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CADERNO DE DIREITO DE FAMÍLIA

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CADERNO DE DIREITO DE FAMÍLIA
Conceito de família: união (consanguíneo, afinidade, convívio através de um vínculo surgido pelo convívio + tempo); pessoas; patrimonial (regime de bens).
1ª Prova G1: dia 05/04/2017.
2ª Prova G1: dia 10/05/2017.
Prova G2: dia 21/06/2017.
Trabalho manuscrito, para entregar dia 01/03/17, mínimo duas laudas, introdução, desenvolvimento, conclusão do artigo e posteriormente uma análise crítica do artigo.
Site com conteúdo de direito de família: www.ibdfam.org.br.
EVOLUÇÃO NORMATIVA E PRINCÍPIOLÓGICA DO DIREITO DE FAMÍLIA
 - Obra: “A cidade antiga”, autor Fustel de Coulanges, o agrupamento ocorreria em razão da religião doméstica, culto aos antepassados mantenha-se o fogo sagrado como forma de mantença das famílias.
- Obra: “A origem da família, da propriedade e do Estado”, de Friedrich Engels: família vem de “famulus” que significam o conjunto de escravos pertencentes do mesmo chefe (subordinação e hierarquia).
- Obra: “Direitos de Família, de Lafayette Rodrigues (1889): o direito de família era regulado pelos costumes e pelo Direito Romano, também pela jurisprudência da época, que eram os costumes utilizados nos tribunais daquele tempo (ordenações portuguesas).
- Código Civil de 1916: família hierárquica, patriarcal, sacramental (vem dos sete sacramentos) e heterossexual.
- Obra: Direito de Família, autor Pontes de Miranda, 1917: família com influência romana.
- Estatuto da mulher casada – Lei 4.121/62: bens reservados, bens conferidos à mulher em razão do seu trabalho, esforço.
- Lei 6.515/77 – Lei do Divórcio: a) permissão da dissolução do vínculo conjugal; b) mudança do regime legal de comunhão universal para comunhão parcial de bens; c) substituição do “desquite” por separação.
- Constituição Federal de 1988: repersonalização do direito de família, a pessoa no centro das preocupações jurídicas; Art. 226 “caput” como motivador de uma família inclusiva, dignidade humana da família. (monoparetal é um ascendente com um descendente). Quais são as tipologias de família previstas expressamente na Constituição federal de 1988? Casamento, união estável e família monoparental. Quais são as tipologias de família implícitas que podem ser extraídas do texto constitucional? União estável homoafetiva, família simultânea, multiparental, anaparental. Quando a união estável foi prevista expressamente pela primeira vez? Constituição Federal de 1988.
- Lei 8.069/90 – Estatuto da criança e do adolescente: a criança como sujeito de direito.
- Código Civil de 2002 (vigência desde 11.01.2003): um direito de família que permite interpretações de acordo com a Constituição.
- Lei 11.441/2007: lei da separação, divórcio e inventário extrajudiciais.
- Emenda 66/2010: extinguiu o instituto da separação.
- Lei da Alienação Parental nº 12.318/2010.
- Lei da guarda compartilhada nº 13.058/2014 (direito a convivência familiar).
- Lei da mediação nº 13.140/2015.
- Novo CPC nº 13.105/2015.
CASAMENTO
- Definição: união de 2 pessoas com afinidade existencial e repercussão patrimonial (regime de bens – Presença do Estado, é o cartório que diz que se está casado);
- Capacidade matrimonial;
- Idade Núbil: 16 anos a 18 anos, desde que com autorização dos pais; se um deles não consentir pode solicitar SUPRIMENTO JUDICIAL DE CONSENTIMENTO; se ambos os pais não autorizarem, pode-se solicitar SUPRIMENTO JUDICIAL DE DENEGAÇÃO DE CONSENTIMENTO.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
- Casamento de menores de 16 anos = art.1520 - somente em caso de gravidez, em que além da autorização dos pais, é necessário suprimento judicial de idade. Somente pode casar pelo regime de separação de bens.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens (total de bens) no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
1. Impedimentos matrimoniais (Art. 1.521, CC):
- Lei do incesto: é uma lei universal que rege o ocidente. Consentimento 
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil (tanto parentesco biológico como o parentesco civil – adoção, socioafetivo);
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado (nora ou genro) e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Art. 1.595. § 2º - na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. (Por isso não pode casar com sogro e sogra).
