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Sistema de Cotas Também chamada de ação afirmativa, é uma forma de reservar vagas para determinados grupos. O sistema de cotas foi criado para dar acesso a negros, índios, deficientes, estudantes de escola pública e de baixa renda em universidades, concursos públicos e mercado de trabalho. A política de cotas nas universidades é o melhor exemplo desse sistema no Brasil. As medidas de cotas raciais e cotas sociais implantadas pelo governo ajudam no acesso de certos grupos na concorrência com o resto da população. É um caminho visto por alguns como a redução da exclusão e visto por outros como uma segunda forma de discriminação. Lei de Cotas Segundo a Lei nº 12.711/2012, alunos que estudaram todo o ensino médio em escolas públicas terão direito a ¼ , ou seja 25% das vagas em todas as universidades e institutos federais. Metade delas será reservada para estudantes com renda mensal familiar de até um salário mínimo e meio. Critérios raciais (índios, negros) também serão levados em consideração. Sisu Sisu - Sistema de Seleção Unificada gerado pelo MEC (Ministério da Educação), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior aos estudantes participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e que obtiveram nota superior a zero na redação. Prouni - Programa Universidade para Todos - é um sistema decotas sociais, que concede bolsas de estudo de forma integral e parcial em instituições privadas de ensino superior. Criado pelo Governo Federal e voltado para alunos de baixa renda, oferece, por meio da Lei N°11.096/2005, além das bolsas, isenção de impostos para as faculdades que aderiram ao programa. Oferece bolsas integrais e parciais para estudantes com renda familiar de até três salários mínimos por pessoa. O foco está nos alunos egressos de escolas públicas ou bolsistas da rede particular. Os candidatos são avaliados pela sua condição social e pelas notas obtidas no ENEM - Exame Nacional de Ensino Médio. O Prouni tem convênio com instituições como a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e reserva vagas para quilombolas, negros e indígenas; porém, eles devem seguir os mesmos critérios dos demais candidatos. Na inscrição do Prouni, o candidato escolhe 2 opções de cursos e a opção é feita com base na sua classificação no Enem. No momento da inscrição, a lista de faculdades conveniadas aparece para que o estudante tenha acesso. O bolsista do programa deve ter um aproveitamento superior a 75% e não pode trancar ou transferir sua matrícula. Além disso, os alunos com carga horária superior a 6 horas diárias e que tenham bolsa integral podem receber abolsa permanência, valida por um semestre e auxilia o aluno com uma quantia em dinheiro. As instituições que aderem ao programa ganham isenção de tributos. 1. Aristóteles e a ética finalista Aristóteles diz que toda ação humana tem por objetivo alguma finalidade, algum bem. Por exemplo, uma pessoa pode estudar para se formar e ter uma profissão, guardar algum dinheiro para fazer uma viagem nas férias, planejar uma alimentação mais saudável visando a manter uma boa saúde e fazer uma poupança para comprar uma casa própria. Pode-se dizer que há uma hierarquia de bens, ou seja, alguns são mais fundamentais do que outros. Mas qual seria o suprassumo do bem? Será que há um bem final? Existe um fim último superior que condiciona todos os outros? Existe algo que é desejado por si mesmo sem estar condicionado a outrofim? Se, pois, para as coisas que fazemos, existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; e se é verdade que nem toda coisa desejamos com vistas em outra (porque, então, o processo se repetiria ao infinito, e inútil e vão seria o nosso desejar), evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem (Aristóteles, 1973, p.249). Segundo Aristóteles, esse fim último é a felicidade. Dessa forma, segundo Valls, “[...] a ética aristotélica é finalista e eudemonista, quer dizer, marcada pelos fins que devem ser alcançados para que o homem atinja a felicidade (eudaimonía)” (1989, p. 29). A felicidade é o fim último que todo ser humano deseja. Mas o que é a felicidade? A felicidade estaria nos prazeres sensuais? A felicidade se encontraria na glória? A felicidade seria atingida com o acúmulo de bens materiais ou de riquezas? Segundo explica Valls: Aristóteles não isola muito um bem supremo, pois ele sabe que o homem, como um ser complexo, não precisa apenas do melhor dos bens, mas sim de vários bens, de tipos diferentes, tais como amizade, saúde e até de alguma riqueza. Sem um certo conjunto de tais bens, não há felicidade humana. Mas é claro que há uma certa escala de bens, pois os bens são de várias classes, e uns melhores do