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Direito das famílias e suas sucessões

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Direito das famílias e suas sucessões
Hilda Ledoux Vargas					Aulas 01, 02, 03 e 04
A constituição federal de 1988 é um marco no direito brasileiro e é também chamada de constituição cidadã por ter assumido um caráter protetivo.
O direito não existe sem o fato social.
Introdução ao direito de família
Família não é um conceito eminentemente jurídico e possui um contexto especial que se interliga com inúmeras áreas do conhecimento como sociologia antropologia e ciência política, possui um contexto plural.
O nascedouro da humanidade já apresenta a primeira noção de família, ou seja, a família existe desde os tempos primitivos.
A família é complexa e pode ser estabelecida através de vínculos sanguíneos ou não se tornando um conceito interdisciplinar.
Família no aspecto jurídico família é a reunião de pessoas que possuem objetivos em comum através de laços sanguíneos ou de afetividade.
Constitucionalização do direito de família: O direito de família é um direito privado por excelência e possui proteção constitucional
Personalização do direito civil: O direito possui enfoque na pessoa (Personalização) apesar de ainda possuir aspectos patrimoniais causando uma despatrimonialização (Mudança de enfoque).
Por exemplo: Em um processo de guarda de menor, quem fica com a criança não é quem tem mais patrimônio e sim quem possui mais condição social e emocional de cuidar da criança levando em consideração o interesse da criança.
Existem inúmeros tipos de famílias: Pluralidade das entidades familiares.
1. Família tradicional ou casamentaria (Chama-se tradicional porque é a única família que sempre foi reconhecida pelo direito brasileiro).
2. Homem e mulher com vínculo matrimonial, com filhos biológicos e filhos não biológicos ou somente com filhos não biológicos.
3. Família convivência: Homem e mulher sem casamento e com filhos biológicos ou não biológicos (União estável)
4. Família mosaico, reconfigurada, tentacular ou recasada: Família dissolvida pelo divorcio ou viuvez onde um dos conjugues se casa com outra pessoa.
5. Família monoparental: Composta por apenas um dos pais.
6. Família anaparental: Ausência de pais.
7. Pessoas sem laço parentesco que passam a conviver coletivamente com laços de afetividade, mas sem finalidade sexual e econômica
8. Uniões concubinarias, quando há impedimento jurídico de se casar (Uniões paralelas ou simultâneas).
Para o direito todos os tipos são considerados família exceto a do grupo 7 e 8 isso ocorre porque é necessário estabelecer uma distinção entre amizade, casamento e união estável através da afetividade qualificada segundo Ricardo caldeirão. 
Só existe família se existir affectio maritalis ou affectio conjugalis que é a intenção de constituir conjugalidade = animus familiae
Conjugalidade: Relação do conjugue
Parentalidade: Relação da família, mãe, pai e filhos ou mãe, mãe e filhos ou pai, pai e filhos.
Exemplo: Em um processo de divórcio rompe-se a conjugalidade enquanto a parentalidade se mantém. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
    § 1º O casamento é civil e gratuito a celebração.
    § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
    § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
    § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
Direito conjugal
    O estudo do casamento: casamento civil ou religioso com efeito civil. 
Conceito: “Casamento é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas e humanos, merecedora de especial proteção estatal, constituída, formal e solenemente, formando uma comunhão de afetos (comunhão de vida) e produzindo diferentes efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial”
O casamento é formal
O afeto é um elemento do casamento
O casamento é uma entidade familiar primordial
Em outras palavras, a família eudemonista é um conceito moderno que se refere à família que busca a realização plena de seus membros, caracterizando-se pela comunhão de afeto recíproco.
Fins
Servir de instrumento para o desenvolvimento da personalidade e a busca da felicidade.
Natureza jurídica 
Teoria 01: contratual ou negocial
Casamento é um contrato, um negócio jurídico já que existe um ajuste de vontades, um pacto entre as partes.
Teoria 02: Institucional
Casamento é instituto já que não se discute tudo, está tudo previsto em lei de acordo com a natureza institucional
Teoria 03: Mista (Adotada pelo direito brasileiro)
É contrato quando as partes decidem se casar e é instituto em sua realização
A prova do casamento – Arts. 1543 e 1556 CC
Certidão de casamento, quando se casa a pessoa deixa de ter certidão de nascimento e passa a ter certidão de casamento.
