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Direito Processual PENAL I AULAS 1.docx

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Direito Processual Penal I
Prof. Paulo Renato.
Bibliografia:
Fernando da Costa Tourinho Filho (obra de 4 volumes)
Eugênio Pacelli de Oliveira 
Marcellus Polastri Lima (3 volumes)
Fernando Capez (volume único)
Paulo Rangel (não contempla toda a matéria)
Auri Lopes Jr. (divergente)
Aula em 24/02/2015 – Plano de Aula 02
1 – Introdução
1.1 Conceito
		Direito Processual Penal pertence ao ramo do Direito Público e estabelece as regras que deverão ser observadas em juízo para que o Estado possa exercer o seu direito de punir. O Direito Processual Penal é perpassado por um conflito básico. É ele:
			Direito de Liberdade x Jus Puniendi do Estado
2 – PRINCÍPIOS
2.1 Devido Processo Legal (“Due Process of Law”) – art 5º, LIV, CRFB/88.
		O princípio do Devido Processo Legal é o princípio basilar, no qual todos os demais princípios processuais irão buscar o seu fundamento. Ele estabelece que ninguém pode perder os seus bens ou a sua liberdade sem a observância de um procedimento com regras expressamente previstas em Lei (contraditório, ampla defesa, juízo natural).
		
2.2 Contraditório (art. 5º, LV, CRFB/88)
		A professora Ada Pelegrini sustenta que o princípio do contraditório tem como fundamento um binômio: necessidade / possibilidade.
		Necessidade de informação – todas as vezes que uma das partes pratica um ato no processo a outra parte deve ser informada.
		Possibilidade – de defesa (a defesa é obrigatória). A liberdade é bem indisponível.
		Exemplo: artigos 396; 396-A; 263, CPP.
3. Ampla Defesa (Art. 5º, LV, CRFB/88
		O princípio da Ampla Defesa estabelece que as partes tem o direito de produzir as provas lícitas necessárias (Art. 5º, LVI, CRFB/88) para demonstrar a sua verdade dos fatos.
4. Igualdade entre as Partes
		A Doutrina defende a existência de duas formas de igualdade. A igualdade real, na qual todos são iguais perante a Lei sem qualquer distinção e a igualdade proporcional ou substancial, que tem como base a justiça distributiva de Aristóteles, sendo necessário se tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais na medida em que se desigualam.
		Revisão criminal – art. 626, CPP. 
5. Presunção de inocência
		 No Brasil todos são inocentes até o “trânsito em julgado” da sentença penal condenatória (art. 5º, LVII, CRFB/88).
6. Iniciativa das partes
		A Jurisdição é inerte, especialmente no sistema acusatório, ela necessita de provocação para se manifestar, porque “jurisdictio ne procedat ex officio” (a jurisdição não se processa de ofício).
7. Imparcialidade do Juiz
		O Estado chamou para si o monopólio da administração da Justiça. Atualmente, em princípio, não cabe a autotutela, salvo exceções. Para que haja segurança jurídica é necessário que os juízes sejam imparciais, não podendo estar suspeito (art. 254, CPP) nem impedido (art. 252, CPP).
8. Verdade Real
		Do ponto de vista processual existem dois sistemas para a obtenção da verdade:
Sistema da verdade formal – nesse sistema o juiz é um ser inerte do ponto de vista do quadro probatório. Ele deve se limitar a analisar as provas trazidas pelas partes ao processo, porque “quid non est in autos non est in mundo” (o que não existe nos autos não existe no mundo).
Sistema da verdade real – nesse sistema o juiz é um ser ativo do ponto de vista do quadro probatório. Ele pode - e deve - produzir provas, sempre que entender necessário na busca da verdade dos fatos, para verificar como eles ocorreram na vida de relação. Exemplos: art. 156 e 209, CPP. Criticado pela Doutrina.
Observação: alguns autores entendem que a produção de provas pelo juiz viola o princípio da imparcialidade do julgador. Entretanto, o juiz quando determina a produção de uma prova não tem como saber, a priori, o seu resultado e nem tampouco a que parte irá interessar, razão pela qual não há que se falar em violação ao princípio da imparcialidade (ver Geraldo Prado).
Aula em 03/03/2015 – Plano de Aula 02
9. Publicidade dos atos do processo
Os atos processuais, via de regra, são públicos. Só haverá segredo de justiça quando a intimidade das pessoas ou o interesse social exigirem (art. 5º, LX – CRFB/88).
10. Motivação das decisões
		O art. 93, IX, CRFB, exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas de forma específica, sob pena de nulidade.
Observação: os princípios da publicidade dos atos processuais e o princípio da motivação das decisões apresentam uma dupla finalidade;
	1ª – dar ciência às partes dos atos processuais, possibilitando o conformismo ou o inconformismo da parte .
	2ª – possibilitar o controle popular dos atos judiciais.
11. Favor Rei
		É o princípio que orienta a interpretação das normas processuais penais. Elas deverão ser interpretadas sempre da forma mais benéfica para o acusado. Alguns autores entendem que “Favor Rei” e “ln dubio pro reo” são a mesma coisa (ver art. 366, CPP e súmula 415-STJ).
12. Juiz Natural
		Os órgãos jurisdicionais devem ser criados observando-se as normas estabelecidas na Constituição e antes do fato que será objeto de julgamento. O princípio do Juiz Natural objetiva evitar a criação de juízos ou tribunais de exceção, vedados no art. 5º, XXXVII – CRFB.
DAS PROVAS DO PROCESSO PENAL
Conceito
		Prova é um meio instrumental de que se valem os sujeitos principais do Processo para demonstrar a verdade dos fatos.
Limites ao direito de provas
O principal limite ao direito de provas está no art. 5º, LVI da Constituição, consiste na vedação de provas obtidas por meio ilícito.
Prova ilícita originária
É a prova produzida com violação de uma norma constitucional ou infraconstitucional, conforme art. 157, caput – CPP
Prova ilícita derivada ou por derivação
É a prova que mesmo tendo sido produzida de forma lícita torna-se ilícita porque decorre, guarda nexo de causalidade, com outra prova ilícita.
Teoria dos frutos da árvore envenenada:
	. Interrogatório mediante tortura (prova ilícita originária)
	. Busca e apreensão domiciliar com ordem judicial durante o dia (prova lícita derivada)
Plano de Aula 01
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
Introdução
O processo penal tem a sua origem nas chamadas “ordálias” ou “juízo de deus”. Eles consistiam em testes que se impunham aos acusados para verificar a sua culpa ou inocência. Exemplo: amarrava-se uma pedra nas pernas do acusado e jogavam-no no rio. Se ele afundasse, era culpado; se boiasse era inocente.
Sistema inquisitivo ou inquisitorial
O sistema inquisitivo teve seu apogeu na Europa continental, por volta do século XV. No Brasil, ele foi utilizado nas ordenações do reino (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas) e manteve resquícios até a entrada em vigor da Constituição de 1988.
O sistema inquisitivo apresenta algumas características. São elas: a figura do acusador e do julgador concentravam-se na mesma pessoa (principal característica), os atos processuais eram secretos e admitia-se o uso da tortura para obtenção da confissão.
Sistema acusatório
O sistema acusatório apresenta algumas características, quais sejam: a figura do acusador e a figura do julgador estão em pessoas diferentes (principal característica – art. 129, I, CRFB), os atos processuais são públicos e existe contraditório, ampla defesa e o devido processo legal.
Sistema Brasileiro
A Constituição de 1988 adotou o sistema acusatório. Contudo, o CPP é de 1941 e de origem inquisitiva. Ele, por exemplo, autoriza o juiz a ter uma postura ativa do ponto de vista do quadro probatório. Essa situação provoca acirrada crítica pela Doutrina porque o juiz ao produzir provas, por vezes, substitui as partes, fazendo com que alguns autores entendam que o sistema adotado no Brasil seria o acusatório impuro ou neoinquisitorial.
SUJEITOS PROCESSUAIS
Sujeitos Principais
Os sujeitos principais do processo são a Acusação e a Defesa, que são considerados sujeitos parciais e o juiz que é considerado sujeito imparcial. Na verdade, os sujeitos principais do processo são aspessoas que integram a relação jurídica de direito processual.
			Imparcial – Juiz
Sujeitos Principais
					Acusação = MP / Querelante
			Parciais
					Defesa: Réu / Querelado
	J
A		R
Sujeitos Secundários
São as pessoas que mesmo não integrando a relação jurídica de direito processual contribui com seu trabalho para o bom andamento do processo. Exemplo: serventuários da Justiça.
Alguns autores incluem o sujeito eventual (carteiro).
Juiz
O juiz é o sujeito imparcial do processo. Ele não poderá estar suspeito (art. 254, CPP), nem impedido (art. 252, CPP). O juiz tem a função de zelar pelo bom andamento do processo e decidir as questões que surgirem, sentenciando ao final.
3.2 Conciliador
		
