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Dietoterapia: Objetivos e Princípios Profª. Ana Paola Victor Chayb Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica – UGF Mestre em Saúde Pública – UECE Doutoranda em Saúde Coletiva - UCES Objetivos da Disciplina 1. Capacitar o estudante à análise, aplicação e avaliação dos fundamentos teóricos e práticas da dietoterapia 2. Classificar o estado nutricional do paciente a partir de dados objetivos e subjetivos 3. Identificar os fatores fisiopatológicos que interferem na conduta dietoterápica 4. Prescrever, planejar, analisar e avaliar dietas adequadas às necessidades nutricionais do indivíduo enfermo 5. Valorizar a integração com a equipe multiprofissional no tratamento clínico 6. Proporcionar ao estudante vivência profissional através da observação das diversas áreas e campos da atuação do nutricionista clínico 7. Estimular o estudante na direção da pró-atividade, autoaprendizagem e interesse contínuo na sua formação e desenvolvimento profissional Dietas – Passo a Passo 1. Avaliação nutricional 2. Recordatório e análise da qualidade da dieta 3. Cálculo das necessidades de energia e de nutrientes específicos, conforme modelo abaixo: FAIXA DE DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES VCT PLANEJADO: _________________ kcal CALORIAS GRAMAS FAIXA DE DISTRIBUIÇÃO: MIN MAX MIN MAX PROTEÍNAS _______ a _______ % CARBOIDRATOS _______ a _______ % LÍPIDEOS _______ a _______ % Recomendação de proteína (g): _______ a _______ g de ptn/kg de peso/dia Micronutrientes RDA/AI (g ou mg ou g/dia) UL (g ou mg ou g/dia) Dietas Tabelas que serão usadas para planejamento de dietas: TACO, IBGE, Guilherme Franco, Pacheco e rótulos (desde que o rótulo seja colocado na dieta) - (PESO COZIDO OU CRU*) e Medidas caseiras pela Pinheiro. 4. Dieta Planejada: A dieta planejada deverá ser analisada e descrita quantitativa e qualitativamente, quando solicitado, e usaremos informações de preparações e per capita aprendidas na Técnica dietética I Cardápio: sempre deverá conter refeição e horário, preparações, alimentos, medidas caseiras e peso dos alimentos inseridos, conforme modelo abaixo: Refeição / Horário Preparações Alimentos Medidas Caseiras Peso (g ou mL) Dietas Adequação da dieta: apresentar os valores encontrados e a adequação da dieta (macro e micronutrientes), conforme modelo abaixo: FAIXA DE ADEQUAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTES VCT ENCONTRADO:________ kcal CALORIAS GRAMAS ADEQUAÇÃO DISTRIBUIÇÃO: consumo consumo PROTEÍNAS ________ % CARBOIDRATOS ________ % LÍPIDEOS ________ % Proteína (g)/ kg de peso encontrado: _______ g de ptn/kg de peso/dia Adequação de proteína (g) / kg de peso encontrado: _________ % Micronutrientes RDA/AI (g ou mg ou g/dia) U L (g ou mg ou g/dia) Consumo (g ou mg ou g) % Adequação Classificação = RDA/AI (Parâmetro recomendado – adequado) > RDA/AI (Acima do recomendado – adequado) < RDA/AI (Abaixo do recomendado – inadequado) > UL (Não permitido) *Classificação: Dietas Lista de alimentos substitutos: Deverá apresentar opções de alimentos substitutos (pelo menos, uma opção para cada preparação), conforme modelo abaixo: 5. Análise da composição nutricional dos alimentos da dieta: A tabela de análise nutricional e o cálculo total deverá estar em ordem alfabética Todas as referências deverão ser citadas. Refeição / Horário Preparações Alimentos Medida caseira Alimentos substitutos Medida caseira Atribuições do Nutricionista Clínica Saúde Coletiva Docência Alimentação Coletiva … Pesquisa Marketing Dietoterapia Atribuição: Assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos. Dietoterapia Vários conceitos Ciência que promove a terapia por meio da dieta É a ciência que trata ou auxilia a