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VERA LUCIA SILVA VALLADAO

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
PROJETO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
 
 
Sexualidade Feminina 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por: VERA LÚCIA SILVA VALLADÃO 
 
 
 
 
 
Orientadora 
 
Prof.: Fabiane Muniz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2004 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
PROJETO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sexualidade Feminina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como 
Exigência final do Curso de Pós- 
Graduação em Terapia de família. 
Turma: 520 
 
 
Professor Orientador: Fabiane Muniz 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2004 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A todos os autores, corpo decente “A vez do Mestre”, 
a professora e orientadora Fabiane Muniz pela revisão 
aos textos. Aos alunos e pessoas que, direta e indiretamente, 
contribuíram para a confecção desse trabalho acadêmico 
e sua constante atualização. 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia a Deus 
 Ao meu companheiro Miro 
 E ao meu filho Junior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 Durante as fazes oral e anal, a criança está fortemente ligada à figura materna. É a 
mãe que se encarrega da higiene e da alimentação da criança. Tanto o menino quanto a 
menina, têm a mãe com objeto de amor e prazer. 
 Com o tempo a criança vai conhecendo seu corpo e descobrindo sua anatomia. A 
menina, que não se percebia como não possuidora de um pênis, passa a perceber que não é 
igual aos meninos. De início ela acha que o pênis vai crescer; pois ela possui um órgão 
semelhante, o clitóris, que bem pode ser o pênis pequeno. Ela acha que sua mãe o possui 
também. 
 O desenvolvimento feminino desde Freud já era um enigma a ser desvendado. 
Muito pouco Freud teve a falar a mulher. Pois não há um sexo, senão o falo, mas há um 
significante do sexo feminino; portanto, a mulher só existe enquanto falta, enquanto ser 
castrada. 
 A questão fálica se faz presente em todo o ser humano; No homem a 
presença do falo, na mulher a ausência. Essa ausência na mulher, a coloca diante de 
diferentes posições quanto à sua sexualidade; quer ela aceite, quer ela ignore, quer rejeite. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 08 
 
 
 
Capítulo I – O Feminino na Mitologia ................................................... 10 
 
 
 
Capítulo II - Feminino para Psicanálise .................................................15 
 
 
 
Capítulo III - Complexo de Édipo ..........................................................18 
 
 
 
Capítulo IV 
Algumas Influências na Solução Edípca Normal e suas conseqüências .......24 
 
 
 
 
Capítulo V - Escolha Objetal ...............................................................26 
 
 
 
Capítulo VI - O Desejo da Mulher .......................................................28 
 
 
 
Conclusão ............................................................................................32 
 
 
Referências ..........................................................................................34 
 
 
Índice ..................................................................................................37 
 
 
Folha de Avaliação ............................................................................39 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 “A puberdade, que provoca uma elevação tão grande da libido nos rapazes, é 
marcada nas moças por uma onda de nova repressão.” (1) 
 
 “A cada estágio no curso do desenvolvimento através do qual todos seres humanos 
devem por direito passar, certo número é retido; Portanto, há alguns que nunca suplantam 
a autoridade dos pais e retiram sua afeição deles incompletamente ou não tiram de forma 
alguma. São na sua maioria moças que, para deleite de seus pais, persistiram em seu amor 
infantil muito além da puberdade. É bastante instrutivo verificar que é precisamente as 
moças que, no seu casamento; mais tarde, falta a capacidade de dar a seus maridos o que 
lhes é divido, tornam-se esposas frias e permanecem sexualmente anestésicas.” (2) 
 
 O presente trabalho pretende dar uma visão dos estudos de Freud e outros sobre a 
sexualidade feminina. 
 Como pode ser visto por esses dois fragmentos retirados de um texto de Freud, a 
mulher é bastante diferente do homem no campo da sexualidade. 
______________________________________ 
(1) Freud, S. Três Ensaios Sobre Sexualidade, volume VII: Rio de Janeiro, Imago, 1969, 227 p. 
(2) Idem, 234 p. 
 
 
 
O desenvolvimento feminino desde Freud já era um enigma a ser desvendado. Muito 
pouco Freud teve a falar a mulher. Pois não há um sexo, senão o falo, mas há um 
significante do sexo feminino; portanto, a mulher só existe enquanto falta, enquanto ser 
castrada. 
Esse trabalho também pretende expor o percurso feito pela mulher a caminho de uma 
sexualidade adulta e seus impasses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
O Feminino na Mitologia 
 
 Um rei e uma rainha tinham três filhas, duas mais velhas eram princesas comuns; 
porém, a mais nova, que se chamava Psiquê era extraordinária. Era bonita, charmosa, tinha 
porte de deusa. Toda sua personalidade merecia o culto de adoração. As pessoas a 
chamavam de nova Afrodite. 
 
 “Afrodite” (1) era uma divindade antiga da feminilidade; reinava desde os 
primórdios. As pessoas faziam comentários de que “Psiquê” (2) estava tomando seu lugar de 
deusa. 
 