O conciliador é um auxiliar do juiz, devendo, portanto, ser imparcial. O conciliador tem a função de tentar um acordo entre as partes. 
3.2 Juiz Leigo (art. 98, I, CRFB)
O juiz leigo é um auxiliar do juiz, devendo, portanto, ser imparcial. Ele irá presidir audiências, ouvir testemunhas, apreciar as provas e fazer uma minuta da sentença, que só terá validade depois de assinada pelo juiz togado.
4. Acusação 
A acusação, na Ação Penal Pública, é feita pelo MP e na Ação Penal Privada é feita pelo ofendido, seu representante legal (nos casos de incapacidade) ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença, necessitando do patrocínio de um advogado.
5. Ministério Público
É um órgão do Estado dotado de autonomia que pode atuar de duas maneiras:
Órgão agente – o MP será órgão agente quando ele estiver propondo a Ação, ou seja, quando ele for parte da relação jurídica de direito processual
Órgão interveniente – o MP será órgão interveniente quando ele for fiscal da lei, ou seja, Custus Legis (art, 48, CPP).
Aula em 10/03/2015 – Plano de Aula 02 – Continuação.
2. Assistente da acusação
		Nas Ações Penais Públicas o ofendido, seu representante legal nos casos de incapacidade e sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença, poderão se habilitar como assistente da Acusação (art. 268, CPP). O Assistente da Acusação, via de regra, é a vítima e não o advogado.
Observação: alguns autores entendem que o ofendido tem interesse em atuar como assistente da Acusação em todo e qualquer crime, porque ele tem interesse na condenação do Réu para que seja feita justiça. Entretanto, predomina o entendimento de que o ofendido só tem interesse em atuar como assistente da Acusação quando o crime deixar uma repercussão patrimonial, porque a intenção do ofendido é obter a sentença condenatória para que ele possa obter indenização no Juízo Cível.
3. Ação Penal Privada
		A Ação Penal Privada será proposta pelo ofendido seu representante legal nos casos de incapacidade e sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença, poderão se habilitar como assistente da Acusação.
5 – Defesa
5.1 Defensor Constituído
		É o advogado que o Réu escolhe para patrocinar a sua defesa. Ele irá atuar em juízo por meio de uma Procuração.
5.2 Defensor Dativo
		É o defensor nomeado pelo juiz para o Réu que não tenha defensor constituído (art. 263 e 396-A, §2º). Via de regra essa função é exercida pela Defensoria Pública.
(Cartão de crédito - Anatocismo?????)
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
		A jurisdição é uma função do Estado, reflexo da soberania. Esta, do ponto vista interno, consiste na capacidade de um Estado em aplicar as suas leis no seu território, e do ponto de vista externo consiste na não ingerência internacional no ordenamento jurídico de um Estado. Em razão disso, a lei processual penal de um país será aplicada no território desse país. Assim sendo, no Brasil aplica-se em todo o seu território a lei processual penal brasileira, respeitados os tratados e convenções internacionais que o Brasil seja signatário (art. 1º, CPP).
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
		O art. 2º do CPP estabelece que a lei processual penal nova tenha efeito imediato, alcançando o procedimento no estado em que se encontra. Ela regulará os atos processuais futuros aproveitando-se os atos processuais já praticados.
Observação: o art. 5º, XL – CRFB estabelece que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o acusado. Alguns autores entendem que o termo “lei penal” na Constituição seria um gênero, do qual lei processual penal e lei material penal seriam espécies. Em razão disso a lei processual penal teria efeito imediato. Porém, não poderia retroagir salvo para beneficiar o acusado.
POLITIA (Latim)
		O termo em latim, na Roma antiga, originariamente significava políticas de estado para a segurança pública. Posteriormente, passou a designar os órgãos que desempenhavam essas políticas de estado, tendo chegado ao Brasil a palavra Polícia.
		
Politia
							Polícia Militar (art. 144, §5º - CRFB/88)
			
		De segurança ou Administrativa	Polícia Rodoviária Federal (art. 144, §2º - CRFB/88)
							Polícia Ferroviária Federal (art. 144, §3º - CRFB/88)
Polícia
				Polícia Federal (art. 144, §1º - CRFB/88)
		Judiciária
				Polícia Civil (art. 144, §4º - CRFB/88)
1. Polícia de Segurança ou Administrativa
		Ela tem a função precípua de garantir a ordem pública por meio do policiamento ostensivo.
2. Polícia Judiciária
	
		Tem a função precípua de fazer a investigação criminal.
II – INQUÉRITO POLICIAL
1. Conceito
		Inquérito é um procedimento, via de regra, realizado pela polícia judiciária, com o objetivo de levantar os elementos mínimos necessários, para que o legitimado possa propor a ação penal.
Observação: Procedimento é um conjunto de atos encadeados e ordenados logicamente, tendentes a uma finalidade (art, 6º).
2. Natureza Jurídica
		O inquérito é o procedimento administrativo.
3. Titularidade
		O titular do inquérito é o Estado (art. 17, CPP), representado pelo Delegado de Polícia que irá presidir o inquérito.
Características
Escrito
Os atos do inquérito serão reduzidos a termo
Sigiloso
O inquérito é sigiloso porque os seus atos não estão franqueados para o público em geral. Entretanto, se sigiloso, não significa ser secreto pois algumas pessoas poderão ter acesso aos autos do inquérito como, por exemplo, os advogados, que tem direito de acessar aos atos do inquérito, especialmente aqueles que já foram concluídos. Conforme se observa, o art. 7º, XIV da Lei 8.906/94 e da Súmula Vinculante nº 14, do STF.
Inquisitorial
O inquérito é inquisitorial porque nele não há contraditório.
Observação: há uma posição doutrinária (e algumas decisões do judiciário) de que o início do contraditório se faz necessário ainda na fase do inquérito, quando o ato não pode ser repetido com eficácia durante o processo. Exemplo: formulação de quesitos aos peritos.
Investigação diretamente pelo MP
A doutrina diverge com relação a possibilidade do MP fazer a investigação penal diretamente.
1ª posição: o MP não pode fazer a investigação penal, porque essa atribuição não lhe foi dada diretamente pelo legislador constituinte originário, no art. 129 – CRFB. A atribuição de investigar foi conferida às polícias judiciárias no art. 144 – CRFB.
2ª posição: o art. 129 – CRFB não conferiu ao MP a atribuição de fazer a investigação penal diretamente, conforme ocorre para as polícias judiciárias no art. 144 – CRFB. Porém, o art. 129, VIII – CRFB confere ao MP o poder de requisitar a instauração de inquérito e a realização de diligências. Requerer significa pedir, requisitar significa ordenar. Assim sendo, se o MP pode ordenar a instauração de inquérito e a realização de diligências, pela teoria dos poderes implícitos ele poderá investigar diretamente (“quem pode mais, pode menos” – essa é a posição do STF).
Prescindibilidade do Inquérito 12 / 39, §5º
O inquérito poderá ser dispensado se o legitimado dispuserdos elementos mínimos necessários para propor a Ação Penal; caso contrário o inquérito será necessário.
Aula em 17/03/2015 – Plano de Aula 0
Formas de instauração do Inquérito
Cognição imediata – art. 5º, I – CPP – Portaria
Na cognição imediata a autoridade policial, ou seja, o delegado toma ciência da prática de uma infração penal em razão das suas atividades normais de trabalho. O delegado, de ofício, manda instaurar o inquérito por meio de um ato administrativo chamado “portaria”. No CPP, autoridade policial é o delegado.
Cognição coercitiva – art. 5º, I – CPP – APF (Auto de Prisão em Flagrante)
Na cognição coercitiva a autoridade policial toma ciência da prática de uma infração penal pela apresentação, na delegacia, de uma pessoa presa em flagrante. O delegado mandará instaurar o inquérito por meio do APF (Auto de Prisão em Flagrante).
Cognição mediata – art. 5º, II – CPP – Requerimento – ofendido
MP
– Requisição
		Juiz
		
