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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO/ RJ 
(10 LINHAS)
JOAQUIM MARANHÃO, brasileiro, casado, técnico em contabilidade, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente (endereço completo) – Nova Friburgo/RJ, por seu advogado, com endereço profissional derickslp@yahoo.com.br, vem a este juízo, propor a presente
 AÇÃO DE ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
 pelo rito ordinário, em face de
 FLORINDA MARANHÃO, brasileira, casada, jornalista, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente (endereço completo) - Nova Friburgo/RJ;
MANUEL MARANHÃO, brasileiro, casado, médico, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente (endereço completo) - Nova Friburgo/RJ;
RICARDO MARANHÃO, brasileiro, solteiro, professor, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente (endereço completo) - Nova Friburgo/RJ;
pelas razões de fato e de direito que passa a expor. 
I - DOS FATOS 
Inicialmente, cumpre esclarecer que a presente lide gira em torno do imóvel situado na Rua Bromélia, nº138, Centro, Petrópolis/RJ, cujo valor de marcado é de R$ 350.000,00.
O imóvel supracitado é objeto do contrato de compra e venda realizado através de Escritura de Compra e Venda lavrada no dia 20/09/2015, no Cartório do 4º Ofício da de Nova Friburgo e devidamente transcrita no Registro de Imóveis competente, entre os dois primeiros réus e o 3° réu.
Ocorre que o autor, possui mais um irmão e uma irmã, sendo todos estes filhos dos dois primeiros réus. Informa ainda que o 3º réu é neto dos dois primeiros réus, fato este originador do vício anulatório do presente contrato de compra e venda, visto que o mesmo foi realizado sem o consentimento do autor e de seus irmãos, ferindo assim as previsões legais do ordenamento jurídico pátrio.
O negócio jurídico foi firmado no valor de R$ 200.000,00, sob a justificativa de que o 3º réu não possuía residência própria. Insta ressaltar novamente que nem o autor e nenhum de seus dois irmãos tomaram ciência do referido ato, tampouco consentiram.
II - DOS FUNDAMENTOS 
1 – DA VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM O CONSENTIMENTO DOS DEMAIS – APLICAÇÃO DO ART. 496 CC
Os réus, ao celebrarem o negócio jurídico de compra e venda do imóvel, deveriam ter cientificado o autor e seus irmãos, tendo em vista o disposto no artigo 496 do Código Civil.
No caso em comento, não houve a observância do que fora disposto no artigo 496, visto que a venda de ascendente a descendente só é válida quando os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido, o que não se observa nesta situação fática. Neste caso, o negócio jurídico é anulável.
Logo, diante da clara inobservância da norma legal na realização do contrato de compra e venda, resta evidente a necessidade de anulação deste negócio jurídico, tendo em vista que não houve o consentimento dos demais descendentes no contrato de compra e venda.
2 – DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO – AUSÊNCIA DO REQUISITO PREVISTO NO ART. 104 III.
Cumpre ressaltar ainda que o presente negócio jurídico carece de validade, visto que infringe explicitamente o artigo 104 III do Código Civil.
O contrato de compra e venda não foi firmado na maneira prescrita em lei, visto que deveria haver o consentimento dos demais descendentes na venda do imóvel, o que não se fora observado neste caso.
Portanto, observa-se a invalidade do negócio jurídico objeto desta demanda, visto que não seguiu a forma prescrita no Código Civil.
3 – DA GRAVE INFRAÇÃO AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE ENTRE OS IRMÃOS- ART. 227 PARÁGRAFO 6° CRFB/BB
Necessário trazer à tona a grave infração a constituição pátria na realização deste negócio jurídico.
Conforme disposto na carta magna, os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
No presente caso, percebe-se claramente que houve grande afronta a norma constitucional, visto que não fora observado a igualdade entre os descendentes, sendo que o terceiro réu foi claramente beneficiado no contrato de compra e venda, enquanto os demais descendentes não foram cientificados acerca do negócio jurídico
4 – DA AUSÊNCIA DE BOA-FÉ – AFRONTA AOS ARTIGOS 113 E 422 CC/2002
Necessário ressaltar ainda a clara ausência de boa-fé na realização do contrato de compra e venda, visto que tanto a parte autora quanto seus irmãos não foram cientificados acerca da realização do negócio jurídico.
Ademais, não se trata de má-fé por parte de um só dos réus, e sim por parte dos três, pois tanto os alienantes quanto o comprador ocultaram a realização da compra e venda dos demais descendentes,
Percebe-se, portanto, a evidente má-fé por parte dos réus na celebração do negócio jurídico.
5 – DO PRAZO PARA INGRESSO DA AÇÃO – OBSERVAÇÃO DA SÚMULA 494 STF
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, o prazo para interposição de ações que versem sobre anulação de compra e venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em vinte anos, contados da data do ato.
Como a Escritura de Compra e Venda foi lavrada no dia 20/09/2015, resta nítida a tempestividade de presente demanda.
III - DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer: 
 - Designação da audiência de conciliação ;
 - A citação do Réu; 
3 - Que seja enviada notificação ao Registro Geral de Imóveis acerca da presente ação, devendo a mesma costar na certidão do imóvel situado na Rua Bromélia, nº 138, Centro, Petrópolis/RJ.
4 - Seja julgado procedente o pedido para que haja a anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes;
5 - A condenação do réu ao pagamento de ônus sucumbenciais, fixando os honorários advocatícios sobre o valor da condenação pleiteada.
IV – DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
V - DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2017.
Derick V. Pires
OAB/RJ XXX.XXX

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