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Aula 13

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Semana Aula 13: 
A proteção internacional do meio ambiente
A preocupação com a proteção jurídica do meio ambiente é relativamente recente. A partir da década de 60 os Estados tomaram consciência de que a proteção do meio ambiente é um problema mundial e que só através da cooperação esta proteção seria efetiva.
Segundo Guido Fernando Silva Soares o meio ambiente pode ser entendido como um “complexo dinâmico, composto de elementos vivos e não vivos, os quais sofrem substanciais modificações pela ação do homem” e o papel do direito é o de tentar regular as ações humanas de modo a evitar ou diminuir seus efeitos sobre o meio-ambiente.   
A QUESTÃO AMBIENTAL E O DIREITO
A proteção internacional do meio ambiente é guiada por um conjunto de princípios – jus cogens - que procuram sustentar a idéia de desenvolvimento sustentável, que seria o “uso racional e equilibrado dos recursos naturais, de forma a atender ás necessidades das gerações presentes, sem prejudicar seu emprego pelas gerações futuras. Desenvolvimento econômico com melhoria social das condições de todos os seres humanos e em harmonia com a natureza.”
A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
REFUGIADOS AMBIENTAIS (Ilhas Carteret)
São pessoas forçadas a emigrar de sua terra natal em função de mudanças no meio ambiente. Algumas das causas de migrações motivadas pelo clima são a desertificação a subida do nível do mar, secas, e a interrupção de eventos climáticos sazonais. Existe uma correlação estatisticamente significativa entre migrações e a degradação ambiental, incluindo mudanças climáticas.
REFUGIADOS AMBIENTAIS
Direito ao desenvolvimento -> direito dos Estados formularem e implementarem suas políticas de proteção ao meio ambiente de acordo com a promoção dos direitos humanos e de contribuir para e participar do desenvolvimento cultural, social, econômico e político. Declaração da ONU sobre o direito ao desenvolvimento. (2001) – Aplicável ao todos os Estados (desenvolvidos ou em desenvolvimento).
Soberania permanente dos Recursos Naturais –> evitar o controle de fato por parte dos países desenvolvidos sobre as reservas naturais dos países em desenvolvimento. “Os Estados têm direito soberano de explorar seus recursos naturais de acordo com suas próprias políticas nacionais.”
Patrimônio comum da humanidade -> limitado pelo princípio da soberania permanente sobre as reservas naturais. Determinados recursos são comuns a toda a humanidade (alto-mar e espaço sideral) – Convenção-quadro sobre Mudanças climáticas e Convenção s. diversidade biológica (preocupações comuns), Convenção s. direito do mar, Tratado sobre os princípios reguladores das atividades dos Estados na exploração e uso do espaço.
ALGUNS PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS
Responsabilidade comum/ diferenciada -> “o ônus pela solução de importantes problemas ambientais do planeta são imputados aos países desenvolvidos (com mais recursos econômicos). Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a camada de ozônio” – destinado a financiar as medidas necessárias para que os países em desenvolvimento reduzam suas emissões de gases dilapidantes da camada de ozônio através de contribuições substanciais obrigatórias dos países desenvolvidos.
ALGUNS PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS
Princípio da precaução -> Havendo ameaças de danos sérios e irreversíveis ao meio ambiente, a falta de certeza científica absoluta não deve ser usada para adiar a adoção de medidas economicamente viáveis destinadas a evitar ou reduzir os danos ambientais em questão (Declaração do Rio).  
Poluidor pagador -> “alocação da responsabilidade pelos custos ambientais associados à atividade econômica. Ferramenta que permite aos Estados conduzirem os atores econômicos a arcar com todos os custos dos impactos negativos da produção de bens e serviços mesmo antes que estes venham a ocorrer. (tarifas especiais e outras sanções econômicas pela inadequação ambiental na produção de bens e serviços).”