conduta médica, no tratamento de uma patologia, através da alimentação adequada. Objetivos da Dietoterapia GERAL: Recuperar a saúde, levando o paciente às suas atividades normais. Objetivos da Dietoterapia ESPECÍFICOS: Ajustar a dieta à capacidade do organismo em digerir, absorver e tolerar determinados alimentos, bem como à capacidade em metabolizar nutrientes. Contribuir para compensar estados específicos de deficiência nutricional. Educar pacientes e familiares para aquisição de hábitos alimentares compatíveis com a saúde e com seu estilo de vida. Princípios da Dietoterapia 1. Basear-se em prescrição escrita e o mais clara possível. 2. Fundamentar a dieta, face à patologia presente. 3. Fundamentar a dieta, face ao estado nutricional do paciente. 4. Considerar o período evolutivo da doença. 5.Tomar a dieta normal como padrão, afastando-se dela o menos possível e o menor período de tempo possível. Princípios da Dietoterapia 6.Ser flexível. 7.Atender simultaneamente às alterações patológicas, hábitos alimentares, hábitos de exercício e trabalho, padrões culturais, situação sócio-econômica e estado psicológico do paciente, bem como às disponibilidades financeiras, materiais e humanas da Instituição que o atende. 8.Utilizar a via oral como via preferencial de administração de alimentos ao paciente. 9.Instruir e orientar o paciente. Princípios da Dietoterapia Atividades do Nutricionista Clínico Avaliação nutricional do paciente Elaboração da história dietética do paciente Estudo detalhado da anamnese médica do paciente Prescrição dietética Planejamento de cardápios, com supervisão da execução (preparo e administração) Atividades do Nutricionista Clínico Adaptação da atividade clínica ao setor em que atua (indústria, saúde pública, ou outros) Elaboração e atualização de manuais de dietas Acompanhamento diário da evolução do paciente Educação alimentar individual e/ou em grupo Engajamento multiprofissional (discussões, visitas em grupo, etc.). Atividades do Nutricionista Clínico Anamnese / Entrevista Prescrição / Orientação Acompanhamento Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica Orientação Monitoramento Entrevista 1 2 3 Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica – Entrevista 1. Dados de identificação: Nome D.N. Idade Sexo Naturalidade Endereço (ponto de referência?) Grau de instrução Ocupação Renda Outros (cor, religião, renda?) Dados sócio- econômicos 2. Queixa principal e H.D.A. (encaminhamento) 3. História dietética: Ingestão habitual Preferências e aversões alimentares Alergias e intolerâncias alimentares Alterações dietéticas em finais de semana Cálculo de ingestão habitual Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica – Entrevista 4. Função orgânica e uso de medicamentos 5. Tabagismo 6. Atividade física (trabalho e exercício físico) 7. Antropometria 8. Exames laboratoriais 9. Diagnóstico nutricional Aconselhamento Dietético em Nutrição Clínica – Entrevista Revisão de Avaliação Nutricional Avaliação Nutricional Objetivo: identificar distúrbios nutricionais e possibilitar a intervenção nutricional adequada. Métodos objetivos e subjetivos: Lembrando... existem diferentes formas de má-nutrição: Subnutrição Desnutrição Desnutrição específica e Sobrealimentação Manifestações da Desnutrição Grave Marasmo Kwashiokor Mista •Magreza extrema •Atrofia muscular •Perda intensa de tecido subcutâneo•Aspecto simiesco •Irritabilidade •Apetite •Edema •Perda moderada de tecido subcutâneo • Hepatomegalia • Cabelo quebradiço e descolorido •Alterações cutâneas – lesões pelagrosas •Apatia •Anorexia •Características de marasmo com edema • Desaparece edema após curto período de tratamento AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: OBJETIVO E RACIOCINIO