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Meios de Comunicação e Educação

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Os meios de comunicação 
de massa e a educação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar influências exercidas pelas inovações tecnológicas na área 
dos meios de comunicação de massa.
 � Reconhecer contribuições que as novas tecnologias de comunicação 
oferecem ao desempenho das ações pedagógicas em sala de aula.
 � Comparar aspectos negativos do mau uso das novas tecnologias em 
relação aos processos educativos.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar como as inovações tecnológicas vêm 
mudando as formas de comunicação. Aqui, o conceito de inovação 
tecnológica se restringe ao campo da interação dos grupos humanos e 
ao modo como eles são afetados pela evolução das técnicas de comu-
nicação de massa. 
Como você sabe, a comunicação saiu de um contexto unilateral, em 
que só aquele que cria a mensagem é sujeito, para um estado bilateral. 
Agora, as novas tecnologias e a evolução humana permitem não apenas 
a avaliação da mensagem, mas também a produção de comunicação de 
massa e de nicho. Nesse contexto, as ferramentas tecnológicas auxiliam 
e aceleram as trocas entre as pessoas.
Já no caso da educação, os meios de comunicação de massa devem 
ser revistos para que não se repitam os erros da educação tradicional. 
Nela, havia a premissa de que uma única forma de conhecimento era o 
necessário para produzir um bom processo educativo. Contudo, na área 
educacional, a era digital também chegou. Assim, é preciso reavaliar os 
conceitos educacionais, o que vai gerar novas tecnologias pedagógicas 
que serão esteio para uma renovada comunicação entre educadores e 
alunos. 
Por outro lado, as novas tecnologias também podem gerar ruídos na 
comunicação, assim como ser mal utilizadas no processo educativo, o que 
é capaz de causar problemas tão parecidos ou piores que os da educação 
tradicional. Por isso, é fundamental que você reflita sobre todas essas 
mudanças e aprenda mais sobre a relação humana com a tecnologia. 
Do influenciador ao influenciado: o novo local 
dos meios de comunicação e das massas
Quando os primeiros seres humanos, milhões de anos atrás, cogitaram se 
comunicar por meio de gestos e desenharam os primeiros sinais de sua presença 
em cavernas, eles não o fizeram buscando um lugar na história, e sim pela 
necessidade de transmitir, informar e receber um conhecimento. 
Naquele momento, foram estabelecidas as primeiras bases do que viria a 
ser conceituado como Meios de Comunicação de Massa (MCM). Em termos 
simples, isso significa dizer que o ser humano desenvolveu a capacidade de 
produzir artefatos possibilitadores de uma comunicação não só em larga 
escala, mas retransmissível a partir do acúmulo de seus significados. Isso se 
deu tanto na forma de um código de sinais (por meio do qual é possível dizer 
“muito” ou “vá embora” com as mãos) quanto na forma de utensílios como 
papiros e livros, que registraram a história e a própria forma de expressar 
comunicação (DEFLEUR; BALL-ROKEACH, 1993).
A linguagem, a escrita, a impressão e especialmente a transmissão de 
informações tem sido a base de toda a comunicação humana desde a Anti-
guidade até a época atual. Se você pensar bem, vai perceber que os meios 
em si não mudaram significativamente, mas a forma como a comunicação é 
praticada se desenvolveu extensivamente. E especificamente essas melhorias 
é o que se chama de inovação tecnológica, que, apesar do nome pomposo, 
é bem simples e combina dois conceitos menores: inovação e tecnologia 
(RIGHETTI; PALLONE, 2007). 
Inovação é o ato de repensar um processo. Uma invenção só se torna 
inovação caso alcance o objetivo de sua existência. E, aqui, inovação tem a 
ver com o propósito de modernizar a forma como nos comunicamos com um 
grande número de pessoas. Já a tecnologia deve ser vista como o processo em 
si. Assim, uma ideia, uma execução e um resultado devem ser possibilitados 
pelo uso de conhecimentos, artefatos (ferramentas) específicos e procedimentos 
de uso (MCQUAIL, 2003).
