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Prévia do material em texto

Professora Drª. Adriana Geisler 
 
 
 2016.2 
 
Semana 1 - Introdução ao Direito Processual Penal 
 
 
 
I - Sistemas Processuais Penais: 
 “Afirmar que o “sistema é misto” é absolutamente insuficiente, é um reducionismo ilusório, até porque não existem mais sistemas puros 
 (são tipos históricos), todos são mistos. A questão é, a partir dor e conhecimento de que não existem mais sistemas puros, identificar o 
 princípio informador de cada sistema, para então classificá-lo como inquisitório ou acusatório, pois essa classificação feita a partir do 
 seu núcleo é de extrema relevância.” 
Aury Lopes Jr. 
 
• “Sistema processual penal é o conjunto de princípios e regras constitucionais, de acordo com o 
momento político de cada Estado, que estabelece as diretrizes a serem seguidas para a aplicação do 
direito penal a cada caso concreto. O Estado deve tornar efetiva a ordem normativa penal, 
assegurando a aplicação de suas regras e de seus preceitos básicos, e esta aplicação somente poderá ser 
feita através do processo, que deve se revestir, em princípio, de duas formas: a inquisitiva e a 
acusatória”. (Rangel, 2014) (destaque meu) 
 
• O modelo de relação processual penal é um reflexo da relação entre Estado e indivíduo ou, mais 
especificamente, entre autoridade e liberdade. 
 
• Após o advento da Constituição de 1988, adotou no Brasil o sistema acusatório, caracterizado, 
essencialmente, pela distinção entre as atividades de acusar e julgar; imparcialidade do juiz; 
contraditório e ampla defesa, motivação das decisões judiciais, livre convencimento motivado. 
 
 
 
 
 
• Na prática: o processo penal brasileiro tem uma clara matriz inquisitória; uma espécie de “núcleo inquisitório, 
ainda que com alguns „acessórios‟ que normalmente ajudam a vestir o sistema acusatório (mas que por si sós não 
o transformam em acusatório)” (Aury Lopes Jr.) 
 
• Exemplos dessa “contradição”: Permitir que o juiz de ofício converta a prisão em flagrante em preventiva (art. 
310), pois isso equivale a “prisão decretada de ofício”; ou mesmo decrete a prisão preventiva de ofício no curso 
do processo, ouça testemunhas além das indicadas (art. 209); proceda ao reinterrogatório do réu a qualquer tempo 
(art. 196); determine diligências de ofício durante a fase processual e até mesmo no curso da investigação 
preliminar (art. 156, incisos I e II); reconheça agravantes ainda que não tenham sido alegados (art. 385); condene 
ainda que o Ministério Público tenha postulado a absolvição (art. 385), altere a classificação jurídica do fato (art. 
383) etc. 
 
 
• Algumas conclusões a partir do caso brasileiro: 
 
a) Na essência, o sistema é sempre puro: Ora o processo é prevalentemente acusatório, ora apresenta maiores 
características inquisitoriais. Mas, isso não nos autoriza, como faz boa parte da doutrina, a desconhecer a 
existência de sistemas acusatórios ou inquisitórios “puros”. Assim como os paradigmas e os tipos ideais, não 
podem ser mistos; eles são informados por um princípio unificador: “não há – e nem pode haver – um 
princípio misto, o que, por evidente, desconfigura o dito sistema. (JACINTO COUTINHO) 
 
b) A importância da identificação do “núcleo fundante”: a Gestão da Prova 
 
Ainda que todos os sistemas sejam mistos, não existe um princípio fundante misto. O misto deve ser visto como 
algo que, ainda que mesclado, na essência é inquisitório ou acusatório, a partir do princípio que informa o núcleo. 
Então, no que se refere aos sistemas, o ponto nevrálgico é a identificação de seu núcleo, ou seja, do princípio 
informador, pois é ele quem vai definir se o sistema é inquisitório ou acusatório, e não os elementos acessórios 
(oralidade, publicidade, separação de atividades etc.). 
 