A autoridade policial toma ciência por informação prestada pela vítima ou pelo MP. Ele irá instaurar inquérito a requerimento do ofendido (Notitia Criminis ou notícia do crime) ou por requisição do MP. 
Observação: a doutrina diverge se o Juiz pode ou não requisitar instauração de inquérito.
1ª posição: o Juiz pode requisitar a instauração de inquérito porque o art. 5º, II – CPP autoriza.
2ª posição: atualmente tende a ser majoritário, na doutrina, o entendimento de que o Juiz não pode requisitar instauração de inquérito, pois essa atribuição não lhe foi conferida na Constituição, conforme ocorre para o MP no art. 129, VIII da CRFB/88.
Termo Circunstanciado
É a denominação dada no procedimento investigatório das infrações de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes com pena máxima em abstrato com pena máxima não superior a 2 anos) conforme artigos 61 e 69, da Lei 9099/95.
Delatio Criminis
É a informação que qualquer do povo, que não seja a vítima, presta na delegacia com relação a ocorrência de um crime de Ação Penal Pública. 
O delegado, antes de instaurar o inquérito, deverá mandar realizar a VPI (Verificação da Procedência das Informações), conforme previsto no art. 5º, §3º - CPP. A VPI tem por objetivo impedir a “vingança privada”. 
“Denúncia” anônima e Art. 5º, IV – CRFB/88. 
O termo “denúncia” não é utilizado com o seu significado técnico, pois este é o nome da petição inicial que deflagra a Ação Penal Pública (Art. 24, CPP). Melhor seria utilizar o termo “delatio” ou delação.
A doutrina diverge com relação a possiblidade da delatio anônima poder ensejar, de forma válida, a instauração de um inquérito.
1ª posição: alguns autores entendem que a delatio anônima não poderia ensejar a instauração de um inquérito, porque ela viola o art. 5º, IV da CRFB/88, que garante a liberdade de expressão mas veda o anonimato.
2ª posição: a maior parte da doutrina admite que a delatio anônima serve de base para a instauração do inquérito, com fundamento no princípio da proporcionalidade.
O Brasil não adotou a teoria da hierarquia entre normas constitucionais, de Otto Von Bacoff. O Brasil adotou o sistema da cedência recíproca, no qual todas as normas constitucionais possuem a mesma hierarquia. Dessa maneira, havendo conflito entre normas constitucionais, faz-se necessário ponderar os valores inerentes a cada norma para verificar qual norma deverá preponderar.
Assim sendo, pelo princípio da proporcionalidade, é possível se utilizar da delatio anônima para instaurar um inquérito todas as vezes que houver supremacia do interesse social na apuração de infrações penais, relativizando-se a regra do Art. 5º, IV da CRFB/88. De qualquer maneira deverá ser realizada a VPI antes da instauração do inquérito.
Justa Causa para a instauração do Inquérito
Justa Causa está sempre relacionada com autoria e a existência de uma infração penal. A Justa Causa para a instauração de um inquérito consiste em indícios de autoria e indícios da existência de uma infração penal (Justa Causa para instauração da Ação – art. 312, parte final - CPP).
Habeas Corpus para excluir o indiciamento (trancar o Inquérito)
A instauração do inquérito exige justa causa. Se ele for instaurado sem essa, o indiciado pode impetrar um Habeas Corpus pedindo ao juiz que exclua o seu nome do inquérito.
Instauração do Inquérito
Crimes de ação Penal Pública Incondicionada
O delegado pode instaurar o inquérito de ofício, não necessitando de nenhuma manifestação do legitimado.
12.2 Crimes de Ação Penal Pública condicionada a Representação 
O delegado só poderá instaurar o inquérito se houver representação do legitimado (Art. 5º, §4º - CPP).
12.3 Crimes de Ação Penal Privada
O delegado só pode instaurar o inquérito a requerimento do legitimado para propor a Ação (Art. 5º, §5º - CPP).
PRISÃO EM FLAGRANTE
Conceito
A palavra flagrante deriva dos termos em latim FLAGRANS ou FLAGRARE, cujo significado era queimar, o crepitar das chamas. Assim sendo, a prisão em flagrante seria aquela realizada no momento em que “ardem as chamas” de um delito. O Legislador brasileiro ampliou esse conceito, criando três espécies de flagrante.
Espécies
Flagrante próprio – art. 302, I e II do CPP.
Flagrante impróprio – art. 302, III do CPP.
Flagrante presumido – art. 302, IV do CPP.
Observação: a doutrina diverge com relação ao significado dos termos “logo após”, no flagrante impróprio, e o termo “logo depois”, no flagrante presumido.
O termo “logo após”, no Art. 302, III – CPP, para alguns autores seria o lapso temporal de 24 horas, porém, predomina o entendimento de que o estado de flagrante impróprio perdurará enquanto persistir a perseguição.
O termo “logo depois”, no Art. 302, IV – CPP, para alguns autores seria o lapso temporal de 24 horas, porém, predomina o entendimento de que o termo “logo depois” deve ser interpretado com base no princípio da razoabilidade, podendo chegar a uma semana / quinze dias.
Aula em 17/03/2015 – Plano de Aula 05
ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO
Conceito 
É o ato que encerra o inquérito por falta de elementos mínimos necessários para o oferecimento da denúncia.
Natureza Jurídica
Alguns autores entendem que o arquivamento seria um ato administrativo, pois o Inquérito é um ato administrativo. Entretanto, predomina o entendimento de que o arquivamento é uma decisão, pois é ordenado pelo juiz.
Sujeito Ativo
Ação Penal Pública
Concordando		ordena (art. 18, CPP)	Arquivamento 
MP			Juiz 
										Oferece denúncia
										
Não concordando	Remete		PGJ	Ordena que outro Promotor ofereça a denúncia
										Insiste no arquivamento
				Vincula o Juiz
Ação Penal Privada
A maior parte da Doutrina entende que não cabe o pedido de arquivamento nas Ações Penais Privadas, pois o Legislador estabeleceu outros institutos para que o Legitimado abdique do direito de ação (renúncia, decadência). O Legitimado tem 6 meses para propor a ação, senão decai o direito.
O professor Tourinho Filho entende que caso o Legitimado distribua uma petição requerendo o arquivamento, o juiz deverá receber essa petição como sendo renúncia expressa.
Modalidades de arquivamento
Expresso
No arquivamento expresso o MP requer o arquivamento por escrito, explicando as razões. O arquivamento expresso pode ser:
Objetivo
O arquivamento objetivo recai sobre fato delituoso.
Subjetivo
O arquivamento subjetivo recai sobre pessoa.
Implícito
O arquivamento implícito também pode ser objetivo ou subjetivo. Ele ocorre quando o MP oferece denúncia para um fato e/ou pessoa silenciando com relação a outro fato e/ou pessoa. Seria como se tivesse ocorrido um esquecimento. Na realidade não houve esquecimento, o MP deixou de oferecer a denúncia para o fato e/ou pessoa porque não haviam os elementos mínimos necessários.
Observação: O STF entende que o arquivamento implícito não seria válido, porque dificulta o controle dos princípios inerentes à Ação Penal Pública.Definitividade da Decisão
A decisão que ordena o arquivamento faz coisa julgada formal. Ela traz, íncita, a cláusula “Rebus Sic Stantibus”, ou seja, mantida a situação da coisa. Assim sendo, se surgirem notícias de novas provas o inquérito poderá ser desarquivado (Art. 18, CPP).
Provas formalmente novas
São aquelas que não existiam ao tempo do inquérito, mas que não alteram a situação fática que ensejou o arquivamento.
Prova indiciária: há indícios de que um crime ocorreu.
Provas substancialmente novas
São aquelas que não existiam ao tempo do inquérito, mas que alteram a situação fática que gerou o arquivamento. São essas que permitem o desarquivamento.
Art. 564, III, b – CPP.
Observação: Há uma hipótese de arquivamento em que não será possível ocorrer o desarquivamento. Isso ocorre nos casos de extinção da punibilidade.
Artigo 18, CPP e Súmula 524 STF
Arquivamento e Queixa-Crime Subtitutivo
Queixa-Crime substitutiva é o nome da Petição inicial que deflagra a Ação Penal Privada subsidiária da Pública. Essa tem cabimento quando o MP fica inerte, deixando transcorrer “in albis” os prazos do Art. 46 – CPP, conforme se observa no Art. 5º, LIX – CRFB e Art. 29 – CPP.
Assim sendo, quando o MP requer o arquivamento, o Legitimado não pode propor a Ação Penal Privada subsidiária da Pública, por meio da Queixa-Crime Substitutiva porque o MP não quedou-se inerte.
Prazos para conclusão do inquérito
10 dias indiciado preso
Regra Geral (Art. 10, CPP)
30 dias indiciado solto
Exceções com o indiciado preso
Polícia Federal: 15 dias (Art. 66, Lei 5010/66) prorrogáveis por mais 15 dias.
Regra: 05 dias (Art. 2º, Lei 7960/89) prorrogáveis por mais 05 dias.
Crimes hediondos e equiparados: 30 dias (Art. 2º, §4º, Lei 8072/90) prorrogáveis por mais 30 dias.
Lei de Drogas
30 dias – indiciado preso
Art. 51, Lei 11343/06
				90 dias – indiciado solto
Plano de Aula 06
AÇÃO PENAL
Fundamento Constitucional
A Ação Penal possui um fundamento expresso no Art. 5º, LIX – CRFB, e UM fundamento implícito no Art. 5º, XXXV – CRFB, que enuncia o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição.
Conceito
A Ação é o direito de exigir do Estado a prestação jurisdicional.
Observação: A prestação jurisdicional é qualquer manifestação do Estado Juiz, inclusive quando extingue o processo sem resolução do mérito. A tutela jurisdicional consiste numa prestação jurisdicional com um “plus”, que consiste na proteção ao direito de alguém.
Características (ou Natureza Jurídica)
Ação é um direito subjetivo público, abstrato e autônomo.
Titularidade
Exercício do Direito de Ação
Ação Penal Pública
Ação Penal Privada
Condições para o legítimo exercício do Direito de Ação.
Genéricas
 Legitimidade
 Interesse de agir
 Possibilidade Jurídica do pedido
 Justa Causa
Específicas
Toda e qualquer ação deve preencher as condições genéricas para o legítimo exercício do Direito de Ação. Algumas Ações além dessas necessitam preencher, também, algumas condições específicas previstas em Lei. Como exemplo temos a Representação, nos crimes de Ação Penal Pública Condicionada.
Observação: A Representação, tecnicamente, do ponto de vista da Teoria Geral do Processo é uma condição específica para o legítimo exercício do Direito de Ação. Porém, no processo penal normalmente ela é chamada de Condição de Procedibilidade.
Classificação subjetiva
	AÇÃO PENAL
	
	Incondicionada
	
	
	Pública
	
	
	
	
	
	à Representação (art. 147, p. ú. - CP). Lesão corporal leve e culposa – art. 88, Lei 9090/95, exceto se Violência Doméstica.
	