Os meios de comunicação de massa e a educação2
Pense no que hoje você chama de e-mail e paralelamente em sua estrutura 
anterior, a carta. A inovação está no fato de ambos permitirem a comunicação 
pública ou privada entre remetente e destinatário, o que significa levar uma 
mensagem de um ponto A qualquer a um ponto B qualquer. Agora, compreenda 
que a tecnologia está no uso de artefatos que são nada mais que as ferramentas 
que permitem o processo.
Ou seja, um papel e uma caneta constituem a tecnologia que produz a 
carta, uma informação escrita e transportada de um lugar A para um lugar 
B. O mesmo processo hoje em dia é possível por meio de um serviço de 
mensagem (o papel) e um teclado (a caneta), o que vai constituir o e-mail (a 
carta), que utiliza a internet. A internet, por sua vez, é o modo transmissor, 
que precisa ser capaz de transportar uma mensagem de um lugar A para um 
lugar B. Comparando ambos os procedimentos, você pode notar que há não 
apenas uma inovação ou uma tecnologia, mas a combinação de ambas, uma 
inovação tecnológica (RIGHETTI; PALLONE, 2007).
Todos os anos, um ranking global de inovação é publicado com base na capacidade 
de inovação tecnológica desenvolvida por cada país em vários campos: tecnologia, 
inovação, negócios, capital humano, instituições e outros. Isso levou ao surgimento 
do ranking do Índice Brasil de Inovação (IBI), baseado na Pintec (Pesquisa de Inovação 
Tecnológica feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A ideia do projeto 
é aglomerar informações sobre empresas e suas práticas inovadoras e tecnológicas. 
De certa forma, a comunicação humana em larga escala pode ser lida como 
uma comunicação de massa inicialmente dispersa e confusa. E de fato era, 
pois, até o século XX, não existiam os grandes meios de comunicação que 
só surgiram por conta da revolução industrial e de suas inovações técnicas. 
Como você sabe, essas inovações possibilitaram a criação de instrumentos 
que vão do telégrafo, transferindo mensagens em código para serem rees-
critas, até os smartphones, com aplicativos de comunicação instantânea, 
quase presencial.
Mas muita coisa mudou desde a carta e os desenhos nas paredes. A ideia de 
comunicação de massa como algo unidirecional perdurou até o final do século 
XX como uma realidade. Os grandes meios de comunicação eram os únicos 
3Os meios de comunicação de massa e a educação
capazes de informar a população, o que lhes conferia também grande poder de 
influência sobre fatos e costumes, já que não existiam outros modos de se infor-
mar sobre o que acontecia no mundo (DEFLEUR; BALL-ROKEACH, 1993).
Os meios de comunicação de massa sempre tiveram como objetivo alcançar 
o maior número possível de pessoas. Eles se colocam como o ponto agregador 
de informações e como transmissores desses conteúdos para todos ao seu 
redor, sempre buscando se autoconferir um caráter distante. São capazes 
de aglomerar grandes acúmulos exatamente por manterem uma identidade 
amplamente impessoal e anônima.
Porém, manter uma impessoalidade não é algo efetivamente negativo, pois, 
quando se fala em massa, se faz referência a muitas audiências, grupos de 
pessoas em todo lugar com suas características e até gírias de comunicação 
próprias. Assim, não ter uma estampa personalizada de um grupo ou outro 
ajudava na emissão das mensagens, vindas de muitos lugares, exatamente 
como ainda acontece nos dias de hoje. Atualmente, as mídias mantêm um 
espaço de informação generalizado, globalizado, com uma única forma de 
linguagem e expressão que será usada para transmitir todos aqueles fatos para 
além de um único espaço geográfico e de conhecimento.
Você pode considerar, nesse contexto, três inovações tecnológicas que 
revolucionaram os meios de comunicação de massa: o rádio, a televisão e a 
internet (MCQUAIL, 2003). O rádio, em seu conceito original, é um equipa-
mento que, por meio de ondas eletrônicas, revolucionou a forma de transmitir 
conteúdos pelaexpressão oral em meados de 1920. Ele atraiu um novo público, 
que antes era dependente da leitura e da escrita para consumir informações, 
conhecimentos e até produtos. 