A gestão da prova é espinha dorsal do processo penal, estruturando e fundando o sistema a partir de dois 
princípios informadores: 
 
• Princípio dispositivo: funda o sistema acusatório; a gestão da prova está nas mãos das partes (juiz-espectador). 
• Princípio inquisitivo: a gestão da prova está nas mãos do julgador (juiz-ator [inquisidor]); por isso, ele funda um 
sistema inquisitório, de instrução e conhecimento de ofício pelo juiz na busca da verdade material. 
 
Ao lado desse núcleo inquisitivo (derivado do princípio inquisitivo, em que a gestão da prova está nas mãos do 
juiz), podem orbitar características que geralmente circundam o núcleo dispositivo, que informa o sistema 
acusatório. Em outras palavras, o fato de um determinado processo consagrar a separação (inicial) de atividades, 
oralidade, publicidade, coisa julgada, livre convencimento motivado etc., não lhe isenta de ser inquisitório. 
 
 
 
 
 
 
.) 
c) A Insuficiência da Separação (Inicial) das Atividades de Acusar e Julgar 
 
“Apontada pela doutrina como fator crucial na distinção dos sistemas, a divisão entre as funções de 
investigar-acusar-julgar é uma importante característica do sistema acusatório, mas não é a única e 
tampouco pode, por si só, ser um critério determinante, quando não vier aliada a outras (como iniciativa 
probatória, publicidade, contraditório, oralidade, igualdade de oportunidades, etc.). 
 
A separação das atividades de acusar e julgar, trata-se realmente de uma nota importante na formação do 
sistema. Contudo, não basta termos uma separação inicial, com o Ministério Público formulando a acusação 
e depois, ao longo do procedimento, permitir que o juiz assuma um papel ativo na busca da prova ou mesmo 
na prática de atos tipicamente da parte acusadora” (Aury Lopes Jr) 
• A importância do binômio sistema acusatório e imparcialidade: 
 
- A imparcialidade é garantida pelo modelo acusatório e sacrificada no sistema inquisitório, de modo 
que somente haverá condições de possibilidade da imparcialidade quando existir, além da separação 
inicial das funções de acusar e julgar, um afastamento do juiz da atividade investigatória/instrutória. 
 
- Pensar o sistema acusatório focado exclusivamente no aspecto histórico da separação de funções e 
desconectado do princípio da imparcialidade e do contraditório é incorrer em grave reducionismo. Se 
originariamente o sistema acusatório teve por núcleo a separação de funções, o nível atual de 
desenvolvimento e complexidade do processo penal não admite mais tais simplificações. 
 
- É necessário que se mantenha a separação para que a estrutura não se rompa. Na realidade, é 
decorrência lógica e inafastável, que a iniciativa probatória esteja (sempre) nas mãos das partes. 
Somente isso permite a imparcialidade do juiz. A melhor forma de averiguar a verdade e realizar-se a 
justiça é deixar a invocação jurisdicional e a coleta do material probatório àqueles que perseguem 
interesses opostos e sustem opiniões divergentes. Deve-se descarregar o juiz de atividades inerentes às 
partes, para assegurar sua imparcialidade. Com isso, também se manifesta respeito pela integridade do 
processado como cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II - Sistemas Processuais Penais: inquisitivo e acusatório. 
- Processo: instrumento de heterocomposição dos conflitos 
 
A) O Processo Acusatório: 
- Processo de partes: 
 
a) Acusação e defesa se contrapõem em igualdade de posições (“aspecto dialético entre 
acusação e defesa”), e que apresenta um juiz sobreposto a ambas; 
 
b) Nítida separação de funções (acusar, julgar e defender), atribuídas a pessoas distintas 
(actum trium pesonarum) e informada pelo contraditório; 
 
 c) Separação de funções e iniciativa probatória do juiz: inicialmente vinculados ao 
 modelo inquisitório, os poderes instrutórios são, atualmente, admitidos no modelo 
 acusatório. A atividadeprobatória não é monopólio das partes. O juiz também pode 
 determinar, ex officio, a produção de provas, ainda que as partes preservem a sua iniciativa 
 probatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os poderes instrutórios do juiz não “limitam” ou impedem o direito à prova das 
 partes. 
 