CLÍNICO Determinar naquele momento o estado de nutrição e o prognóstico (possibilidade de perda de massa corporal, com base no contexto clínico) 1. Investigação Dietética Cálculo das calorias e proteínas ingeridas ou infundidas no paciente Pct Internado com Dieta Via Oral: Ingestão habitual OU R24h Pct Internado com Dieta Via Sonda Enteral ou Nutrição Parenteral Calcular a quantidade de calorias e de proteína contida na solução que foi ingerida ou infundida Se necessário, somar os aportes 1. Investigação Dietética Importante: Evitar qualquer sinal de surpresa, aprovação ou desaprovação; Insistir nos detalhes sem induzir; Não esquecer de questionar sobre a ingestão de outros alimentos, além dos fornecidos pelo hospital. Verificar se o consumo daquele dia não foi atípico. Importância da avaliação nutricional... No ambiente hospitalar, o que se denomina “desnutrição” talvez seja determinado por diversos fatores e não só a falta de ingestão adequada de calorias, proteínas, macro e micronutrientes (ECHENIQUE & CORREIRA, 1998; BARBOSA-SILVA & BARROS, 2002) A meta é prevenir que a desnutrição chegue a ser um cofator importante na disfunção orgânica, influenciando na morbi- mortalidade Desnutrição no enfermo + Catabolismo / Hipermetabolismo = > Perda de Peso DESNUTRIÇÃO (IBRANUTRI, 1996) PACIENTE ↑ anorexia e ↓ absorção ↓ ingestão ↑ catabolismo ↓ anabolismo ↑ GET FATORES CIRCUNSTANCIAIS Alterações psicológicas Alterações comportamentais Mudança na alimentação Intervenções medicamentosas Intercorrências TGI + dor DESNUTRIÇÃO IATROGÊNICA Peso e altura não medidos Rotatividade de pessoal (responsáveis) Intervenção cirúrgica em pacientes desnutridos Não observação da ingestão alimentar Ausência de intervenção nutricional em estados hipermetabólicos Qual é o melhor método para avaliar pcc crítico? NÃO EXISTA Mudanças nos líquidos intra e extracelulares Metabolismo celular Resposta ao estresse (doença) (SHRONTS, 1997) Avaliação Nutricional A avaliação do estado nutricional ainda não dispõe de padrão-ouro que propicie fazer diagnósticos das alterações nutricionais com alto nível de eficácia Dessa forma, é necessário utilizar uma associação de vários indicadores para melhor precisão e acurácia do diagnóstico nutricional dos pacientes hospitalizados (ACUÑA et al., 2003; KAMIMURA et al., 2003) AN Técnicas de avaliação mais utilizadas na prática clínica • Variam de acordo com a doença - lesões orgânicas e celulares Exames bioquímicos • Importantíssimo para avaliar alterações pela doença Consumo alimentar • Muito importante na etapa de triagem nutricional (1ª fase) Exame físico (SILVA & FÉLIX, 1998) Em UTI Exatidão? Inúmeros obstáculos? (paciente / hospital) Síndrome da hiperalimentação do desnutrido? TNE rápida? (RUFFIER, 1997) 2. Investigação Antropométrica Medidas antropométricas mais utilizadas em hospitais: Peso Altura IMC CB PC (tricipital) CMB Peso Peso atual ≠ Peso usual ≠ Peso ideal Situações: Paciente restrito ao leito Não se dispõe de cama-balança no setor Paciente ou familiar não informam a altura e o peso usual Para ESTIMAR o peso: ESTIMATIVA DE PESO: Peso Ideal ou Desejável •Pode ser utilizado para calcular as necessidades energéticas quando o paciente apresenta peso muito abaixo ou muito acima do ideal. •Para calcular as necessidades energéticas quando o paciente está restrito ao leito e não é possível realizar a aferição do peso. •O mais prático para o cálculo do peso ideal ou desejável é pela utilização do IMC (IMC ideal): PI IMCi - adulto • Homem: 22 kg/m² • Mulher: 20,8 kg/m² IMCi - idoso • 24,5 kg/m² (FAO, 1985) PI = IMCi x E ² Peso Ideal ou Desejável •OU: dependendo da avaliação nutricional do paciente, da interpretação do profissional sobre o caso e da meta planejada: •Eleição