A inserção da voz nesse meio possibilitou uma nunca antes vista aproxima-
ção com os agora ouvintes dos meios radiofônicos. Isso provocou um grande 
boom de aproximação entre mensageiros e destinatários. Quem enviava a 
mensagem agora utilizava determinados elementos e entonações para trazer 
para mais perto de si grupos diversificados da massa. Havia vários programas 
e produtos disponibilizados, que iam além dos jornais, incluindo comerciais, 
novelas, apresentações e, o mais inovador, os programas de auditório ao vivo, 
que permitiam uma interação com a audiência e o surgimento de um novo 
tipo de público, o fã. 
Já a televisão foi outro grande salto na relação emissor-receptor. Ela pos-
sibilitou, a partir da década de 1940, a soma da voz, um produto de sucesso já 
consumado como um elemento inovador, à imagem. Essa junção se tornou o 
ícone representativo e o mais forte influenciador da audiência até hoje. A au-
diência, desde a televisão, não é só consumidora de produtos e conhecimentos, 
Os meios de comunicação de massa e a educação4
mas de modos de comportamento advindos dos mais variados programas: 
filmes, novelas, programa de auditório e outros. Essa caixa de efervescência 
cultural foi e ainda é um dos mais marcantes e massificantes formatos de 
exposição que são absorvidos de modo imediato e impactante. Ela, inclusive, 
é capaz de expor e multiplicar abundantemente ideias sociais tanto inclusivas 
quanto excludentes, conforme a linha de ação de quem a controla.
Porém, a grande transformação que os meios de comunicação de massa 
sofreram veio por meio da internet. Como você sabe, ela se entranhou em 
todos os campos de produção (público, privado e também doméstico), trazendo 
novos conceitos, ideias de comunicação e exposição, além da proposta de 
causar impacto e atrair atenção com muitas imagens e poucos caracteres. 
Agora, a nova ordem na era digital é agregar valor socialmente, pois não há 
mais mistérios na confecção de produtos, ou seja, o que vai reger o interesse 
é a confiança e a qualidade. Isso leva o marketing a criar um novo conceito, o 
digital. A ideia, assim, é lidar com os interesses, as expectativas e a forma como 
os grupos sociais/públicos-alvo se comportam diante de cada nova tecnologia 
de aglomeração social (redes sociais) (GONÇALVES, 1994).
Num curto espaço de tempo, os meios de comunicação de massa tiveram 
de aprender a dar espaço, também, aos que antes eram apenas receptores da 
mensagem. Nesse sentido, a internet redefiniu a noção de barreiras mercadoló-
gicas, o que também proporcionou o surgimento de inúmeros novos mercados 
virtuais, alterando a relação e a identidade do vendedor e do consumidor, que 
agora não estão dissociados. Quem vende pode ser, por exemplo, um profis-
sional da educação ou do varejo, ou uma pessoa querendo se desfazer de algo 
usado. Além disso, a própria relação comercial se tornou um mercado tangível 
de avaliações em todos os seus passos (loja virtual, processo de compra, envio, 
avaliação, compartilhamento, curtidas, comentários, etc.).
As mudanças continuam e até os meios de comunicação que antes eram 
unilaterais e fixos precisaram se reavaliar diante da internet. Ela também 
renovou o conceito de rádio, de televisão e da própria comunicação estabe-
lecida com o consumidor. Agora, quem consome emite opinião e quer ver 
mudanças num curto espaço de tempo, o que por desdobramento alterou a 
ideia de que só conglomerados de massa podem produzir conteúdo. Hoje, 
um indivíduo com celular, câmera e acesso à internet também pode expor 
suas ideias e se tornar um emissor de conteúdo para nichos ou maiores 
grupos de interesses. 