 Embora possa o juiz determinar a produção de provas, a acusação será conferida a 
 uma pessoa distinta do julgador. Por outro lado, a missão de julgar é exclusiva 
 do juiz. 
 
 
- Elementos: oralidade; publicidade e presunção de inocência, permanecendo o 
acusado em liberdade até que seja proferida a sentença condenatória irrevogável; 
 (ver decisão do STF) 
 
B) O processo Inquisitório: 
 
- Não havia separação de funções. As funções de acusar, defender e julgar encontravam-se 
reunidas em uma só pessoa – o juiz acusador – a quem cabia unilateralmente, a 
investigação; 
 
- A ação inicia-se ex officio, por ato do juiz e ele tinha a liberdade de colher provas, 
independentemente de sua proposição pelo acusação ou pelo acusado; 
 
- A formação do convencimento do juiz não se dá pelas provas que lhes são apresentadas 
pelas partes, mas sim pelo que ele houver coletado na sua investigação. Na verdade, mesmo 
antes de iniciada a ação penal, o juiz já sabe, de certa maneira, como e qual seria a sua 
decisão, buscando provas apenas para corroborar o seu pensamento. Há, portanto um juízo 
de valor prévio, um pré-julgamento antes mesmo de iniciar a ação penal. O sistema de 
provas é o da prova legal ou prova tarifada, no qual as provas têm valores e pesos 
previamente determinados. 
 
 
 
 
 
- “O sistema inquisitório baseia-se em um princípio de autoridade, segundo o qual a verdade é 
tanto mais bem acertada quanto maiores forem os poderes conferidos ao investigador”. 
 
- Uma vez que o processo é regido pelo sigilo e falta contraposição entre a acusação e a defesa, não há 
contraditório e ampla defesa. 
 
- O réu não é parte, mas um objeto do processo; 
 
- O acusado, normalmente, permanecia preso durante o processo, e, não raro, era torturado para que se 
alcançasse a confissão; 
 
- Inexistência de uma relação jurídica processual: o processo inquisitório é incompatível com o Estado 
Democrático de Direito. 
 
- O sistema inquisitivo, que atingiu seu ápice durante a Idade Média, “demonstra total 
incompatibilidade com as garantias constitucionais que devem existir dentro de um Estado 
Democrático de Direito e, portanto, deve ser banido das legislações modernas que visem assegurar 
ao cidadão as mínimas garantias de respeito à dignidade da pessoa humana.” 
 
 
 
 
 
 
 
Vantagens do modelo acusatório sobre o inquisitório: 
 
- Forma democrática de exercício do poder, permitindo que o destinatário do ato possa 
influenciar na sua formação. É uma garantia para o acusado; 
 
- Os atos são públicos e o processo é regido, dentre outros, pelos princípios do 
contraditório e ampla defesa, de maneira que o acusado jamais poderá ser processado 
sem advogado, pois tem direito à defesa técnica. O acusado tem o direito de ser 
interrogado para que possa exercer a sua autodefesa. 
 
- Estrutura dialética que permite uma maior eficiência no aspecto probatório; 
 
- Os poderes instrutórios do juiz (- que podem ir desde a atividade propriamente 
investigativa até a introdução em juízo de provas cuja existência já tinha conhecimento) 
não representam um perigo à sua imparcialidade. A imparcialidade corre perigo quando o 
juiz é um “pesquisador” de fontes de provas. 
 
