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Petição Inicial Família Maranhão aula 04

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M.M. JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO/RJ
JOAQUIM MARANHÃO (nome completo), nacionalidade, estado civil ou existência de união estável, profissão, portador da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado (endereço completo)/Nova Friburgo/RJ; ANTÔNIO MARANHÃO (nome completo), nacionalidade, estado civil ou existência de união estável, profissão, portador da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado (endereço completo)/Nova Friburgo/RJ; MARTA MARANHÃO (nome completo), nacionalidade, estado civil ou existência de união estável, profissão, portadora da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrita no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliada (endereço completo)/Nova Friburgo/RJ;, vêm, por sua advogada infra-assinada, com endereço profissional (endereço completo), para onde desde já requer que sejam remetidas futuras intimações para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
pelo procedimento comum ou especial, em face de MANUEL MARANHÃO (nome completo), nacionalidade, casado, profissão, portador da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado (endereço completo)/Nova Friburgo/RJ; FLORINDA MARANHÃO (nome completo), nacionalidade, casada, profissão, portadora da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrita no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliada (endereço completo)/Nova Friburgo/RJ; RICARDO MARANHÃO (nome completo), nacionalidade, estado civil ou existência de união estável, profissão, portador da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado (endereço completo)/Nova Friburgo/RJ, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDDE DE JUSTIÇA
O autor é carente de recursos financeiros, não podendo arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo seu ou de sua família.
Neste sentido, requer os benefícios da gratuidade de justiça, amparados pelo pelo Artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pela Lei nº 1.060/50 com as alterações da Lei 7.510/86 c/c art. 14, §1º da Lei 5584/70, pelo Artigo 98 e 99 §4º do Código de Processo Civil.
DA EMISSÃO DE OFÍCIO AO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE NOVA FRIBURGO/RJ
Tendo em vista que a presente ação versa sobre a anulação de negócio jurídico de compra e venda de 01 (um) imóveil situado em Nova Friburgo/RJ, requer os autores que seja emitido ofício ao respectivo Cartório de Registros de Imóveis informando sobre a presente demanda.
 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
Com fulcro no Artigo 319, VII do Código de Processo Civil, o autor requer a realização da audiência de conciliação.
DOS FATOS
O Primeiro Réu (MANUEL MARANHÃO) e a Segunda ré (FLORINDA MARANHÃO) fimaram contrato de compra e venda com o Terceiro Réu (RICARDO MARANHÃO), tendo como objeto um imóvel situado na Rua Bromélia, n˚ 138, Centro, Petrópolis/RJ.
O contrato de compra e venda firmado entre os réus fora acordado no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
Temos que o Terceiro Réu (RICARDO MARANHÃO) é neto do Primeiro Réu (MANUEL MARANHÃO) e da Segunda Ré (FLORINDA MARANHÃO), ou seja, foi realizado um contrato de compra e venda de ascendente a descendente.
Ocorre que o Terceiro Reú é filho da Terceira Autora (MARTA MARANHÃO), a qual possui mais dois irmãos que são o Primeiro Autor (JOAQUIM MARANHÃO) e o Segundo Autor (ANTÔNIO MARANHÃO).
Vale frisar que o imóvel possuía, na época do negócio realizado entre os Réus, valor de mercado de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).
Ressalta-se ainda que os autores não concordam com a referida venda, uma vez que fora realizada no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), valor este muito abaixo do mercado.
Todavia os autores não foram, em momento algum, consultados sobre este negócio jurídico firmado entre os Réus.
Ou seja, os Autores não puderam se manifestar sobre este contrato de compra e venda firmado entre os Réus. 
Ora, podemos depreender doas fatos acima que a ocultação do negócio jurídico foi a forma encontrada pelos Réus para conseguirem vender o imóvel por valor tão abaixo do mercado, caracterizando assim, má-fe por parte dos Réus.
Ocorre que conforme preceitua o Artigo 496 do Código Civil, os demais descendentes, ou seja, os Autores deveriam ter manifestado expressamente o seu consentimento sobre a referida venda, sob pena de anulabilidade.
Vale frisar, que diante dos fatos acima narrados, temos um negócio jurídico inválido, pois tal contrato de compra e venda firmado entre os Réus não atende o requisito do Artigo 104, III do Código Civil por não ter sido realizado de forma prescrita em Lei.