2. Tipos de casamento:
2.1. Casamento civil;
2.2. Casamento religioso com efeito civil:
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
a) com prévia habilitação (art. 1516, §1º, 90 dias; art. 1532, CC):
§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
Certificado de habilitação – Casamento religioso – Registro do casamento religioso.
b) sem prévia habilitação (Art. 1516, §2º a qualquer tempo; 90 dias art. 1532):
§ 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
Casamento religioso – Certificado de habilitação – Registro do casamento religioso.
2.3. Casamento por moléstia grave – Art. 1539, CC:
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.
A enfermidade neste caso impede a pessoa de ir até o cartório.
a) enfermidade que dificulte a locomoção;
b) deslocamento da autoridade competente (oficial do registro civil);
c) presença de 2 testemunhas.
2.4. Casamento nuncupativo ou “in extremis” – Art. 1540 e Art. 1541:
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I - que foram convocadas por parte do enfermo;
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher.
Casamento com uma pessoa que está quase morrendo. Não dá tempo de chamar a autoridade competente.
a) iminente risco de vida;
b) sem a presença de autoridade;
c) com 6 testemunhas;
d) autoridade judicial verificará a veracidade das afirmações.
2.5. Casamento por procuração – Art. 1542:
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
a) instrumento público;
b) eficácia90 dias;
c) revogação por instrumento público;
d) o cônjuge “saudável” não pode utilizar no casamento nuncupativo.
2.6. Casamento consular:
a) casamento de brasileiro no estrangeiro;
b) registro em 180 dias após retorno ao Brasil.
2.7. Casamento putativo – Art. 1561:
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
a) nulo ou anulável o casamento produz efeito aos filhos e ao cônjuge de boa-fé.
3. Planos do mundo jurídico para o casamento:
	Plano da Existência
	Plano da validade
	Plano da eficácia
	- Vontade das partes;
- Formalidade do Estado (ato formal)
	- Casamento nulo ou anulável.
	- Sobrenome;
- Herança;
- Patrimônio (regime)
- Art. 1566, CC;
- Alimentos.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
3.1. Casamento nulo:
a) ofensa à ordem pública;
b) Art. 1.548, II (rol taxativo, impedimentos do Art. 1.521, sendo 7 hipóteses);
c) imprescritível;
d) legitimidade: MP ou qualquer interessado.
3.2. Casamento anulável:
a) ofensa de ordem privada, entre os cônjuges;
b) Art. 1.550 e ss;
c) prazos decadenciais;
d) legitimidade: cônjuge que se sentir prejudicado.
3.3. Art. 1.550. É anulável o casamento:
I – sem idade núbil;
II – sem autorização;
III – vício da vontade;
IV – incapaz de consentir;
V – mandatário com mandato revogado;
VI – incompetência, autoridade incompetente.
Sobre vício da vontade:
Art. 1556 – Erro (prazo decadencial – 2 anos).
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1557 – Tipos de erro:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
Art. 1558 – Coação (prazo decadencial – 4 anos).
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Prazos para anulação: Art. 1.560:
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550 (casamento com o incapaz de consentir);
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557 (erro);
IV - quatro anos, se houver coação.
UNIÃO ESTÁVEL
1. Súmula 380 e 382:
- Concubinato: é o antigo nome da união estável. Era uma sociedade de fato e não de afeto. Súmula 380, STF: Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum. 
- Desnecessidade de coabitação: não precisa coabitar. Súmula 382, STF: A vida em comum sob o mesmo teto, more uxório (como marido e mulher), não é indispensável à caracterização do concubinato.
2. Constituição Federal de 1988 – Art. 226, § 3º:
Passa a ser uma sociedade de afeto.
- Entidade familiar: 
- ADPF e ADIN (2011) = reconhecimento da união estável homoafetiva (Art. 1.723 equiparação)..
- Conversação em casamento.
3. Lei 8.971/94 – Alimentos e sucessão.
- Solteiro, separado judicialmente, divorciado, viúvo que vivem juntos a mais de 5 anos ou com filhos (Art. 1º) – Direito a alimentos (Lei 5478/68);
- Sucessão: ¼ usufruto com filhos; ½ sem filhos, com ascendentes; usufruto na integralidade se não tiver filhos nem ascendente (Art. 2º).
- Direito a meação dos bens adquiridos por esforço comum.
4. Lei 9278/96.
- União pública, contínua, duradoura com o objetivo de constituir família (Art. 1º);
- Direitos e deveres (Art. 2º);
- Meação (Art. 5º);
- Alimentos (Art. 7º, caput);
- Direito real de habitação (Art. 7º, § único), não foi revogado pelo código civil de 2002;
- Conversão para casamento (Art. 8º);
- Julgamentos serão pela vara de família (Art. 9º).
