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Aula 14

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Semana Aula 14: 
Cooperação Judiciária Internacional
Caso 1 – Plano de Aula 13
Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético acima, responda:
No que tange à competência internacional, o poder judiciário brasileiro (Comarca da São Paulo, capital) é competente para conhecer e julgar a lide? Justifique e fundamente.
Caso 2 – Plano de Aula 13
Teck SPA S/A requer ao STJ a homologação de sentença arbitral estrangeira proferida em 22 de outubro de 2004 por Paul Anderson, árbitro membro da L. C. Association (Inglaterra), que condenou A.A Gerais Ltda., empresa estabelecida no Brasil, no pagamento de US$ 416.323,77 em razão de descumprimento de contrato de fornecimento de algodão cru. 
Apreciado o pedido de homologação pelo Pleno do STJ, uma vez que houve impugnação do Ministério Público e manifestação do representante da A.A Gerais Ltda., o mesmo foi indeferido com base nos artigos 3º, 4º e 5º da lei 9307/96 (lei de arbitragem) que estabelece como condição de eficácia da via arbitral a expressa manifestação por escrito das partes acerca da opção pela arbitragem, anuência que deve ser expressa e específica em relação à cláusula compromissória. Apurou o STJ que não havia assinatura ou visto qualquer da A.A. Geral na cláusula de eleição da via arbitral, nada que fosse prova da manifesta declaração autônoma de vontade da requerida de renunciar à jurisdição estatal em favor da arbitral. Com relação ao caso acima responda:
1) É necessária a homologação de laudos arbitrais internacionais? Justifique Fundamente. 
2) Quais são os requisitos a serem apreciados para que o laudo seja homologado? Explique-os fundamentadamente.
3) Está correta a decisão do STJ?
Objetivo 1 – Plano de Aula 13
Jogador de futebol de um importante time espanhol e titular da seleção brasileira é filmado por um celular em uma casa noturna na Espanha, em avançado estado de embriaguez. O vídeo é veiculado na internet e tem grande repercussão no Brasil. Temeroso de ser cortado da seleção brasileira, o jogador ajuíza uma ação no Brasil contra o portal de vídeos, cuja sede é na Califórnia, Estados Unidos. 
O juiz brasileiro (Exame da Ordem 2010.2, questão 93):
(A) não é competente, porque o réu é pessoa jurídica estrangeira.
(B) terá competência porque os danos à imagem ocorreram no Brasil.
(C) deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça norte-americana.
(D) terá competência porque o autor tem nacionalidade brasileira.
Cooperação Judiciária(jurídica) Internacional
e Direito Processual Civil Internacional
A crescente movimentação de pessoas, bens, serviços, informações e capitais entre as fronteiras estatais exige a cooperação jurídica internacional que pode ser definida como a necessária prestação de auxílio mútuo entre Estados ou entre Estados e tribunais internacionais para a adoção de medidas que contribuam para o exercício da jurisdição.
A globalização econômica e a realização do Direito.
“A acentuada internacionalização da vida diária contém muitas consequências para a vida jurídica, de ordem positiva e negativa. Na primeira, destacam-se as questões ligadas à pessoa humana, ao direito de família, e ao aumento das transações internacionais, tanto entre comerciantes como com os consumidores. Na segunda, o aumento da litigiosidade com características internacionais, ligadas à esfera cível e à penal.” (Nadia de Araújo) 
O princípio da cooperação internacional é princípio fundamental do Direito Internacional contemporâneo e estende-se a cooperação entre Tribunais e outras autoridades estatais com a finalidade de dar efetividade ao direito em tempos de globalização. Muito embora os Tribunais exerçam a jurisdição nos limites do território - princípio da soberania nacional – cada vez mais se tornado necessária a prática de atos ou diligências fora de seu território nacional. Surge então a necessidade da cooperação judiciária internacional,
“Cooperação jurídica internacional significa, em sentido amplo, o intercâmbio internacional para o cumprimento extraterritorial de medidas demandadas pelo Poder Judiciário de outro Estado...
...A cooperação é necessária porque o Poder Judiciário sofre uma limitação territorial de sua jurisdição – atributo por excelência da soberania do Estado, e precisa pedir ao Poder Judiciário de outro Estado que o auxilie nos casos em que suas necessidades transbordam de suas fronteiras para as daquele... (Nadia de Araújo)
Definição
São vários os objetos da Cooperação Judiciária Internacional
Em matéria Civil  citação, a notificação, a intimação, as vistorias, as avaliações, os interrogatórios, as inquirições, dentre outros. A execução de sentenças estrangeiras e laudos arbitrais.
Em matéria penal  Extradição, Transferência de presos, Transferência de processos; Recuperação de ativos. Art. 
27.  A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Lei 13.105 de 2015 – CPC
“A preocupação do Estado brasileiro com a cooperação jurídica internacional tem aumentado, porque cada dia é maior o contingente de brasileiros que estão no exterior. Há novos contornos da inserção internacional do país e é preciso combater o crime de caráter transnacional.
No plano administrativo, destaca-se a criação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional, em 2004, e no plano legislativo, a internalização de uma série de tratados internacionais nos últimos anos, em decorrência direta da atuação desse órgão....
A cooperação jurídica no Brasil
Em termo de legislação processual também houve avanços. O Novo Código de Processo Civil prevê o tratamento da Cooperação Jurídica Internacional em título próprio (Título II – art. 26 e 27)
Art. 26.  A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
§ 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira.
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica.
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL
Art. 27.  A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita
de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL
FUNDAMENTOS :
A legislação brasileira que regulamenta a cooperação jurídica internacional é fragmentada, estando dispersa em várias normas, inclusive em tratados multilaterais e bilaterais incorporados ao ordenamento pátrio. Dentre elas:
 A CF
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB);
O Código de Processo Civil;
A Resolução n° 9 do Presidente do STJ;
Portaria Interministerial n° 501 MRE/MJ de 21/03/2012. 
Artigo 12 do LINDB: “É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1 - Só a autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2 - A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências”.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", 
e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
COOPERAÇÃO NA CF/88
O CPC contempla:
A competência concorrente
A competência exclusiva
A competência concorrente
 Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 	
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: NÃO ESTAVA PRESENTE NO ANTIGO CÓDIGO
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
	
