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Estatuto da OAB

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Direito – São Gabriel – Disciplina Estatuto da OAB 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
 
 Apostila para complementação de estudo 
Disciplina Estatuto da OAB. Curso de Direito. PUC Minas no São Gabriel 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
morato@pucminas.br 
1 
 
Apostila para complementação de estudo da disciplina Estatuto da OAB1 
PUC Minas no São Gabriel – 10º. Período. Manhã 
 
Ementa 
Fundamentos teóricos da ética e análise da ética profissional. Estudo do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos 
Advogados do Brasil e do Código de Ética e Disciplina da OAB. 
Objetivos 
O objetivo geral do curso é inscrever o estudante no debate sobre a ética, conceituando-a e mostrando como se dá a 
discussão contemporânea sobre a ética geral e profissional. 
Os objetivos específicos são: 
a) compreensão do Direito à luz das teorias sistêmicas da sociedade e a função do advogado nesse cenário; 
b) evidenciar como o Estatuto da OAB se inscreve no projeto da realização da justiça (art.133/CRFB); 
c) entender o Código de Ética e o Estatuto da OAB no projeto de uma sociedade racional, justa e solidária. 
Unidades de Ensino 
1. HISTORICO E NOÇÕES GERAIS DA OAB 
- A Constituinte de 1823 e os cursos jurídicos - Instituto dos Advogados; 
- IAB - revolução de 1930 e criação das OAB; 
- Instalação do Conselho Federal da OAB; 
- Trajetória da OAB na defesa das liberdades e dos direitos humanos; 
- Órgãos da OAB; 
- Criação do Estatuto da OAB. 
2 ESTATUDO DA ADVOCACIA E DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
- Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994; 
- Regulamento Geral do estatuto da Advocacia e da OAB. 
3. NOÇÕES GERAIS DE ÉTICA 
- Conceitos de Ética, Moral e Deontologia; 
 Ética Geral Ética Especial; 
- Moral e Direito; 
- Fontes da Obrigação Moral, Jurídica; 
- Responsabilidade Social da Advocacia; 
4 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 
5 A ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS 
- Magistratura; 
- Ministério Público; 
- Estudante e Estagiários de Direito 
Descrição da Bibliografia Básica 
DIREITOS e obrigações dos advogados. São Paulo: LTR, 1998. 406 p. ISBN 8573224940. 
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao novo estatuto da advocacia e da OAB. Brasília: Brasília Jurídica, 1994. 252 p. 
MAMEDE, Gladston. A advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. 6. São Paulo Atlas 2014 1 recurso online ISBN 
9788522492282. 
Descrição da Bibliografia Complementar 
BRASIL.; PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos Santos; CÉSPEDES, Livia. Estatuto da advocacia e 
da Ordem dos Advogados do Brasil. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. 13. ed. atual. e ampl. 
São Paulo: Saraiva, 2006. 252p. ISBN 8502058231 
BEMFICA, Francisco Vani. O juiz, o promotor, o advogado: seus poderes e deveres. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. 
341p. 
OLIVEIRA, Lauro Laertes de. Manual dos concursos jurídicos : magistratura, ministério público, procurador, delegado, 
exame da OAB. 8. ed. rev. e atual. São Paulo: Sugestões Literárias, 1997. 469p. ISBN 8502017012. 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Direito, cidadania e ética. Belo Horizonte: Del Rey: OAB-MG, 2010. 66 p 
Ordem dos Advogados do Brasil. As razões da autonomia da Ordem dos Advogados do Brasil. Rio de Janeiro: Ordem dos 
Advogados do Brasil, 1975. 148p. 
 
 
1 Elaborada pela Profa. Kátia Gontijo Ferreira. Revista e adaptada pelo Prof. João Marcos Castilho Morato. A apostila serve apenas 
como complementação do estudo da disciplina e não tem o objetivo de esgotar os assuntos aqui mencionados tampouco é referência 
como texto científico. A partir disso, foi elaborada livremente de fontes diversas, conforme referências especificadas. 
 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Direito – São Gabriel – Disciplina Estatuto da OAB 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
 
 Apostila para complementação de estudo 
Disciplina Estatuto da OAB. Curso de Direito. PUC Minas no São Gabriel 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
morato@pucminas.br 
2 
 
