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ALEGAÇÕES FINAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO, 8ª DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO
Processo n.º_____________________.
A Querelante Patrícia Goulart de Bragança e Junqueira, já qualificada nos autos do presente processo crime que move em desfavor da Querelada Kamylla Proença de Albuquerque, devidamente qualificada nos autos, vem, por intermédio de sua procurado (procuração anexa), à presença de Vossa Excelência, apresentar as pertinentes ALEGAÇÕES FINAIS, em forma de memoriais; o que faz mediante os termos infra aduzidos: 
I - PRELIMINARMENTE 
Vê-se dos autos que a presente ação penal fora devidamente instaurada pela queixa-crime, sendo essa recebida pelo MM. Juiz, que determinou a citação da Querelada para apresentar resposta à Acusação. A defesa, foi apresentada, mas não houve nenhuma das hipóteses de absolvição sumária, nos termos do artigo 397 do Código de Processo Penal. Desta forma o MM. Juiz determinou a realização de Audiência de Instrução e Julgamento. Na data designada, aberta a audiência.
Dessa forma foi requerido, oralmente, que fosse cumprido o procedimento especial previsto nos artigos 519 a 523 do CPP, antes de se dar início à audiência de instrução e julgamento. Entretanto, o pedido foi indeferido pelo MM. Juiz sob o argumento de ser meramente protelatório. 
Logo em seguida, a vítima foi ouvida e, na sequência, procedeu se aos depoimentos das testemunhas de acusação e defesa. Ao contínuo, foi a Querelada interrogada, mas optou por exercer seu direito constitucional ao silêncio. O presente feito encontra-se perfeitamente nos moldes do art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII da nossa Constituição Federal, além de atender o previsto no Código de Processo Penal, uma vez que esse juízo é competente para processamento e julgamento do feito, visto que o crime de Calúnia previsto no artigo 138 do Código Penal cumulado com o art.141 do mesmo diploma legal torna esse juízo competente na forma da lei.
É o relatório. 
II– DA PROVA DA AUTORIA E MATERIALIDADE DO CRIME CALÚNIA PREVISTO NO ARTIGO 138 DO CÓDIGO PENAL.
Para a caracterização da calúnia é necessária a existência simultânea dos seguintes aspectos: a) a imputação de um fato à vítima; b) o fato imputado à vítima deve, obrigatoriamente, ser falso; c) o fato imputado à vítima, além de ser falso, deve ser definido como crime; d) o agente, mesmo ciente da falsidade, age com a vontade (dolo) de ofender a honra da vítima.
De acordo com o que consta nos autos, a querelada imputou falsamente a prática do crime de lesão corporal a pessoa da querelante, sendo que tal conduta criminosa jamais foi praticada por esta. Nesses moldes seguindo os preceitos do Código Penal em seu artigo 138, estamos diante do crime de calúnia.
Fica provado nos autos tanto por provas materiais como por prova testemunhal, que a querelada veio por meio de sua rede social publicar uma mensagem de cunho calunioso, afim de prejudicar a carreira profissional da querelante. Encontra-se juntada aos autos cópia da publicação as fls. Xx, onde verificasse ter sido a querelada autora da mensagem publicada, além dedeixar evidenteo seu conteúdo calunioso. Assim por ter sido o crime praticado com grande repercussão foi possível confirmar por meio de depoimento das testemunhas o que vem sendo alegado, uma vez que o conteúdo da mensagem viralizou nas redes sociais sendo compartilhado por centenas de pessoas. Ademais o crime não foi negado pela querelada que mesmo podendo utilizar-se do direito constitucional de defesa preferiu manter-se em silêncio. 
Conforme já mencionado a querelada vez uso de suas redes sociais para consumar o crime de calúnia, isto posto, verificamos que estamos diante de uma causa de aumento de pena do crime supracitado, visto que este foi praticado por meio que facilitou sua divulgação. Vejamos o que dispõe o artigo 141, III do Código Penal. 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
 III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
III – DA AFETAÇÃO INCONTESTE AO BEM JURÍDICO HONRA 
a) Do Conceito Jurídico de Honra 
Ao conceituar honra, assevera o grande Mestre Nelson Hungria: 
“Entre todos os povos e em todos os tempos, depara-se a noção da honra como um interesse ou direito penalmente tutelável.”
Recentemente, citando o não menos festejado Mestre Magalhães Noronha, declarou o Professor Mirabete: 
“No capítulo V, estão definidos os crimes que atentam contra a honra, ou seja, os que atingem a integridade ou incolumidade moral da pessoa humana. A honra pode ser conceituada como o conjunto de atributos morais, intelectuais e físicos referentes a uma pessoa ou, no dizer de Noronha, como o “complexo ou conjunto de predicados ou condições da pessoa que lhe conferem consideração social e estima própria.”
Neste caso podemos verificar que a honra da querelante foi afetada, uma vez que essa pensou até em desistir de sua carreira promissora como blogueira, devido as proporções do crime que acabou por prejudicar sua imagem entre seus fãs e seguidores.
b)Da Consumação dos Crimes de Difamação e Injúria
O crime de Calúnia se consumou quando a ofendida e terceiras pessoas tomaram conhecimento da imputação caluniosa da pratica de um crime jamais cometido, que foi motivado pela vontade da querelada em prejudicar a carreira da querelante.
Como se verifica do processado, além das Testemunhas, outras pessoas tomaram conhecimento da postagem caluniosa contra a querelante.
“Consuma-se o delito de difamação com o conhecimento, por terceiro, da imputação.”
“Não é necessário que fique ciente uma pluralidade de pessoas, bastando a ciência de qualquer uma, além da ofendida. ”
IV- DO PEDIDO 
Diante o exposto, pugna a Querelante Patrícia Goulart de Bragança e Junqueira pela condenação da Querelada Kamylla Proença de Albuquerque na pena do artigo 138, incidindo a causa de aumento na forma do artigo 141, III todos do Código Penal Brasileiro, por ser medida de estrita legalidade e Justiça. 
São Paulo, (data).
_________________________________
 Advogado
 OAB Nº (…)

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