2) Competência exclusiva
Impede a homologação da sentença estrangeira
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 	
Art. 21,22: rol não é exaustivo (doutrina e jurisprudência)
- Para o intérprete, o não reconhecimento da competência da autoridade judiciária brasileira deve fundamentar-se no princípio da efetividade e deve observar o princípio da submissão.
Art. 17. LINDB.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
COROLÁRIO DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NO BRASIL
Art. 376.  A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Art. 14 da LINDB.  Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
O objeto da prova e suas exceções: Como é sabido, são as alegações de fato das partes o objeto da prova. Assim, não é necessário provar as alegações de direito, já que pelo brocardo latim juria novit curia (o juiz conhece a lei). Contudo, há quatro exceções quanto à necessidade de prova de alegação de direito. São aquelas que tratam de direito municipal, direito estadual, direito estrangeiro (a lei e sua vigência) e o consuetudinário (costume jurídico).
JURA NOVIT CURIA E A APLICAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL NO BRASIL
Convenções Interamericana sobre Direito Internacional Privado
[Cidip VII]
[Cidip VI]
[Cidip V]
[Cidip IV]
[Cidip III]
[Cidip II]
[Cidip I]
Princípio básico Lex fori
(Norma processual brasileira)
+
Tratados em matéria de cooperação devidamente incorporados 
(Cooperação Judiciária)
O Direito processual brasileiro rege-se então:
			 forum shopping
Dois princípios	
				