 Psiquê era a preocupação de seus pais. Suas duas irmãs estavam felizes, casadas, e 
Psiquê só era idolatrada. Ninguém ousava pedi-la em casamento. 
 
 O rei foi então consultar um oráculo, que era dominado por Afrodite; irada e com 
muita inveja de Psiquê, a deusa fez com que a resposta fosse algo terrível. A jovem Psiquê 
deveria desposar a morte, a mais horrenda criatura existente. 
_________________________ 
(1) Quando os genitais de Urano foram cortados, caíram no mar e fertilizaram, dando o nascimento de 
Afrodite. 
(2) Psique nascera quando uma gota de orvalho caíra do céu sobre sua terra. 
 
 
 Psiquê foi acorrentada a uma pedra no alto de uma montanha e lá deixada para ser 
presa dessa criatura. O rei e a rainha apagaram as tochas, e Psiquê foi abandonada à sua 
sorte na escuridão. 
 
 A donzela morreria no dia do casamento, que também era funeral. O esposo viria, 
mas este era a própria morte. 
 
 ”Para destruir Psiquê como queria, Afrodite pediu ajuda a seu filho. Eros deus do 
amor (Também Chamado cupido)” era a própria morte. 
 
 Afrodite mandou que ele fizesse que Psiquê apaixonasse-se pelo monstro que viesse 
buscá-la. 
 
 Obedecendo a mãe Eros foi até as montanhas, a avistar Psiquê, Eros acidentalmente 
espetou o dedo na sua flecha e apaixonou-se por ela. 
 
 Psiquê não fez qualquer pergunta a Eros, já era bastante ter sido salva da Morte. 
Psiquê então encontrou o paraíso onde tinha tudo o que desejava. Saber X morte. 
 
 Seu marido – deus a encontrava todasas noites; e só fez-lhe uma restrição: não 
devia jamais olhar para ele, nem lhe fazer qualquer pergunta sobre seus atos. Ela não 
poderia conhecê-lo (não saber X vida). Psiquê concordou com as restrições. 
 
 
 
Ouvindo dizer que Psiquê estava morando num jardim paradisíaco e se casara com 
um deus, suas irmãs não agüentaram de inveja; foram até o penhasco onde a jovem foi 
acorrentada, cumprimentaram Psiquê e perguntaram por sua saúde. 
 
 Psiquê contou tudo, a Eros. Ele então alerto-a para que não desse ouvidos às irmãs 
curiosas, pois poderia acontecer um desastre. Se Psiquê continuasse obedecendo-a seu filho 
que já estava a caminho nasceria deus. Mas se ela não mantivesse sua promessa à criança 
nasceria um mortal, e ele Eros, a abandonaria. 
 
 Finalmente Psiquê obteve o concedimento de Eros para receber suas irmãs. As 
irmãs desceram o penhasco ao depararem com todo aquele paraíso, ficaram com muita 
inveja do destino de Psiquê. 
 
 As irmãs fizeram-lhe um interrogatório. Psiquê não estava agüentando tantas 
perguntas e disse às irmãs que seu marido era muito jovem, amável e passava seu tempo 
caçando. 
 
 Eros advertiu-a novamente. As moças acabaram voltando. Dessa vez Psiquê 
esqueceu do que havia dito sobro o marido, e contou-lhe que ele era de meia-idade, tinha 
cabelos grisalhos e era um poderoso homem de negócios. 
 
 As irmãs teceram um plano diabólico. Ao retornarem pela terceira vez, disseram a 
Psiquê que seu marido era na verdade uma serpente, e tinha planos de devorá-la e a seu 
filho. Porém elas teriam como salvá-la deste destino. 
 
 Elas disseram a Psiquê que ela deveria pegar uma lâmpada, colocá-la em uma 
redoma e deixá-la à mão da sua cabeceira; E que tivesse uma faca bem afiada embaixo do 
travesseiro. No meio da noite quando seu marido adormecesse, ela deveria cortar-lhe a 
cabeça. 
 
 Psiquê persuadida pelas irmãs fez todos os preparativos. Foi para a cama à noite e 
adormeceu ao lado do jovem; ela então se levantou retirou a redoma e empunhou a faca; 
acendeu a lâmpada olhou para Eros. Para seu deslumbramento e horrorizada culpa, vê um 
deus, o deus do amor. Ficou aterrorizada e por um instante pensou em suicidar-se. 
Desajeitada, deixou a faca cair acidentalmente espetou-se em uma das flechas de Eros e 
apaixonou-se por ele. Psiquê afastou a lâmpada, mas uma gota de óleo quente caiu no 
ombro direito de Eros e a dor o acordou. 
 
 Ele percebeu que aconteceu e voou para longe. Psiquê conseguiu agarrar-se a ele, e 
saíram ambos do paraíso. Mas ela não agüentou muito tempo e caiu. Eros pousou perto 
dela, disse que ela o desobedecera e por isso a criança que estava para nascer seria mortal. 
E ele iria puni-la com sua ausência. 
 