É necessário substituir a certidão de nascimento por conta da classificação do estado civil.
Solteiro: Quem nunca se casou, certidão de nascimento
Casado: A certidão de nascimento da lugar para a certidão de casamento
Divorciado: O divorcio fica registrado na certidão de casamento, averba-se na certidão de casamento as anotações.
Viúvo: Quando existe a morte do parceiro.
O estado civil de uma pessoa que nunca se casou e vive uma união estável é solteiro(a).
Ação para justificação judicial de casamento – Arts. 1543 e 1546 + Arts. 82 e 332 do CPC
Caso haja a perca de acesso ao registo.
Características do casamento
1. Formal;
2. Solene;
3. Inexigência de diversidade de sexos;
4. Não exclusividade de forma para construir família (Não é a única forma de constituir família);
5. A natureza das normas é cogente (Não se negocia, altera ou descumpre as normas);
6. Dissolubilidade – Lei do divórcio, Lei 11441/07 e emenda constitucional 66/10. (Separação de fato e efeitos);
7. Monogâmico – Art. 1521 CC;
8. Exigência de mesmo domicílio (?); NÃO
Casamento homoafetivo 
Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.
Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis.
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
O casamento homoafetivo foi uma conquista gradativa., e a adoção foi o primeiro passo.
Reconhecimento das uniões homoafetivas como família.
A possibilidade de casamento homoafetivo não está na lei, é uma interpretação com base na decisão do STF.
Esponsais – Casamento 
• ESPONSAIS = promessa esponsalícia 
• No sentido religioso é o noivado 
• No aspecto civil essa fase é chamada de promessa de casamento, ou seja, esponsais.
•≠ Promessa de contrato ou contrato preliminar (art. 462 CC) 
•Diferente da promessa de contrato, dentro da promessa de contrato pode existir obrigação de fazer sob pena pecuniária, isso não ocorre no casamento já que existe o direito de liberdade constitucionalmente garantido. Se pode desistir do casamento a qualquer hora. Não admite tutela ressarcitória.
Existem efeitos patrimoniais na desistência do casamento se essa desistência acarreta prejuízos
Aprestos são as despesas realizadas antes do casamento em função do casamento
Essas despesas podem ser ressarcidas, divididas ou compartilhadas.
•Não admite execução específica ou tutela ressarcitória 
•Efeitos pessoais e patrimoniais 
•Responsabilidade Civil pelos aprestos e enriquecimento ilícito 
•Arras esponsais e “perda de uma chance” 
• Esponsais X liberdade de casar-se
Agências de casamento 
•CORRETAGEM MATRIMONIAL 
•Proxeneta nuptiarum 
• Objeto lícito 
• CP art. 227 – mediação para servir à lascívia de outrem 
• CP art. 228 – favorecimento à prostituição
IDADE NÚBIL 
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela LEI Nº 13.811, de 12 de março de 2019) 
Art. 1.517 - O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar-se, exigindo-se autorização de ambosos pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. 
Impedimentos para o casamento:
Os impedimentos para o casamento reverberam em consequências como a nulidade, esse casamento é considerado inexistente e não produzira efeitos 
Art. 1.521. (Consequência: nulidade)
Não podem se casar:
I - Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - Os afins em linha reta;
III – O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - O adotado com o filho do adotante;
VI - As pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Desde 1941 existem exceções -> Decreto lei N 3.200/1941
Casamento avuncular - 	Casamento entre tios e sobrinhos
Art. 1º O casamento de colaterais, legítimos ou ilegítimos do terceiro grau, é permitido nos termos do presente decreto-lei.
Art. 2º Os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspensão, para examiná-los e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio.          (Vide Lei nº 5.891, de 1973)
A bigamia é expressamente proibida – Não podem se casar as pessoas casadas.
 Art. 1.521, VI CC + Art. 235 CP Art. 1521. Não podem se casar: [...] 
VI – As pessoas casadas 
União Estável? 
Separação de fato? divórcio? 
Casamento religioso?
Infidelidade X Bigamia 
Infidelidade é considerado adultério, adultério é um ilícito civil porque fidelidade é um dos deveres do casamento. Podem gerar danos se ocorrer situações graves. A solução para o adultério é o divórcio.
