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3. Fenomenologia empatia aula 2

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Fenomenologia prática 
Empatia 
1 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Empatia - Husserl
� Empatia é um ato de consciência psíquico, involuntário, 
quando se dá imediatamente o reconhecimento do outro 
como ser dotado de consciência, um ego transcendental.
� O ato de consciência – noese – é a empatia.
� O objeto do ato de consciência – noema – é o outro.
� O outro nada mais é do que uma manifestação empírica, 
singular, uma necessidade eidética que reflete uma 
generalidade eidética.
2 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Empatia - Husserl
� É possível inclusive perceber o outro sem vivenciá-lo 
diretamente, por exemplo, quando se escuta uma música 
e sabemos imediatamente que alguém a compôs e alguém 
a está executando.
� A empatia é o ato de retenção do outro, a percepção de 
uma outra realidade psicossomática que, por analogia, 
percebemos como um ser dotado das mesmas 
capacidades e limitações que nós.
3 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Empatia
� A empatia possibilita a compreensão da vivência do outro. 
� A empatia não é o mesmo que o contágio emocional, não 
é a imitação do comportamento do outro.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA4
é a imitação do comportamento do outro.
� Fenômeno dos neurônios espelho.
� Na empatia se compreende a emoção do outro, mas a 
emoção segue sendo do outro.
Empatia X Simpatia
� Para Husserl e Stein, a empatia não se confunde com a 
simpatia. A empatia é tão somente o reconhecimento do 
outro, incluindo seus atributos, suas limitações, sua 
vontade, seus sentimentos, mas está restrita a consciência, 
é uma ato de compreensão, de retenção. é uma ato de compreensão, de retenção. 
� Mesmo quando reconheço os sentimentos do outro, este 
vivido continua sendo do outro. Não sei porque ele está 
triste, o fato de o outro estar triste não me faz triste 
também, mas percebo imediatamente sua tristeza. 
5 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Empatia X Simpatia
� Perceber que o outro está triste ainda é empatia, mas 
quando, ante seu sofrimento, sinto compaixão, isto já é 
simpatia. 
� A simpatia agrega o cuidado ou a preocupação com o 
outro. 
� Portanto, é possível empatizar sem simpatizar. 
6 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Empatia e liberdade
� A empatia é ato de consciência involuntário, é apenas o 
reconhecimento do outro.
� No entanto, deste reconhecimento não implica que o 
comportamento subsequente será compatível. Quer dizer, 
reconhecer o outro como semelhante, ser que reconhecer o outro como semelhante, ser que 
compartilha a mesma essência, não implica que será 
tratado de maneira compatível com esta igualdade.
� Isso porque o ser humano agente do ato da empatia é 
também ser livre e, mesmo após o reconhecimento, pode 
voluntariamente negá-lo.
7 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Empatia X Simpatia 
� Scheler desenvolve a ideia de simpatia. Para Scheler, a 
simpatia é mais do que mera compaixão, é uma 
participação afetiva, uma unificação afetiva.
� A simpatia deve ser desenvolvida, praticada, pois trata-se 
de uma lei básica de evolução dos sentimentos.de uma lei básica de evolução dos sentimentos.
� A simpatia tem duas formas:
� 'sentir com' é quando há uma correspondência de sentimentos, 
por exemplo, com um ator;
� 'simpatizar com' é trazer a consciência o caso particular do 
outro, colocar-se no lugar, assumir aquela realidade.
8 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Essência e formas da simpatia
� Em Esencia y formas de la simpatía, Scheler propõe uma
visão de ser humano que evolui segundo 3 níveis:
� no mais baixo estão os indivíduos que se dedicam aos
valores sensoriais vinculados ao sentimento de prazer e 
dor;dor;
� no nível intermediário estão aqueles que preferem os 
valores afetivos vinculados às emoções, chamados de 
valores vitais que compõem a ordem da psyque; 
� no nível mais elevado estão aqueles que se dedicam aos
valores espirituais e do sagrado. 
9 NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA
Debate contemporâneo:
Theory-theory of mind Simulation theory of mind
� É uma teoria científica sobre 
o desenvolvimento do 
entendimento sobre o 
mundo.
� Afirma que usamos nossa 
própria mente como 
modelo para entender a 
mente dos outros. 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA10
mundo.