				forum non conveniens
Competência Internacional
Fórum shopping
O autor e as partes supõem que se possa obter decisão mais favorável aos seus interesses. O autor pode escolher o foro. (No Brasil  artigo 24 do C.P.C. não indução à litispendência)
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 	
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 	
Princípio da não-simultaneidade
 (não se deve propor a mesma ação, em dois países, ao mesmo tempo)
Fórum non conveniens
(Foro mais conveniente)
Mitiga os exageros na escolha do foro. 
Princípio da efetividade
(RO 64 – STJ)
DANOS MORAL E MATERIAL. ALEMANHA. 
O autor, brasileiro naturalizado e residente no Brasil, busca indenização por danos morais e materiais decorrentes de diversas atrocidades de que foi vítima à época da ocupação da França pela Alemanha Nazista. Tais atos tiveram como fundamento, meramente, o fato de ser o autor judeu de nascença e se incluíam num projeto maior de eugenia, com o extermínio do povo judeu na Alemanha Nazista e nos países por ela ocupados. Para a Min. Relatora, dois princípios devem atuar na definição da jurisdição brasileira para conhecer de determinada causa. Além dos arts. 88 e 89 do CPC, que não são exaustivos, deve-se ter atenção, sempre, para os princípios da efetividade e da submissão. Compreendida a atuação deles, resta aplicá-los à hipótese dos autos. No precedente RO 13-PE, DJ 17/9/2007, a competência da autoridade brasileira foi fixada com base no art. 88, I, do CPC e a Min. Relatora firmou que a mesma idéia pode ser estendida à hipótese dos autos – a representação oficial do país, na plenitude, mediante sua embaixada e consulados no Brasil –, ainda destacando que os incisos da referenciada norma legal constituem pressupostos independentes e não conjuntos. Pelo princípio da efetividade, o Estado tem interesse no julgamento da causa. Diante disso, entendeu a Min. Relatora ser imperativo que se determine a citação, no processo sub judice, da República Federal da Alemanha para que, querendo, oponha resistência à sua submissão à autoridade judiciária brasileira. Somente após essa oposição, se ela for apresentada, é que se poderá decidir a questão. Tal medida não encontra óbice nem nos comandos dos arts. 88 e 89 do CPC, que tratam da competência (jurisdição)
internacional brasileira, nem no princípio da imunidade de jurisdição que, segundo a mais moderna interpretação, prevalece apenas para as ações nas quais se discute a prática dos atos de império pelo Estado estrangeiro, não sendo passível de ser invocado para as ações nas quais se discutem atos de gestão. Diante disso, a Turma deu provimento ao recurso para determinar a citação da ré.
Princípio da efetividade
O Estado não tem interesse jurídico, a saber:
a) nas causas cuja decisão demande a aplicação de Direito nacional mas cuja sentença só possa ser utilmente executada no exterior, em território de Estado que, em geral ou no caso particular, não reconheça a eficácia à sentença estrangeira;
b) as causas cuja decisão demande a aplicação de Direito estrangeiro e cuja sentença não tenha que produzir efeitos dentro do território nacional;
c) as execuções de sentença ou título executivo extrajudicial que devam versar sobre bens situados, ou pessoas domiciliadas fora do território nacional, bem como as execuções de título executivo extrajudicial que não indicar o Brasil como local de cumprimento da obrigação”
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º. 	
Novidade CPC: reconhecimento expresso da autonomia das partes para escolha do foro 	
Novidade do CPC: Princípio da submissão positivado
CARTA ROGATÓRIA 
 HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
Fundamento
	
Legislação interna e Tratados (Protocolo de lãs lenas e demais tratados) 
Objeto
- Atos de comunicação
Carta deve ser redigida no idioma do país rogado.
CARTA ROGATÓRIA
Carta Rogatória: todos os atos de comunicação entre juízos.
Ex: arrestos, antecipatórias, decisões interlocutórias, avaliações, medidas cautelares, liminares, intimação, citação... 
CARTA ROGATÓRIA ATIVA
Realizada diplomaticamente via Ministério da Justiça.
É um pedido do Brasil a um Estado X.
BRASIL ESTADO X
O juiz brasileiro ao precisar de algo feito em outro país vai expedir uma carta rogatória via Ministério da Justiça, ou seja, por critério e processo diplomático (motivo pelo qual não daremos ênfase nesta parte do procedimento), o mandado vai ser traduzido por tradutor oficial com algum ato, como a petição inicial... Não é necessário que o processo acompanhe o pedido, nem mesmo parte do processo pois nada vai ser julgado no país rogado. No país rogado vai ser feito o ato, farão a tradução e voltará para o Brasil via Ministério da Justiça e quando fizerem a juntada do ato ao processo a parte interessada terá prazo para resposta.
Observações sobre a Carta Rogatória Ativa:
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: 	
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. 	
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento. 	
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido. 	
	