 A história mostra que Afrodite é o lado feminino que reina no inconsciente. Toda 
mulher tem em sim uma Afrodite, suas principais características são a vaidade, a luxúria 
permissiva a fertilidade e a tirania, quando contrariada. 
 
 Ela é invejosa e não tolera competição. Afrodite é o mais antigo primitivo grau de 
feminilidade, é a feminilidade oceânica. 
 
 Afrodite é um lado bem ativo dentro de todas as mulheres. 
 
 Psiquê, que nasceu de uma gota de orvalho, é símbolo da consciência; é tão 
magnificente, tão fora deste mundo, tão virginal, que é adorada, mas não é cortejada. Há 
uma Psiquê em toda mulher, o que significa ser muito sozinha. Psiquê é pura, ingênua e 
facilmente sugestionável. Psiquê é a evolução para o novo estágio para a feminilidade. 
 
 A mulher oscila entre Afrodite e Psiquê. Nunca uma mulher é só Afrodite e nem só 
Psiquê; ora, está mais arrogante, ousada, sedutora como Afrodite, ora está dócil, frágil 
necessitada de proteção como Psiquê. 
 
 
A história também nos mostra, simbolicamente a ligação de um “saber” e a “destruição”, de 
uma “ignorância” e “sobre - vida”. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
O Feminino para a Psicanálise 
 
 Para a psicanálise o sexo feminino designa a ausência do falo. A mulher se encontra 
sempre um pouco em falso quanto à sua identificação imaginária; a não ser que atue como 
mulher fálica. Sua imagem corporal lhe parece sempre como alguma coisa vacilante. Isso é 
justificado pela extrema atenção que as mesmas dão para essa imagem, e a necessidade de 
serem resseguradas de sua feminilidade. 
 
 Para Freud a mulher é um ser essencialmente nascísico. 
 “As mulheres, especialmente se forem belas ao crescerem, desenvolvem certo 
autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhe são impostas em sua 
escolhe objetal. Rigorosamente falando, tais mulheres amam apenas a si mesmas, com uma 
intensidade comparável a do amor do homem por elas.” (1) 
 A nível simbólico os homens detêm o falo e as mulheres tendem a sê-lo. Para 
Lacam a mulher representa a comédia do falo não mais porque deseje possuir como o 
homem, mais antes porque serve dele para lançar sua isca: 
_________________________ 
(1) Freud, S. sobre o Narcisismo, volumo XIV Rio de Janeiro, Imago 1969, 105 p. 
 
 
 
 “É pelo que ela não é que ela quer ser desejada ao mesmo tempo, que amada.” (1) 
Para ser o falo, ou seja, o significante do desejo do Outro, que a mulher abre mão da parte 
de sua feminilidade. 
 
 Freud fala da “passividade” referindo-se à mulher e “atividade”, ao homem. Porém 
a feminilidade exige um ato cujo efeito contradiz aquilo que o coloca. O seu objetivo é a 
passividade, mas a mulher assume um movimento masculino e feminino. Movimento que 
mostra uma ambigüidade feminina. Daí pensa-se numa bissexualidade da mulher. 
 
 A ativo e o passivo não são qualidade do masculino e do feminino, dão a forma da 
diferença entre os sexos para o inconsciente cujo símbolo é o falo. 
 
 “O passivo é uma emboscada para o gozo, porque encerra a causa de desejo de 
quem quem o contempla...” (2) “O ativo, aquele que goza com o Outro sexo pelas vias de 
sua fantasia se designa como homem, porque coloca seu ato de reconquista a partir dessa 
limitação, castração, que lhe impõe o falo.” (3) 
 
 Sendo o falo significante com referência a ambos os sexos; feminino a ausência 
dele, masculino a presença dele, atribui-se ao sexo feminino uma predominância de 
passividade a ao masculino de atividade. 
 
 
 
Por essa propia posição assumida pelos sexos é que Freud constata uma tendência 
maior do homem à obssessividade e a mulher à histeria; pois segundo o mesmo, a obsessão 
sugeriria uma posição ativa e a histeria, uma passiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
(1) LACAN, J. A Significação do Falo – Escritos. São Paulo, Ed. Perspectiva, 1988 271 p. 
(2) Pommier, G. A Exceção Feminina: Os impasses do gozo. Rio de Janeiro, Jorge Zaar Editor, 1987, 
52 p. 
(3) Idem 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
 
Complexo de Édipo 
 
Alguns heróis míticos enfrentam problemas profundos, por vezes insolúveis. Para os 
antigos gregos, as suas histórias trágicas demonstravam quanto à estrutura humana é falível 
e todas as suas desgraças eram originadas pela sua condição de homens. 
 
Talvez um dos mais famosos heróis trágicos seja Édipo, em cuja história encontrou 
bem definido um dos mais tormentosos conflitos a que se chamou "Complexo de Édipo". 
 