de um valor dentro da faixa de IMC considerada “mais saudável” naquele momento. PI IMC - ADULTO Classificação < 16 kg/m² Magreza grau III 16 a 16,9 kg/m² Magreza grau II 17 a 18,49 kg/m² Magreza grau I 18,5 a 24,99 kg/m² Peso adequado / Eutrofia 25 a 29,99 kg/m² Sobrepeso / Pré-obeso 30 a 34,9 kg/m² Obesidade grau I 35 a 39,9 kg/m² Obesidade grau II ≥ 40 kg/m² Obesidade grau III / Mórbida IMC - IDOSO Classificação (NSI, 1992) < 22 kg/m² Magreza 22 a 27 kg/m² Eutrofia > 27 kg/m² Excesso de peso (OMS, 1995/1998) IMC - IDOSO Classificação (OPAS, 2003) < 23 kg/m² Magreza 23 a 28 kg/m² Eutrofia 28 a 30 kg/m² Sobrepeso > 30 kg/m² Obesidade Peso Ajustado É o peso corrigido para a determinação das necessidades energéticas quando: • Pacientes com IMC > 27 Kg/m² (ASPEN); • Pacientes com obesidade mórbida ou quando o peso atual (PA) for superior a 100% do peso ideal (PI) (LAMEU, 2005); • A adequação do peso for superior a 115% ou inferior a 95% do peso ideal (CUPPARI, 2002) Peso Ajustado = (PA – PI) x 0,25 + PI Adequação de Peso (%) Classificação ≤ 70 Desnutrição grave 70,1 a 80 Desnutrição moderada 80,1 a 90 Desnutrição leve 90,1 a 110 Eutrofia / Peso adequado 110,1 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade(BLACKBURN & THORNTON, 1979) PAj Adequação do peso (%) = PA x 100 PI Perda de Peso Importante acompanhar, especialmente se é involuntária Perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) x 100 peso usual Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%) 1 semana 1 – 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Peso Ideal para amputados Peso Corporal Para corrigir o peso corporal ideal em amputados, deve-se subtrair o peso da extremidade amputada do peso ideal calculado. (BRUMSTROG, 1962) PI amp CONTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DO SEGMENTO CORPORAL Membro Proporção do Peso (%) Cabeça e Pescoço 7,0 Tronco sem extremidades 42,7 Mão 0,8 Antebraço sem a mão 2,3 Antebraço com a mão 3,1 Parte superior do braço 3,5 Braço completo 6,5 Pé 1,8 Parte inferior da perna sem o pé 5,3 Parte inferior da perna com o pé 7,1 Coxa 11,6 Membro inferior completo 18,6 (OSTERKAMP, 1995) Estimativa de Peso com EDEMA Peso Corporal (BLACKBURN & BISTRIAN, 1977 apud KAMIMURA et al., 2003) Edema Excesso de peso hídrico + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3 a 4 kg +++ Raiz da coxa 5 a 6 kg ++++ Anasarca 10 a 12 kg Estimativa de Peso com ASCITE Ascite Excesso de peso hídrico Leve 3 a 5 kg Moderada 7 a 9 kg Grave 14 a 15 kg Medida tradicional Estatura recumbente – coloca-se o paciente em posição supina (deitado de costas), com o leito em posição horizontal completa. Em seguida, faça marcas no lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé (lado direito); finalize medindo as marcas com uma fita métrica (Martins, 2010). Extensão dos braços (envergadura do braço) – tomada com o indivíduo na horizontal, aferindo a distância entre os dáctilos maiores. No caso de utilizar a semienvergadura do braço (medir da incisura jugular do esterno ao dáctilo maior de qualquer um dos braços), multiplicar o valor por dois. ALTURA: Extensão dosbraços: ESTIMATIVA DA ALTURA: Outras Medidas Antropométricas Importantes CB Pregas ou Dobras Cutâneas CMB AMB CB: A circunferência do braço é um bom indicador de reserva muscular CB: Classificação CMB Avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea. É obtida a partir dos valores da CB e da prega cutânea tricipital (PCT). CMB: classificação CMB: classificação AMB: área muscular do braço Reflete mudanças no tecido muscular (melhor indicador se comparado com a CB): DCT: As dobras cutâneas avaliam a reserva de gordura corporal, sendo a tricipital a mais utilizada. DCT: classificação CP: circunferência da panturrilha Uma CP inferior ao ponto de corte indica perda de massa magra, possivelmente associada à sarcopenia. Ponto de corte: 31 cm (Guigoz et al., 1999). 