Carta Rogatória ativa no CPC
Art. 237. Será expedida carta: 
(...) 
II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro; 	
Carta Rogatória ativa no CPC
S.T.J.  Art. 105, I, i da CRFB
Art. 12 § 2º DA LINDB
Art. 39 do CPC. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública. 	
Carta Rogatória Passiva
Do Auxílio Direto
Art. 28.  Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29.  A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Art. 30.  Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos:
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
O Novo CPC e o Auxílio Direto
Art. 31.  A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32.  No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
O Novo CPC e o Auxílio Direto
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960. 	
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se a juramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. 	
Carta Rogatória Passiva
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória: 
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; 
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado; 
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto; 
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
Quais os requisitos da Carta Rogatória Passiva
§ 1º O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas testemunhas. 
§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica. 
§ 3º A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o caput e será instruída com a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função. 	
Quais os requisitos da Carta Rogatória Passiva
Art. 36 § 1o do CPC
A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
O que pode ser alegado pela defesa?
Nosso sistema de análise da Carta Rogatória é de delibação, ou seja, só se pode discutir no Brasil:
saber se aquele ato é realmente judicial, ou se o pedido é autêntico. 
Inteligência da decisão (saber se conhecemos o ato no Brasil) se é possível executar o ato aqui.
Veracidade dos documentos
Observações
sobre possibilidade de impugnação do pedido:
Cumprimento da Carta Rogatória
Justiça federal (Art. 109, X da CRFB)
Por Carta de Ordem
- Embargos ao cumprimento.
Dado o exequatur (ou seja, feito o juízo de delibação) é expedida uma Carta de Ordem para a Justiça Federal Art. 109, X da CF. A Justiça Federal vai ser o longa manus dando cumprimento à Carta. É possível o embargo de cumprimento na justiça federal, mas não é o embargo do processo civil com todas as suas formalidades, é a simples demonstração de que não foi possível cumprir a ordem. Ex: é pedida a vistoria e avaliação de um prédio no Brasil que está sendo discutido em lide no exterior. Chegando o oficial de justiça constata que o prédio caiu. O próprio oficial vai relatar o fato, ou seja, não foi possível cumprir. As partes ou o Ministério Público poderão alegar embargo de cumprimento. Cumpriu a carta, volta para o STJ e será encaminhada para o país rogante.
Art. 960.  A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória.
§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.
Art. 961.  A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.
§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.
§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira.
§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira.
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência.
CAPÍTULO VI
 DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA
Art. 962.  É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência.
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória.
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que garantido o contraditório em momento posterior.
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão estrangeira.
§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 13 do Regimento Interno do STJ:
 A carta rogatória, depois de concedido o exequatur, será remetida para cumprimento pelo Juízo Federal competente.
	 §1º No cumprimento da carta rogatória pelo Juízo Federal competente cabem embargos relativos a quaisquer atos que lhe sejam referentes, opostos no prazo de 10 (dez) dias, por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, julgando-os o Presidente.
A Resolução nº 9 do Presidente do STJ 
e as Cartas Rogatórias
Art. 14 Cumprida a carta rogatória, será devolvida ao Presidente do STJ, no prazo de 10 (dez) dias, e por este remetida, em igual prazo, por meio do Ministério da Justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, à autoridade judiciária de origem.
A Resolução nº 9 do Presidente do STJ 
e as Cartas Rogatórias
Recusa à execução/revisão absoluta/controle ilimitado/ limitado ou de delibação.
Fundamentos internacionais
	- Art. 6º DA Convenção Interamericana sobre eficácia extraterritorial de sentenças e laudos arbitrais. 
	- Protocolo de Las Lenãs (Mercolsul)
 Homologação de sentença estrangeira
No Brasil
	- Art. 105, I, i da CRFB
	- Art. 15 da LINDB
	- Resolução nº 9 do Presidente do STJ
A Resolução nº 9 do Presidente do STJ 
e a Homologação de Sentença Estrangeira
Art. 4º A sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça ou por seu Presidente. 
§1º Serão homologados os provimentos não-judiciais que, pela lei brasileira, teriam natureza de sentença. 
Art. 5º. Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira:
I - haver sido proferida por autoridade competente;
II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;
III - ter transitado em julgado; e
IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil.
A sentença chega ao Brasil via Ministério das Relações exteriores/Ministério da Justiça. 
Vai para o STJ e será distribuída com a sigla de sentença estrangeira contestada (SEC). Tem fundamento na Constituição, no CPC, na resolução nº 9 e também na Convenção sobre a eficácia de sentenças e laudos que é uma das CIDIPIS (documento interamericano) e protocolo de Las Leñas (documento sobre o mercosul), 
Procedimento
 Genéricos
Requisitos da HSE		Internos (intrínsecos)
					 Externos (extrínsecos)
Genéricos
	
Art. 17 da LINDB
Artigos 4º e 6º da Resolução 
Genéricos: não se homologará sentença que venha a ferir a soberania, a ordem pública nacional e os bons costumes. Art. 17 da LINDB e 4º e 6º da Resolução n 9.
Art. 4º A sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça ou por seu Presidente.
Art. 6º Não será homologada sentença estrangeira ou concedido exequatur a carta rogatória que ofendam a soberania ou a ordem pública.
 Juízo competente (art. 5º, I)
Internos 	citação/revelia (art. 5º, II)
Ou
Intrínsecos
				Coisa julgada (art. 5º, III)
Dizem respeito às características mais substanciais deste título. Sobre a perfeita formação deste título.
		