que os outros (1989, p. 30). Mas afirmar que a felicidade é o sumo bem pode parecer uma banalidade, segundo Aristóteles. É necessário explicar o que ela é. Isso não seria muito difícil se for possível explicar qual é a função dohomem. Por exemplo, a função de um escultor é fazer esculturas benfeitas, a função de um flautista é tocar com perfeição, mas qual é a função do homem? Pode-se fazer também uma analogia com as funções de cada órgão humano; por exemplo, a função do olho é enxergar, a função do ouvido é escutar, mas qual seria a função do ser humano como um todo? Segundo Aristóteles: não será simplesmente o viver, pois os vegetais também vivem, se nutrem, crescem; nem será o sentir prazer e dor, pois estes sentimentos existem também nos animais; mas o pensar, que não existe nem nos vegetais nem nos animais, é exclusividade do homem. Portanto, a atividade racional, o exercício da mente é a finalidade específica do homem e nisto está a sua realização final, a sua felicidade. Portanto a finalidade do homem é uma atividade racional, uma função da alma (in Pegorato, 2006, p.42). Dessa forma, a atividade mais elevada do ser humano é sua atividade racional, seu pensar. Como o ser humano é sujeito às paixões, o intelecto deve exercer sobre os instintos uma “administração inteligente”. O ser humano deve aprimorar suas virtudes intelectuais: a sabedoria e a prudência para fazer escolhas com discernimento e equilíbrio e desenvolver a prática de bons hábitos. Chauí faz uma síntese dos grandes princípios éticos encontrados nos filósofos gregos. São eles: 1. por natureza, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa; 2. a virtude é uma força interior do caráter, queconsiste na consciência do bem e na conduta definida pela vontade guiada pela razão, pois cabe a esta última o controle sobre os instintos e os impulsos irracionais descontrolados que existem na natureza de todo ser humano; 3. a conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que está e o que não está em seu poder realizar, referindo-se, portanto, ao que é possível e desejável para um ser humano. Saber o que está em nosso poder significa, principalmente, não se deixar arrastar pelas circunstâncias, nem pelos instintos, nem por uma vontade alheia, mas afirmar nossa independência e nossa capacidade de autodeterminação (1997, p. 313). A ETICA DEONTOLOGICA na filosofia moral contemporânea, é uma das teorias normativas segundo a qual as escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui -se entre as teorias morais que orientam nossas escolhas sobre o que deve ser feito.1 O termo foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para referir-se ao ramo da ética cujo objeto de estudo são os fundamentos do dever e as normas morais. É conhecida também sob o nome de "Teoria do Dever".2 É um dosdois ramos principais da Ética Normativa, juntamente com aaxiologia. Pode-se falar, também, de uma deontologia aplicada, caso em que já não se está diante de uma ética normativa, mas sim descritiva e inclusive prescritiva. Tal é o caso da chamada "Deontologia Profissional". A deontologia em Kant fundamenta-se em dois conceitos que lhe dão sustentação: a razão prática e a liberdade.3 Agir pordever é o modo de conferir à ação ovalor moral; por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma vontade livre. O imperativo categórico no domínio da moralidade é a forma racional do "dever-ser", determinando a vontade submetida à obrigação. O predicado "obrigatório" da perspectiva deontológica, designa na visão moral o "respeito de si". A deontologia também se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta — os deveres — inerentes a uma determinada profissão. Assim, cada profissional está sujeito a uma deontologia própria a regular o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria. Neste caso, é o conjunto codificado das obrigações impostas aos profissionais de uma determinada área, no exercício de sua profissão. São normas estabelecidas pelos próprios profissionais, tendo em vista não exatamente a qualidade moral mas a correção de suas intenções e ações, em relação a direitos, deveres ou princípios, nas relações entre a profissão e a sociedade. O primeiro Código de Deontologia foi feito na área médica, nos Estados Unidos, em meados do século passado. A ÉTICA UTILARISTA 1. Stuart Mill (1806-1873) A ética de Suart Mill é uma visão renovada e crítica da ética utilitarista de Jeremy Bentham (1748- 1832), reflectindo também o ideário positivista de Auguste Comte (1798-1857) e a sua crença na ciência e no progresso da Humanidade. É uma ética que reflecte em multiplos aspectos a nova mentalidade democrática e burguesa que surgiu em Inglaterra no séculoXVIII. Há nesta ética uma clara