Como você deve imaginar, isso impacta diretamente os meios de comuni-
cação não imediatistas, como o jornal impresso, que entra em crise, já que a 
notícia passa a se alterar constantemente e pode ser conhecida e debatida ao 
5Os meios de comunicação de massa e a educação
mesmo tempo em que acontece por aqueles que antes eram só espectadores. Os 
antigos leitores passivos agora também fazem ou complementam as notícias, 
expondo tanto as questões que os agradam quanto as que os incomodam. E 
isso de modo online, imediato. Essa dinâmica está relacionada ao surgimento 
de outro espaço muito importante e viralizador de notícias, as redes sociais, 
em que cada um é ao mesmo tempo emissor e receptor, instantaneamente 
(MCQUAIL, 2003).
Quando considera o poder de influência das inovações tecnológicas sobre 
os meios de comunicação massivos, você não pode se esquecer do quanto o 
processo educativo foi afetado em matéria de estrutura organizacional, con-
teúdos fluidos e ambiente presencial/virtual, por exemplo. A educação está se 
reinventando diante de uma geração que já nasceu conectada à era digital. Essa 
revolução mudou irremediavelmente o papel do corpo docente e técnico, que 
precisa rever sua forma de lidar com as tecnologias sem as excluir do espaço 
escolar. A ideia, portanto, é refazer o lugar e o tempo dessas tecnologias na 
sala de aula, utilizando-as como uma ponte entre o educador e o educando, 
que, sem prejuízo, podem inverter os seus papéis e aprender simultaneamente 
(SOUSA; MOITA; CARVALHO, 2011).
Em 2014, entrou em vigor a Lei nº 12.965, que trata do marco civil da internet. O art. 1º 
diz: “Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no 
Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios em relação à matéria” (BRASIL, 2014). Acesse o link:
https://goo.gl/fj8a4q
Como inserir as evoluções tecnológicas nas 
ações pedagógicas
O uso das tecnologias no ambiente de ensino ainda é uma questão amplamente 
debatida no espaço educacional. Porém, há uma confusão entre o que significa 
utilizar uma ferramenta tecnológica, no caso de um tablet ou celular, e o uso 
de uma tecnologia na implantação de uma atividade pedagógica.
Os meios de comunicação de massa e a educação6
A UNESCO disponibilizou, em 2009, o documento Padrões de Competências em Tec-
nologia da Informação e da Comunicação para Professores, que, segundo a instituição, 
“apresenta diretrizes específicas para o planejamento de programas educacionais e 
treinamento de professores para o desempenho de seu papel na formação de alunos 
com habilidades em tecnologia”. Leia no link a seguir.
https://goo.gl/F4QAu9
Ao falar em tecnologia pedagógica, se fala das inúmeras possibilidades 
de reorganizar a forma como a educação deve ser vista e aplicada diante de 
todas as inovações geradas pela era digital. Não cabe mais em sala o modo 
tradicional de aprendizado, o que significa dizer que o educador está livre 
do papel de recipiente de conteúdo. Em seu novo lugar, enquanto sujeito, ele 
tem a função de ponte entre um ensino que precisa ser dinâmico e um aluno 
que precisa aprender a interpretar um conhecimento realmente válido entre 
tantos disponibilizados.
Você deve ter em mente que o processo de aprendizagem dos alunos trans-
corre melhor quando eles são convidados a fazer parte do processo de ensino. 
Isso significa dizer que deve ser estabelecida uma linha de comunicação cons-
tante entre professores e alunos em sala de aula ou fora dela. O professor deve 
revisitar o planejamento e a forma de apresentação do conteúdo para o aluno, 
ou seja, o educador atua como um mediador entre o conteúdo e a capacidade 
de entendimento do aluno quanto à tecnologia aplicada na metodologia de 
ensino (SOUSA; MOITA; CARVALHO, 2011).
Independentemente de qualquer tecnologia que os educadores usem na 
sala de aula, a mediação pedagógica precisa ser a linha que costura todas as 
possibilidades expostas antes, durante e depois da interação com os alunos. Isso 
é importante para avaliar se o processo de inovação tecnológica está surtindo 
efeito e colaborando na educação e no usoconsciente da tecnologia pelo aluno.
