Demora na descida do leite • Estimulação da mama (bebê e manual) Dificuldades de Amamentação Mamilos ausentes, planos ou invertidos: • Necessidade de suporte para estimulação do mamilo • A amamentação pode ocorrer normalmente Medicamentos: • A nutriz só pode tomar medicamentos sob orientação • Podem interferir na composição do leite, bem como toxicidade e efeitos colaterais para o bebê Amamentação de Gêmeos • Mais comum nos últimos anos • O aleitamento materno deve ser encorajado e bem orientado pelos profissionais de saúde • Além de todos os benefícios, para os gêmeos o aleitamento materno é também economia • O corpo da mãe produz leite suficiente para cada um dos gêmeos • Maior dificuldade: indisponibilidade da mulher – Necessidade de preparação • Exceção: estimulação de qualquer tipo dos mamilos (risco de parto prematuro) Amamentação de Gêmeos • É importante discutir com a gestante a necessidade de ajuda Somente haverá produção de leite suficiente para cada uma das crianças se a mãe amamentar (ou retirar leite) com frequência e em livre demanda. • Deve-se coordenar as mamadas de duas ou mais crianças – Tarefa difícil, mas possível Amamentação de Gêmeos Técnica • Alternância de bebês e mamas em cada mamada. • Alternância de bebês e mamas a cada 24 horas. – Método com boa aceitação: mais fácil lembrar quem mamou, onde e quando. • Escolha de uma mama específica para cada bebê. – A mama se adapta às necessidades de cada bebê e pode haver diferença no tamanho das mamas • Amamentação simultânea – Economiza tempo e permite satisfazer as demandas dos bebês imediatamente. – Estudos: a mulher produz mais leite quando amamenta simultaneamente dois bebês. – Dificuldade: algumas mães só consegue mapós semanas Amamentaçãode Gêmeos • Amamentação simultânea Contraindicações da Amamentação Em quais casos a amamentação é proibida? • Nutrizes com: – Mães infectadas pelo HIV; – Mães infectadas pelo HTLV1 (doenças graves neurológicas e hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T); – Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são considerados contraindicados absolutos ou relativos ao aleitamento materno, como por exemplo, os antineoplásicos e radio fármacos. – Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose. Contraindicações da Amamentação O benefício supera o maléficio: • Consumo de cigarros: – Acredita-se que os benefícios do leite materno para a criança superem os possíveis malefícios da exposição à nicotina via leite materno. – Por isso, o cigarro não é uma contraindicação à amamentação. – Para minimizar os efeitos do cigarro para a criança, as mulheres que não conseguirem parar de fumar devem ser orientadas a reduzirem o máximo possível o número de cigarros e a não fumarem no ambiente em que a criança se encontra; • Consumo de álcool: – Deve-se desestimular as mulheres que estão amamentando a ingerirem álcool. O álcool pode modificar o odor e o sabor do leite materno levando a recusa do mesmo pelo lactente. Recomendações AAP, 2005: • Quando não for possível amamentação direta, deve-se extrair e oferecer em copinhos; • Permitir amamentação dentro da primeira hora pós parto • Nenhum complemento deve ser oferecido • Chupeta deve ser evitada nas primeiras semanas • Primeiras semanas: amamentação de 8 