� Afirma que temos uma 
teoria psicológica básica, 
construída na primeira 
infância, para entender os 
estados mentais dos outros, 
crenças, sentimentos e 
desejos.
mente dos outros. 
� Corresponde a uma teoria 
da empatia uma vez que o 
entendimento os outros é 
possível através de uma 
resposta empática ("inner
imitation").
Empatia
Theodor Lipp Fenomenólogos
� Considerava um tipo de 
projeção de um estado 
psicológico em outros corpos.
� O sentimento em mim 
� Contestam que a imitação 
interna (espelhamento) seja 
a base da empatia.
Empatia é um tipo especial 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA11
� O sentimento em mim 
evocado pela expressão é 
atribuído ao outro.
� Um tipo de imitação interior 
(inner imitation), instinto de 
empatia ou imitação, 
espelhamento.
� Empatia é um tipo especial 
de percepção do estado 
psicológico como se 
manifestam em expressões 
corpóreas. 
Crítica a Lipp
� Para Lipp, quando observo alguém com medo, dor ou alegria, 
de algum modo sinto medo, dor ou alegria.
� Se assim fosse, primeiro eu precisaria imitar os sentimentos do 
outros para depois compreendê-los.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA12
� Ocorre que a compreensão do sentimento do outro não está 
vinculada a imitação. 
� Scheler: posso entender a partir do balanço do rabo do meu 
cachorro que ele está feliz em me ver e, para isso, não preciso 
imitar seu comportamento.
Crítica a Lipp
� Husserl: eu não preciso ficar com medo para entender 
que meu filho está com medo.
� Stein: há uma diferença entre o fenômeno que Lipp quer 
explicar e o que fenômeno que de fato explica. A teoria 
de Lipp pode explicar porque certa experiência ocorre 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA13
de Lipp pode explicar porque certa experiência ocorre 
comigo, mas não explica como eu compreendo o outro.
� Lipp não explica empatia, mas o contágio emocional.
Crítica a Lipp
Contágio emocional Empatia
� Quando o observador 
captura a emoção em 
questão. 
� O observador vivência 
(observa) a emoção do 
outro, a compreende, mas 
a emoção segue sendo do 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA14
� A emoção é transferida 
para o observador e se 
torna sua emoção. 
a emoção segue sendo do 
outro.
� Trata-se de um ato de 
consciência.
� O observador não precisa 
sentir a emoção.
Scheler
Empatia Simpatia
� É um ato de consciência, a 
compreensão do 
sentimento do outro, não 
é necessário compartilhar 
� A simpatia pressupõe a 
empatia, mas a 
compreensão vai além.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA15
é necessário compartilhar 
este sentimento, não é 
necessário preocupar-se.
� Simpatia é compaixão com 
o sofrimento alheio.
� Simpatia acrescenta 
cuidado e preocupação à 
compreensão do 
sentimento do outro.
Empatia X Simpatia
� Por isso é possível empatizar, sem simpatizar.
� Por exemplo, o sádico precisa de alto grau de empatia, 
mas não tem simpatia pelo sofrimento alheio.
� Portanto, empatia não é uma emoção, mas um ato de 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA16
� Portanto, empatia não é uma emoção, mas um ato de 
consciência, um ato intencional dirigido a outro sujeito.
� A empatia permite experimentar a vida psicológica do 
outro. Isso não significa que a vivência do outro é 
transmitida, apenas o foco está no outro, seus 
pensamentos e emoções, não em mim. 
Reação
� Uma vez compreendida a emoção do outro, o observador terá 
uma reação.
� Poderá, eventualmente, experimentar o mesmo sentimento. 
Por exemplo, fúriapode despertar fúria. 
Mas isso não é uma necessidade.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA17
� Mas isso não é uma necessidade.
� A compreensão do sentimento do outro desperta tão 
comente uma reação, por exemplo, fúria pode despertar 
medo.
� Daí Scheler chamar de Teoria Perceptual de Outras Mentes.
Experimentar a mente do outro?
� Husserl e Stein não ignoram o fato de que há uma 
assimetria entre a minha mente a mente do outro, que 
não temos o mesmo tipo de acesso a nossa mente e a 
mente do outro.
Nas Investigações Lógicas, Husserl destaca que quando 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA18
� Nas Investigações Lógicas, Husserl destaca que quando 
um ouvinte percebe um falante percebe algumas 
experiências, mas apenas como percepções externas, não 
internas.
� Minha experiência do outro captura o outro ego.