Em meio a tudo isso, você não pode se esquecer da maior revolução sofrida 
pela educação, a sua existência no modo não presencial, ou seja, parcial ou 
integralmente digital. A existência do ambiente virtual de aprendizado não 
é só uma exigência dos tempos modernos em relação ao deslocamento ou 
custo. Esse não é o fator principal, e sim a sua própria existência como espaço 
legítimo para uma geração que não se adequa a paredes e endereços e deseja 
lidar com a aprendizagem da forma mais livre e dinâmica possível. Isso se deve 
7Os meios de comunicação de massa e a educação
especialmente às suas múltiplas inteligências, que buscam o conhecimento 
apresentado de forma multifacetada e tecnologicamente interessante, acessível 
em qualquer tempo e lugar. Além disso, os novos alunos buscam exclusividade 
em meio ao ensino de massa (SOUSA; MOITA; CARVALHO, 2011).
Mas, para que a relação educador-aluno dê certo, é preciso haver uma 
naturalidade na apropriação não apenas dos recursos digitais (LORENZONI, 
2016a), mas dos novos métodos de ensino. Assim, é possível encontrar o seu 
lugar e a harmonia, o que vai se refletir na sua eficiência, presencial ou virtual, 
durante o processo educativo.
Veja, no Quadro 1, alguns dos métodos que mais se destacam.
Tecnologia de 
aprendizagem Como funciona? Ferramentas tecnológicas
Ensino híbrido/
Sala de aula 
invertida
Combina a prática online 
com a offline. Alia atividades 
individuais e em grupo em 
que o uso de ferramentas 
digitais é indispensável 
para a realização de 
atividades como pesquisa, 
leitura e debates com 
foco na aprendizagem 
de campo múltiplo 
(LORENZONI, 2016d).
Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem (AVA)
Tutoria
Teste de inteligência múltipla
Chat compartilhado
Chat exclusivo
Fóruns
Avaliação assistida
Vídeo digital
Agenda virtual
Canais do YouTube
Blogs
Jogos online
Design Thinking
Ambientes 3D (museus, 
galerias de arte, ruas)
Aplicativos (ensino, exercícios, 
registro de atividades)
Webinar (palestra 
online interativa)
Redes sociais (grupo, perfil 
de atividades da turma)
Infográficos (do conteúdo 
condensado para o ampliado)
Biblioteca virtual
Gamificação
(LORENZONI, 2016a).
Ensino 
adaptativo
Busca se adaptar ao máximo 
ao modo como cada aluno 
aprende um conteúdo, o que 
significa que é necessário 
apresentar os conteúdos 
nos mais variados formatos 
possíveis. Ou seja, a existência 
de ferramentas digitais está 
intrinsecamente ligada a esse 
modo de ensino que faz uso 
de plataformas que “pescam” 
o perfil e assim apresentam 
os assuntos baseadas no 
maior interesse apresentado 
(LORENZONI, 2016b).
Quadro 1. Tecnologias de aprendizagem.
(Continua)
Os meios de comunicação de massa e a educação8
Fonte: (LORENZONI, 2016a, 2016b, 2016c, 2016d, documentos on-lines).
Tecnologia de 
aprendizagem Como funciona? Ferramentas tecnológicas
Aprendizado 
por meio de 
desafios
Objetiva provocar no 
aluno o questionamento 
sobre conteúdos para 
desenvolver o interesse 
por buscar respostas, 
sempre incentivando 
uma ação prática 
para que desenvolva 
autonomia e confiança 
em suas capacidades. 
(LORENZONI, 2016c).
Aprendizado 
autônomo
Significa que a 
aprendizagem do aluno 
é totalmente construída 
a partir de estímulos e 
de um planejamento de 
atividades que foque no 
instigar, na busca por 
mais saber. Isso, contudo, 
não significa que o aluno 
está desconectado de 
outras pessoas, mas 
que desenvolve a sua 
própria linha de ensino no 
tempo em que se adapta. 