◾ Não se pode manter casamento e união estável ao mesmo tempo (A lei brasileira reconhece como bigamia)
◾ Duas uniões estáveis: BIGAMIA 
◾ Casamento + Casamento: BIGAMIA
◾ Casamento + União estável: BIGAMIA
A concubina não possui direitos sucessórios, mas pode tentar reconhecer sociedade de fato. Partilha de bens por meio de ação judicial extraordinária: Divisão de patrimônio na vara civil em caso de falecimento. (Inexistência de direito sucessório).
Se houver filhos na relação concubinaria existe igualdade entre os filhos já que conjugalidade é uma coisa e parentalidade é outra.
Igualitariedade entre os filhos independente das condições em que a criança se estabelece.
Só há possibilidade de se casar novamente se houver separação de fato e divórcio . 
União estável não há impedimento para casamento.
Concubinato há impedimento para casamento.
O segundo casamento é nulo e inexistente
Impedimentos matrimoniais código penal: 
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. (bigamia). 
	◾Casar alguém sendo casado
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. 
◾Casamento de má-fé, sabe que a pessoa é casada e ainda assim se casa
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
	◾Se anulado um casamento ele é considerado inexistente
Justificativa: 
1. Preservação da eugenia (Saúde pública).
Genética próxima
2. Moral, paz familiar
3. Monogamia
4. Proibição de práticas criminosas
TODOS DE ORDEM PÚBLICA (Não podem ser sanados e implicam em nulidade). 
MOMENTO PARA OPOSIÇÃO – art.1.522 + 1.529 + 1.530 CC 
Art. 1.549 CC
Causas suspensivas 
Art. 1.523 CC. Não devem se casar: As consequências para o descumprimento dessas recomendações são diferentes do 1521 (nulidade, ato inexistente), neste caso as consequências são de ordem patrimonial 
Consequências: Imposição de regime de bens
I - O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
	É possível, mas pode gerar confusão patrimonial com relação aos herdeiros. Neste caso o regime de separação de bens é IMPOSTO.
II - A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
	Evitar confusões com relação a filiação e patrimônio. Imposição de regime de bens
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; 	
	Imposição de regime de bens caso queira se casar novamente.
IV – O	 tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Exemplo: Inexistência de gravidez ou bens para partilhar.
Existência, Validade, eficácia.
1. Declaração de vontade 
É de livre e espontânea vontade.
2. Presença de autoridade presidente do ato – art. 1.535 e 1.544 
Juiz, padre, alguém que seja formalizado e legalizado para realizar o casamento.
3. Leitura da fórmula legal –arts. 1.535 e 1.536 
"De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
Art. 1.550. É anulável o casamento: (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558 ;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1 o . Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2 o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Eficácia do casamento:
 Casamento anulável – art. 1.550 
CARACTERÍSTICAS:
 1. O casamento existe e gera efeitos até a sentença declaratória; 
2. Somente a pessoa juridicamente interessada pode requerer; 
3. Admite confirmação; 
4. O juiz não pode conhecer de ofício; 
5. A anulabilidade está sujeita a prazo decadencial (art. 1.560) 
 EFEITO DA SENTENÇA = Ex tunc Não atinge o interesse da prole
 
Casamento putativo: Falsamente atribuído
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. 
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
Se houver separação de fato é possível reconhecer união estável antes do divórcio através de jurisprudência.
Habilitação para o casamento:
CC – arts. 1.525 a 1.532 + LRP, art. 67 a 69 
PARTICIPAÇÃO DO MP – críticas – art. 127 CF
 FASE 1 – formalização do pedido + nome 
FASE 2 – proclamas (É dada a publicidade do casamento);
Dispensa de Proclamas – art. 1.527, parágrafo único + art. 69 LRP. 
DISPENSA DA HABILITAÇÃO– art. 1.540 = casamento nuncupativo 
HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL
Casamento nuncupativo – in extremis / 6 testemunhas
/ eminente risco de vida (quase morrendo).
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
 I - que foram convocadas por parte do enfermo; 
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; 
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receberse por marido e mulher. 
§ 1o Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias.
CASAMENTO DE PESSOA GRAVEMENTE ENFERMA (Acamada, no hospital etc)
- CC Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.