	
	Condicionada
	
	
	
	
	à Requisição do Ministro da Justiça (ex. art. 145, p. único - CP)
	
	
	
	
	
	Privada Subsidiária da Pública
	
	
	
	
	
	
	
	
	Propriamente dita ou exclusiva
	
	
	Privada
	
	
	
	
	Personalíssima (ex. art. 236, CP)
	
A regra geral do Processo Penal é a Ação ser Pública Incondicionada. No silêncio do Legislador, esta será a natureza da Ação. A Ação Penal será Pública Condicionada ou Ação Penal Privada quando o Legislador expressamente determinar em lei.
AÇÃO PENAL PÚBLICA
Princípios
Oficialidade
 Obrigatoriedade
 Indisponibilidade
Indivisibilidade
Intranscendência
	
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Princípios
Oficialidade
As regras que regulamentam as Ações Penais Públicas são chamadas oficiais porque são cogentes de interesse público, não podendo as partes afastarem a aplicação dessas regras por acordo de vontades.
Obrigatoriedade
Presentes os elementos mínimos necessários, o MP está obrigado a oferecer denúncia, não podendo deixar de fazê-lo por questões de foro íntimo tais como: convicções filosóficas, ideológicas ou religiosas.
Indisponibilidade
Depois de proposta a Ação Penal, o MP não poderá dela desistir (art. 42 – CPP).
Indivisibilidade
Nos casos de concurso de pessoas, o MP está obrigado a oferecer denúncia em face de todos os coautores ou partícipes desde que haja indício suficiente de autoria, não podendo deixar ninguém de fora por questões de foro íntimo.
Intranscendência
A Ação Penal não pode ultrapassar a pessoa que praticou o delito.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Nas Ações Penais Públicas Incondicionadas o MP tem o dever de agir, não necessitando de nenhuma manifestação da vítima. A Ação será proposta por denúncia do MP (art. 24 – CPP).
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO
Legitimidade
A representação não tem forma preestabelecida, consiste em qualquer manifestação do legitimado no sentido de ver o autor do delito responder pelo crime praticado.
Os legitimados são: o ofendido, seu representante legal (nos casos de incapacidade [art. 24, caput – CPP]), ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente, irmão), nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença (art. 24, §1º - CPP).
Observação: os crimes contra a honra de servidor público são de Ação Penal Pública Condicionada a Representação, por força do artigo 145, p. único – CP. Entretanto, a súmula 714-STF estabelece legitimidade concorrente do ofendido mediante queixa e do MP mediante representação. Assim sendo, nos crimes contra a honra dos funcionários públicos, poderá ser proposta tanto a Ação Penal Pública quanto Ação Penal Privada.
Prazo Decadencial
O art. 38 – CPP estabelece que o legitimado tem o prazo decadencial de 06 meses para fazer a representação, contados do dia em que ele vier a saber quem foi o autor do delito.
Menor de 18 anos
Nas hipóteses em que a vítima é menor de 18 anos, somente o seu representante legal poderá fazer a representação, dispondo de prazo decadencial de 06 meses. Entretanto, quando a vítima completar 18 anos irá se iniciar para ela um prazo decadencial de 06 meses.
Observação: o casamento produz a emancipação para os atos da vida civil, não tendo repercussão na esfera penal.
Eficácia objetiva da Representação
A Representação é do fato e envolve todos que dele tenham participado, conhecidos ou não pela vítima.
	 Ameaça
Representante			 
							 6 meses
			Vítima									
 Vítima							 18 anos		6 meses
 17 anos
Retratação e seu efeito
A Retratação importa na retirada da Representação. Ela poderá ocorrer até o momento do oferecimento da denúncia, conforme se observa a contrário senso do art. 25 – CPP.
A Representação é uma condição de procedibilidade, o MP não pode oferecer denúncia sem ela. A Retratação importa na retirada da condição de procedibilidade, impedindo a propositura da Ação por parte do MP.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
A Requisição do Ministro da Justiça é uma condição de procedibilidade sem a qual o MP não pode propor a Ação Penal.
Retratação da Requisição do Ministro da Justiça.
A Doutrina diverge quanto a possibilidade de haver retratação da requisição do Ministro daJustiça.
Primeira posição: o art. 25 – CPP não prevê a retratação da Requisição do Ministro da Justiça, mas essa será possível fazendo-se uma analogia no art. 25 – CPP (supre-se a lacuna existente no artigo)
Segunda posição: a maior parte da Doutrina não admite a retratação da Requisição do Ministro da Justiça, em razão da relevância dos bens jurídicos tutelados por esta espécie de Ação.
O art. 25 – CPP não menciona a Retratação da Requisição do Ministro da Justiça porque trata-se de um silêncio eloquente. O Legislador não quis permitir a Retratação da Requisição do Ministro da Justiça.
AV1
Toda a matéria menos Ação Penal Pública Condicionada a Requisição do Ministro da Justiça
Trazer a Aula 03.
Aula em 28/04/2015 – Plano de Aula 07 - 1ª aula depois da AV1.
AÇÃO PENAL PRIVADA
Princípios
Oportunidade
Disponibilidade
Indivisibilidade
Intranscendência
AÇÃO PENAL PRIVADA 
Exclusiva ou propriamente dita
Personalíssima
Condições para o legítimo exercício do direito de Ação.
Causas extintivas.
	
AÇÃO PENAL PRIVADA
Princípios
Oportunidade
Nas Ações Penais Privadas o Estado confere legitimidade extraordinária: o legitimado pode ou não propor a Ação. Caso decida fazê-lo poderá propor a ação no momento que entender mais oportuno, dentro do prazo decadencial de 6 meses.
Disponibilidade
	Depois de iniciada a Ação Penal o querelante poderá dela desistir a qualquer tempo, até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Indivisibilidade
	No caso de concurso de pessoas, o legitimado deverá propor a Ação em face de todos os coautores ou partícipes. Caso deixe alguém de fora, propositalmente, tal ato importa em renúncia tácita que a todos se estenderá (ou propõe em face de todos ou não propõe).
Intranscendência
	A Ação Penal não pode ultrapassar a pessoa que praticou o delito.
AÇÃO PENAL PRIVADA 
Exclusiva ou propriamente dita
	Na ação penal exclusivamente privada ou propriamente dita a legitimidade ativa é mais ampla, podem propor a Ação o ofendido, seu representante legal (nos casos de incapacidade – art. 30, CPP) ou sucessores (cônjuge, ascendente, descendente, irmãos) nos casos de morte ou declaração de ausência por sentença (art. 31, CPP).
Personalíssima
	A legitimidade ativa é restrita: somente o ofendido pode propor a Ação. Exemplo: art. 236, p. único, CP.
Condições para o legítimo exercício do direito de Ação.
	Todas as Ações Penais Privadas devem preencher as condições genéricas (xxxxx) para o legítimo exercício do direito de Ação. Entretanto, a Ação Penal Privada Personalíssima, do art. 236 – CP, além destas deve preencher também uma condição específica que é a sentença com trânsito em julgado que anula o casamento no juízo cível.
Causas extintivas
	 Perdão 
		Renúncia 		 
		 Perempção
 Queixa-crime
RENÚNCIA
	Trata-se de uma causa extintiva da punibilidade (art. 107, V – CP) por meio da qual o legitimado abdica do direito de propor a ação penal.
 Características
	A renúncia ocorre antes do início da ação penal e consiste em um ato unilateral, porque o legitimado não precisa da concordância do autor do delito.
Formas
Renúncia Expressa
	