(LORENZONI, 2016c).
Quadro 1. Tecnologias de aprendizagem.
Irremediavelmente, você deve entender que as novas tecnologias pedagógi-
cas são resultado do novo momento humano e tecnológico. Hoje, as ferramentas 
tecnológicas fazem parte do cotidiano não apenas dos alunos, mas dos pais, 
dos professores e da comunidade em geral. 
(Continuação)
9Os meios de comunicação de massa e a educação
Aspectos negativos do uso das tecnologias no 
aprendizado
As mudanças vividas nos últimos anos modificaram muito o processo educativo. 
Elas trouxeram não apenas soluções para o ensino, mas também problemas. 
As principais dificuldades, como você pode imaginar, ocorrem quando não 
se levam em conta a mediação e os limites do uso das tecnologias nas aulas, 
sejam elas presenciais ou não.
Os problemas advindos do mau uso da tecnologia no espaço escolar têm 
muito mais a ver com o fator humano do que com a tecnologia em si. A 
falta de organização, experimentação do conteúdo, interesse num feedback 
sincero e o mau uso causam problemas que não deixam nada a dever àqueles 
do processo tradicional, como o desinteresse, a dispersão e até a evasão do 
ensino (GARCIA; BIZZO, 2013).
Cabe citar também que a aplicação e a usabilidade de ferramentas tecnoló-
gicas e as tecnologias pedagógicas devem ser implantadas com a participação 
de todos os envolvidos. Isso significa que não podem ser uma construção vinda 
de cima para baixo, sem uma avaliação do real potencial de cada técnica e sua 
eficiência, bem como um retorno avaliativo (ROSA, 2013). 
A UNESCO disponibilizou, em 2017, um documento técnico contendo estudos sobre 
o processo de implementação das tecnologias digitais nos currículos das escolas de 
educação básica dos países membros da OCDE. Nele, você pode ver como 35 países 
vêm lidando com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Acesse o link 
disponível a seguir.
https://goo.gl/XBPNvU
É importante você perceber que a formação docente ainda carece de me-
lhores ambientes para a experimentação das tecnologias e até para estudos 
de caso. Quanto mais rápido essas ferramentas se inserem no contexto e sua 
importância é compreendida, melhor será o uso delas e de outras que vierem 
a tomar o seu lugar.
Não são poucos os fatores que contribuem para esses problemas, mas com 
certeza há aqueles que maximizam, e muito, o desinteresse tanto dos educadores 
Os meios de comunicação de massa e a educação10
quanto dos alunos pelo processo educativo. Os pontos mais importantes são 
resumidos a seguir.
 � A falta de uma qualificação continuada em recursos digitais para o 
corpo pedagógico como um todo nos espaços educacionais.
 � A falta de um projeto pedagógico próprio para os professores apren-
derem a lidar com as tecnologias educacionais e suas metodologias de 
aplicação, acompanhamento e avaliação, o que permitiria a todos que 
retornassem com suas experiências de adaptabilidade quando houvesse 
sucesso ou fracasso, pois nem todas as tecnologias podem ser aplicadas 
em qualquer conteúdo.
 � A falta de diálogo anterior ao processo de uso das tecnologias a fim de 
estabelecer os momentos e limites de sua aplicabilidade em sala de aula.
 � No ensino a distância, a falta de uma introdução prévia à base necessária 
a um curso e a sua indisponibilidade, o que pode ser um convite ao 
engessamento de toda uma linha de estudo.
 � A falta de um feedback programado durante e depois da aprendizagem, 
que também é um convite ao desinteresse e à evasão.
 � A disponibilidade de conteúdo excessivo sem um anterior “rotula-
mento” para a compreensão do seu propósito, o que causa desgaste e 
desinteresse na aula.
 � A falta de abertura de um diálogo entre professores e alunos para esta-
belecer um meio termo entre as suas gerações e o uso das tecnologias, 
o que causa problemas no ensino e no processo educativo.