a 12x/dia • Perda de peso > 7% do peso ao nascer indica problemas com amamentação Amamentação – Outras orientações • Evitar chupeta e mamadeira • Fazer o acompanhamento do ganho de peso – 2 a 3 semanas de vida: retorno • Atentar que nem todo choro é de fome Amamentação X Cólicas • Choro inexplicado: + de 2 horas 3x/semana e irritabilidade – Ocorrência: 10 a 30% • Possíveis causas: – Excesso de gases, imaturidade do TGI, ansiedade materna e estresse familiar • Medidas: – Esvaziamento completo da mama: menor teor de lactose: pode melhorar os sintomas – Massagens para liberação dos gases Amamentação X Cólicas • Alimentos de risco – Leite de vaca – Chocolate – Amendoim – Café – Refrigerantes – Frutas cítricas – Soja – Trigo – Ovo – Peixe – ALIMENTOS GÁS FORMADORES Atualidades em Amamentação Prótese de Silicone • Os riscos são pequenos e não foram totalmente esclarecidos • É possível amamentar – Localização da prótese Redução Mamária • Depende da quantidade de ductos removidos • Durante a gestação/lactação os ductos e tecidos mamários se proliferam podendo compensar • Há estudos que indicam no tempo médio de amamentação Aula 10 Nutrição na Lactação Avaliação Nutricional da Nutriz Avaliação Nutricional da Nutriz • IMC = Mulher Adulta levando em consideração: – Estado nutricional anterior à gestação e – Ganho de peso durante a gestação – Retenção de peso pós-parto • Pode representar um dos fatores determinantes da obesidade em mulheres. • Determinado por: Ganho de peso gestacional + falta de atividade física + hábitos alimentares. Avaliação Nutricional da Nutriz • A perda de peso geralmente é maior nos três primeiros meses e na amamentação exclusiva. – Mulheres eutróficas: 0,6 a 0,8 kg/mês – Mulheres desnutridas: perda de 0,1 kg/mês – Média: perda de 0,5 a 1,0 kg/mês. • Mulheres como SB/O ou que amamentam por curtos períodos ou com pouca atividade física podem apresentar baixa perda de peso nos 6 primeiro meses • Estudos mostram que nutrizes com sobrepeso ou obesas podem perder até 2,0 kg/mês sem comprometer a saúde nem a produção láctea. Perda de Peso no Pós-Parto (OMS, 2002) O que determina a velocidade de perda de peso no pós-parto? • Essa velocidade é afetada por: – Edema durante a gravidez – Via de parto – Peso pré-gravídico e Peso pós-parto – Paridade – Idade – Ganho de peso durante a gestação – IMC baixo: baixos rendimentos no aleitamento materno e crescimento infantil. – IMC acima da normalidade: aumento de risco de diabetes e doenças cardiovasculares. Perda de Peso no Pós-Parto (OMS, 2002) • IMC < 18,5 (baixo peso): – Alcançar IMC na faixa de eutrofia • IMC: ≥ 18,5 e < 25 (eutrófica): – Manutenção do IMC na faixa de eutrofia ou retorno ao peso pré gravídico • IMC: ≥ 25,0 e < 30 (sobrepeso): – Perda de peso até atingir IMC na faixa de eutrofia: 0,5 a 1,0 kg/mês • IMC ≥ 30 (obesidade): – Perda de peso até atingir IMC na faixa de eutrofia: 0,5 a 2,0 kg/mês Custo Energético da Lactação • De onde vem a Energia pra Produção do Leite Materno? • Indagações ???? – Uma fonte pode compensar a outra ? – Produção de leite fica comprometida ? – Qual o limite do mecanismo de adaptação que preserva a lactação? E qual efeitos deste à saúde da nutriz? Produção do LM Reservas adiposas acumuladas durante a gestação Dieta materna Custo Energético da Lactação • Quanto se gasta para produzir o Leite Materno? Energia requerida para produzi-lo. Conteúdo energético do leite Custo Energético da Lactação • Produção de leite no 1º semestre: – 800 ml/dia – Valor calórico do leite: 70kcal/100ml – Eficiência de 80% de conversão de energia da dieta para energia do leite – Necessidade adicional requerida: aprox. 