Obs: Pergunta Observar para a Prova:
- Diferencie Casamento Nulo de Casamento Anulável?
NULO: Ao ser declarado nulo, o casamento tem efeito ex tunc, pois é considerado inválido desde o dia em que fora celebrado, ou seja, não produz os efeitos civis do matrimônio perante os contraentes. As ações de nulidade de casamento são imprescritíveis, em razão de que o casamento nulo não se convalida.
ANULÁVEL: O casamento que é declarado anulável tem efeito ex nunc, ou seja, mesmo anulado produz efeitos até a data da declaração da anulação e é passível de ratificação. Ao contrário da Ação de nulidade que é imprescritível, a ação de anulação de casamento tem prazos para propositura, sendo que o artigo 1.560 do Código Civil dispõe sobre tais prazo para ingressar com referida ação.
- Qual o significado de Concubinato? 
Não é pública, não é continua é privativa e não há interesse de constituir família.
- Se é casado e quiser constituir uma união estável é possível? 
Sim, se ele estiver casado em documento ainda pode constituir uma união estável porem devem comprovar a separação de fato, segundo o Art. 1723, § 1º.
- Ver os Princípios – No material de apoio (Monogâmico é vivenciado no Brasil).
- Se eu tenho uma Separação de fato, eu tenho uma União Estável.
- Quando se dissolve uma união Estável? 
Quando morre ou quando não querem mais.
- Que ano foi reconhecida expressamente na Legislação? Constituição de 88.
- Interpretando o A. 1727 – está errado, pois se fosse assim não existiria a família Simultânea.
- NULO SOMENTE OS IMPEDIDOS DO ART 1561 E O RESTANTE PODERA SER ANULAVEL.
1. Namoro qualificado:
Possui publicidade, durabilidade e continuidade, no entanto carece da vontade (do animus) de constituir família, sociedade de fato. Resp. 1454643/RJ.
2. União Estável Putativa:
Ocorre quando 1 ou ambos não sabem dos impedimentos matrimoniais, havendo boa-fé os efeitos aproveitam o companheiro de boa-fé e os filhos. Efeitos dessa união estável: Uso do nome, alimentos, partilha e direito sucessório.
3. União Estável:
É a relação afetiva-amorosa entre duas pessoas “Não adulterinas” e “Não Incestuosas’’, com estabilidade e durabilidade, vivendo sob o mesmo teto ou não, constituindo família sem o vínculo do casamento civil.
- Aplica-se a união estável a lei vigente a época para a sua dissolução.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher (entre duas pessoas), configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. (Aplicam-se os impedimentos matrimoniais, exceto aos casados a separação de fato; causas suspensivas não interferem na caracterização).
§ 2º As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dosfilhos. (Deveres).
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. (Direito a meação).
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar (Impedimentos do Art. 1.521), constituem concubinato.
4. Concubinato:
- Insuscetível de converter em casamento;
- Efeitos: Súmula 380 STF > Direito a metade do patrimônio, desde que haja esforço comum.
- Concubinato “impuro”: Ter-se-á concubinato impuro se um dos amantes ou ambos estão comprometidos ou impedidos legalmente de se casar. Apresenta-se como: a) adulterino (RTJ 38:201; RT 458:224), se se fundar no estado de cônjuge de um ou de ambos os concubinos, p. ex., se o homem casado mantém, ao lado da família legítima, outra ilegítima; e b) incestuoso, se houver parentesco próximo entre amantes".
5. Famílias Simultâneas:
a) Coexistencialidade afetiva:
- Casamento + união estável.
- União estável + união estável.
Efeitos = Triação, divisão do benefício previdenciário entre esposa e companheira; duplo pagamento de pensão alimentícia.
Enunciado 04 IBDFAM: “A constituição de entidade familiar paralela pode gerar efeito jurídico”.
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Constituição federal:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
Tripé do direito de família
1. Direito pessoal: casamento, união estável, parentesco, etc.
2. Direito patrimonial: regimes de bens, bem de família, alimentos, etc.
3. Direito assistencial: tutela e a curatela.
EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO
- Casamento: a partir da data deste, é que o regime de bens começa a vigorar. Para mudar de regime, precisa de decisão judicial.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
- União estável: começa a vigorar a partir do momento que se caracteriza a convivência, mas, havendo contrato, os companheiros determinarão seu início, podendo ser retroativo. Mudar de regime na união é só fazer outro contrato.
- Termina o regime: com a morte, com o divórcio e a anulação/nulidade do casamento. A separação de fato também importa no fim do regime de bens, é preciso provar que não tem mais affectio maritalis (ânimo de serem marido e mulher).