	É a renúncia feita por escrito (extingue a punibilidade do autor).
Renúncia Tácita
	Importa na prática de qualquer ato incompatível com a vontade de propor a ação penal. Exemplo: tornar-se amigo íntimo do ofensor, namorado, namorada.
Observação: a renúncia tácita admite qualquer meio de prova (art. 57, CPP). Exemplos: fotografias, provas testemunhais, etc.
Extensão da Renúncia
	A Renúncia feita para um dos agentes, no caso de concurso de pessoas, a todos se estenderá (art. 49, CPP).
b) PERDÃO
	É uma causa extintiva da punibilidade (art. 105, V, CP) por meio da qual o Querelante desiste de prosseguir com a Ação Penal por motivo de indulgência.
Características
	O perdão ocorre após a propositura da Ação e consiste em um ato bilateral, pois exige a aceitação do Querelado (art. 51, CPP).
FORMAS
	Perdão Processual
	O perdão é oferecido diretamente dentro do Processo, por meio de uma petição escrita ou verbalmente em audiência.
	Perdão Extraprocessual
	O perdão extraprocessual, oferecido fora dos autos, e posteriormente trazido como prova da extinção da punibilidade. O perdão extraprocessual poderá ser oferecido por escrito, que consiste em perdão expresso, e poderá ser também tácito. O perdão tácito importa na prática de qualquer ato incompatível com a vontade de prosseguir com a Ação Penal.
Observação: o perdão tácito admite qualquer meio de prova (art. 57, CPP).
EXTENSÃO DO PERDÃO
	O perdão oferecido para um dos agentes, no caso de concurso de pessoas, a todos se estenderá, salvo para aquele que o recusar (art. 51, CPP).
“DIES AD QUEM” do PERDÃO
	O “dies ad quem” do perdão, ou seja, o último dia que o perdão pode ser oferecido é o dia do trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 106, §2º, CP).
c) PEREMPÇÃO
	É a causa extintiva da punibilidade (art. 107, IV, CP) que ocorre nas hipóteses do art. 60 – CPP.
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
	Na Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, o art. 5º, LIX – CRFB/88 e o art. 29 – CPP, conferem legitimidade extraordinária subsidiária para o ofendido, seu representante legal ou sucessores para provocar o Poder Judiciário no lugar do MP, por meio da queixa-crime substitutiva, quando o MP ficar inerte não observando os prazos do art. 46 – CPP.
	Natureza Jurídica
	A Ação Penal Privada Subsidiária da Pública é uma Ação que na origem era Pública e tornou-se Privada em razão da inércia do MP, porém ela não perde as características de Pública pois nela não cabe renúncia, perdão ou perempção. Caso isso ocorra o MP retoma o polo ativo, voltando a Ação Penal a ser Pública (art. 29, CPP).
	Prazo decadencial
DESENHAR O DIAGRAMA
	O art. 38 – CPP estabelece que o legitimado dispõe de um prazo decadencial de 06 meses, contados do dia em que o MP perdeu o prazo estabelecido no art. 46 – CPP. Entretanto, os prazos do art. 46 – CPP são impróprios para o MP, pois não geram preclusão temporal, sendo possível ainda que o MP ofereça denúncia até que ocorra a prescrição da pretensão punitiva do Estado. Assim sendo, a relevância dos prazos do art. 46 – CPP é marcar o “DIES a quo”, ou seja, o dia de início do prazo decadencial para o legitimado extraordinário subsidiário.
INTERVENÇÃO DO MP
	Ação Exclusivamente Privada e Ação Penal Privada Personalíssima
	O MP é “Custus Legis”, ou seja, fiscal do princípio da indivisibilidade, conforme se observa do art. 48 – CPP.
	Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
	O MP é assistente obrigatório. Se ele não repudiar a queixa e oferecer denúncia poderá fazer aditamento objetivo e subjetivo, e estará o tempo todo ao lado do Querelante. Poderá produzir e requerer provas, fazer alegações e, se for o caso, interpor recurso.
Observação: aditar é acrescentar, colocar algo. O aditamento objetivo acrescenta fatos e o subjetivo acrescenta pessoas. Ver art. 383 e 384 – CPP. Mas o “normal” é que seja feito quando do encaminhamento da queixa-crime substitutiva da denúncia encaminhada ao MP.
ACTIO CIVILIS EX DELICTO
Conceito de Responsabilidade
	Todas as pessoas na sociedade possuem um dever jurídico originário, que é o de não praticar atos ilícitos. Violado esse dever jurídico originário, se causar dano a alguém surge um dever jurídico sucessivo de indenizar.
Sentença Penal condenatória com Trânsito em Julgado
	Sentença Penal Condenatória
com Trânsito em Julgado – an debeatur / mínimo de quantum debeatur
	Sentença Penal condenatória com trânsito em julgado é Título Executivo Judicial. O juiz deverá fixar um valor mínimo para a reparação do dano (art. 387, IV – CPP). A vítima, seurepresentante legal ou seus herdeiros se estiverem satisfeitos com o valor mínimo fixado poderão promover o cumprimento da sentença no Juízo Cível (art. 63 – CPP). Entretanto, se a vítima, seu representante legal ou herdeiros não estiverem satisfeitos com o valor mínimo fixado pelo juiz criminal na sentença ou se ele não houver fixado valor nenhum, será necessário promover uma liquidação de sentença no Juízo Cível a fim de apurar o efetivo “quantum debeatur” para, posteriormente, promover o cumprimento de sentença.
Aula em 05/05/2015 – Plano de Aula 07.
III – SENTENÇA PENAL ABSOLUTÓRIA COM TRÂNSITO EM JULGADO.
	O ART. 386- CPP estabelece, em seus incisos, as hipóteses em que o Réu poderá ser absolvido. Dependendo do fundamento da Sentença absolutória a vítima poderá ou não lograr êxito em obter indenização, caso proponha uma ação de responsabilidade civil no Juízo Cível.
Art. 386, CPP
Inciso I – fecha as portas do Juízo Cível.
Inciso II – não fecha as portas do Juízo Cível.
Inciso III – não fecha as portas do Juízo Cível.
Inciso IV - fecha as portas do Juízo Cível.
Inciso V - não fecha as portas do Juízo Cível.
Inciso VI
Legítima defesa (art. 188, I – CC) – fecha as portas do Juízo Cível.
Estrito cumprimento do dever legal/exercício regular do direito (art. 188, I – CC) - fecha as portas do Juízo Cível.
Estado de necessidade
Defensivo (art. 188, II – CC) – no estado de necessidade defensivo, uma pessoa sacrifica um bem para salvar outro bem de igual ou maior valor, sendo que o bem sacrificado é de propriedade do causador do perigo. Fecha as portas do Juízo Cível.
Intensivo (art. 929 – CC) – no estado de necessidade intensivo uma pessoa, para salvar um bem de igual ou maior valor, destrói outro bem de terceiro que não causou o perigo. Não fecha as portas do Juízo Cível. Ver art. 930 – CC.
Plano de Aula 08.
JURISDIÇÃO
Conceito
	A palavra JURISDIÇÃO deriva etimologicamente do termo em latim “Jurisdictione”, cujo significado era “dizer o Direito”. Entretanto, a origem etimológica atualmente não é a melhor forma de conceituar. Jurisdição é uma função do Estado reflexo da soberania, por meio da qual o Estado-Juiz – de forma imparcial – se coloca entre e sobre as partes para solucionar o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida, por meio da aplicação da lei ao caso concreto, promovendo a pacificação social.
Classificação
	A jurisdição é una porque é reflexo da soberania do Estado, que não admite divisões. Entretanto, para fins didáticos, a doutrina divide a jurisdição em classificações.
 Quanto a matéria
Jurisdição Penal
	Ela recai sobre fatos regulados no Código Penal e utiliza o CPP como um instrumento.
Jurisdição Civil
	Recai sobre fatos não regulados no Código Penal e utiliza o Código de Processo Civil como instrumento.
Jurisdição Especial e Comum
Jurisdição Especial
	Ela recai sobre matérias específicas e é composta pela Justiça do Trabalho, pela Justiça Eleitoral e pela Justiça Militar.
Jurisdição Comum
	Irá recair sobre matérias que não sejam da jurisdição especial. Ela é composta pela Justiça Federal e pela Justiça Estadual.
Princípios
Princípio do Juiz Natural
	
	Os órgãos jurisdicionais devem ser criados de acordo com as normas estabelecidas na Constituição (art. 96, I, d – CRFB) e deverão estar constituídos antes do fato que será objeto de julgamento, porque no Brasil é vedada a existência de juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII – CRFB).
Investidura
	Só podem exercer a jurisdição as pessoas que estejam nela investidos regularmente, de acordo com as regras estabelecidas na Constituição. Exemplo: art. 93, I – CRFB.
Indeclinabilidade
	A jurisdição, uma vez provocada, deverá ser prestada.
Indelegabilidade
	Um órgão jurisdicional não pode delegar a sua competência, salvo hipótese expressamente prevista em Lei.
Improrrogabilidade
	Um órgão jurisdicional não pode invadir a competência de outro órgão jurisdicional.
Nulla Poena Sine Juditio
	Não há como se aplicar a sanção penal sem que seja por meio da jurisdição do Estado. Só o Estado pode aplicar a sanção.
Características
Substitutividade
	A função jurisdicional do Estado substitui a vontade das partes com as suas decisões.
Inércia
	A jurisdição é inerte e precisa da provocação das partes para se manifestar. “Jurisdictio ne Procedat ex Officio”.
Definitividade
	A finalidade da jurisdição é promover a pacificação social. Para que isso ocorra faz-se necessário que as decisões judiciais se tornem definitivas em um determinado momento. Isso ocorre com o trânsito em julgado das decisões.	
COMPETÊNCIA
Conceito
	Conceituam competência como sendo medida da jurisdição. Entretanto, esse conceito não é o mais adequado pois a jurisdição é uma, não admitindo divisão em medidas. Assim sendo, a competência é o âmbito dentro do qual um órgão jurisdicional exerce validamente a jurisdição do Estado.
Natureza Jurídica
	
	Pressupostos
	Existência
	Desenvolvimento válido do Processo
	
	
	
	
	
	Com Competência
	
	Órgão Jurisdicional
	
	
	
	Imparcial
	
	
	
	
	
	
	
	
	Capacidade para ser Parte
	
	
	
	
	Partes
	Capacidade para estar em Juízo
	
	
	
	
	
	Capacidade Postulatória
	
	
	
	
	
	
	
	
	Regular
	
	Demanda
	
	
	
	Inédita
	
	
	
Competência Interna
Originária dos Tribunais
	As Ações, em algumas hipóteses, são propostas originariamente, ou seja, pela primeira vez, em determinados tribunais. (art. 102, I [STF]; art. 105, I [STJ] – CRFB).
Justiça Especial
Justiça do Trabalho (art. 114 – CRFB)
	