672 (700 kcal/dia). • Produção de leite no 2º semestre: – 550ml/dia – Necessidade de 462Kcal/dia (460 Kcal/dia). Mas todas essas calorias devem vir da dieta? Não! Custo Energético da Lactação Adicional Necessário – Reserva = Adicional Calórico (Dieta) Quando as recomendações são alcançadas corretamente: a mulher inicia a lactação com uma reserva de gordura equivalente a 36.000 calorias. = 200 Kcal/dia durante 6 meses Custo Energético da Lactação • Produção de leite no 1º semestre: – 800 ml/dia – Valor calórico do leite: 70kcal/100ml – Eficiência de 80% de conversão de energia da dieta para energia do leite – Necessidade adicional requerida: aprox. 672 (700 kcal/dia). • Produção de leite no 2º semestre: – 550ml/dia – Necessidade de 462Kcal/dia (460 Kcal/dia). - 200 kcal Espera-se que até o 6º mês já tenha perdido... Assim esse desconto não seria necessário, se fosse manter a lactação. - 200 kcal Custo Energético da Lactação • A recomendação energética da mulher na lactação será então: 700 - 200 kcal/dia = 500 Kcal/dia – Outros autores: – Controvérsias sobre o adicional calórico: 500Kcal? 330 kcal? • Gestantes com excesso ponderal? – Novas DRIs: Adicional de 330 a 400Kcal (nutrizes não obesas) • Para mulheres com baixo peso ou para mulheres que estão perdendo peso rapidamente, essa dedução de 200 kcal/dia não é necessária. – O IMC < 20,3Kg/m2 pode ser utilizado como ponto de corte para BP em lactantes (OMS, 1991) Situações Especiais • Gestação gemelares: aumentar a quota energética diária. • Aleitamento não exclusivo: necessidades de energia e proteína são menores • Gestante que ganhou mais de 12 kg durante a gestação: mais reservas para a lactação: menos calorias extras. • Nutriz com sobrepeso ou obesidade: pode não haver necessidade de adição de calorias Efeito da Dieta Materna na Composição do Leite Deficiência de micronutrientes: • Pode afetar o teor no leite em alguns casos: – Tiamina, Riboflavina, Cobalamina, Piridoxina, Ácido Fólico Vitamina A, Iodo, Selênio e Vitamina C: proporcional a dieta da mãe, podendo reduzir em 50% a concentração no leite se houverbaixo consumo ou baixa reserva materna – Vitamina D do leite reflete o estoque materno desta vitamina + a exposição materna ao sol. – Vitaminas K: suplementação após o parto para prevenir hemorragias. – Suplementação com Zinco: aumenta a concentração de zinco no leite produzido – Cálcio, Sódio, Potássio, Fósforo, Magnésio, Ferro não são afetados pela dieta materna Efeito da Dieta Materna na Composição do Leite • O teor de macronutrientes não interfere na composição do LM – Obs.: O teor de gordura não altera, mas o tipo dos AGs ingeridos varia de acordo com a dieta materna • AG Poli da dieta materna: contribuem com 6 a 9% das calorias totais do leite produzido, sob a forma de ácido linoléico. Adaptações metabólicas: Em caso de severa restrição de ingestão energética por parte da mãe – Mobilização das reservas de gordura materna resultando num leite produzido com uma composição de gordura semelhante aos depósitos maternos. Não existe leite fraco! Recomendações Nutricionais à Nutriz Recomendações Nutricionais: Energia FAO/WHO (2004): VET = (TMB x FAT) + ADICIONAL ENERGÉTICO PARA LACTAÇÃO – ENERGIA PARA PERDA DE PESO – 10 a 18 anos: [(13,4 x Peso Atual) + 692,6]* x FAT – 18 a 30 anos: [(14,8 x Peso Atual) + 486,6] x FAT – 30 a 60 anos: [(8,1 x Peso Atual) + 845,6] x FAT * Multiplicar o GE por 1,01 para o crescimento – FAT: • Sedentária ou leve: 1,53 / Adolescente: 1,50 • Ativo ou moderadamente ativo: 1,76 / Adolescente: 1,75 • Estilo de vida intensamente ativo: 2,25 / Adolescente: 2,00 G E = T M B X F A FA O /W H O ( 2 0 0 4 ): ADICIONAL ENERGÉTICO PARA LACTAÇÃO (PADRÃO): Recomendações Nutricionais: Energia Baixo Peso Pré Gestacional ou Ganho de Peso Inadequado na Gestação + 700 Kcal (+ 700 – 0) Eutrofia Pré Gestacional + 500 Kcal (+700 – 200) Sobrepeso ou Obesidade Pré-Gestacional INICIAL: + 500 Kcal e observar nas nas consultas subseqüentes: Sobrepeso: Manter peso ou perda desprezível ou ganho Retirar ou reduzir o adicional Obesas: Adicional “pode” ser dispensado FA O /W H O ( 2 0 0 4 ): Recomendações Nutricionais: Energia DESCONTO PARA PERDA DE PESO INDIVIDUALIZADA: • Calcular com o acréscimo começando com 700Kcal/dia • Calcular IMC Atual • Estimar a perda de peso de acordo com o estado nutricional para atingir a meta de IMC: 0,5 kg/mês = 3.200 kcal/mês = 105 kcal/dia (redução) 1 kg/mês = 6.400 kcal/mês = 200 kcal/dia (redução) 1,5 Kg/mês: 9.600 Kcal/mês = 320 Kcal/dia (redução) 2 kg/mês = 12.800 kcal/mês = 420 kcal/dia (redução) – Se IMC = Sobrepeso perda de 0,5 a 1kg/mês – Se IMC = Obesidade perda de 0,5 a 2kg/mês FA O /W H O ( 2 0 0 4 ): Recomendações Nutricionais: Energia D R Is : EER Nutriz = EER pré-gestacional (14 a 50 anos) + ADICIONAL ENERGÉTICO PARA PRODUZIR LEITE – ENERGIA PARA PERDA DE PESO 1º semestre pós parto: EER pré + energia necessária para produzir leite (500 kcal) – energia para perda de peso (170 kcal) 2º semestre pós parto: EER pré + energia necessária para produzir leite (400 kcal) – energia para perda de peso (0 kcal) Obs.: Nutriz com sobrepeso ou obesidade pode-se utilizar apenas o EER pré-gestacional sem acréscimo para produção de leite, desde que o VET não seja inferior a 2200 kcal/dia Recomendações Nutricionais: Energia D R Is : EER Nutriz = EER pré-gestacional (14 a 50 anos) + ADICIONAL ENERGÉTICO PARA PRODUZIR LEITE – ENERGIA PARA PERDA DE PESO Lactantes adolescentes EUTRÓFICA (idade de 14 a 18 anos) • Primeiros 6 meses : EER = 135,3 – (30,8 x idade[anos]) + NAF x (10,0 x peso[kg] + 934 x altura[m]) + 25 + 500 – 170 • 6 meses posteriores: EER = 135,3 – (30,8 x idade[anos]) + NAF x (10,0 x peso[kg] + 934 x altura[m]) + 25 + 400 – 0 NAF: 1,0 (SEDENTÁRIA) / 1,16 (POUCO ATIVA) / 1,31 (ATIVA) / 1,56 (MUITO ATIVA) Recomendações Nutricionais: Energia D R Is : EER Nutriz = EER pré-gestacional (14 a 50 anos) + ADICIONAL ENERGÉTICO PARA PRODUZIR LEITE – ENERGIA PARA PERDA DE PESO Lactantes adolescentes SOBREPESO IMC/I > P85 (14 a 18 anos) • Primeiros 6 meses : EER = 389 - (41,2 x idade em anos) + NAF x (15,0 x peso em kg) + (701,6 x estatura em metros) + 500 – 170 • 6 meses