Conta à lenda grega que ao filho do rei Tebas, Édipo, um oráculo vaticinou, que um 
dia ele mataria o pai, o rei de Tebas, e casaria com sua mãe. Em conseqüência o rei mandou 
matar o filho, mas em segredo um criado abandonou-o vivo numa encosta de pés atados. 
Um pastor recolheu-o e deu-lhe um nome que significa "pés inchados". Mais tarde um rei e 
sua esposa, estrangeiros,adotaram a criança e educaram-na como se fosse seu filho numa 
cidade distante. 
 
Mais tarde, Édipo, já adulto, e sobre dúvidas crescentes sobre a sua origem levou-o 
a consultar um oráculo que lhe afirmou: "Tu matarás o teu pai e casarás com tua mãe". 
 
 
Édipo afastou-se então dos seus pais adotivos para escapar a estas fatalidades. Na 
sua fuga travou uma violenta discussão na estrada com um desconhecido e matou-o, sem 
suspeitar que era o seu pai. Defrontou uma esfinge, monstro com cabeça de mulher e corpo 
de leão, que matava todas as pessoas que não conseguiam decifrar os seus enigmas, à qual 
lhe perguntou: "Qual o animal que anda com quatro patas de manhã, com duas ao meio dia 
e com três ao anoitecer?". E Édipo respondeu "O homem que caminha com as mãos e os 
pés no chão quando criança mantém-se de pé sobre as duas pernas na seqüência da Vida e 
precisa apoiar-se numa bengala quando envelhece". 
 
Édipo decifrou o enigma e o monstro lançou-se ao mar. Creonte, irmão da rainha 
Jocasta já viúva, que era a mãe de Édipo, tinha prometido a mão desta a quem libertasse 
Tebas do terror da Esfinge. Édipo, entretanto viajou para Tebas, e deste modo desposou a 
rainha Jocasta sem saber que era a sua mãe. Posteriormente descobriu com horror que o 
estranho que matara era seu pai e que tinha desposado sua mãe. Jocasta enforcou-se. Édipo 
furou os seus próprios olhos, partindo para o exílio com sua filha Antígona. 
 
Os grandes cientistas psicólogos recorrem aos antigos mitos para explicar muitos 
distúrbios humanos a nível psicológico e até mental. Sigmund Freud viu nesta lenda o 
modelo dum conflito fundamental do homem: a representação do desejo sexual 
inconsciente e universal de cada filho pela mãe e da conseqüente rivalidade em relação ao 
pai. Segundo a teoria freudiana esta lenda caracteriza uma fase do desenvolvimento 
psicológico infantil, mas que pode conduzir a perturbações que, caso não sejam tratadas, se 
traduzem mais tarde na idade adulta em perturbações neuróticas. 
 
O que Édipo na lenda não podia saber representa na realidade psicológica o que é 
recalcado no inconsciente. No final do desenvolvimento da sexualidade infantil ou a Fase 
Fálica o desejo do rapaz em relação à mãe esbarra com a proibição que lhe advém do pai e 
com reais ou supostas ameaças de castração. A criança deseja expulsar o pai, mas este 
desejo entra em contradição com o sentimento de afetividade que sente por ele, 
acrescentado com a dependência da sua proteção e com o referencial que a criança tem para 
a sua virilidade futura. Este conflito gera o seu desejo sexual em relação à mãe, e substitui-
o por uma ternura, em alguns casos por vezes demasiado insistente em abraços e carinhos 
aparentemente desprovidos de sexualidade. 
 
 Convém dar-vos a conhecer o que é a Fase Fálica, que é uma fase profundamente 
estudada e cientificamente esclarecida na Psicologia das Profundidades, que neste capítulo 
designa o resultado por assim dizer "congelado" de um conflito dos desejos puncionais e os 
recalcamentos gerados em determinadas situações da evolução da infância. 
 
Um dos mais típicos exemplos deste tremendo conflito é o Complexo de Édipo, pois 
nele se confrontam a forte atração física pela mãe e a rivalidade pelo pai, para além das 
interdições que a educação e a civilização fazem entrar no jogo. As futuras relações com a 
mulher ficarão para sempre marcadas por esse fato, se o jovem não for submetido a 
psicoterapias adequadas. O complexo de Édipo e o sentimento de castração originam o 
estado fálico, centrado na zona genital. Esta fase fálica é interrompida pelo tempo de 
latência. Entre mais ou menos o quarto ano e o quinto ano de idade e a puberdade, alonga-
se o tempo de latência durante o qual as pulsões sexuais parecem mais ou menos 
obliteradas. O amor sexual pela mãe atenua-se, transformando-se num amor menos físico. 
Do amor e rivalidade simultâneas pelo pai resulta um comportamento ambivalente que 
pode por vezes ficar em suspenso durante toda a Vida! 
 