ALGUNS PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS
Dever de não causar dano ambiental -> Também conhecido como Princípio da proteção dos recursos naturais compartilhados ou Princípio da proibição de causar danos transfronteiriços.
os Estados têm o dever de assegurar que as atividades desenvolvidas sob sua jurisdição ou controle  não venham a causar danos ambientais em áreas que se encontrem além dos limites de suas respectivas jurisdições nacionais. Controle estatal das atividades desenvolvidas pelos particulares (fronteiriças). 
Prevenção - > é aquele que impõe à coletividade e ao poder público a tomada de medidas prévias para garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. A doutrina faz uma distinção entre este princípio e o princípio da precaução. O princípio da prevenção incide naquelas hipóteses em que tem certeza de que dada conduta causará um dano ambiental. O Princípio da precaução incide naquelas hipóteses de incerteza científica se dada conduta pode ou não causar um dano ao meio ambiente.
ALGUNS PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS
:Princípio da equidade intergeracional (solidariedade) ->determina que a geração presente possui o direito de usufruir dos recursos naturais com o dever de protegê-los para as futuras gerações. Ideia de equidade no tempo e no espaço. Surge no Princípio 1 da Declaração de Estocolmo (1972) ao afirmar que “o homem tem a obrigação de proteger e melhorar o ambiente para as presentes e futuras gerações”. 
(CESPE – 2007.2) Relativamente aos princípios gerais do direito ambiental e as suas formas de materialização, assinale a opção correta.
(A) De acordo com o princípio da precaução, diante de ameaças de danos sérios e irreversíveis, a falta de certeza científica não pode ser invocada como motivo para se adiarem medidas destinadas a prevenir a degradação ambiental, podendo a administração pública, com base no poder de polícia, embargar obras ou atividades.
(B) Consoante o princípio do poluidor-pagador, a definição dos custos de produção de determinada empresa poluidora não pode levar em consideração os custos sociais externos decorrentes de sua atividade poluente, sob pena de cometimento de infração administrativa ambiental.
(C) Em decorrência do princípio da prevenção, o empreendedor deve apresentar ao poder público estudo prévio de impacto ambiental referente a qualquer atividade que implique a utilização ou transformação de recursos naturais.
(D) O princípio da função socioambiental da propriedade autoriza o poder público a impor limites ao uso de bens imóveis localizados em área rural, no que respeita à exploração de seus recursos naturais, não se aplicando, porém, tal preceito à propriedade urbana.
OAB/EXAME UNIFICADO 2007.2
Gabarito A
98ª Questão: 
A respeito dos princípios fundamentais do Direito Ambiental, assinale a afirmativa incorreta.
a)A orientação do princípio poluidor-pagador é pela internalização das externalidades ambientais negativas das atividades potencialmente poluidoras, buscando evitar a socialização dos ônus e a privatização dos bônus.
b)Pelo princípio da prevenção, sempre que houver perigo da ocorrência de um dano grave ou irreversível, a ausência de certeza científica absoluta não deverá ser invocada como razão para se adiar a adoção de medidas eficazes, a fim de evitar a degradação ambiental.
c)A defesa do meio ambiente é um dos princípios gerais da atividade econômica e deve ser observada inclusive mediante tratamento diferenciado para produtos e serviços e m razão do impacto ambiental decorrente de sua produção ou execução.
TJ – PA – JUIZ SUBSTITUTO 2007
d)O artigo 225 da Constituição da República consagra o princípio da intervenção estatal obrigatória na defesa do meio ambiente.
e)A Constituição da República consagra o princípio da solidariedade intergeracional, ao conferir ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
GABARITO: LETRA B
Várias são as esferas de preocupação com o meio ambiente, como o sistema de proteção
de mega-espaços ambientes (Sistema da Antártica), o enfrentamento da poluição industrial e movimento de resíduos, a preocupação com a fauna e a flora, o combate a desertificação, a proteção dos espaços marítimo, dentre outros. Podemos ressaltar duas datas, especialmente marcantes para o Direito Internacional do meio ambiente:
Principais instrumentos de proteção
- 1972: Conferência da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento - Declaração de Estocolmo.