 § 1º. A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. 
§ 2º. O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Efeitos do casamento:
Sociais:
• Constituição de uma entidade familiar 
• Aplicação do art. 1.513 
• Emancipação do Cônjuge incapaz 
• Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade – art. 1.595 
• Alteração do status personae • Presunção de paternidade = art. 1.597
Pessoais:
• Estabelece uma comunhão de vida – art. 1.511 
• Possibilidade de acréscimo do sobrenome do cônjuge – art. 1.565, § 1º. 
• Fixação do domicílio conjugal – art. 1.569 
• Direitos e deveres recíprocos – art. 1.566
Patrimoniais:
• Fixa o regime de bens 
• Define a sucessão do cônjuge – arts. 1.829 a 1.831 
• Possibilita a usucapião conjugal, pro familae ou por abandono de lar – art. 1.240 – a 
• Direito Real de Habitação – art.1.831 
• Impõe restrições à sociedade empresária entre os cônjuges
Efeitos sociais e pessoais do casamento- deveres recíprocos CC
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família. 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - Fidelidade recíproca; 
II - Vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - Sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos.
O princípio da igualdade constitucional estabeleceu igualdade entre os conjugues: Plena comunhão de vida.
A lei exige a igualdade entre os conjugues em todos os sentidos
Efeitos patrimoniais – Usucapião familiar 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Aquisição de propriedade pela posse pacífica durante determinado lapso de tempo ininterrupto.
A lei procura garantir a moradia.
Efeitos patrimoniais – Direito real de habitação.
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
O direito real insiste sobre o imóvel, os herdeiros podem vir a vender este imóvel, mas quem comprar devera suportar a habitação do conjugue sobrevivente
Efeitos patrimoniais – Sociedade entre os cônjuges
Com relação a sociedades empresariais. 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens (tudo é dos dois), ou no da separação obrigatória. 
ENUNCIADO 204 – Art. 977: A proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o regime da comunhão universal ou da separação obrigatória só atinge as sociedades constituídas após a vigência do Código Civil de 2002.
Efeitos patrimoniais – Restrições aos conjugues
O que o conjugue não deve fazer sem a aquiescência do outro 
Permissão do marido: Outorga marital.
Permissão da mulher: Outorga uxória.
Permissão do conjugue: Outorga conjugal
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
 I - Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Se um dos conjugues não autoriza o outro precisa fazer uma ação judicial chamada ação de suprimento de consentimento é necessário demonstrar os motivos. 
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), - A parte requere o consentimento do juiz e lhe é negado - tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. 
 Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado. 
 Enunciado 114 Jornada de Direito Civil - O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu.
Regime de bens.
: “É o estatuto patrimonial dos cônjuges” e compreende “as relações patrimoniais entre os cônjuges e entre terceiros e a sociedade conjugal”. (GOMES, Orlando. Direito de Família. 14 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p. 173). 
Compreende:
 1. Propriedade dos bens; 
2. Administração patrimonial; 
3. Gozo e disponibilidade dos direitos patrimoniais; 
4. Responsabilidade por dívidas.
• Projeção da Autonomia Privada + Intervenção Mínima do Estado nas relações de Família 
O estado traz o regime de bens e a pessoa escolhe e a mutabilidade do regime é controlada por decisão judicial para evitar lacunas legais. (Princípio da mutabilidade controlada).
• Princípios:
1- Variedade de regimes; pode escolher entre diversos.	
2- Liberdade convencional; pode escolher entre diversos, não é obrigatório.	
3- 
4- Mutabilidade controlada; posso trocar de regime.
Pacto antinupcial – Antecede o casamento e escolhe o regime de bens
Se não fizer o pacto antenupcial a lei casa no regime legal (Comunhão parcial). 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. 
 ENUNCIADO 331 da Jornada de Direito Civil: “O estatuto patrimonial do casal pode ser definido por escolha de regime de bens distinto daqueles tipificados no Código Civil (art. 1.639 e parágrafo único do art. 1.640), e, para efeito de fiel observância do disposto no art. 1.528 do Código Civil, cumpre certificação a respeito, nos autos do processo de habilitação matrimonial 
•É realizado por escritura pública e seus efeitos começam a valer depois do casamento = Art. 1.653. 