 
 
Representa o Estado na relação processual 
III – Sujeitos Processuais: 
- Sujeitos processuais são aqueles que, denominados “partes” aqueles que discutem a causa e 
esperam do juiz uma apreciação da decisão de mérito dela. 
III. 1 – Juiz: 
Deverá ser 
Imparcial 
Garantem a imparcialidade: 
 CRFB/88: garantias art. 95, caput; 
vedações (art. 95, §único) 
 CPP: Hipóteses de impedimentos 
(art. 252); incompatibilidades (art. 
253) e suspeições (art. 254) 
Investido na jurisdição : 
- Concurso público; 
- Nomeação / escolha 
política (Ministros do 
STJ e do STF) 
Competente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Na organização judiciária brasileira 
 
 
• Juízes monocráticos 
• Juízes colegiados 
 
 
- Atuam a sós; 
 
- Justiça de primeiro 
grau (em regra); exceção 
(Tribunal do Júri e 
conselhos de justiça da 
Justiça Militar; 
- Lei 12694/2012: no caso de processos que tenham opor 
objeto crimes praticados por organização criminosa – 
colegiado temporário formado pelo juiz competente para 
a causa + dois julgadores escolhidos por sorteio (art. 1. º, 
§2.º) . Atuará apenas para aquela decisão ou sentença para 
o qual se formou (art 1.º, §3.º) 
- Atuam em grupo; 
 
- Justiça de segundo 
grau e tribunais 
superiores. 
*Colegiado homogêneo 
(juízes de igual 
natureza): 
 
- Tribunais do Juri 
(primeiro grau). 
*Colegiado heterogêneo 
(juiz togado + 25 juízes 
eleitos): 
III. 1ª) Dos impedimentos e incompatibilidades dos juízes: 
 
 
 
 IMPEDIMENTOS 
Art. 252 CPP 
Rol não taxativo /exemplificativo ou numerus 
apertus (imparcialidade subjetiva, além da 
objetiva) 
Finalidade: evitar qualquer risco à 
imparcialidade (ele ou pessoas a ele ligadas exerceram ou estão 
exercendo funções no mesmo processo, ou têm interesse no feito) 
INCOMPATIBILIDADES 
Art. 253 CPP (nos juízos coletivos, juízes que forem entre 
si parentes, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, 
inclusive) + cônjuges 
Procedimentos: 
Art. 112 CPP (exceção de suspeição) 
Podem ser reconhecidas ex officio pelo juiz 
Efeitos: atos praticados absolutamente nulos 
Hipótese do inc. III: A expressão instância parece ter sido utilizada como sinônimo de grau de jurisdição, 
impedindo que o juiz que atuou em primeiro grau pronuncie-se em grau de recurso. Mas, merece uma 
interpretação mais ampla, para alcançar situações em que o mesmo juiz (pessoa física) tenha se pronunciado 
sobre o mérito, realizando um prejulgamento sobre o crime ou sua autoria. Também já se reconheceu que a 
atuação do juiz em processo administrativos gera impedimento para processo judicial sobre o mesmo fato. Não 
haverá impedimento se se limitou a exarar despachos ou praticas atos não decisórios. 
Divergência doutrinária: Juiz que recebeu denúncia ou queixa está impedido para atuar no tribunal julgando 
recurso sobre aquele processo. Recebimento da denúncia é decisão. 
Hipótese do inc. II: A função do juiz (sujeito processual) é incompatível com a de 
testemunha (fonte de prova) . Se o juiz julgar com base em seu conhecimento 
privado sobre os fatos, sem que tenha prestado seu depoimento, estará sendo 
violado o contraditório 
Hipótese do inc. I: Devem ser incluídos os casos de união estável ou 
de relações homoafetivas. Também haverá impedimento no caso de 
parentesco decorrente de adoção. 
III.1. b) Suspeição do juiz: 
 
Hipóteses: Art. 254 CPP 
Não há suspensão se a parte propositadamente tentar criá-la 
(CPP, art. 256) 
 
Independente de provocação, o juiz poderá, a qualquer momento, declarar-se suspeito nos autos, 
por escrito, apontando os motivos legais de sua suspeição. Neste caso, deverá intimar as partes e remeter os autos para o seu substituto (CPP, art. 97) . 
Se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes. 
Também poderá por motivo de foro íntimo dar-se por suspeito (aplicação analógica dos art. 133, § único, do CPC) (CPP, art. 3.º) 
 
IPC.: Tendo o juiz se declarado suspeitoem um processo, relativamente à determinada pessoa, não poderá julgar qualquer outro feito de que ela seja parte. 
 
