Buscar

Civil III Resumo Aula 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL III AULA 02
(CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS)
Regulamenta-se no código civil.
 Trataremos primeiramente sobre a diferença entre os conceitos de contrato unilateral e contrato bilateral ou sinalagmático. Sinalágma significa reciprocidade. Ou seja, é um contrato em que ambas as partes detêm obrigações. Sobre o contrato unilateral, entende-se que é o tipo de contrato em que uma parte somente detém obrigações, enquanto a outra não. Ex: de contrato bilateral, contrato de transporte. Obrigação de dar o dinheiro da passagem e obrigação de fazer o transporte. Ex: de contrato unilateral, é o contrato de fiador. Este contrato vem como acessório do contrato de locação entre o locador e o locatário. O fiador tem somente a obrigação de garantir o pagamento caso o locador não cumpra com sua obrigação. Mas o locador não tem nenhuma obrigação com o fiador e sim somente com o locador. Os contratos de comodato em geral são contratos unilaterais. Pois o comodatário tem as obrigações de preservar e restituir o objeto que é infungível. Enquanto o comodante não tem nenhuma obrigação. Ex: João empresta uma casa a José. José deve devolver a casa emprestada do mesmo jeito. Outro contrato unilateral é o de mutuo, pois, o mutuário deve restituir o bem que é substituível, ou seja, existe um equivalente perfeito caso o mesmo não possa ser restituído. Porém, o mutuante não tem obrigação nenhuma junto ao mutuário. Ex: João empresta 100 reais a José. José pode pegar qualquer nota de 100 reais, e não especificamente aquele que João lhe deu, e pagar de volta João. Fica obvio que em contrato bilateral, se uma das partes não cumpre sua obrigação a outra parte se desobriga também. Ex: você compra uma passagem de avião que não voa. Quem pagou parcelado a passagem, se desobriga a continuar a pagar as parcelas. Além dos contratos unilaterais e contratos bilaterais, há quem fale de contratos bilaterais imperfeitos, que não são adotados pelo código civil (Orlando Gomes). Os contratos bilaterais imperfeitos são aqueles que nascem unilaterais e viram bilaterais. Ex: contrato de deposito em que marcela deixa seu cachorro com Carlos e Carlos acaba por ter que levar o cachorro no veterinário e tem despesas. Tendo agora Carlos que cobrar a marcela. Antes marcela não tinha obrigação nenhuma junto a Carlos, mas agora ambas as partes têm obrigações. Carlos de restituir o animal em perfeito estado e Marcela de pagar o valor do veterinário que Carlos gastou. A falha neste tipo de pensamento é justamente em relação ao Sinalágma. O Sinalágma não está presente. Ou seja, a parte contratante não fez o contrato com objetivo de adquirir obrigações. Característica fundamental de um contrato bilateral. Uma parte contrata com outra parte, para receber alguma coisa enquanto, enquanto que a parte contratada também contrata afim de receber outra coisa. Uma relação perfeita de troca de interesses comuns. Este é o Sinalágma. O importante desta colocação é saber que não existe para o direito civil brasileiro, um contrato que começa uma coisa e vira outra.
 Uma segunda classificação para os contratos é a de gratuitos e de onerosos. Os contratos gratuitos são chamados também de desinteressados ou benéficos enquanto os onerosos também são chamados de interessados. Os contratos gratuitos são feitos por liberalidade. Os contratos onerosos são feitos com intenção de lucro. O contrato mais praticado são os contratos onerosos. Por conta disso o código civil estimula a prática dos contratos gratuitos, oferecendo vantagens. Os contratos bilaterais obrigatoriamente são onerosos, mas os contratos unilaterais podem ser gratuitos ou onerosos. Ex: empréstimo de dinheiro de um amigo para o outro. Contrato feito por liberalidade, gratuito, pois somente o mutuário tem obrigação de restituir o valor. Porém como exemplo também de contrato unilateral oneroso temos: O mutuo feneratício. Ou seja, empréstimo com juros. É importante aqui diferenciar de uma confusão que pode aparecer entre contrato unilateral oneroso e contrato bilateral. O contrato unilateral oneroso tem como finalidade lucro, mas gera obrigação somente a uma das partes. O contrato bilateral gera obrigação para ambas as partes. No caso do mutuo feneratício existe obrigação de restituir o valor a juros para aquele que empresta a juros. Porém quem empresta não tem obrigação nenhuma e por isso não se pode confundir com um contrato bilateral. Ou seja, respostas adequadas para a questão de gratuidade e onerosidade estão ligadas completamente a intenção do lucro. Tem intenção de lucro é oneroso. Não tem intenção de lucro é gratuito. O código civil estimula os contratos gratuitos ajudando as partes que praticaram a liberalidade. Ex: Uma tia faz um vestido para a sobrinha que ao ser usado pela primeira vez acaba se rasgando. A sobrinha não poderá ingressar um processo contra a tia. Porém se o vestido fosse comprado na loja, a sobrinha poderia entrar contra a loja. ART. 114 cc – COMENTADO: Este artigo nos aponta na seguinte direção. Se aquele que praticou a liberalidade; faz esta liberalidade de forma a ser entendida ambiguamente, será ele julgado da forma mais restritiva possível. Ex: Um rapaz faz prova ao lado de uma moça. A caneta da moça acaba a tinta. O Rapaz percebe, abre seu estojo, retira uma caneta nova e entrega para a moça. Aqui temos duas possibilidades. Ou ele emprestou a caneta ou ele deu a caneta. Entende-se que por este artigo sempre que uma liberalidade for feita e gerar dúvida em relação ao seu objetivo, será o praticante da liberalidade beneficiado pela dúvida. Que no caso entre empréstimo e doação, será compreendido que a liberalidade foi o empréstimo e não a doação. Ou seja, na dúvida julgasse favorável para quem praticou a liberalidade. ART. 392 cc – COMENTADO: O contrato benéfico é o contrato gratuito. Quem aproveita o contrato benéfico é quem recebe a liberalidade. Ou seja, quem aproveita o contrato. Este responde por culpa. Já aquele que pratica a liberalidade, somente responde por dolo. Lembrando que no direito civil, responder somente por dolo é melhor que responder por culpa. Pois, culpa para ao direito civil engloba culpa stricto sensu e dolo. Enquanto que dolo é somente a vontade do resultado obtido. Sendo assim para contratos onerosos ambas as partes respondem por culpa e em contratos gratuitos responde por dolo quem pratica a liberalidade e por culpa quem recebe a liberalidade. 
 Contratos comutativos e contratos aleatórios. Aleatório vem da palavra alea que significa sorte. Estes contratos aleatórios são contratos que são feitos em que não se tem certeza das obrigações futuras adquiridas. Ex: Uma pessoa que compra um bilhete da mega sena. Ela compra um bilhete que pode render uma fortuna ou pode render nada. Contratos como plano de saúde, seguro de carro, seguro de vida, seguem esta mesma linha. Já os contratos comutativos são aqueles que se sabe exatamente as obrigações que serão adquiridas. Ex: Você sai e compra um pão de queijo. Você paga 3 reais e sabe exatamente o que vai receber. Desta diferença entre os dois fica importante lembrar que aos contratos aleatórios não cabe reembolso daquilo que foi contratado. Ex: Um jogador aposta nos cavalos e perde. Posteriormente vai até o guichê de apostas e pede seu dinheiro de volta. 
FONTE: AULA MARCELA SARDAS

Outros materiais