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Fichamento a guarnição de remo do exército

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Fichamento de Estudo de Caso
Luiz Carlos Gonçalves da Rocha
 Trabalho da Disciplina: Gestão de Pessoas
 Tutor: Prof. Marcelo Camacho Silva
Fortaleza
2017
FICHAMENTO
TÍTULO: Gestão de Pessoas
CASO: A Guarnição de Remo do Exército 
REFERÊNCIA: SNOOK, Scott; POLZER T., Jeffrey; - Artigo da Harvard Business School autorizado apenas para revisão do educador por Norma Brandão.
Perto do final da temporada de remo, o coronel Stas Preczewski, treinador da guarnição de remo da Academia Militar de West Point enfrentava alguns problemas. A guarnição do barco Varsity Júnior ganhava com frequência do barco Varsity durante os treinos, o que não era para acontecer. Todos os membros do barco Varsity foram selecionados após uma série de testes que comprovaram que eles eram os melhores remadores da equipe do treinador Preczewski. Apesar da guarnição do Varsity Júnior ser inferior ao do Varsity, continuava a ganhar nos treinos.
O treinador P., como era conhecido, passou toda a temporada reunindo informações que o ajudasse a resolver essa questão, mas sem êxito. Faltava uma semana para o campeonato nacional, onde participavam mais de 100 escolas, e o treinador P. tinha algumas opções. Uma delas seria promover toda a equipe do Varsity Júnior para o barco Varsity	. Outra opção seria alternar os membros dos barcos ou tentar intervir na situação para melhorar o desempenho do barco Varsity.
Os barcos usados pelas guarnições eram leves, estreitos, do tipo Shell, e mediam 18 metros. Cada remador utilizava um único remo, fazendo o movimento de remada com as mãos, pés, costas e braços. Na parte de trás do barco havia um timoneiro, responsável por comandar o leme, além de motivar e estabelecer a estratégia da regata para a guarnição.
O remo foi o primeiro esporte interuniversitário dos EUA, começando em 1852 com uma regata entre Harvard e Yale. O remo universitário é um esporte praticado o ano inteiro, começando em agosto quando os estudantes retornam ao campus e terminando depois da formatura em junho. 
O Comitê Olímpico Norte-Americano patrocinou um projeto de pesquisa onde dezenas de técnicos de guarnições de remo indicaram quais fatores eles consideravam mais significativos para se obter o melhor desempenho. Essa pesquisa solicitava que os técnicos indicassem mais de duzentas variáveis que estavam, direta ou indiretamente, relacionadas com o “remo simples”. Participaram da amostra treinadores de vários níveis, desde iniciantes a treinadores mestres. Os técnicos revelaram que as duzentas variáveis poderiam ser subdivididas em quatro categorias distintas: 1-força e condicionamento; 2-técnica de remar; 3-fatores psicológicos; 4-organização de um programa. 
Força e resistência individual são variáveis importantes que os oito atletas precisam ter para que se saiam bem em uma regata. Os treinadores utilizam o “ergômetro” de remar para medir a resistência individual dos atletas. É um equipamento estável, baseado em terra que simula a técnica de remar em água, mas eliminava a instabilidade de remar em barco de competição e isolava os atletas.
O trabalho em equipe é o fator mais importante entre as habilidades exigidas dos atletas. Todos os atletas têm que permanecerem em perfeita harmonia e sincronismo a cada remada, com um único objetivo que é cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. A confiança entre os membros do grupo é ingrediente fundamental para o sucesso da guarnição.
Enquanto aguardava o início da temporada da primavera de 2001-2002, o treinador P. selecionou os oito melhores remadores para o barco Varsity e o restante para o Varsity Junior, determinando uma série de tarefas e exercícios para os dois barcos.
O primeiro exercício consistia em avaliar a habilidade individual de remar, que incluía força, técnica e resistência utilizando uma máquina ergonômica. O treinador P. constatou uma melhora na média das equipes em relação ao ano anterior de 10 segundos.
A equipe do Treinador P. passou uma semana em treinamento na antiga vila olímpica em Atlanta, dando início aos preparativos da temporada de competição da primavera. Pela manhã os atletas remavam em barcos selecionados aleatoriamente, focando em técnica e adaptabilidade. À noite liam livros e biografias de remadores e artigos relacionados ao remo. A parte da tarde era a mais intensa do dia. Eram realizados todos os dias “disputas por carrinho” que determinava quais remadores seriam selecionados para o barco Varsity.