Empatia como percepção co-intencionada
� A vivência do outro nunca pode ser dada a mim de 
maneira original, como consciência interna.
� A experiência do outro é apresentada a minha 
consciência através de uma percepção espacial, é co-
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA19
consciência através de uma percepção espacial, é co-
intencionada e caracterizada por sua co-presença. 
� Stein e Scheler compreendem que posso vivenciar a 
emoção do outro, mas não em primeira pessoa, não é 
minha emoção. Apenas a reconheço e compreendo. 
Zahavi
Empatia
Compartilhamento 
emocional
� A empatia está localizada 
no outro, não em mim 
mesmo.
� Quando diante do mesmo 
estímulo, compartilhamos 
o mesmo sentimento.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA20
� É um ato de compreensão 
do sentimento do outro.
� O sentimento permanece 
no outro.
� O foco é o outro.
� Por exemplo, ao ver um 
filme.
� O sentimento é 
compartilhado.
� O foco é a vivência.
Diferenças:
� Empatia – ato de consciência, reconhecimento da 
emoção.
� Simpatia – acrescenta cuidado e preocupação, compaixão; 
ex.: amigo em depressão. 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA21
� Contágio emocional – transferência da emoção, imitação, 
mimetismo, o foco é na emoção; ex.: gargalhada, injeção.
� Compartilhamento emocional – diante do mesmo 
estímulo sinto a mesma emoção; ex.: cinema.
Experienciar os outros
� Fenomenólogos reconhecem a diferença entre o acesso ao 
estado psicológico em primeira, segunda e terceira pessoa.
� No entanto, seria um erro restringir e limitar o acesso a 
primeira pessoa.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA22
� É possível vivenciar estados mentais de maneiras diferentes. 
� Quando vivencio as expressões faciais ou ações de outra 
pessoa, estou vivenciado aspectos de sua vida psicológica e 
não meramente imaginando ou simulando ou pensando sobre 
eles. 
Assimetria
� A assimetria entre minha mente e a mente dos outros é 
constitutiva, ou seja, é inerente a vivência do outro.
� É precisamente devido a esta diferença que posso afirmar que 
a mente do outro é do outro, não minha.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA23
� Fenomenólogos reconhecem que em alguns casos a vivência se 
apoia na imaginação, memória e teoria do conhecimento, no 
entanto, certos aspectos da consciência do outro são dados.
� Para compreender o outro, é preciso fazer uso de todos os 
recursos disponíveis. 
Assimetria
� Não vivencio o que o outro vivencia. Não estou dentro da 
mente do outro. No entanto, tenho uma experiência direta do 
outro como tenho de qualquer outro objeto. 
Por exemplo, se vejo uma pessoa se contorcendo de dor 
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA24
� Por exemplo, se vejo uma pessoa se contorcendo de dor 
tenho a experiência direta da dor do outro, embora a dor 
continue sendo dele, não sinto a sua dor, mas empatizo, e é 
possível ainda o contágio emocional e a simpatizar.
Assimetria
� O acesso ao outro pode ser direto e ao mesmo 
tempo contextual. Por exemplo: se vejo uma caixa de 
analgésico aberta com um copo de água vazio ao lado 
posso inferir que aquela pessoa tem sentido dor.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA25
posso inferir que aquela pessoa tem sentido dor.
� Na verdade, tanto a intuição direta como o contexto 
são importantes para entender a mente do outro, 
para "ler" a mente do outro.
Isomorfismo
� O modelo de empatia de Vignemont and Singer requer 
que haja um isomorfismo entre a mente do observador e 
do observado para que haja empatia.
� Ex.: Se vejo uma pessoa com raiva e reajo com medo, não 
é empatia. Só será empatia, se reagir com raiva também.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA26
é empatia. Só será empatia, se reagir com raiva também.
� O primeiro caso será apenas standard mind reading.
� Zahavi critica e acha que ambos são casos de empatia, o 
que varia é a reação emocional do observador. 
Caring condition
� Vignemont and Jacob acrescentam uma outra condição 
para a empatia: caring condition. O observador deve se 
preocupar com a vida afetiva do observado. 
� Tal condição parece atender a definição de simpatia, não 
de empatia.
NATHALIE BARBOSA DE LA CADENA27
de empatia.
� Se caring condition for entendido apenas como uma 
preocupação centrada no outro, então seria compatível 
com a definição de empatia.

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