 
Atos do juiz suspeito: absolutamente nulos 
 
Hipótese do inc. I: 
● Amizade íntima: como se fosse parente; relação de compadrio; trabalho 
em comum; anterior existência de sociedade de negócios, frequência 
assídua na residência 
 ● Inimizade capital: traduz ódio, rancor ou desejo de vingança. Inexistente 
pelo fato do juiz já ter condenado várias vezes o acusado. 
1) Não basta que a parte o considere seu inimigo capital; nem tampouco 
quando a inimizade for com o advogado do acusado ou com o representante 
do Ministério Público. 
2) É de ser aceita a suspeição , em caso de amizade íntima entre juiz e 
promotor, bem como entre juiz e advogado. O mesmo se diga do defensor. 
 
Hipótese do inc. III, do art. 254: 
evidente o parentesco civil, decorrente 
de adoção, embora o CPP não faça 
referência a ele. Também deve ser 
aplicada à companheiro(a) 
(equiparação constitucional do art. 
226, §3.º, da CRFB/88) 
Hipótese do inc. IV, do art. 254 : O aconselhamento não gera suspeição 
quando genérico e sem referência específica à causa; bem como o encontro 
do juiz com a parte, fora das dependências do foro, em reunião na qual 
trataram de outros assuntos, sem antecipar qualquer decisão da causa. 
III. 2 – Suspeição dos Jurados 
 
 
Impedimentos 
Próprio: Art. 449 CCP 
Por Analogia: art. 252 
Incompatibilidades 
Próprias: art. 448 CPP 
Por analogia: 253 
Suspeição 
Por analogia : Art 252 
CPP 
 
Procedimentos: 
O CPP não estabelece, claramente, o momento de suspeição dos jurados. 
 
A exceção deve ser arguida oralmente (CPP, art. 106), no instante em que for sorteado o jurado para 
compor o Conselho de Sentença. O jurado será ouvido e, se aceitar o motivo, será excluído. Se negar, o 
juiz presidente julgará de plano a exceção, devendo rejeitá-la se não for imediatamente comprovada. 
 
III. 3 – Peritos, Intérpretes, Serventuários ou funcionários da Justiça 
Hipóteses de suspeição dos juízes 
(CPP, art 254) 
Hipótese de impedimento dos 
juízes 
Aplicam-se 
Aplicam-se 
Peritos (CPP, art. 280); 
 Intérpretes (CPP, art 281); 
Serventuários e Funcionários da Justiça 
(CPP, art. 274, no que couberem) 
Peritos, Intérpretes, Serventuários e 
funcionários da Justiça (embora não 
haja previsão específica, no que 
couberem) 
Atos praticados: absolutamente nulos 
(interpretação analógica do art. 564, I, do CPP) 
 
OBS: Auxiliares do juiz: possibilidade de abstenção, independente de arguição de sua suspensão 
(interpretação analógica do art. 97, do CPP) 
 
III. 4 – Ministério Público: 
 
III.4 a) Natureza jurídica: Órgão essencial à administração da justiça 
 
Participa do processo e da relação jurídico-processual 
1 – como autor da ação penal; 
2 – como fiscal da lei – ação penal privada; 
III.4 b) Parte interessada ou “parte imparcial” 
Ministério Público = parte acusadora (parcial): a concepção do Ministério Público (MP) como 
parte imparcial é incompatível com o processo penal acusatório. Neste, onde se acetua a relação 
dialética entre as partes, o MP deve ser uma parte verdadeira, isto é, uma parte parcial, como 
“uma condição essencial da distanciamento do juiz em relação às partes em causa” (Luigi 
Ferrajoli). 
 