		 Estar autenticada pelo cônsul brasileiro
	
Externos
Art. 5º, IV) 
			 Ser acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil
Extrínsecos: externos. Procedimentos formais a que esta sentença deve se submeter. 
Cumprimento
	
	Art. 109, X da CRFB: Carta de sentença a ser executada na Justiça Federal.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Caso 1 – Plano de Aula 13
Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide,
então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético acima, responda:
- No que tange à competência internacional, o poder judiciário brasileiro (Comarca da São Paulo, capital) é competente para conhecer e julgar a lide? Justifique e fundamente.
Sugestão de resposta:
Sim. O novo CPC reconheceu o Princípio da submissão que permite a eleição de foro. A possibilidade da demanda em São Paulo se explica pelo Princípio da efetividade e Princípio da submissão.
CESPE-2015-TRF- 2ª REGIÃO - JUIZ
Situação I: Bernardo, juiz federal, recebeu carta rogatória da França para ouvir o depoimento de testemunha brasileira de roubo ocorrido em Paris. 
Situação II: Michelle, juíza francesa, recebeu carta rogatória do Brasil para citar Manoel, brasileiro residente em Paris, em processo de divórcio em curso no Brasil.
Sabendo que o magistrado nacional pode aplicar direito estrangeiro quando executar sentença estrangeira ou quando cumprir carta rogatória, assinale a opção correta acerca das situações hipotéticas apresentadas acima
Parte superior do formulário
a) Na primeira situação, perante a justiça brasileira, a hipótese é de carta rogatória ativa.
b) Em ambas as situações, perante a justiça brasileira, a hipótese é de carta rogatória passiva.
c) Na segunda situação, perante a justiça brasileira, a hipótese é de carta rogatória passiva.
d) Na primeira situação, perante a justiça francesa, a hipótese é de carta rogatória ativa.
e) Na segunda situação, perante a justiça francesa, a hipótese é de carta rogatória ativa.
GABARITO LETRA D
Caso 2 – Plano de Aula 13
Teck SPA S/A requer ao STJ a homologação de sentença arbitral estrangeira proferida em 22 de outubro de 2004 por Paul Anderson, árbitro membro da L. C. Association (Inglaterra), que condenou A.A Gerais Ltda., empresa estabelecida no Brasil, no pagamento de US$ 416.323,77 em razão de descumprimento de contrato de fornecimento de algodão cru. 
Apreciado o pedido de homologação pelo Pleno do STJ, uma vez que houve impugnação do Ministério Público e manifestação do representante da A.A Gerais Ltda., o mesmo foi indeferido com base nos artigos 3º, 4º e 5º da lei 9307/96 (lei de arbitragem) que estabelece como condição de eficácia da via arbitral a expressa manifestação por escrito das partes acerca da opção pela arbitragem, anuência que deve ser expressa e específica em relação à cláusula compromissória. Apurou o STJ que não havia assinatura ou visto qualquer da A.A. Geral na cláusula de eleição da via arbitral, nada que fosse prova da manifesta declaração autônoma de vontade da requerida de renunciar à jurisdição estatal em favor da arbitral. 
Com relação ao caso acima responda:
1) É necessária a homologação de laudos arbitrais internacionais? Justifique Fundamente. 
2) Quais são os requisitos a serem apreciados para que o laudo seja homologado? Explique-os fundamentadamente.
3) Está correta a decisão do STJ?
Com relação ao caso acima responda:
1) Sim. Pacificado na jurisprudência e previsto no art. 4º, parágrafo 1º da Resolução nº 9 do Presidente do STJ. 
2) Art. 5º da Resolução nº 9 do Presidente do STJ
Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira: I - haver sido proferida por autoridade competente; 
II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; 
III - ter transitado em julgado; e 
IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil. 
3) Conferir o precedente SEC 978 / 2009
Objetivo 1 – Plano de Aula 13
Jogador de futebol de um importante time espanhol e titular da seleção brasileira é filmado por um celular em uma casa noturna na Espanha, em avançado estado de embriaguez. O vídeo é veiculado na internet e tem grande repercussão no Brasil. Temeroso de ser cortado da seleção brasileira, o jogador ajuíza uma ação no Brasil contra o portal de vídeos, cuja sede é na Califórnia, Estados Unidos. 
O juiz brasileiro (Exame da Ordem 2010.2, questão 93):
(A) não é competente, porque o réu é pessoa jurídica estrangeira.
(B) terá competência porque os danos à imagem ocorreram no Brasil.
(C) deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça norte-americana.
(D) terá competência porque o autor tem nacionalidade brasileira.

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