O complexo de Édipo pode ser resolvido e ultrapassado logo nos primórdios da 
infância, dependendo do processo formativo educacional e ambiental onde a criança se 
desloca. Por muito amor que a mãe albergue pelo seu filho não é saudável deixá-lo 
adormecer com as mãozinhas da criança mexendo no seu peito, e mais ainda beijá-lo na 
boca. Situações continuadas mesmo depois da passagem para a segunda infância: 
 
A criança dormir assiduamente com a mãe ou com o casal. Há casos em que o 
rapazinho chora convulsivamente até a mãe o ir buscar para a sua cama, e é muitas vezes o 
pai que tem que sair da cama e ir dormir para outro lado para o menino sossegar. Quando já 
na segunda infância, se o pai tem trabalho por turnos, ou tem que se ausentar por noites, o 
menino está sempre ansioso para poder ir dormir com a mãe, o que esta permite, mais os 
contactos físicos de lhe mexer no peito, de a abraçar e a mãe de o beijar na boca. Até no 
banho quando esse tempo podia ser aproveitado para brincar numa ludoterapia que faz feliz 
a criança, muitas vezes a mãe chama a atenção para o órgão sexual mexendo e remexendo 
no mesmo, como se fosse a brincadeira mais atrativa! É lamentável, mas acontece até que 
depois mais crescido já é o menino que chama a atenção mexendo ele, como se estivesse na 
mais alegre brincadeira! E tantas e tantas coisas congêneres que eu poderia citar que são 
causas fundamentais para o impedimento da ultrapassagem do complexo de Édipo na 
devida altura que certamente encheria páginas. Essa ultrapassagem, essa resolução desse 
complexo de que se fala tão levemente seria talvez fundamental para que o homem adulto 
não cometesse tantos erros, até pela ignorância do que se passa dentro dele. 
 
Há rapazinhos que nem passam pelo tempo de latência e eu na minha atividade 
profissional tenho trabalhado intensamente nestes tipos de problemas. 
 
Muitas das situações são resultados de profunda ignorância, outras, em simultâneo 
com essa ignorância são profundas carências afetivas e angustiantes frustrações 
sentimentais que levam as mulheres a agarrarem-se ao filho para mitigar situações 
psíquicas, por vezes bem confusas que as atormentam. Quando o rapazinho é filho único e 
estas situações constrangedoras existem, este rapaz está marcado para toda a vida e há 
sempre fracassos, mesmo a nível sexual com outras mulheres. Seguramente é vítima de 
distúrbios psico-sexuais. 
 
Há que habituar a criança à sua cama desde bebe, não com a rigidez de não o 
acolher momentaneamente com todo o carinho para a mamada, e aconchegá-lo, e com 
muita suavidade e doçura não lhe permitir determinados hábitos já apontados. Mesmo que o 
pai não esteja, o menino tem a sua cama, que a mãe fará sentir como é agradável ter uma 
caminha tão bonita, saber contar-lhe histórias infantis consoante a idade, onde os 
sentimentos nobres começam a ter valor na mente da criança, e onde outros meninos e 
meninas, animais, jardins e bosques fazem parte da vivência infantil que a mãe cria com 
carinho, com fins didáticos e formativos, mas que aliciam a criança. Um tempo que se deve 
dedicar, pois antes de adormecer é o que ficará no inconsciente mais profundamente 
marcado. Todos estes princípios e muitos mais que poderia citar ao longo do crescimento 
 
da criança conduz a uma educação sexual em que o complexo de Édipo é perfeitamente 
ultrapassado! 
 
A infelicidade é indubitavelmente com freqüência filha da ignorância mesclada com 
fracassos sentimentais e carências profundas de afeto, o alimento essencial a uma melhor 
saúde psíquica! 
 
3.1 Inibição Sexual no Sexo Feminino 
 
 No caso da mulher a inibição sexual é conduzidapelo susto pela comparação com 
os meninos, do seu órgão genital. Que faz a menina crescer insatisfeita com o seu clitóris, 
ela abandona sua sexualidade fálica, ou seja, a masturbação clitoriana, e com ela sua 
sexualidade me geral, como boa parte de sua masculinidade. Esse tipo de caminho tomado 
por algumas mulheres que dedicam toda sua via a uma atividade beneficente, caridade, 
religião e etc, tornando-se assexuada. 
 
 A segunda via leva a modificação do caráter pelo complexo de masculinidade, leva 
a uma desafiadora auto - afirmatividade à sua masculinidade ameaçada. E também a uma 
reação à castração materna. A mulher agarra-se a atividade masturbatória e se refugia numa 
identificação à mãe fálica ou ao pai. Esse complexo de masculinidade pode também resultar 
numa escolha homossexual manifesta. 
 
 
 
 
CAPÍTULO IV 
 
Algumas Interferências na Resolução Edipica Normal e Suas Conseqüências 
 
 
 A passagem da posição masculino-ativo para a feminina, pode sofrer 
interferências.Essa passagem implica não só uma mudança do objeto materno para o objeto 
paterno, como o abandono da posição ativa-clitoriana-masculina.Essa passagem deverá 
levar a menina a uma identificação com a mãe, ocorrendo uma identificação psicológica 
feminina. 
 