3. Exame Físico Antropometria Sinais e sintomas associados à desnutrição Edema, ascite, pele Alterações de pele, cabelos, dentes, gengivas, lábios, língua e olhos podem revelar deficiências específicas. Alterações GI 4. Investigação Bioquímica Parâmetros laboratoriais CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA (CP) Fita posicionada na circunferência máxima ALTURA DO JOELHO (AJ) Perna flexionada com ângulo de 90o CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) Mede o comprimento do braço e calcula o ponto médio Mede a CB com o braço estendido Prega/Dobra Cutânea Tricipital (PCT ou DCT) (LEE & NIEMAN, 1993; FRISANCHO, 1990) Peso Corporal PREGA CUTÂNEA SUBESCAPULAR (PCSE) Deitado, costas voltadas para o medidor Tronco em linha reta Ombros perpendiculares a espinha e á mesa do exame Pernas levemente flexionadas nos joelhos Cabeça apoiada sobre travesseiro Braço não utilizado sob travesseiro Prega desprendida do tecido muscular um centímetro abaixo formando ângulo de 45° Circunferência da Cintura (CC) Relação Cintura-Quadril (RCQ) CC e RCQ Classificação Valores Risco de complicações metabólicas Homens Mulheres Sem risco < 94 < 80 Risco alto ≥ 94 ≥ 80 Risco muito alto ≥102 ≥88 (OMS, 1997/1998) Homens > 1,0 Mulheres > 0,85 Indicador de risco para desenvolvimento de doenças COMPOSIÇÃO CORPORAL (LOHMAN et al., 1992) % Gordura Corporal Classificação Homens Mulheres Risco de doenças associadas à desnutrição ≤ 5 ≤ 8 Abaixo da média 6 – 14 9 – 22 Média 15 23 Acima da média 16 – 24 24 – 31 Risco de doenças associadas à obesidade ≥ 25 ≥ 32 Exame físico O exame físico, combinado com outros componentes da avaliação nutricional, pode fornecer evidências de deficiências nutricionais ou piora de capacidade funcional. A semiologia nutricional é realizada de forma sistêmica e progressiva, da cabeça aos pés, com o objetivo de determinar as condições nutricionais do paciente (SBNPE; ASBRAN). Semiologia Nutricional Exame físico – manifestações de carências nutricionais (WAITZBERG & FERRINI, 2000) EDEMA de MMII ASCITE Exame físico Exame das fezes e TGI Escala de Bristol Exame físico – Reserva de massa muscular Músculo: •Representa importante reserva de proteína •O trofismo da massa muscular esquelética é mantido pela atividade física, inervação, irrigação e aporte nutricional •Qualquer alteração em um desses fatores pode ocasionar perda muscular •A idade também exerce influência na massa muscular (LAMEU, 2004) Exame físico – Reserva de massa muscular Músculo Temporal e Bola Gordurosa de Bichart Para classificar as alterações morfológicas do músculo temporal e da bola gordurosa de Bichart, serão adotados os seguintes achados: 1. Leve - depressão da musculatura 2. Moderada - exposição do arco zigomático 3. Grave - visualização de um contorno ósseo envolvendo a órbita, o arco zigomático e o ramo ascendente da mandíbula, sugerindo o desenho de uma chave ( } ) (LAMEU, 2004) Exame físico – Reserva de massa muscular Atrofia grave Redução da ingestão oral nos últimos 3 meses Redução importante da ingestão oral para sólidos e pastosos nos últimos 3 meses Paciente com disfagia, engasgaos frequentes Redução progressiva e prolongada da ingestão oral (> 3 meses) Exame físico – Reserva de massa muscular Atrofia graveMúsculo Polegar Adutor No músculo adutor do polegar, as alterações morfológicas serão classificadas, de acordo com os respectivos achados: 1. Leve - pequena depressão do relevo muscular. 2. Moderada – depressão evidente do relevo. 