 � O excesso de tecnologia, excluindo totalmente o contato humano (por 
mais que uma inteligência artificial reconheça interesses, o contato 
humano durante o processo de ensino, ou ao menos na avaliação, é 
importante para avaliar as nuances das respostas dos estudantes).
Além das questões pedagógicas específicas, há também o problema do mau 
uso dos conteúdos pelos alunos, que precisam conhecer não apenas o lado 
bom, mas as responsabilidades decorrentes do uso de informações (GARCIA; 
BIZZO, 2013). Nesse sentido, ocorrem ações como o plágio, o copia-cola e 
a prática de cyberbullying. Você não pode excluir da equação aqueles quefazem uso consciente dessas práticas para burlar e se sobressair no processo 
educativo, o que leva novamente ao problema inicial: uma superficialidade 
social que deseja demonstrar conteúdo, apresentá-lo sem essencialmente o 
ter (SANTOS, 2014). 
11Os meios de comunicação de massa e a educação
Diante desses equívocos de valores éticos, vale lembrar que a escola é uma 
sociedade miniaturizada e também um meio de comunicação com as massas. 
Portanto, ela pode colaborar positivamente por meio de atividades coletivas 
de orientação que alcancem pais e estudantes. Exemplo disso é a construção 
de uma agenda que debata a ética individual, os direitos e os deveres sociais 
e civis, fazendo com que todos entendam o seu papel na teia social em que 
estão interligados.
No link a seguir, assista a uma animação sobre os oito tipos de bullying que devem ser 
evitados na escola (Senado Federal):
https://goo.gl/PlWI15
DEFLEUR, M. L.; BALL-ROKEACH, S. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 1993.
GARCIA, P. S.; BIZZO, N. Formação contínua a distância: gestão da aprendizagem e 
dificuldades dos professores. Cadernos de Pesquisa, v. 43, n. 149, p. 662-681, 2013. Dis-
ponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v43n149/14.pdf>. Acesso em: 11 maio 2018.
GONÇALVES, J. E. L. Os impactos das novas tecnologias nas empresas prestadoras 
de serviços. Revista de Administração de Empresas, v. 34, n. 1, p. 63-81, 1994. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v34n1/a08v34n1.pdf>. Acesso em: 11 maio 2018. 
LORENZONI, M. E-book: as ferramentas digitais mais populares em sala de aula. 
2016a. Disponível em: <http://info.geekie.com.br/ferramentas-digitais-sala-aula/>. 
Acesso em: 11 maio 2018.
LORENZONI, M. Ensino adaptativo: um guia prático para você começar: infográfico. 
2016b. Disponível em: <http://info.geekie.com.br/ensino-adaptativo/>. Acesso em: 
11 maio 2018.
Os meios de comunicação de massa e a educação12
LORENZONI, M. Especial: 5 histórias de sucesso com tecnologia em sala de aula. 
2016c. Disponível em: <http://info.geekie.com.br/tecnologia-em-sala-de-aula/>. 
Acesso em: 11 maio 2018.
LORENZONI, M. Sala de aula invertida: o que muda no trabalho do professor? 2016d. 
Disponível em: <http://info.geekie.com.br/sala-de-aula-invertida/>. Acesso em: 11 
maio 2018.
MCQUAIL, D. Teorias da comunicação de massas. Lisboa: Fundação Calouste Gul-
benkian, 2003. 
RIGHETTI, S.; PALLONE, S. Consolidando também o conceito de inovação tecnológica. 
Inovação Uniemp, v. 3, n. 4, 2007. Disponível em: <http://inovacao.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1808-23942007000400014&lng=es&nrm=iso>. Acesso 
em: 11 maio 2018.
ROSA, R. Trabalho docente: dificuldades apontadas pelos professores no uso das 
tecnologias. Revista Encontro de Pesquisa em Educação, v.1, n.1, p. 214-227, 2013. Dis-
ponível em: <http://revistas.uniube.br/index.php/anais/article/viewFile/710/1007>. 
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