III. 4 c) Princípios do Ministério Público: 
Unidade 
É um só órgão, sob uma 
mesma direção, exercendo 
a mesma função 
 
 
 
 
Indivisibilidade 
Gera a possibilidade de os 
membros poderes ser substituídos 
uns pelos outros, na forma da lei, 
se que perca o sentido de unidade 
do órgão 
 
 
 
Autonomia / Independência 
Funcional 
(devendo seguir apenas suas 
convicções na aplicação da lei, 
mesmo em desacordo com superiores 
hierárquicos) 
 
Há controvérsias acerca da existência deste princípio: 
 “Parte imparcial”: evitar as designações, avocações e substituições 
para garantir a imparcialidade; 
“Parte parcial”: a substituição de um promotor por outro não 
siguinifica nada além de uma busca de maior eficiência no exercício da 
função, perfeitamente condizente com a regra da unidade do MP. 
 
Promotor Natural 
Prévia definição legal sobre 
sua atribuição para atuar 
em determinados casos, 
afastando-se a 
possibilidade de 
interferências hierárquicas. 
III. 4 d) Impedimentos do Ministério Público: 
 
Hipóteses de impedimento dos 
juízes (art. 254) 
(CPP, art, 258, parte final, “no que 
lhes for aplicável”) 
 
Hipótese específica – 
Art. 258 CPP 
juiz ou parte 
cônjuge ou parente 
+ 
Não é o MP, como instituição que é 
recusado, mas o promotor de justiça. 
Restringe os 
poderes do 
Procurador-Geral 
de Justiça de 
efetuar 
substituições, 
designações, 
delegações e 
avocações que 
somente podem 
correr nos casos 
taxativa e 
previamente 
definidos em lei. 
 
 
 
Ex.1: Não será aplicável no 
caso em que parente seu tiver 
atuado nos autos como 
auxiliar de justiça – não há 
liame administrativo entre o 
MP e o referido servidor. 
 
 
 
Ex. 2) * Participação no inquérito não caracteriza 
impedimento para o oferecimento da denúncia (Súmula 
234 do STJ), salvo se atuou como testemunha (hipótese de 
impedimento dos juízes art. 252,II, do CPP, cabível para o 
MP. 
* Promotor pode declarar-se impedido (embora CPP omisso) 
Atos do MP suspeito 
Entendimento predominante: atos praticados não são nulos vez que o art. 564, I, do CPP refere-se, apenas, à suspeição 
do juiz.  deve ser substituído até a decisão final do incidente. 
Entendimento minoritário: se o art. 258, parte final manda aplicar ao MP hipóteses de impedimento dos juízes (art. 254) 
 por equiparação a tais atos se aplica o art. 564, I, CPP 
 
Incabível a exceção de suspeição pelas partes (CPP, art. 107) 
Autoridade deve se abster de atuar no inquérito em hipótese de suspeição CPP, art. 107, parte 
final): preceito puramente ético/ não há qualquer sanção processual. 
 