posteriores: EER = 389 - (41,2 x idade em anos) + NAF x (15,0 x peso em kg) + (701,6 x estatura em metros) + 400 – 0 NAF: 1,0 (SEDENTÁRIA) / 1,16 (POUCO ATIVA) / 1,31 (ATIVA) / 1,56 (MUITO ATIVA) Recomendações Nutricionais: Energia D R Is : EER Nutriz = EER pré-gestacional (14 a 50 anos) + ADICIONAL ENERGÉTICO PARA PRODUZIR LEITE – ENERGIA PARA PERDA DE PESO Lactantes adultas EUTRÓFICA (19 a 50 anos) • Primeiros 6 meses : – GET= 354 – (6,91 x idade[anos]) + NAF x (9,36 x peso[kg] + 726 x altura[m]) + 500 – 170 • 6 meses posteriores: – GET= 354 – (6,91 x idade[anos]) + NAF x (9,36 x peso[kg] + 726 x altura[m]) + 400 - 0 NAF: 1,0 (SEDENTÁRIA) / 1,12 (POUCO ATIVA)/ 1,27 (ATIVA) / 1,45 (MUITO ATIVA) Recomendações Nutricionais: Energia D R Is : EER Nutriz = EER pré-gestacional (14 a 50 anos) + ADICIONAL ENERGÉTICO PARA PRODUZIR LEITE – ENERGIA PARA PERDA DE PESO Lactantes adultas com SOBREPESO (19 a 50 anos) • Primeiros 6 meses : – GET= 448 – (7,95 x idade[anos]) + NAF x (11,4 x peso[kg] + 619 x altura[m]) + 500 – 170 • 6 meses posteriores: – GET= 448 – (7,95 x idade[anos]) + NAF x (11,4 x peso[kg] + 619 x altura[m]) + 400 - 0 NAF: 1,0 (SEDENTÁRIA) / 1,12 (POUCO ATIVA)/ 1,27 (ATIVA) / 1,45 (MUITO ATIVA) Recomendações Nutricionais: Proteína • IOM/DRI (2005) – RDA= 1,3g/kg/dia ou acréscimo de 25g/dia • OMS (2007): – 1,1g/kg de peso desejável (encontra-se pelo IMC médio) + adicional por semestre • 1º semestre: + 19g/dia • 2º semestre: + 12,5g/dia – 10 a 35% do VCT • enção nas fontes de ω 3 e 6 Carboidratos e Lipídios (no VCT) OMS (2003) IOM (2005) CHO TOTAIS 55 a 75% 45 a 65% CHO SIMPLES < 10% < 25% LIPÍDIOS TOTAIS 15 a 30% 20 a 35% AG SATURADO < 10% ND AG MONOINSATURADO < 20% ND AG POLIINSATURADO 6 a 10% ND OMEGA 6 5 a 8 % 5 a 10% OMEGA 3 1 a 2% 0,6 a 1,2% AG TRANS < 1% - COLESTEROL < 300mg/dia - Recomendações Nutricionais: Vitaminas e Minerais NUTRIENTE ADOLESCENTE/MULHER GESTAÇÃO LACTAÇÃO VITAMINA A 700mcg 750/ 770mcg 1.200/ 1.300 mcg VITAMINA C 65/ 75 mg 80/ 85mg 115 / 120mg TIAMINA 1,0 / 1,1 mg 1,4 mg 1,4 mg RIBOFLAVINA 1,0 / 1,1 mg 1,4 mg 1,6 mg NIACINA 12 / 14 mg 18 mg 17 mg FOLATO 400 mcg 600 mcg 500 mcg FERRO 15/ 18 mg 27 mg 10 / 9mg CÁLCIO 1.300 / 1.000 mg 1.300 / 1.000 mg 1.300 / 1.000mg FÓSFORO 1.250 / 700mg 1.250 / 700mg 1.250 / 700mg Exemplo cálculo GET (acréscimo específico) Dados: 27 anos; 1º mês pós-parto; Alt: 1,70 m; Peso: 78 kg; AME Cálculo pelo OMS (2004) 1º) Cálculo do IMC atual = 27 kg/m² (sobrepeso) 2º) Energia p/ produção láctea = 800 mL/dia = 700 kcal/dia 3º) Para atingir IMC de 25 nos próximos 6 meses = essa mulher deve atingir 72 kg: deve perder 6Kg nos próximos 6 meses = perda de 1kg/mês 4º) Energia a ser reduzida para reduzir 1 Kg/mês – redução de 6.400 Kcal/mês: dividido por 30 dias = redução de 200 kcal/dia Exemplo cálculo GET Dados: 27 anos; Alt: 1,7 m; Peso Atual pós parto: 78 kg; AME. PPG: 72Kg Cálculo pelo OMS (2004) 5º) Cálculo do GET para mulher: 14,818 x 78 (kg) + 486,6 = 1642,4 x 1,53 = 2.512,9 kcal/dia 6º) Cálculo do GET inicial para essa nutriz: 2.512,9 + 700 – 200 = 3.012,9 kcal/dia 7º) Recomendação do consumo de PTN: 72 x 1,1 g/kg/dia = 79,2 g/dia 79,2g + 19 (adicional de PTN 1º semestre de lactação) = 98 g/dia PTN. ATIVIDADE 1. Calcule as necessidades nutricionaisda lactante pela