 As mulheres que sofrem de frigidez parcial, anestesia vaginal e não clitoriana, 
podem estar fixada à fase inicial com a mãe.Algumas mulheres, o mecanismo de passagem 
de uma posição masculina para a feminina, sofre interferência, causando assim conflitos 
psicológicos a respeito do ato sexual ou da sexualidade em geral. 
 
 Como conseqüência, poderia ter uma ausência de descarga-orgástica por meio da 
ação do pênis na vagina, durante o ato sexual.Todavia, essas mulheres são capazes de 
resposta orgástica, por meio do ato sexual. 
 
 
 
 
Há casos fixados na posição sexual ativa clitoriana-masculina que são fixados ao 
objeto mãe e conservam-na como objeto de seus desejos sexuais. 
 
 “Quanto maior a quantidade dos impulsos que permanecem fixados neste ponto, 
mais claros, em termos clínicos, comportamentais e fenomenológicos, são as posições 
masculinas extrema e as intensas hostilidades, inveja, rejeição e aversão pelos homens, em 
termos sexuais, deste grupo de mulheres. O melhor exemplo é dado por aquelas mulheres 
homossexuais para quem a gratificação sexual provém quase que exclusivamente do papel 
masculino-ativo na relação homossexual. ” (1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________ 
(1) NAGERA. H. A Sexualidade Feminina e o Complexo de Édipo. Rio de Janeiro, Imago, 1983, 66 p. 
 
 
 
 
CAPÍTULO V 
 
Escolha Objetal 
 
 
 “Se a escolha amorosa de uma mulher está submetida, como a do homem, a uma 
clivagem entre escolha de objeto anaclítica e escolha de objeto narcísica, esta clivagem é, 
por outro lado, complicada pela oscilação masculinidade-feminilidade.” (1) 
 
 Há duas formas de escolha amorosa para uma mulher: a escolha analítica e a escolha 
narcísica. 
 
 Uma mulher quando faz uma escolha objetal, segundo o modelo paterno, ela tenta 
reproduzir inconscientemente sua relação com a figura do pai vivida na fase edípica. 
Porem, ela também poderá fazer uma escolha narcísica de homem.Nessa escolha ela 
procurará, também inconscientemente o homem que desejou ser no seu período pré-
edipiano. 
 
Segundo Freud a escolha narcísica é a mais freqüente.No texto “A Feminilidade” 
Freud coloca também que a escolha feita segundo o modelo paterno não tarda a deixar 
reaparecer a mãe através do pai. 
 
 
A mulher faz ressurgir na sua relação com o marido, a relação que teve com a mãe. 
O êxito do casamento depende de uma corrente redistribuição de identificações. 
 
“Se uma mulher tem a tendência a reencontrar uma mãe na pessoa de seu marido – 
mesmo que este tenha sido inicialmente escolhido conforme o modelo paterno – a arte do 
casal consistiria, praticamente na intervenção dos papéis, e a fazer de modo a que o 
marido venha ocupar o papel do filho e a mulher, o papel da mãe”.(1) 
 
 Para Freud o nascimento de um primeiro filho tem o efeito de mutação na 
identificação. Porém, “O próprio casamento não é verdadeiramente garantido, enquanto a 
mulher não conseguir de seu homem seu filho, e agir com ele como sua mãe”.(2) 
 
 Freud também coloca no texto “A feminilidade” que um segundo casamento para a 
mulher teria mais possibilidade de êxito que o primeiro, pois, se a escolha de um marido 
está vinculada, para a mulher, a figura de sua mãe, esta tenta reproduzir com o marido toda 
a hostilidade dirigida a sua mãe; e, além disso, a viver o conflito mãe-filha na relação 
marido e mulher. Quando essa relação fosse esgotada, um segundo casamento poderia obter 
mais sucesso. 
 
 
 
___________________________ 
 
(1) André, S. O que quer uma Mulher? Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1987, 201 p. 
(2) Freud S. A feminilidade vol. XXII 163 p. 
 
 
 
CAPÍTULO VI 
 
O Desejo da Mulher 
 
 O que uma mulher deseja é que algo possa vir no lugar do significante faltoso 
(falo),que ponto de apoio lhe seja fornecido precisamente lá onde o inconsciente a deixa 
abandonada. Tal reivindicação pode tomar diversos caminhos. 
 O primeiro é o da histeria. esta foge do irrepresentável da feminilidade. 
 Uma outra via é a mascarada. Segundo Joan Riviere (1), a mascarada tende a se 
aceitar como não fálica, mas só pode fazê-lo sob a forma de abandono: ela não tem mais 
(falo), porque, tendo-o possuído, quis se desfazer dele. Ela realiza uma encenação 
imaginária do não-todo: a representação de mulher castrada funciona como signo que 
protege contra a falta de significante na feminilidade. 
 