III. 5 – Autoridade policial 
III.6 Acusado 
Terminologia 
Inquérito Processo 
Indiciado 
Investigado 
Acusado 
Denunciado 
Imputado 
Querelado 
- Sujeito passivo da ação penal condenatória; contra quem é movida ação penal pública ou privada. 
“Considera-se acusado aquele a quem é imputada a prática de infração penal em denúncia recebida” (art. 
69, CPPM) 
Muitas vezes o acusado, polo passivo da ação penal 
condenatória, será o autor de ações penais como a 
revisão criminal, o habeas corpus, uma justificação 
criminal (...) 
III. 6. a) Pessoa Jurídica: admite-se a reponsabilidade penal das pessoas jurídicas (CRFB/88, art. 225, §3.º) 
Pessoa jurídica > crimes ambientais (Lei 9605/1998, 3.º) 
Inaplicabilidade de alguns institutos processuais à luz da responsabilidade penal da pessoa natural  quem 
deve ser interrogado é o titular do direito de defesa e quem tem o interesse de defender a pessoa jurídica é seu 
gestor. 
III. 6.b) A autodefesa do acusado 
Direito de Presença 
(exercido com o 
comparecimento em audiência) 
Direito de Audiência 
(direito de ser ouvido pelo juiz, 
exercido, por excelência, no 
interrogatório) 
É mera faculdade do acusado: pode 
renunciar, preferindo permanecer 
calado (CRFB/88, art. 5.º, LXIII) 
 
Direito de Postular 
Pessoalmente: 
Não prejudicam a defesa, apenas criam 
uma possibilidade a mais de seu exercício. 
O juiz, implementando a manifestação da 
vontade do acusado, nomeia defensor para 
arrazoar tecnicamente o ato de postulação 
pessoal do acusado. 
Recurso(CPP, art. 577, caput) 
Habeas Corpus (CRFB/88, art. 
654) 
Revisão Criminal (CPP, art. 
623) 
III. 6.b) Revelia do acusado: Art. 367, CPP 
- Divergência doutrinária: decretação da revelia estando o defensor presente: 
• Situação mais comum: pelo cabimento; o acusado deixa de ser intimado para 
os demais atos do processo, mas, o defensor, deverá continuar a ser intimado; 
• Situação menos comum: se o acusado não comparece, mas o seu defensor 
está presente no ato, não pode ser decretada (por força do art. 366, CPP) 
III.9 – Defensor 
III. 9 a) Defesa Técnica 
Assegura o contraditório – 
“paridade de armas” entre as 
partes 
Necessária, indisponível e 
efetiva 
 
 
 
 
Nenhum acusado – ainda que ausente ou foragido – 
poderá ser processado sem defensor (CPP, art. 261, 
caput) 
• Ainda que o acusado não queira ou se oponha ao defensor 
nomeado pelo juiz e, até mesmo, caso deseje se defender 
por si mesmo; 
• São nulos os atos privativos de advogado praticados por 
pessoa não inscrita na ordem, ou praticado por advogado 
impedido. Por outro lado, o defensor não poderá 
abandonar a causa, senão por motivo imperioso, 
comunicado previamente ao juiz, sob pena de multa (...), 
sem prejuízo das demais sanções cabíveis (CPP, art. 265, 
caput) 
• O acusado tem sempre o direito de constituir em defensor 
de sua escolha. Mesmo que tenha um defensor dativo, 
poderá, a qualquer tempo, substituí-lo por um defensor 
de sua confiança. (CPP, art. 263). Por outro lado, se tem 
defensor constituído não poderá o juiz destituí-lo, sem 
antes dar a oportunidade ao acusado para constituir 
outro defensor de sua confiança. 
 
 
 
 
• Não é mera formalidade, que se 
satisfaz com a simples presença 
do advogado. Deve ser efetiva, 
com a exploração contraditória 
e fundamentada (CPP, art. 261, 
§ único) das partes 
• No caso de corréus, com 
defesas colidentes, não é 
possível seja exercida por um 
mesmo defensor, seja ele dativo 
ou constituído. 
III. 9 c) Aspectos terminológicos 
Defensor constituído / procurador Escolhido pelo acusado 
Defensor dativo Defensor público / advogado particular oferecido e 
remunerado pelo Estado. Quando, no entanto, o acusado não for 
pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, 
arbitrados pelo juiz (Art. 263, §único) 
Defensor ad hoc Nomeado para a prática específica de um ato, quando o 
acusado já possui defensor, constituído ou dativo, mas este 
não compareça ao ato nem justifica previamente o motivo 
do não comparecimento. (art. 265, §2.º, do CPP). 
III. 9 b) Finalidade da defesa 
Defesa do interesse do 
acusado 
OBS.: poderá ser exercida mesmo quando se concorda 
com um pedido de condenação, mas postulando a 
desclacificação, ou aplicação de uma pena mínima, ou 
substituição por uma pena alternativa, etc... 
III.10 Curador: 
Do menor 
No incidente de 
insanidade mental 
Não mais subsiste 
OBS.: Na vigência do Código Civil de 1916 – 
complementação da vontade do réu relativamente 
incapaz – idade entre 18 e 21 anos 
Código Civil de 2002: diminuição da maioridade de 
21 para 18 anos – deixa de existir a figura do réu 
menor de idade 
Função: 
Auxiliar o Ministério Público na ação penal pública. (parte ad coadjuvandun) 
 