Justiça Eleitoral (art. 121 – CRFB)
Justiça Militar (art. 124 – CRFB)
Justiça Comum
Justiça Federal (art. 109 – CRFB)
Justiça Estadual – competência residual.
Competência absoluta e Relativa
Critérios para fixação da competência
				Em razão da matéria
Critério objetivo		Por prerrogativa de função
				Pelo valor da causa (irrelevante no Processo Penal)
				horizontal
Critério funcional				Incompetência absoluta
				vertical
Critério do lugar		em razão do lugar	Incompetência relativa
Incompetência Absoluta
	Decorre da violação das regras de fixação de competência pelos critérios objetivo e funcional. O juiz pode conhecer de ofício e as partes podem alegar a qualquer tempo ou grau de jurisdição. 
 Incompetência Relativa 
	Ela decorre da violação das regras de fixação de competência pelo critério do lugar. 
1ª posição: Não existe incompetência relativa no Processo Penal, somente absoluta, pois o juiz pode reconhecer de ofício da violação de qualquer regra para fixação de competência, inclusive pelo critério do lugar.
2ª posição: a maior parte da doutrina entende que existe incompetência relativa no Processo Penal, as partes podem alegar, via exceção de incompetência, no prazo da resposta preliminar (art. 108 e 396-A, §1º - CPP). Se não o fizerem, preclui. Entretanto, o juiz poderá conhecer de ofício da incompetência relativa até o momento de prolatar a Sentença (art. 109 – CPP). POSIÇÃO MAJORITÁRIA.
3ª posição: o professor Fernando Capez entende que existe incompetência relativa no Processo Penal. As Partes podem alegar, bem como o juiz pode conhecer de ofício até o momento da resposta preliminar. Se não o fizerem haveria prorrogação da competência, não mais sendo possível discutir a matéria.
Aula em 12/05/2015 – Plano de Aula 07.
Quadro Geral (art. 69 – CPP)
Competência Ratione Loci (em razão do lugar)
Regra Geral
	A competência em razão do lugar no Processo Penal, via de regra, é fixada no local da consumação do delito, nos casos de tentativa no lugar em que foi praticado o último ato de execução (art. 70 – CPP). No novo CPP o local será o da consumação.
Exceções
JECRIM
	Nas infrações de menor potencial ofensivo a competência do JECRIM será fixada no localda prática da infração (art. 63 – Lei 9099/95).
Transferência para tratamento médico
	Nas hipóteses em que o crime é praticado em um lugar e venha a se consumar em outro local, somente porque a vítima foi transferida para tratamento médico, não haverá deslocamento de competência, permanecendo esta no local da prática da infração.
Crime praticado no Brasil e consumado no estrangeiro
	Nas hipóteses em que o crime é praticado no Brasil e se consuma no exterior, a competência em razão do lugar será fixada no local onde foi praticado o último ato de execução no território nacional (art. 70, §§ 1º, 2º - CPP).
Crime consumado na divisa de Comarcas
	Comarca é a menor unidade territorial da organização judiciária.
	Nas hipóteses em que o crime venha a se consumar na divisa entre comarcas ou em local incerto entre comarcas, a competência firmar-se-á pela prevenção (art. 70, § 3º - CPP).
Prevenção no Processo Penal
	No Processo Penal, juízo prevento é aquele que pratica qualquer ato processual com relação a um crime, anteriormente aos demais órgãos que também teriam competência (art .83 – CPP).
Crime permanente e crime continuado
	Nas hipóteses em que um crime permanente ou um crime continuado venha a se consumar em mais de uma comarca, a competência firmar-se-á pela prevenção (art. 71 – CPP).
Competência Ratione Forum Domicilli (Pelo domicílio do Réu)
	Nas hipóteses em que não se sabe o local da consumação do delito, a competência será fixada no lugar do domicílio ou da residência do Réu (art. 72 – CPP).
	Nas hipóteses em que o Réu possuir mais de uma residência, ou não possuir residência fixa, a competência firmar-se-á pela prevenção (art. 72, §§ 1º, 2º - CPP).
Ação Penal Privada
	O art. 73 – CPP confere ao legitimado a faculdade de propor a Ação Penal Privada no local da consumação do delito ou no lugar do domicílio do Querelado.
Competência Ratione Materiae
Crime doloso contra a vida tentado ou consumado
	Competência do Tribunal do Júri – art. 5º, XXXVIII – CRFB/88 e art. 74, §1º - CPP.
Infração de menor potencial ofensivo
	Competência do JECRIM – art. 98, I – CRFB/88 e art. 60, Lei 9099/95.
Violência Doméstica
	Juizado de Violência Doméstica – art. 14 – Lei 11340/06.
Demais Crimes
	Vara Criminal.
Observação: Primeiro deve se verificar a competência de foro, ou seja, em razão do lugar, para depois se verificar a competência de juízo, ou seja, pela natureza da infração, pela prerrogativa de função e a competência funcional.
Competência Ratione Personae (por Prerrogativa da Função)
	Algumas pessoas, em razão da função que exercem, possuem a prerrogativa para serem julgadas originariamente, ou seja, pela primeira vez em determinados tribunais. Exemplos: Presidente da República, Ministros de Estado, Deputados Federais, Senadores são julgados no STF (art. 102, I, b, c – CRFB). Já Governadores de Estados e Desembargadores são julgados no STJ (art. 105, I, a – CRFB). Prefeitos são julgados no TJ (art. 29, X – CRFB); Juízes e membros do MP são julgados no TJ (art. 96, III – CRFB).
Livro: O Código da vida – Saulo Ramos.
Observação: A doutrina diverge quanto ao foro privilegiado pela prerrogativa de função, quando a pessoa deixa de exercer o cargo ou função:
	1ª posição - a prerrogativa é da função. Se a pessoa não mais a exerce perde o foro privilegiado.
	2ª posição – nas hipóteses em que o crime é praticado enquanto a pessoa exercia a função, mesmo que ela perca o cargo, mantém o foro privilegiado pela prerrogativa da função.
Competência por distribuição
	Tecnicamente, a distribuição não fixa competência. Ela faz uma distribuição de trabalho por órgãos previamente competentes. 
	A competência, na verdade, será fixada pelo lugar e pela natureza da infração.
CAUSAS MODIFICADORAS DE COMPETÊNCIA
Conexão
Conceito 
	A conexão no Processo Penal importa na reunião do julgamento de mais de um crime, em um único processo.
Espécies				por simultaneidade (art. 76, I, 1ª parte - CPP)
 Conexão intersubjetiva		Concursal (art. 76, I, 2ª parte – CPP)
					Por reciprocidade (art. 76, I, parte final do CPP)
 Conexão objetiva ou material (art. 76, II – CPP)
	Ocorre quando o indivíduo... (ouvir gravação do dia 19) 
 Conexão Instrumental ou Probatória (art. 76, III – CPP)
Conexão Intersubjetiva por simultaneidade: ocorre quando mais de uma pessoa pratica mais de um crime simultaneamente, sem que haja entre elas liame subjetivo ou vínculo psicológico. Exemplo: um caminhão carregado com cestas básicas tomba na estrada. As pessoas praticam furtos (vários crimes e várias pessoas).
Conexão Intersubjetiva concursal: ocorre quando mais de uma pessoa pratica mais de um crime com a finalidade delituosa. Ocorre um concurso de pessoas e um concurso de crimes. Exemplo do roubo de armas e carros para roubo de banco (A + B, C+ D, E+F+G).
Conexão por reciprocidade: ocorre quando mais de uma pessoa pratica mais de um crime umas contra as outras. Exemplo: lesões corporais recíprocas. A bate em B e B bate em A. 
	
Aula em 19/05/2015 – Plano de Aula 0 .
CONTINÊNCIA
Conceito
	
	Ocorre Continência no Processo Penal nos casos de concurso de pessoas, concurso formal de crimes, Aberratio Ictus (erro na execução – Art. 73-CP) e Aberratio Delicti (resultado diverso do pretendido – Art. 74-CP) com unidade complexa.
Espécies
 Continência por cumulação subjetiva
	Ocorre nos casos de concurso de pessoas (Art. 77, I – CPP)
 Continência por cumulação objetiva
	Ocorre nos casos de concursos formal de crimes, Aberratio Ictus e Aberratio Delicti com unidade complexa (Art. 77, II – CPP).
REGRAS PARA REUNIÃO DE PROCESSOS
	As regras para reunião de Ações na Conexão ou Continência estão previstas no Art. 78 – CPP. É necessário observar os incisos e as alíneas do artigo:
	I - Crime doloso conta a vida e crime não doloso contra a vida
	
	Havendo conexão entre um crime doloso contra a vida e um crime não doloso contra a vida, o Tribunal do Júri atrai, devendo todos os crimes serem julgados no Tribunal do Júri (Art. 78, I – CPP).
	II – Crimes de mesma categoria
	Crimes de mesma categoria são todos não dolosos contra a vida ou todos dolosos contra a vida, conexos entre si. Nessas hipóteses, quando os crimes conexos são praticados em mais de uma Comarca deve-se observar a ordem das alíneas do Art. 78, II – CPP:
Se todos os crimes são da mesma categoria...
Se todos os crimes têm a mesma pena...
Firmar-se-á pela prevenção...
JURISDIÇÕES DE DIVERSAS CATEGORIAS
	Nas hipóteses em que há Continência por cumulação subjetiva (concurso de pessoas), na qual um dos agentes possui foro privilegiado pela prerrogativa de função e os demais não possuem o foro privilegiado, em se tratando de crime comum, todos serão julgados no órgão com competência originária para julgar o agente com prerrogativa de função (Art. 78, III – CPP).
Crime doloso contra a vida
	Nas hipóteses em que há concurso de pessoas (Continência por cumulação subjetiva) em que um dos agentes possui prerrogativa de função e os demais não possuem essa prerrogativa, em se tratando de crime doloso contra a vida, a doutrina diverge:
	1ª posição: nas hipóteses em que há um crime doloso contra a vida em que um dos agentes possui foro privilegiado, e os demais não possuem o mesmo privilégio, todos serão julgados no órgão com competência originária para julgar o agente com prerrogativa de função, conforme Art. 78, III – CPP.
	2ª posição: o Tribunal do Júri tem a competência prevista na Constituição, conforme Art. 5º, XXXVIII, d – CRFB/88, que consiste em norma hierarquicamente superior ao CPP. Em razão disso, deve ficar afastada a regra do Art. 78, III – CPP e todos os agentes, inclusive o que tem prerrogativa de função, deverão ser julgados no Tribunal do Júri.
	3ª posição: a maior parte da doutrina (e jurisprudência) entende que, havendo a prática de um crime doloso contra a vida em concursode pessoas com um dos agentes que possua o foro privilegiado pela prerrogativa de função, estabelecido na Carta Constitucional de 1988 e os demais agentes não possuindo prerrogativa de função haverá separação de julgamentos. O agente com prerrogativa de função será julgado no órgão com competência originária determinada pela CRFB/88 e os demais agentes serão julgados no Tribunal do Júri. Por quê? Nessas hipóteses, tanto a regra que fixa o foro privilegiado como a que determina a competência do Tribunal do Júri possuem a mesma hierarquia (Princípio da cedencia recíproca). MAJORITÁRIA
Observação: a Súmula Vinculante 45 – STF, antiga Súmula 721 – STF, estabelece que nas hipóteses em que o foro privilegiado pela prerrogativa de função estiver estabelecido somente na Constituição Estadual, a competência do Tribunal do Júri prevalecerá.
JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA ESPECIAL
	Nas hipóteses em que há conexão entre um crime da Justiça Comum e um crime eleitoral, ambos serão julgados na Justiça Eleitoral (Art. 78, IV – CPP).
V – Regras para separação de julgamentos
Justiça Comum e Justiça Militar
	Havendo conexão entre um crime da Justiça Comum e o Crime da Justiça Militar haverá separação de julgamentos. O crime comum será julgado na Justiça Comum e o Crime Militar na Justiça Militar (Art. 79, I – CPP).
Menor de 18 anos
	Havendo continência por cumulação subjetiva entre um maior e um menor de 18 anos, o maior será julgado na Vara Criminal comum e o menor na Vara da Infância e Juventude (Art. 79, II – CPP).
Separação facultativa
	O Art. 80 – CPP faculta ao juiz separar os julgamentos nos casos de conexão ou continência quando houver um grande número de Réus.
I - QUESTÕES PRÉVIAS
Conceito
	São pontos controvertidos que o juiz deve analisar previamente, antes de julgar o mérito.
Espécies
Questões Prejudiciais
	São pontos controvertidos de direito material que vinculam a análise do mérito.
Questões Preliminares
	São pontos controvertidos de direito processual que impedem a análise do mérito.
II – QUESTÕES PREJUDICIAIS
Requisitos
Anterioridade Lógica: a questão prejudicial deve ser um antecedente lógico necessário para a solução questão prejudicada.
Questão Prejudicial					Questão Prejudicada
 Validade do 1º					 Crime de Bigamia
 casamento
Autonomia: a questão prejudicial deve ser de tal ordem que possa ser conhecida de forma autônoma.
Questão Prejudicial					Questão Prejudicada
 Propriedade					 	 Furto
 