Segunda G1, tudo abaixo:
PRINCÍPIOS DOS REGIMES DE BENS
1. Variedade de regime de bens:
1.1. Regime legal:
a) necessário ou supletivo – CPB;
b) obrigatório – SOB (Art. 1.641, CC).
1.2. Regime convencional (pacto antenupcial):
a) CPB (com alterações);
b) CUB
c) PFA;
d) SCB.
e) misto ou personalíssimo.
- Comunhão parcial de bens (CPB): bens anteriores ao casamento não entram na comunhão, porém, os frutos e rendimentos desses bens entram.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. (Quando ela é ineficaz).
- Comunhão Universal de bens (CUB):
- Participação final dos aquestos (PFA):
- Separação de bens:
a) Separação convencional de bens: Tudo acima é por escolha dos nubentes.
b) Separação Obrigatória de bens (Art. 1.641, CC).
2. Autonomia da vontade ou liberdade dos pactos antenupciais:
Do pacto ao casamente não há prazo. A eficácia do pacto inicia com o casamento.
3. Mutabilidade controlada do regime adotado.
REGIME DE BENS
1. Comunhão parcial de bens:
- Patrimônio comum (Art. 1.660 e Art. 1.662, CC):
- Patrimônio pessoal de um dos cônjuges – Bens que não comunicam (Art. 1661, CC):
- Patrimônio pessoal de um dos cônjuges – Bens que não comunicam (Art. 1661, CC):
2. Comunhão universal de bens:
- Patrimônio comum – Exceções Art. 1.668, CC.
3. Participação final nos aquestos:
3.1. Durante o casamento:
Se comportam como se fosse separação de bens, cada um tem sua massa patrimonial, conforme abaixo.
- Patrimônio do cônjuge:
- Patrimônio do cônjuge:
3.2. Dissolução do casamento:
- Bens particulares:
- Bens particulares:
- Bens adquiridos onerosamente durante o casamento:
Bens: a, b,c
Bens: a,b,c
D
1 - Patrimônio próprio:
a) anteriores ao casamento;
b) gratuitos: doação/sucessão;
c) dívidas;
d) onerosos.
2 – Dissolução:
3 – Exclusão: a, b, c.
4 – Aquestos = onerosos.
4. Separação de bens:
- Bens de um dos cônjuges:
- Bens de um dos cônjuges:
A união e a desunião
- Casamento – Divórcio.
- União estável: reconhecimento e dissolução de união estável.
- Divórcio consensual: judicial ou extrajudicial. Primeiro se pede se ter filhos, depois se eles são maiores ou menores. Se não tiver nenhum menor, nenhum incapaz e mulher não esteja grávida, pode ser feito o divórcio consensual extrajudicial.
- Litigioso – Judicial.
- Reconhecimento e dissolução união estável:
a) consensual: Judicial ou extrajudicial;
b) litigioso: judicial.
- CASAMENTO:
1. Divórcio consensual extrajudicial:
- Lei 11.441/2007 / Resolução 35 CNJ;
- Tabelionato: consenso; inexistência de filhos menores ou incapazes e de gravidez;
- Descrição e partilha de bens; alimentos para o cônjuge; sobrenome; dívidas;
- Fundamento – Art. 226, § 6º, CF (emenda constitucional 66/2010); Art. 733 CPC.
- Certidão de casamento e filhos (maiores) atualizada; filho emancipado pode utilizar o extrajudicial.
- Minuta escrita por advogado; cópia da carteira da OAB.
OBS, pergunta da prova: É possível fixar alimentos para filhos menores no divórcio extrajudicial, mesmo havendo consenso entre as partes? Não. Há a fixação de alimentos entre os cônjuges, somente.
2. Divórcio consensual judicial:
- Caso o juiz extinga o processo de divórcio consensual judicial, entra-se com o litigioso. Caso contrário, havendo possibilidade de acordo no divórcio litigioso,o juiz converte em divórcio consensual judicial.
- UNIÃO ESTÁVEL:
1. Consensual:
- Judicial:
- Extrajudicial:
2. Litigiosa – Judicial:
3. Reconhecimento – Dissolve.
- DIVÓRCIO LITIGIOSO - casamento:
- Art. 226, § 6º, CF;
- Possibilidade de cisão da sentença: decreta o divórcio e segue com os pedidos divergentes.
- Descrição e partilha de bens, alimentos, guarda, convivência, sobrenome.
PODER FAMILIAR (autoridade parental)
1- Conceito (Art. 1630, CC):
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
público (dever público). Filhos menores. É um direito imprescritível, irrenunciável, incondicional, etc.