 - Melhor denominação: “Assistente do Ministério Público”; “Assistente do acusado”. 
  parte parcial 
 - Não é parte necessária, apenas contingente /assessória (modalidade de intervenção de terceiros 
 facultativa no processo penal. 
 - Intervenção  poderes para intervir no processo, não para propor ou promover a ação penal. 
 
Cabimento: 
Ação Penal Pública condenatória – 
• Na ação penal privada, o ofendido é parte autora, razão pela qual não há assistente de 
acusação 
• Não é admitida: habeas corpus; Revisão criminal 
 • Divergência doutrinária: nas contravenções penais (em regra, bens de natureza 
 supraindividual (incolumidade pública, paz pública, organização do trabalho, etc...), 
 desde que seja possível identificar um ofendido (contravenções de vias de fato (Art. 21, § 1 
 da Lei das Contravencões Penais - Decreto Lei 3688/41) /natureza das agressões não chega a ofender a 
 integridade física da vítima ) 
 • Pedido de habilitação: o MP deverá ser previamente ouvido, decidindo, em seguida, o juiz sobre 
 a admissibilidade ou não da intervenção. Contra a decisão de inadmissibilidade não cabe recurso; 
 tem sido admitido mandado de segurança. 
 
 
III. 11 Assistente de Acusação: 
Poderes: 
CPP, art 271 
CPP, art. 159, § 3.º 
CPP, art. 427, caput 
• Divergência quanto a possibilidade de 
arrolar testemunhas: 
- Não, o momento de arrolar testemunha 
é o do momento do oferecimento da 
denúncia, e o assistente poderá intervir 
depois de iniciada a ação penal. 
- Nada impede que sugira ao juiz a oitiva 
de testemunhas como testemunhas do 
juízo (art. 209, CPP) 
- Poderá formular perguntas as 
testemunhas já arroladas pela acusação. 
- Não pode aditar a denúncia oferecida 
pelo MP (falta de previsão legal no art. 
271, CPP) 
- Não poderá intervir como testemunha, 
nem prestar declaração como ofendido  
incompatibilidade entre tais posições. 
Legitimados: 
Vítima (pessoa física ou 
jurídica) ou ofendido (na 
qualidade de lesado - 
(regra) 
 
 
• No caso de morte da 
vítima (ou na “falta de” – 
art. 268, CPP) seus 
sucessores – cônjuge, 
ascendente, descendente, 
irmão (CPP, art 31) 
poderão se habilitar + 
companheiiro(a) 
(equiparação constitucional 
– CRFB/88, art. 226, § 3.º) 
Momentos: 
Durante a ação penal (não se 
admite a assistência durante o 
inquérito): 
• desde o início da ação penal 
(recebimento ds denúncia) 
(CPP, art. 268) até o trânsito 
em julgado da condenação 
(CPP, art. 269) 
• Premissa distinta: tão logo 
oferecida a denúncia; inclusive 
para arrazoar o recurso se for 
rejeitada a denúncia e houver 
recurso do MP. 
• Não poderá participar de 
audiência preliminar do 
JECrim

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