Desta forma os Autores se socorrem do judiciário para que a venda do referido imóvel seja devidamente anulada.
DO MÉRITO
Os Réus não deram, em momento algum, oportunidade dos Autores menifestarem-se de forma expressa sobre a anuência ou não da venda do referido imóvel.
Agindo de tal maneira, os Réus não respeitaram o que determina a legislação pátria, devendo assim, este negócio jurídico, ser devidamente anulado, senão vejamos:
Tal contrato firmado entre os Réus não preencheu o requisito de validade preceituado no Artigo 104, II do Códgi Civil, uma vez que não foi realizado sob a forma prescrita em lei.
Temos assim então um negócio jurídico inválido!
Ademais, não houve a anuência expressa dos demais descendentes, sendo esta ausência de manifestação causa de anulação do negócio jurídico, conforme determina o Artigo 496, sendo, neste caso passível de anulação.
Este também é o entendimento de nossa jurisprudência pátria, senão vejamos:
DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM ANUÊNCIA DOSDEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. 1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário,a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regimeoriginário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídicoanulável. Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso nonovo Código Civil (CC/2002, art. 496).2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidaçãodesse ato de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação deascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta deconsentimento de outros descendentes (CC/1916, art. 1132), d) aconfiguração de simulação, consistente em doação disfarçada (REsp476557/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou,alternativamente, e) a demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ªSeção, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL,Rel. Min. RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010).3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para aanulação do ato.4.- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou citaçãodestes para o processo, ante a não anuência irretorquível de doisdeles para com a alienação realizada por avô a neto.5.- Alegação de nulidade afastada, pretensamente decorrente dejulgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de nãosimulação de venda, mas, sim, de efetiva ocorrência de pagamento devalores a título de transferência de sociedade e de pagamentosdecorrentes de obrigações morais e econômicas, à ausência decomprovação e, mesmo, de alegação crível da existência dessesdébitos, salientando-se a não especificidade de fatos antagônicosaos da inicial na contestação (CPC, art. 302), de modo que válido ojulgamento antecipado da lide.6.- Decisao do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente,Recurso Especial improvido.
(STJ - REsp: 953461 SC 2007/0114207-8, Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data de Julgamento: 14/06/2011, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/06/2011)
Frisa-se que a atitude dos Réus em firmarem entre si um contrato de compra e venda com valor extremamente abaixo do mercado e sem a possibilidade de manifestação expressa dos demais descendentesdemonstra de forma cristalina a má-fé dos mesmos, pois já imaginavam que os Autores não concordariam com tal negociação.
Sendo assim o Réus não guardaram o princípio da boa-fé, conforme preceitua o Artigo 422 do Código Civil. 
Desta forma, a anulação do negócio jurídico firmado entre os Réus é medida de justiça que se impõe, confrome deterimina o Artigo 496 do Código Civil.
DOS PEDIDOS
Destarte e ante o exposto requerem os Autores:
Que seja deferida a gratuidade de justiça, assegurada pelo Artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pela Lei nº 1.060/50 com as alterações da Lei 7.510/86 c/c art. 14, §1º da Lei 5584/70, pelo Artigo 98 e 99 §4º do Código de Processo Civil., pleiteada na exordial.
Que seja designada audiência de conciliação ou mediação e a consequente citação dos Réus para comparecerem a esta, ficando cientes de que não havendo acordo, iniciará o prazo para apresentar contestação, nos termos do Artigo 334 do Código de Processo Civil.
Que seja emitido ofício ao respectivo cartório de registro de imóveis da cidade de Petrópolis/RJ para inicialmente informar sobre a presente demanda e após sua procedência para a determinação da anulação do registro da compra e venda do referido imóvel.
A procedência do pedido de anulação do negócio jurídico, uma vez realizado de forma ofensiva ao prescrito nos Artigos 104, III e Artigo 496 do Código Civil e a consequente condenação dos Réus.
A condenação dos Réus ao pagamento de custas processuais e honorários sucumbenciais.
DAS PROVAS
Protesta por todos os meios de provas admitidos em direito, na amplitude dos Artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a documental e o depoimento dos Rèus.
VALOR DA CAUSA
Atribui-se a causa o valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).
Pede deferimento.
ADVOGADA
OAB/RJ – nº

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