3. Grave - visualização de um contorno ósseo do indicador e polegar formando uma concha (LAMEU, 2004) Exame físico – Reserva de massa muscular Atrofia grave Adutor normal Atrofia leve do adutor Atrofia moderada do adutor Atrofia grave do adutor Músculo Adutor do Polegar (MAP) Método: Com o indivíduo sentado, mão dominante repousando sobre o joelho homolateral, cotovelo em ângulo de aproximadamente 90° sobre o membro inferior utiliza-se o paquímetro para pinçar o músculo adutor no vértice de um ângulo imaginário formado pela extensão do polegar e do dedo indicador Sexo Valor (mm) Desvio Mediana Homens 12,5 ± 2,8 12 Mulheres 10,5 ± 2,3 10 Espessura do MAP em adultos Exame físico – Reserva de massa muscular Na musculatura da panturrilha, a presença de alterações morfológicas será observada através da perda de relevo neste músculo, flacidez muscular e pele com dobras. Na musculatura da coxa (quadríceps femural), a ausência de tônus muscular será observada pela atrofia da musculatura e perda de relevo Musculatura dos MMII Exame físico – Reserva de massa muscular Musculatura do tórax supraclavicular infraclavicular fúncula esternal Atrofia destas regiões indica que o paciente já perdeu massa muscular há muito tempo (perda crônica) Deltóide e Trapézio Avaliação Subjetiva Global Conduta Nutricional Conduta Resumir Anexar cópia da dieta prescrita Informar dados nutricionais da dieta Seguimento/Monitoramento Espaço para registro de informações sobre: Seguimento das orientações Nova avaliação nutricional Nova conduta Conduta dietoterápica Adaptação ao caso Nutrição baseada em evidências DESNUTRIÇÃO Estado de nutrição em que uma deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia, proteína e outros nutrientes causam efeitos adversos ao organismo (tamanho, forma e composição) com consequências clínicas e funcionais. ATENÇÃO! Considerar: PACIENTE Previamente desnutrido Desnutre durante a permanência hospitalar Ainda não está desnutrido, porém possui risco nutricional Risco nutricional em pacientes hospitalizados durante o período de internação. A análise em conjunto dos dados encontrados no presente trabalho permite sugerir que os pacientes com um período de internação > 15 dias apresentaram maior risco nutricional, pois, perderam mais peso e consequentemente ocorreu alteração do IMC (kg/m²), percentual de perda de peso e de parâmetros bioquímicos. DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR Nutr. clín. diet. hosp. 2016; 36(3):146-152 IBRANUTRI • Revelou que quase metade (48,1%) dos pacientes internados na rede pública de nosso País apresentam algum grau de desnutrição. Entre estes pacientes desnutridos, 12,6% eram pacientes desnutridos graves e 35,5% eram desnutridos moderados. • A desnutrição hospitalar apresenta níveis diferentes, de acordo com a região estudada, bem como o estado em questão, aumentando significativamente nas regiões Norte/Nordeste. • Tempo médio de internação de 6 dias para os pacientes eutróficos,enquanto os pacientes desnutridos ficaram em média 13 dias internados, sendo esta uma diferença significativa. A medida que aumenta o tempo de internação de um paciente, aumentam também os riscos de desnutrição DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR é um problema de saúde pública e está associada aumento da morbimortalidade; ainda hoje não é adequadamente diagnosticada e tratada; cerca de 50% dos pacientes são desnutridos; cerca de 30 a 40% dos pacientes perdem peso durante internação hospitalar. DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR ESTADO NUTRICIONAL DEBILITADO AUMENTO DE COMPLICAÇÕES E INFECÇÕES AUMENTO MORBI/ MORTALIDADE DIFICULDADE DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS AUMENTO TEMPO INTERNAÇÃO DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR
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