2 – Atribuições (Art. 1634, CC):
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; 
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; 
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; 
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
3 – Suspenção (Art. 1637, CC):
Casos mais brandos, pode ser aplicada ao filho prejudicado. É uma medida provisória.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos (dilapidação de patrimônio), cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. (Pai ou mãe presos por crime com pena maior a dois anos de prisão). 
Se falta um, o outro exerce. Na ausência de ambos eu procuro um “guardião”.
4 – Perda (Art. 1638, CC):
Severo; aplica-se a todos os filhos.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
5 – Extinção (Art. 1635):
Maioridade.
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
AULA DIA 10/05/17:
DIREITO DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR (Art. 227, caput, CF)
1. Guarda dos pais (art. 1583 a 1584, CC):
Guarda em razão da dissolução do vínculo entre os pais.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos:
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
a) unilateral:
b) compartilhada (é a regra):
- Conjunta: moradia com um; convivência livre.
- Compartilhada propriamente dita: 2 lares; ora com um, ora com outro.
- Alternada: guarda unilateral com períodos de visitas.
- Aninhamento: criança fica no “ninho”, os pais se revezam.
2. Guarda substituta (Art. 28 e 33 ECA):
- Tutela (Art. 1.728, CC) ou adoção:
Decair significa suspenção ou perda do poder familiar – referente ao artigo Art. 1.728, CC, não pode haver o instituto da tutela simultaneamente com poder familiar dos mesmos filhos.
- Regularizar posse de fato;
- Medida específica de proteção:
a) falta dos pais;
b) abuso;
c) omissão.
3. Guarda institucional (Art. 34, § 2º e art. 92, § 1º, ECA):
- Programa de acolhimento familiar;
- Programa de acolhimento institucional.
FILIAÇÃO MATRIMONIAL
- Art. 1.597 (aplicável ao casamento; união estável há divergências).
- Casamento: pai sempre é o cônjuge da mãe.
- Presunção relativa: juris tantum.
- Presunção absoluta: jure et jure.
- Art. 1597:
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
a) I casamento (180 dias) parto – sim.
b) II casamento (180 dias) parto – não. (desenhos no caderno)
III – Homóloga: fertilização in vitro – material genético do casal.
V – Heteróloga: material genético de terceiro – autorização expressa, porque a presunção é absoluta no caso de inseminação heteróloga? Porque se trata de um vínculo afetivo, já que o marido assumiu uma responsabilidade fictícia ao autorizar a utilização do sêmen de terceiro.
IV – embriões excedentários: paternidade do marido que forneceu sêmen na inseminação homóloga.
I, II, III e IV – presunção juris tantum. Admite prova em contrário.
V – Presunção jure et jure, porque?
ADOÇÂO
Art.41, ECA – Importante.
Aula dia 31/05/17:
ALIMENTOS
- Subsistência.
S – Saúde;
A – Alimentação;
L – Lazer;
V – Vestuário;
E – Educação;
M – Moradia.
Estas são as situações que se podem pedir alimentos.
1. Cobrança de alimentos no novo CPC - procedimentos:
a) título executivo extrajudicial, mediante ação judicial visando a cobrança pelo rito da prisão – Art. 911, CPC;
b) título executivo extrajudicial, rito expropriação – Art. 913, CPC;
c) cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para cobrança de alimentos, rito prisão – Art. 528, CPC;
d) cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para cobrança de alimentos, rito expropriação – Art. 530, CPC;
* natureza do título.
* período da dívida.
Prisão: 3 últimos meses.
Aula dia 14/06/17:
BEM DE FAMÍLIA
1. Voluntário:
- Arts. 1.711 a 1.722 do CC.
- Escritura pública ou testamento – 1/3 do patrimônio líquido;
- Impenhorável ou inalienável.
2. Legal:
- Lei 8.009/90;
- Execução (dívida). Art. 3º exceção a impenhorabilidade;
- Impenhorável.
- Súmulas STJ:
a) 364: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
b) 449: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeitode penhora.
c) 486: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
TUTELA E CURATELA
1. Tutela:
A tutela tem a ver com menoridade. (Art. 1.728, CC).
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
- Quem pode ser tutor: Art. 1.731.
2. Curatela:
Cabe aos relativamente incapazes. O discernimento é o critério da curatela.
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
V - os pródigo.
OBS: Criança deficiente: Até os 18 é a tutela, após os 18 deve ser ajuizado uma ação para a curatela.
- TESE multi-parentalidade: Repercussão geral nº 622.

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