. Instituição de um Programa das Nações Unidas para o meio ambiente, com a finalidade de coordenar as ações dos órgãos da ONU e de outras organizações internacionais na matéria da proteção do meio ambiente.
. Adoção da Declaração de Estocolmo sobre o meio ambiente humano (a proteção do meio ambiente como um direito humano fundamental) que enumera um conjunto de princípios que devem guiar a ação humana em direção a preservação do meio ambiente.
Principais instrumentos de proteção
- 1992: Conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e desenvolvimento (Rio de Janeiro) ECO 92
. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e desenvolvimento: adaptação da Declaração de Estocolmo
. Agenda 21: programa de ação recomendado aos Estados. Cada Estado passou a desenvolver uma agenda de ações para o desenvolvimento sustentável no Século XXI.
 Consagração do princípio da sustentabilidade:obrigação dos Estados de guiar todos os seus programas e normas internos pela preocupação com a preservação do meio ambiente. (desenvolvimento sustentável)
Principais instrumentos de proteção
- Convenção de Viena sobre a proteção da Camada de Ozônio (1985) que traça grandes linhas normativas para a redução de emissão de gases poluentes.
- A Convenção-quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas,firmada durante a ECO 92, que busca regulamentar as emissões de gases de efeito estufa em níveis de responsabilização diferenciadas pelo diferentes graus de industrialização.  
- O Protocolo de Quioto à Convenção-quadro (1997).
A proteção da atmosfera, da camada de ozônio e do clima
O PROTOCOLO DE QUIOTO 1997
Discutido e negociado em  Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de dezembro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases de efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso .
As metas de redução não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.
O PROTOCOLO DE QUIOTO DE 1997
O caso Pulp Mills on the river Uruguay refere-se a uma disputa entre a Argentina e o Uruguai a respeito da permissão pelo governo uruguaio da construção de uma fábrica de celulose da empresa ENCE no rio Uruguai, que passa pelos dois territórios. Sob o argumento de que a atividade de fabricação da celulose iria poluir o rio, a Argentina pleiteia junto à Corte Internacional de Justiça a suspensão da construção da fábrica, fundamentando seu pedido na violação de princípios internacionais do meio ambiente. Com relação ao caso acima, discorra sobre a proteção internacional do meio ambiente e em especial sobre o princípio mais fortemente aplicável ao caso.
Sugestão de gabarito: 
Princípio da proteção dos recursos naturais compartilhados, da proibição de causar danos transfronteiriços.
CASO CONCRETO
1ª QUESTÃO OBJETIVA
Acerca do direito internacional ambiental, julgue C(certo) ou E(errado) os seguintes itens.
1- Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, foi adotada a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, constituída de 27 princípios, todos de natureza obrigatória.
2-   A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, da qual o Brasil é parte, tem por objetivo, em termos gerais, estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.
3-  A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, de 1992, criou, como seu órgão supremo, a Conferência das Partes, sendo que, na Terceira Conferência, realizada em Kyoto, no Japão, foi aprovado o Protocolo de Kyoto, que estabelece a meta média de 6% da redução da emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados, a ser cumprida no período entre 2008 e 2012.
Sugestão de gabarito: C, C, E. 
A primeira assertiva está certa, pois se trata de norma imperativa; a segunda assertiva está certa, de acordo com o que prevê o art. 2º da Convenção; a primeira parte da terceira assertiva está certa, de acordo com o art. 7º da Convenção, porém a segunda parte está errada, pois os “Estados que eram membros da UE antes de 2004 terão de reduzir, em conjunto, as suas emissões de gases com efeito de estufa em 8% entre 2008 e 2012. Os Estados-Membros que aderiram à UE após esta data comprometem-se a reduzir as suas emissões em 8%, à exceção da Polônia e da Hungria (6%), bem como de Malta e Chipre que não estão enumerados no Anexo I da Convenção-Quadro.”.

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