O sistema de disputa por carrinhos era utilizado frequentemente, inclusive pela equipe olímpica, pois fornecia dados sobre como cada remador utilizava suas habilidades individuais e ao mesmo trabalhava em conjunto com os outros membros da equipe. Além do mais os técnicos acreditavam que ele capturava, de forma objetiva, as habilidades de um indivíduo em contribuir com o desempenho da equipe. Oito remadores eram divididos aleatoriamente em dois barcos, que disputavam corrida. Se o barco A vencesse o B por 10 metros, isso era anotado. Depois um membro de cada barco trocava de lugar, se o barco B vencesse o A por 15 metros na segunda competição, concluía-se que o remador que foi trocado do barco A para o B era 25 metros melhor do que o remador do barco B. Dessa forma a diferença de resultados entre os dois barcos era atribuída aos dois remadores que trocaram de lugar nos barcos. Os remadores procuravam dar o melhor de si, pois não sabiam quando poderiam ser trocados. O treinador P. coletava todas as informações possíveis de resultados para chagar a uma decisão final sobre quais seriam os melhores remadores.
Quando retornaram ao campus, o treinador P. percebeu alguns membros do barco Varsity infelizes e criticavam uns aos outros por não terem vencido o barco Varsity Júnior com uma vantagem maior em Atlanta. A princípio ele achou isso um bom sinal, uma indicação de que eles buscavam a excelência. 
No primeiro treino da equipe no rio Hudson depois da folga na primavera, o barco Varsity Júnior venceu o Varsity na regata de treino. O treinador P. considerou esse resultado uma aberração. Mas quando isso aconteceu mais duas vezes o deixou intrigado. Ele percebeu que o Varsity Júnior remava mais rápido do que o Varsity cerca de dois terços das competições. A equipe do Varsity parecia ter se tornado mais lenta em relação ao Varsity Júnior. Apesar do treinador P. ter baseado suas decisões quanto ao posicionamento dos membros por meio de dados de desempenho, ele não tinha nenhuma indicação prévia de que isso iria acontecer. 
Depois desses acontecimentos que deixaram o treinador P. perplexo, ele decidiu fazer uma análise detalhada dos fatores que poderiam estar causando esses resultados inesperados. As ações tinham por objetivo coletar informações e experiências de desempenho para tentar isolar a razão específica por que o Varsity Júnior vencia o Varsity. Ele realizou regatas de duplas, onde dois membros do Varsity competiam com outros dois do Varsity Júnior. Independentemente de quais membros ele colocasse, a dupla do Varsity sempre vencia a dupla do Varsity Júnior. Então ele realizou outra série de regatas com grupos de quatro ou seis remadores que competiam entre si. Novamente os membros do Varsity venciam sempre as competições. Somente quando os oitos remavam juntos era que o Varsity Júnior vencia o Varsity. Os resultados confirmavam que o Varsity tinha os melhores remadores individuais, porém havia algo errado na maneira como eles funcionavam em equipe de oito remadores, fazendo com que o todo fosse menor do que a soma das partes.
O treinador P. elaborou uma matriz dos 16 remadores utilizando as informações coletadas sobre os membros da equipe, relacionado seus pontos fortes e fracos. Os fatores incluíam as pontuações no ergômetro, limites de levantamento de peso, técnica de remo e se a pessoa era um líder e liderado, otimista ou pessimista, formador ou desagregadorde equipe. O padrão que surgiu da observação desses fatores mostrou que os membros do Varsity tinham a melhor habilidade técnica e condicionamento físico entre os 16 remadores, mas nenhum deles se classificou como líder e muitos apareceram como desagregador de equipe. Já entre os membros do Varsity Júnior nenhum se mostrou como desagregador de equipe.
O treinador era conhecedor da pesquisa feita pelo comitê olímpico que enfatizava a importância dos fatores psicológicos. Com doutorado em psicologia ele se sentia à vontade para analisar esses fatores. Então ele trouxe do CEP – Centro de Excelência de Desempenho – uma pessoa especializada em maximizar o desempenho individual e de equipes para ajudá-lo. O CEP era formado por psicólogos desportivos da academia de West Point, treinados para desenvolver a aplicação sistemática de habilidades mentais específicas necessárias para melhorar o desempenho humano. Apesar da equipe do Varsity Júnior parecer aceitar o treinamento, o treinador P. estava preocupado com os membros mais céticos do Varsity, que tachavam o treinamento de “frescura”.
Circulavam alguns e-mails entre os membros do Varsity Júnior, e-mails esses que eram incentivados pelo próprio treinador P., que mostrava o espírito competitivo e de equipe existente no VJ. Já os e-mails do Varsity mostraram trocas de acusações pelo desempenho da equipe, além de trocas de farpas. 	Porém não ficou estabelecido um padrão claro que apontasse para um único culpado entre os membros do Varsity.