Questão Prejudicial Heterogênea Absoluta
	A questão prejudicial será heterogênea quando for de um ramo do direito diferente da questão prejudicada, que será absoluta quando o juiz criminal estiver obrigado a suspender o processo penal (questão prejudicada) para que haja solução da questão prejudicial.
	O Art. 92 – CPP trata de questão prejudicial heterogênea absoluta. O juiz criminal estará obrigado a suspender o Processo Penal até que haja a solução com trânsito em julgado da questão prejudicial que no caso é matéria relativa ao estado civil de pessoas.
Questão Prejudicial Heterogênea Relativa
	Questão prejudicial heterogênea é aquela que pertence a um ramo do direito diferente da questão prejudicada e será relativa/facultativa quando a Lei facultar ao juiz suspender, ou não, o processo da questão prejudicada.
	O Art. 93 – CPP trata de questão prejudicial heterogênea relativa/facultativa. Ela recairá sobre toda e qualquer matéria da jurisdição civil que não seja estado civil de pessoa. A Lei faculta ao juiz criminal suspender, ou não, o processo penal (questão prejudicada) para a resolução da questão prejudicial. Caso ele decida não suspender, poderá conhecer incidentalmente (discutir a questão prejudicial na fundamentação) da questão prejudicial. Cumpre ressaltar, no entanto, que o juiz criminal só poderá suspender o processo penal se, anteriormente, tiver sido proposta ação no juízo cível para dirimir a questão prejudicial.
Aula em 26/05/2015 – Plano de Aula
Suspensão do Processo
	Nas questões prejudiciais heterogêneas absolutas (Art. 92 – CPP), o Processo Penal ficará suspenso até que a questão prejudicial seja solucionada com o trânsito em julgado no juízo cível. 
	Nas questões prejudiciais relativas ou facultativas (Art. 93 – CPP), o juiz deverá estabelecer o prazo de suspensão do Processo Penal (Art. 93, §1º - CPP).
Produção de Provas
	As provas devem ser produzidas, em princípio, no momento procedimental adequado sob pena de nulidade. Entretanto, quando o juiz suspende o processo penal, se a prova for urgente e relevante, os artigos 92 e 93 do CPP autorizam a produção antecipada de provas.
Intervenção do MP
Art. 92 – CPP: Nas questões prejudiciais heterogêneas absolutas, o juiz é obrigado a suspender o processo penal ainda que não tenha sido proposta Ação no juízo cível, para solucionar a questão prejudicial. Em razão disso, nos casos de Ação Penal Pública, o Art. 92, p. único – CPP, confere legitimidade extraordinária para o MP propor ou prosseguir com a Ação no juízo cível.
Art. 93 – CPP: nas questões prejudiciais heterogêneas relativas, a Lei confere ao juiz a faculdade de suspender, ou não, o processo penal. Entretanto, o juiz só pode suspender o processo se, anteriormente, tiver sido proposta Ação no órgão com competência originária para julgar a questão prejudicial. Nessas hipóteses dos casos de Ação Penal Pública, o Art.93, §3º - CPP confere ao MP legitimidade apenas para dar andamento na Ação proposta no órgão com competência originária.
Prescrição
	Nas hipóteses em que o juiz suspende o processo penal em razão de questão prejudicial, a prescrição não corre, ela fica suspensa, conforme Art. 116, I – CP.
Recurso
Decisão que ordena a suspensão
A decisão que ordena a suspensão do processo penal, em razão de questão prejudicial, pode ser impugnada por recurso em sentido estrito (Art. 581, XVI – CPP).
Decisão que não suspende
		A decisão que não suspende o processo em razão de questão prejudicial é irrecorrível (Art. 93, §2º - CPP). Entretanto, a parte inconformada poderá utilizar uma Ação autônoma de impugnação.
III – QUESTÕES PRELIMINARES
 
Introdução
Processo
	Processo é uma relação jurídica que se desenvolve por meio de um procedimento em contraditório.
Procedimento
	É um conjunto de atos encadeados e ordenados logicamente, tendentes a uma finalidade.
Formas de defesa
Defesa contra a Ação ou de Mérito.
	a1. Direta
	Na defesa direta, ou de mérito, o réu nega a veracidade dos fatos contra ele imputados.
	a2. Indireta
	Na defesa indireta o Réu não nega os fatos a ele imputados, mas irá imputar outros fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do Autor.
Defesa contra o Processo ou Processual.
	b1. Peremptória
	A defesa processual peremptória gera a extinção do Processo, sem resolução do mérito.
	b2. Dilatória
	Provoca um aumento no tempo do Processo. Exemplo: suspeição, impedimento do juiz. 
	
Das Exceções
	a. Suspeição 
	
	A Parte poderá arguir, pela via da exceção, qualquer causa de parcialidade do julgador, não só a suspeição. São elas:
Suspeição: A suspeição tem sempre um caráter subjetivo, ligado aos sentimentos íntimos do julgador, conforme se observa do Art. 254 – CPP.
Impedimento: tem um caráter objetivo relacionado, via de regra, com questões de parentesco ou de atuação profissional do próprio juiz no Processo, conforme Art. 252 – CPP.
Suborno: Juiz peitado é aquele que aceita vantagem para tomar uma decisão. Essa decisão será nula, conforme Art. 564, I – CPP.
	a1. Questões Peculiares
	