 
 
 
 
 
_________________________ 
(1) Mencionada no livro de Serge André – “O que quer Uma Mulher?” 283 p. 
 
 
 6.1 A Histeria 
 
 É do lugar e do papel do outro enquanto o outro sexo que se trata no sintoma 
histérico. Os sintomas histéricos são substitutivos, produzidos por conversões para o 
retorno associativo de experiência traumática. Daí repulsa ao sexo. 
 
 A natural passividade sexual da mulher, explica sua maior suscetibilidade a histeria, 
pois a histeria se constrói a partir de uma experiência primária de passividade sexual. Uma 
experiência, sofrida com indiferença ou com um pouco de indignação ou de susto, cujo 
esquema do recalque permanece paralelo ao sentido do trauma: o insuportável é a posição 
passiva, a posição de objeto, entregue ao gozo do outro. 
 O pai da histérica torna-se sua fantasia o sedutor, já a histérica é vítima de uma 
sedução; além do mais para a histérica o pai é sempre impotente, ela é denúncia dessa 
impotência. 
 Se o sintoma é o retorno do recalcado, o sintoma histérico na mulher, é o retorno da 
sexualidade masculina na infância. 
 
 Um sintoma histérico representa a conciliação entre impulsos libidinais e impulsos 
repressores, mas também representa a expressão de duas fantasias de caráter sexual oposto. 
Nas fantasias histéricas encontra-se num caráter feminino e um caráter masculino. 
 
 Em um caso de histeria atendido por Freud (1), a jovem Dora, precisava saber o que 
tinha a senhora K para atrair seu pai e o senhor K. O desejo de Dora não era um desejo 
puramente homossexual, mas sim de encontrar uma resposta para sus indagações quanto à 
feminilidade ameaçada. 
 
 A respeito da jovem homossexual (2) atendida por Freud, cuja vida quis dar fim por 
um amor não correspondido, não se tratava de uma perspectiva como pensava Freud, para 
Lacan, a jovem era uma histérica. 
 
 A jovem queria negar o desejo paterno. Percebe-sesua questão em relação ao pai no 
momento que ela é surpreendida pelo mesmo junto à amada; não suportando o dor de um 
amor impossível, agravatado pelo flagrante dado pelo pai, a jovem joga-se contra um muro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________ 
(1) Freud, S. Fragmentos da Análise de um Caso de Histeria. Volume VII, Rio de Janeiro, imago, 1969, 
13-109 p. 
(2) Freud, S. A Psicogênese de um Caso de Homossexualismo numa Mulher. Volume XVIII, Rio de 
Janeiro, Imago, 185 p. 
 
 
 
6.2 A Mascarada 
 
 “As mulheres que aspiram a uma certa masculinidade podem se revestir da 
máscara da feminilidade para afastar a angústia e evitar a vingança por parte dos 
homens”. (1) A mascarada faz-se de mulher, ela reveste-se de sua aparência como modo 
desviado de afirmar sua masculinidade; essa masculinidade feminina não é simplesmente 
uma bissexualidade inerente a todas e todos, não é uma tendência inata, mas sim o 
resultado de uma interação de conflitos e uma reação contra a angústia. 
 
 A mascarada joga sua masculinidade em um véu, esse véu é revestido de uma 
feminilidade abundante, ela mostra-se excessivamente feminina. A feminilidade pode servir 
de máscara para dissimular a masculinidade, nesse caso, seria a posição fálica assumida 
pela mulher. 
 
 
 
 
_________________________ 
 
(1) RIVIÉRE, J. citado por André, S. O Que Quer Uma Mulher? Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 
1987, 276 p. 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Baseado em leituras feitas de livros cujo assunto era a sexualidade feminina, 
segundo a psicanálise, concluí-se que a mulher dificilmente atinge a sexualidade realmente 
madura. 
 
O percurso feito pelo homem para a resolução de Édipo até ema sexualidade adulta 
é bem menor e menos complexo que o da mulher. 
 
A mulher precisa fazer uma trajetória que significa vencer questões dificilmente 
ultrapassáveis, além do mais, ela é marcada pela castração, marca essa que acompanhará a 
mulher por sua vida inteira. 
 
A questão fálica se faz presente em todo o ser humano; No homem a presença do 
falo, na mulher a ausência. Essa ausência na mulher, a coloca diante de diferentes posições 
quanto à sua sexualidade; quer ela aceite, quer ela ignore, quer rejeite. 
 
Acredito que no sintoma da histérica ou na dissimulação da mascarada, está a 
denúncia de toda a problemática feminina. Toda a mulher está suscetível à histeria, umas 
mais e outras menos; pois toda a mulher vive a inveja do pênis e depara com sua ferida 
narcísica. 
 
Concordo com a idéia de Freud e outros a respeito do comportamento feminino. A 
mulher tenta suplantar sua falta, que a deixa em desvantagem com o homem, através de sua 
própria feminilidade e de desejo de ter um filho. 
 