FAO ou DRIs 2. De acordo com as necessidades, defina as quantidades de macronutrientes do plano alimentar 3. Prescreva uma plano alimentar adequado em macro e micronutrientes para a lactante de acordo com as recomendações 4. Consumo alimentar atual da paciente 7h: 1 unidade de banana + 200 ml de leite com achocolatado + 5 cream cracker com requeijão 10h: suco de caixinha 14h: 4 c sopa de arroz + 1 c sopa de feijão + 1 coxa de frango ou 1 posta de peixe ou 3 c sopa de carne moída + 2 c sopa de purê de batata ou macarrão 18h: misto quente com suco de fruta Observações: não come mais verduras porque não tem tempo para preparar. Gosta de frutas mas não tem o hábito de ingerir com freqüência. Dados: Estudante, 25 anos, Altura: 1,60; PPG: 59 Kg; Peso atual (1º mês pós- parto): 64Kg; criança está em AME. Outras Recomendações Nutricionais • Consumir líquidos , principalmente água pura: – 3,8 L, sendo 3 litros de água pura/dia • Atenção para fontes alimentares de cálcio – Prevenir mobilização óssea • Lactantes vegetarianas devem receber orientações sobre boas fontes principalmente de ferro e vit.B12 • Ingerir peixes, se possível: 3x/semana: – Garantir os níveis de ácidos graxos ω3 no leite Outras Recomendações Nutricionais • Evitar bebidas alcoólicas: • Mudança no odor do leite • Recusa da criança e menor poder de sucção ( produção) • Caso ocorra: deve ser esporadicamente e a mãe não deve amamentar nas 2 horas seguintes. • Evitar fumo – Nicotina pode inibir a prolactina (reduzindo a produção) e causar irritabilidade no lactente, – Proporcional ao número de cigarros • Evitar excesso de café: – 300 ml/dia. – Excesso pode causar insônia e irritabilidade na criança. – Não é contra-indicado pela AAP Outras Recomendações Nutricionais • Não há alimentos contra-indicados – Apenas quando existem evidências clínicas ou bioquímicas para a exclusão de determinados alimentos • Evitar credices populares (alimentos/atitudes que ou prod. de leite) • Não fazer dietas restritivas visando perda de peso – Pode prejudicar a lactação ou comprometer a saúde materna. • Seguir grupos de alimentos e a recomendação da pirâmide alimentar. Nutriz que trabalha fora de casa • Amamentar com frequência quando estiver em casa • Evitar mamadeiras: alimentação em copo e colher • Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha e guardar o leite em geladeira – Levar para casa e oferecer à criança no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar • Geladeira: 12 horas / congelador: 15 dias – Descongelar o leite dentro da geladeira e aquecer em banho-maria – Agitar suavemente antes de oferecê-lo Referências • ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M.A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2009. Cap.13. – Capitulos 13 e 18 • VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2008. 628p. – Capítulos 13, 14, 15 e 16 • Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica 23: Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009. 112 p. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 184 p. • ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação Nutricional: Novas Perspectivas. São Paulo: Roca / Centro universitário São Camilo, 2008. – Páginas 263 – 270.
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