• O pacto permite ao cônjuge fazer doações aooutro cônjuge, com a cláusula de incomunicabilidade = Art. 1.668. 
A cláusula de incomunicabilidade diz que os bens doados não compõem a comunhão.
(Art. 1.668. “São excluídos da comunhão: [...] IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;”) 
• Art. 1.655. ” É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei”. 
• Arts. 167 e 244 da Lei de Registros Públicos 
Regimes de bens 
• COMUNHÃO UNIVERSAL
Bens comuns divididos meio a meio
• COMUNHÃO PARCIAL 
Regime legal ou supletivo 
• SEPARAÇÃO CONVENCIONAL 
Convencional e escolhido pelas partes
• SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA
Escolhido pela lei, por exemplo o que se consta no artigo não devem se casar, viúvas sem inventario ou divorciados que ainda não dividiram os bens
• PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
Regime misto
COMUNHÃO UNIVERSAL 
•Abrange o universo dos bens tanto os adquiridos antes, ou depois do casamento.
•Necessário pacto antenupcial 
•Todos os bens são comunicáveis, não há bens particulares, entretanto, existem exceções com a clausula de incomunicabilidade.
TUDO É NOSSO
•Regime convencional - necessidade de pacto antenupcial. 
• As dívidas se comunicam entre os nubentes
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
 Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; 
Os bens sub-rogados substituem os bens anteriores
Bens sub-rogados, portanto, atentando-se para o dispositivo legal citado, são aqueles adquiridos por um dos cônjuges na constância do matrimônio em substituição aos bens que já possuía antes da constituição do casamento, ou adquiridos com recursos exclusivos, também anteriores à celebração do vínculo.
II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; 
Estipulação testamentária em que o testador constitui uma pessoa como legatário ou herdeiro, mas impõe que, uma vez verificada certa condição, deverá transmitir a outra pessoa, por ele indicada, o legado ou a herança; substituição, fideicomissória.
Ex: Doarei meus bens para fulano se se formar em um tempo 	X., enquanto o termo para possuir o bem não é realizado ciclano fica com os bens até que o fato se realize, se durante o tempo X fulano não se formar os bens são de ciclano. Antes desse tempo se concluir o bem não entra na comunhão
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; 
Dos atos do casamento
IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA – Não tá no Blackboard
• Não há pacto. 
• Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas (1.523) da celebração do casamento; 
II – Da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar-se, de suprimento judicial. (VER 1.517, 1.519 e 1.520). Inconstitucionalidade do inciso 
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA 
 Enunciado 261 do CEJ “A obrigatoriedade do regime de separação de bens não se aplica à pessoa maior de 70 anos quando o casamento for precedido de união estável, iniciada antes desta idade”. 
• Enunciado 262 do CEJ “Pode alterar o regime da separação obrigatória de bens, nas hipóteses do inciso I e III, desde que superada a causa”. 
• É permitido um cônjuge realizar doações ao outro. Não decorrem direitos sucessórios entre os cônjuges (art. 1.829) Súmula 377 do STF “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”. 
COMUNHÃO PARCIAL 
• Regime Supletivo da vontade das partes Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. 
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
COMUNHÃO PARCIAL 
 •Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
 I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar-se, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
COMUNHÃO PARCIAL 
•Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; 
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
• Súmula 251 – STJ “A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante, aproveitou o casal” 
COMUNHÃO PARCIAL 
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges. 
§ 1º. As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
 § 2º. A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns. 
§ 3º. Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges. 
SEPARAÇÃO CONVENCIONAL 
 •Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. 
• Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial. Profa. 
SEPARAÇÃO CONVENCIONAL 
• CARACTERÍSTICAS: 
1. Administração particular dos bens de cada cônjuge; 
2. Liberdade de disposição patrimonial; 
3. Responsabilidade patrimonial individual pelas dívidas e obrigações assumidas; 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
• Regime convencional misto. 
• Arts. 1.672 a 1.686 CC Art. 1.672. “No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento".
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
•Regime convencional misto. 
•Arts. 1.672 a 1.686 CC 
•Art. 1.672 . “No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento".
Da dissolução do casamento:
Divorcio extrajudicial – Acordo entre as partes que além de entrarem em consenso não podem ter filhos menores, caso contratio deve se consagrar divorcio judicial

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