Jurados (Art. 106 – CPP)
MP (Art. 104 – CPP)
Serventuários (Art. 105– CPP)
Peritos / intérpretes (Art. 105– CPP)
Delegado (art. 109– CPP)
Observação: as Partes podem arguir causas de parcialidade não só do juiz, mas também dos jurados, dos serventuários, peritos e do MP. Neste caso, quem irá decidiré o juiz, conforme Art. 104 – CPP. As Partes só não poderão arguir, pela via da exceção processual, causas de parcialidade do delegado, conforme Art. 109 – CPP. Esta poderá ser arguida pela via administrativa, na Corregedoria de Polícia.
	a2. Procedimento da exceção de suspeição
	Cabe ao juiz declarar-se suspeito, de ofício, conforme se observa do Art. 97 – CPP.
Observação: A doutrina diverge quanto à possibilidade de o juiz declarar-se suspeito, por questões de foro íntimo, no processo penal. Alguns autores entendem que isso não é possível, porque o Art. 97 – CPP exige que o juiz declare as razões da parcialidade. Entretanto, predomina o entendimento que o juiz pode declarar-se suspeito, por questões de foro íntimo, no processo penal por aplicação subsidiária do Art. 135, p. único do CPC.
	Nas hipóteses em que o juiz não se declara suspeito, a parte pode arguir a exceção de suspeição. Via de regra, ela será apresentada em petição autônoma junto com a resposta preliminar (Art. 396-A, §1º - CPP, salvo se a suspeição vier a ocorrer posteriormente (Art. 96 – CPP).
	Apresentada a exceção de suspeição, ela será autuada em apartado, podendo o juiz apresentar resposta e arrolar testemunhas no prazo de 03 dias (Art. 100 – CPP). Em seguida, os autos da exceção de suspeição deverão ser encaminhados para o Tribunal, a fim de que os desembargadores decidam a questão (Art. 100, §§1º e 2º - CPP).
	b) Incompetência do Juízo
	A exceção de incompetência pode recair sobre a incompetência absoluta ou a incompetência relativa. Cabe ao juiz declarar a incompetência do juízo de ofício. Se não o fizer, a Parte pode arguir a incompetência pela via da exceção processual em petição autônoma, no prazo da resposta preliminar (Art. 108 – CPP), devendo a exceção ser autuada em apartado (Art. 396-A, §1º - CPP). Em seguida, o juiz irá ouvir o MP e decidir a questão da exceção (Art. 108, §§1º e 2º - CPP).
Observação: o procedimento da exceção de incompetência será o mesmo utilizado nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada (Art. 110 – CPP).
	b1. Conflito de Competência
	O conflito de competência ocorre entre órgãos jurisdicionais. Ele poderá ser positivo ou negativo. Será chamado conflito positivo quando dois ou mais órgãos jurisdicionais entenderem possuir competência para julgar a mesma Ação, e será chamado de negativo quando dois ou mais órgãos jurisdicionais entenderem não possuir competência para a mesma ação.
	A decisão do conflito de competência caberá ao órgão jurisdicional imediatamente superior.
Litispendência
	Ocorre litispendência quando duas ações idênticas tramitam concomitantemente em juízo. Nesse caso, a Ação proposta por último deverá ser extinta. Duas ações são idênticas quando possuem os mesmos elementos da Ação, quais sejam: partes, causa de pedir e pedido ou objeto.
	O fundamento para a vedação da litispendência é o princípio do non bis in idem.
Observação: o procedimento da litispendência é o mesmo da incompetência do juízo.
Ilegitimidade de Partes
	Todo processo é composto por dois polos processuais, o polo ativo e o polo passivo. Em razão disso, é possível ocorrer:
	d1. Ilegitimidade Ativa
	Ação Penal Pública = ofendido, representante legal e sucessores
	Ação Penal Privada Exclusiva = MP.
	Ação Penal Privada Personalíssima = MP, representante legal e sucessores.
	d2. Ilegitimidade Passiva
	O MP propõe Ação Penal por crime em face de menor de 18 anos na Vara Criminal. O menor de 18 anos é ilegitimado passivo. Pode ser arguido a qualquer tempo e o juiz pode declarar de ofício.
Observação: o procedimento para a exceção de ilegitimidade é o mesmo da incompetência do juízo.
Coisa Julgada
	e1. Conceito
	Coisa julgada é a qualidade de uma decisão que a torna imutável, e poderá ocorrer quando se esgotam as vias recursais ou quando a Parte deixar transcorrer in albis o prazo de um recurso.
	e2. Espécies
	e2.1 Coisa julgada formal
	É a qualidade de uma decisão que a torna imutável dentro do Processo.
	e2.2 Coisa julgada material
	É a qualidade de uma decisão que a torna imutável, produzindo efeitos para fora do Processo e vinculando os demais órgãos processuais.
	e3. Fundmentos
	A exceção de coisa julgada só terá cabimento para as decisões que fizerem coisa julgada material e tem como fundamento o princípio do non bis in idem.	
Observação: o procedimento da exceção de coisa julgada é o mesmo da incompetência do juízo.
Aula em 09/06/2015 – Plano de Aula
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
I - SEQUESTRO
Conceito
	É um processo incidente que recai sobre bens móveis (Art. 132 – CPP) e bens imóveis adquiridos com os proventos de um crime (Art. 125 – CP)
Procedimento
	
	O sequestro poderá ser decretado de ofício pelo juiz, a requerimento do MP, do ofendido ou mediante representação do delegado. Instaurado o sequestro, ele deverá ser autuado em apartado (Art. 127 e 129 – CPP). Nos casos de bens imóveis, o juiz deverá mandar averbar a constrição na matrícula do bem no RGI, a fim de dar publicidade (Art. 128 – CPP). 
Embargos
	O embargo representa a forma de defesa no sequestro. Ele poderá ser oposto pelo réu alegando não ter sido o bem adquirido com os proventos de crime ou por terceiro alegando boa-fé, desde que tenha adquirido o bem a título oneroso, conforme Art. 130 – CPP. Na transferência a título gratuito não há decréscimo de patrimônio caso o bem seja sequestrado.
Levantamento do Sequestro
	Trata-se da liberação do bem para o livre comércio jurídico. Ocorrerá nas hipóteses do Art. 131 – CPP. Exemplo: nos casos de extinção da punibilidade, com sentença absolutória com trânsito em julgado.
Hasta Pública
	Havendo sentença condenatória, o bem sequestrado será levado a hasta pública para ser alienado. Caso parte do dinheiro de aquisição do bem tenha origem lícita, após a alienação, a porcentagem relativa a origem lícita volta para o proprietário. Já a porcentagem relativa a parte ilícita do dinheiro será revertida para o Tesouro Nacional.
II - ARRESTO
	Recai sobre bens móveis de propriedade do autor do delito, não adquiridos com proventos de crime e tem a finalidade de assegurar a indenização da vítima no juízo cível.
III – HIPOTECA LEGAL (Art. 137 – CPP)
	Recai sobre bens imóveis de propriedade do autor do delito, não adquiridos com os proventos de um crime e tenha finalidade de garantia a indenização da vítima no juízo cível (Art. 134 – CPP).
IV – PROCEDIMENTO NO ARRESTO E NA HIPOTECA LEGAL
	A vítima deve constituir um defensor para requerer, ao juiz criminal, a hipoteca ou o arresto. No caso de sentença condenatória os autos do arresto, ou da hipoteca legal, serão encaminhados ao juízo cível (Art. 143 – CPP).
V – LEVANTAMENTO / CANCELAMENTO DO ARRESTO OU HIPOTECA LEGAL
	Nas hipóteses em que há extinção da punibilidade ou sentença absolutória, com trânsito em julgado, o arresto será levantado e a hipoteca legal cancelada, voltando os bens ao livre comércio jurídico (Art. 141 – CPP).
VI – BUSCA E APREENSÃO
Conceito
	É uma medida assecuratória que recai sobre pessoas e/ou coisas diretamente relacionadas com uma infração penal, conforme se observa do Art. 240, §1º do CPP.
Espécies
Busca e Apreensão Pessoal
	É a revista que a polícia faz nas pessoas e seus pertences. Pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite e não é necessária ordem judicial. Basta que haja fundadas suspeitas (Art. 240, §2º - CPP).
Observação: Busca e Apreensão Pessoal em mulher, preferencialmente, será feita por outra mulher (Art. 249 – CPP).
Busca e Apreensão Domiciliar
	É a revista que a polícia faz nas casas das pessoas. Via de regra, é necessária ordem judicial e cumprimento durante o dia, conforme Art. 5º, XI da CRFB. Exceções: com o consentimento entra a qualquer hora do dia ou da noite; sem o consentimento em caso de desastre, socorro ou flagrante delito.
	b1) Conceito de CASA
	O Art. 150, §§ 4º e 5º- CP, permitem se extrair o conceito de casa.
	b2) Conceito de DIA
	O professor Celso Mello entende que dia é um conceito físico astronômico, o período compreendido entre a aurora e o crepúsculo. O professor Luís Roberto Barroso entende que dia é um conceito cronológico, o período compreendido entre às 06 e às 18h.	
	b3) Mandado Judicial
	O mandado judicial, de acordo com o Art. 243 – CPP, deve especificar os objetos e/ou pessoas que serão apreendidos e, sempre que possível, deverá indicar a casa e o nome do morador.
Observação: há uma hipótese em que a busca e apreensão domiciliar pode ser realizada sem a expedição de mandado escrito. Isso ocorre quando o juiz com competência para dar a ordem acompanha, pessoalmente, a diligência porque ele dará a ordem verbal (Art. 241-CPP). Cumpre ressaltar que o Art. 241-CPP não foi recepcionado pela Constituição de 1988 no que diz respeito a autoridade policial.
VII – INCIDENTE DE FALSIDADE
	O incidente de falsidade tem a finalidade de verificar a autenticidade ou a falsidade de documento anexado aos Autos. O juiz deverá observar o procedimento do Art. 145-CPP. Caso reconheça a falsidade deverá mandar desentranhar o documento dos Autos e remeter ao MP (Art. 145, IV – CPP) para, se for o caso, ser oferecida denúncia pelo crime de fraude processual (Art. 347-CP).
Observação: a decisão do incidente de falsidade fará somente coisa julgada formal, conforme se observa do Art. 148-CPP.
VIII – INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL
Causa Legal
	A doença mental do acusado, dependendo do momento em que vier a se instalar, poderá provocar consequências no processo penal.
Momento
	O incidente de sanidade mental poderá ocorrer durante o processo ou na fase do inquérito, em qualquer caso será ordenado pelo juiz (Art. 149 e §1º - CPP).
Procedimento
	Instaurado o incidente de sanidade mental, o juiz deverá nomear curador para o acusado, suspender o processo penal e submeter o réu a perícia médico-legal (Art. 149, §2º - CPP).
Vinculação do juiz
	O juiz não fica vinculado ao laudo pericial. Ele poderá aceitar ou rejeitar, no todo ou em parte (Art. 182-CPP).
Doença mental
Ao tempo do crime
	Verificada a doença mental do acusado, ao tempo do crime, o processo prosseguirá com a presença do Curador e o juiz, ao final, reconhecendo a inimputabilidade do Réu proferirá sentença penal absolutória imprópria e aplicará Medida de Segurança (Art. 151-CPP).
Durante o Processo
	Sobrevindo a doença mental ao tempo do crime e instalando-se durante o processo, esse permanecerá suspenso até que o acusado se restabeleça (Art. 152-CPP). O juiz, nessas hipóteses, poderá determinar a internação cautelar do acusado (Art. 152, §1º-CPP).
Durante a execução
	Nas hipóteses em que a doença mental ocorre após a sentença condenatória e na fase de execução penal, a pena privativa de liberdade será substituída por MS, cujo tratamento no hospital de custódia não pode ultrapassar o tempo estabelecido na sentença para a condenação, em razão do sistema vicariante.
Aula em 09/06/2015 – Plano de Aula

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