A mulher muito mais que o homem preocupa-se com sua aparência. O narcisismo 
na mulher está muito mais acentuado do que no homem. Penso que isso se dá pelo próprio 
sentimento de inferioridade vivido pela menina pelo fato de sentir-se faltosa. A mulher não 
possui o falo, mas ela pode ser objeto de desejo masculino, ela em determinadas horas pode 
ser o próprio falo. Na opinião de Freud, a mulher para ele é inatingível como descrito em 
sua obra. 
 
O próprio Freud reconhece seu limite nesse assunto, faltou-lhe talvez maiores 
condições de escuta para a mulher; porém, segundo Lacan não se pode falar a mulher, pois 
essa não permanece indizível, um enigma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
FREUD, Sigmund. Três Ensaios Sobre Sexualidade, volume VII: Rio de Janeiro, Imago, 
1969. 
 
FREUD, Sigmund. sobre o Narcisismo, volumo XIV Rio de Janeiro, Imago 1969. 
DOLTO, Françoise. Sexualidade Feminina. Martins Fontes Editora Ltda, São Paulo, 1989. 
ANDRÉ, Serge. O Que Quer uma Mulher? Jorge Zahar Editor Ltda, Rio de Janeiro, 1987. 
FREUD, Sigmund. (1905) “Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade”. Editora Standard 
Brasileiras das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Volume VII, Rio de 
Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1914)”Sobre o Narcisismo”. Editora Standard Brasileiras das Obras 
Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Volume XIV, Rio de Janeiro, Imago, 1969 
FREUD, Sigmund (1908) “As Fantasias Histéricas e Sua Relação com a 
Bissexualidade”.Editora Standard Brasileiras das Obras Psicológicas Completas de 
Sigmund Freud. Volume IX, Rio de Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1908) “Algumas Observações Gerais Sobre o Ataque Histórico”. 
Editora Standard Brasileiras das Obras Completas de Sigmund Freud. Volume IX, Rio de 
Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1908) “Sobre as Teorias Sexuais das Crianças”. Editora Standard 
Brasileiras das Obras Completas de Sigmund Freud. Volume IX, Rio de Janeiro, Imago, 
1969. 
FREUD, Sigmund (1920) “A Psicogênese de um Caso de Homossexualismo numa 
Mulher”. Editora Standard Brasileiras das Obras Completas de Sigmund Freud, Volume, 
XVIII, Rio de Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1923) “A Organização Genital Infantil”. Editora Standard Brasileira das 
Obras Completas de Sigmund Freud, Volume XIX, Rio de Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1924) A Dissolução do Complexo de Édipo”, Editora Standard 
Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, Volume XIX, Rio de Janeiro, Imago, 
1969. 
FREUD, Sigmund (1924) “Algumas Conseqüências Psíquicas da Distinção Anatômica”. 
Editora Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, Volume XIX, Rio de 
Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1931) “Sexualidade Feminina”, Editora Standard Brasileira das Obras 
Completas de Sigmund Freud, Volume XXI, Rio de Janeiro, Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1901) “Fragmento da Análise de um Caso de Histeria”.Editora 
Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, Volume VII, Rio de Janeiro, 
Imago, 1969. 
FREUD, Sigmund (1932) “A Feminilidade”, Editora Standard Brasileira das Obras 
Completas de Sigmund Freud, Volume XXII, Rio de Janeiro, Imago, 1969. 
JOHNSON, Robert A. She: A Chave do Entendimento da Psicologia Feminina, Mercuryo, 
São Paulo, 1987. 
LACAN, Jacques. Escritos, Editora Perspectiva, São Paulo, 1988. 
NAGERA, Humberto. A Sexualidade Feminina e o Complexo de Édipo, Imago, Rio de 
Janeiro, 1983. 
POMMIER, Gerard. A Exceção Feminina: os impasse do gozo, Jorge Zahar Editor, Rio de 
Janeiro, 1987. 
ROITH, Estelle. O Enigma de Freud; influencias em sua teoria sobre a sexualidade 
feminina. Imago, Rio de Janeiro, 1989. 
WEB SITE Complexo de Édipo, http\\www.portugal_linha.net\arteviver\complexo.html. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
Capa 01 
Folha de Rosto 02 
Agradecimentos 03 
Dedicatória 04 
Resumo 05 
Sumário 06 
Introdução 08 
I - Capítulo I 
 O Feminino na Mitologia 10 
II - Capítulo II 
 Feminino para Psicanálise 15 
III - Capítulo III 
Complexo de Édipo 18 
 3.1 Inibição sexual no Sexo Feminino 23 
IV - Capítulo IV 
 Algumas Influências na Solução Edíca Normal e suas conseqüências 24 
V - Capítulo V 
Escolha Objetal 26 
VI Capítulo VI 
 O Desejo da Mulher 28 
 
 
 
 6.1 A histérica 29 
 6.2 A mascarada 31 
Conclusão 32 
Referências 34 
Folha de Avaliação 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
 
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
PROJETO A VEZ DO MESTRE 
Pós-Graduação em Terapiade Família 
 
Vera Lúcia Silva Valladão 
 
 
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Conceito Final:__________________ . 
Data da Entrega: ________________ .

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