preocupação por ser facilmente compreendida pelo cidadão comum e cujos resultados pudessem ser medidos pelos seus efeitos práticos. A ética utilitarista denominada "consequencialista" assenta na ideia que cada pessoa deve articular os seus interesses particulares com os interesses mais comuns, de maneira que a sua acção seja boa, isto é, proporcione a máxima utilidade a todas as pessoas envolvidas nos resultados da acção. Da mesma maneira que cada qual aspira por natureza à felicidade individual, assim também o bem- estar de todos é um bem para a totalidade dos seres humanos. Um acção boa é aquela que é útil, mas uma acção moralmente correcta é aquela cujas consequências se traduzem em felicidade (prazer ) para as pessoas. A correcção de uma acção é medida pelas consequências que da mesma se esperam. Um modo de as avaliar é medir o aumento da felicidade (prazer) e a diminuição do sofrimento dos que são afectados pela mesma. O princípio do utilitarismo denominado Utilidade ou Maior Felicidade, sustenta que as acções são justas (correctas) na proporção com que tendem a promover a felicidade, e injustas enquanto tendem a produzir o contrário da felicidade. A aplicação deste princípio implica um calcul o, uma espécie de aritmética do bem-estar, no qual se avaliam as vantagens e desvantagens das diferentes alternativas de uma dada acção, tendo em conta o grau de satisfação ou insatisfação que delas se pode esperar. Neste calculo devem ser considerados umconjunto de parametros para avaliar a satisfação/insatisfação esperada, tais como: a sua intensidade, duração, certeza ou incerteza, a sua tendência, probabilidade da mesma dar origem algo da mesma espécie, etc. Este calculo utilitarista visa seleccionar a acção que seja boa (util) e moralmente correcta, isto é, que permita obter o máximo de felicidade (prazer ) no maior número de pessoas. 2. Immanuel Kant (1724-1804) A ética deontológica de Kant apesar de profundamente inovadora, não deixa de reflectir algumas ideias da sua época - o século das Luzes (Iluminismo), das quais destacamos as seguintes: - Razão. O século XVIII divinizou a racionalidade, isto é, a possibilidade da razão guiar a Humanidade e descobrir todos os segredos do Universo. A ciência devia ocupar o lugar que até aí fora da religião. Kant colocou a razão no centro da sua reflexão filosófica. - Liberdade. As ideias de "autonomia" e "emancipação", omnipresentes no discurso político do século XVIII, significavam o fim de todas as formas de superstição e da opressão política e religiosa dos os Homens. O reconhecimento que todos os homens, independentemente da sua condição social, tinham capacidades inatas para serem juízes das suas próprias acções. - Bondade Humana. Filósofos como J.Jacques Rousseau constroem uma ficção histórica, segundo a qual o "homem primitivo" , possuía já uma consciência que lhe permitia distinguir o bom do mal, justo do injusto, certo do errado. As decisões erradas derivam não da natureza humana, massim da influência da cultura ou da sociedade. Kant afirma que a capacidade de distinguir o que é certo do que é errado é tão inata quanto as outras propriedades da razão. Não se trata portanto de ensinar nada, mas de libertar a razão. Esta ideia torna-se fundamental para a fundamentação de muitas teorias políticas e éticas, assentes numa visão optimista do ser humano. - Universalidade. Os filósofos passam a falar na Humanidade, isto é, assumem o conceito universal de ser humano. O seu discurso dirige-se agora claramente a todos os homens, aos quais reconhecem os mesmos direitos e deveres. As leis morais, como as leis das ciências da natureza, devem ser universais. Kant coloca-se sempre numa perspectiva universal, nomeadamente na sua reflexão ética. Afirma, por exemplo, que um princípio prático (moral) para tenha validade como lei, tem que ter validade universal (valer para toda a vontade ou para a vontade em geral). É nesse sentido que sustenta uma moral formal. Legalidade e Moralidade Kant começa por fazer uma clara distinção entre uma acção boa e uma acção moralmente boa. A primeira corresponde à que fazemos em respeito às leis e normas morais de uma dada sociedade. Trata-se de uma acção conforme ao dever. A segunda resulta de uma decisão nossa, livre e incondicionada, que se impõe à nossa consciência como obrigatória, independente das leis ou normas morais vigentes. Trata-se de uma acção assumida como um dever e realizada por dever. Esta é a única moralmente boa. Após o estudo de todas as teorias e suas características , creio eu que o que mais se assimila ao sistema de cotas seja a Teoria Utilitarista de Kant, ainda mais quando ele fala sobre "Legalidade e Moralidade".
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