Alguns membros da equipe Varsity acusaram o treinador P. de criar um atrito entre os dois barcos por fazê-los competirem entre si com muita frequência. Eles preferiam remar sozinhos e achavam que a competição entre eles enfraquecia o Varsity, pois o VJ não tinha nada a perder, enquanto para o Varsity era constrangedor. Já outro membro achava difícil remar contra o relógio, pois a outra equipe servia de benchmark para medir a velocidades deles na regata.
Depois dos treinos as equipes faziam autocríticas, e o treinador P. notou que os membros do Varsity criticavam um ao outro com relação a detalhes da regata. Já os membros do VJ não criticavam uns aos outros, eles faziam comentários gerais sobre os detalhes que todos precisavam melhorar.
Com a proximidade do campeonato nacional, os membros do VJ estavam mais entusiasmados com sua temporada do que os membros do Varsity. Esta disparidade pode ter afetado a experiência final feita pelo treinador P. que consistiu em colocar remadores do VJ no barco Varsity durante os treinos. Inevitavelmente	, isso levou a resultados piores. No início da temporada, os membros do VJ teriam sido prestigiados ao serem transferidos para o barco Varsity. Agora o VJ não queria nada com remador do Varsity que foi “rebaixado”, e o remador do VJ queria ficar com o VJ, um vencedor, sem a menor vontade de ser “promovido” para o Varsity, um perdedor. 
Quando as transferências eram feitas, o VJ vencia com mais vantagem ainda, indicando que o remador “rebaixado” fazia com que o barco VJ fosse mais veloz. Porém, se o remador “rebaixado” era mesmo melhor do que o que foi “promovido” para o Varsity, invalidava o objetivo de tentar melhorar o Varsity trocando os remadores com o VJ.
O treinador P. tinha três opções a decidir: 1- Trocar os barcos Varsity e Varsity Junior. Era a opção mais radical, reconhecer que o Varsity Junior era mais rápido que o Varsity e simplesmente trocar seus nomes, apesar das informações coletadas mostrarem que o Varsity possuía os atletas mais fortes. 2- Alternar remadores. Apesar dos esforços do treinador P. talvez ele não tivesse achado ainda a combinação certa para o barco Varsity. Esta opção era limitada, porque os membros do Varsity Junior não queriam deixar seu barco e equipe. 3- Intervir para melhorar o desempenho do barco Varsity. Como o barco Varsity possuía os remadores mais fortes, o treinador P. começou a pensar em um meio de intervir para melhorar seu desempenho. Ele decidiu fazer uma reunião com os membros para discutir seu desempenho.
Depois de mais um treino onde o VJ derrotou novamente a equipe do Varsity, o treinador encostou a lancha perto deles e percebeu que eles estavam abatidos, com semblante de derrotados. Mandou então que eles guardassem os barcos e fosse para a mesa de piquenique, onde faria uma reunião. 
O treinador P. esperou na mesa de piquenique para observar a chegada deles. Eles sequer queriam ficar perto uns dos outros. Procuraram ficar o mais longe possível um do outro, sem dizer uma palavra. Faltavam quatro dias para o campeonato nacional. O treinador falou de sua confiança neles, mas não entendia o porquê de não estarem vencendo nos treinos.
Depois de argumentar quanto aos seus critérios de seleção e avaliação, o treinador P. falou que a resposta estava neles como equipe e que não sairiam dali sem uma solução para resolver o problema.
As primeiras explicações forçadas apontaram mais para a situação geral da equipe. Mas um membro chamado Joe começou a confrontar todos os outros dizendo que estava carregando o barco sozinho e que era o único que dava duro em cada remada. Logo os outros rebateram gerando uma intensa discussão entre eles e trocas de acusações. Um dos membros resumiu o que todos estavam sentindo, dizendo que ele estava cheio daquela situação e não via a hora da temporada acabar.
O treinador P. ficou surpreso com o que estava acontecendo. Seus oito melhores remadores estavam desanimados e zangados. Ao perguntar sobre qual seria a solução para aquele impasse ninguém respondeu absolutamente nada. Após um longo período de silêncio, o treinador encerrou a reunião dizendo que tinha muita coisa para pensar e que eles votassem no dia seguinte para o treino e prontos para resolverem a situação.
Finda a reunião, o treinador P. ficou observando os membros da equipe se afastar, cada um em uma direção. Ele se sentiu desanimado ao ver que sua equipe poderia se desfazer a qualquer momento. Seria uma noite longa para o treinador P. para poder pensar no que deveria fazer diante daquela situação.
LOCAL: Biblioteca Virtual da Disciplina

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