Sumário 
1 HISTÓRICO E NOÇÕES GERAIS DA OAB ..........................................................................................................3 
1.1 O Advogado ............................................................................................................................................3 
1.2 HISTÓRICO ..............................................................................................................................................4 
1.2.1 Os cursos jurídicos no Brasil-Império. ............................................................................................4 
1.2.2 O Instituto dos Advogados Brasileiros. ...........................................................................................4 
1.2.3 Ordem dos Advogados do Brasil – OAB ..........................................................................................6 
1.2.4 A Natureza Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil ................................................................9 
1.2.5 Órgãos da OAB ............................................................................................................................. 11 
2 ESTATUDO DA ADVOCACIA E DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL ................................................... 14 
2.1 Exercício privativo do advogado .......................................................................................................... 14 
2.2 Capacidade postulatória ...................................................................................................................... 17 
2.3 Pessoas sujeitas ao estatuto ................................................................................................................ 18 
2.4 Prerrogativas do advogado .................................................................................................................. 19 
2.4.1 Dos direitos do advogado ............................................................................................................ 19 
2.5 Inscrição como advogado e estagiário ................................................................................................ 24 
2.5.1 Inscrição de advogado ................................................................................................................. 24 
2.6 Inscrição de estagiário ......................................................................................................................... 27 
2.7 Identidade profissional ........................................................................................................................ 28 
2.8 Da sociedade de advogados ................................................................................................................ 29 
2.8.1 Razão social da sociedade ........................................................................................................... 29 
2.8.2 Licença de sócio ........................................................................................................................... 29 
2.9 Do advogado empregado .................................................................................................................... 30 
2.9.1 Salário .......................................................................................................................................... 30 
2.9.2 Jornada de trabalho ..................................................................................................................... 31 
2.9.3 Honorários sucumbenciais .......................................................................................................... 32 
2.9.4 Interesses pessoais do empregador ............................................................................................ 32 
2.9.5 Da organização sindical e atuação da OAB ..................................................................................32 
2.9.6 Advogado empregado de banco. ................................................................................................. 33 
2.10 Honorários Advocatícios ...................................................................................................................... 33 
2.10.1 Definição, espécies e natureza jurídica ....................................................................................... 33 
2.10.2 Honorários convencionais ou contratuais ................................................................................... 33 
2.10.3 Honorários sucumbenciais .......................................................................................................... 34 
2.10.4 Honorários arbitrados judicialmente........................................................................................... 35 
2.10.5 Considerações éticas na contratação de honorários................................................................... 35 
2.10.6 Da advocacia pro bono ................................................................................................................ 37 
2.11 Das Incompatibilidades e Impedimentos ............................................................................................ 37 
2.12 Da Ética do Advogado .......................................................................................................................... 41 
2.13 Das Infrações e Sanções Disciplinares ................................................................................................. 41 
2.13.1 Infrações Disciplinares ................................................................................................................. 41 
2.13.2 Condutas Incompatíveis .............................................................................................................. 42 
2.13.3 Sanções Disciplinares ................................................................................................................... 42 
 
 
 
 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Direito – São Gabriel – Disciplina Estatuto da OAB 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
 
 Apostila para complementação de estudo 
Disciplina Estatuto da OAB. Curso de Direito. PUC Minas no São Gabriel 
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3 
 
1 HISTÓRICO E NOÇÕES GERAIS DA OAB 
1.1 O Advogado 
 
Etimologicamente, a palavra tem sua origem no latim, “advocatus”; 
- “ad” que se entende por “para junto” 
- “vocatus” que se traduz por “chamado” 
Portanto, é aquele que é invocado ou convocado para estar junto às partes, para ajudar em suas alegações. 
Podemos encontrar, ainda, definições do tipo “postulandi” ou “advocati”, uma vez que possuía o ofício de 
postular. Ao longo da história, descobrimos outras formas de denominações, como “causidicus”, “togatus”, 
“oratores”, “patronus”, ou seja, qualidades sempre relacionadas ao conhecimento, à proteção e à oratória, 
refletindo toda a dimensão dessa famigerada profissão. 
 
Mandamentos do advogado segundo Eduardo Couture2 
1. ESTUDE. O Direito está em constante transformação. Se não o acompanha você será cada dia menos 
Advogado. 
2. PENSE. O Direito se aprende estudando; porém, se pratica pensando. 
3. TRABALHE. A advocacia é uma fatigante e árdua atividade posta a serviço da Justiça. 
4. LUTE. O seu dever é lutar pelo Direito; porém, quando encontrar o Direito em conflito com a Justiça, 
lute pela Justiça. 
5. SEJA LEAL. Leal para com o cliente, a quem não deve abandonar a não ser que perceba que ele é 
indigno do seu patrocínio. Leal para com o adversário, ainda quando ele seja desleal consigo. Leal 
para com o Juiz que ignora os fatos e deve confiar no que você lhe diz; e que, mesmo quanto ao 
Direito, às vezes tem de confiar no que você lhe invoca. 
6. TOLERA. Tolere a verdade alheia como gostaria que a sua fosse tolerada. 
7. TENHA PACIÊNCIA. O tempo vinga-se das coisas que se fazem sem a sua colaboração. 
8. TENHA FÉ. Tenha fé no Direito como o melhor instrumento para a convivência humana; na Justiça, 
como o destino natural do Direito; na paz, como substitutivo benevolente da Justiça; e, sobretudo, 
tenha fé na liberdade, sem a qual não há Direito, nem Justiça, nem paz. 
9. ESQUEÇA. A advocacia é uma luta de paixões. Se a cada batalha for carregando a sua alma de rancor 
chegará o dia em que a vida será impossível para você. Terminado o combate esqueça logo tanto a 
vitória como a derrota. 
10. AME A SUA PROFISSÃO. Procure considerar a advocacia de tal maneira que, no dia em que seu filho 
lhe pedir conselho sobre o futuro, considere uma honra aconselhá-lo a ser Advogado”. 
 
Leitura complementar 
A origem e missão do advogado 
Tatiana de Oliveira Takeda 
A palavra advogado deriva do latim ad-vocatus, ou seja, aquele que é chamado em defesa. Desta forma, com 
fundamento na história e na própria etimologia, é possível definir o advogado como aquele que é convocado para 
acastelar uma causa ou uma pessoa, buscando mais a realização da justiça do que os honorários, embora estes lhe 
sejam legalmente devidos. 
É no Império Romano que se encontram as raízes do Direito e bem assim é nele que se localizam as origens da 
advocacia representada em duas figuras distintas: o advogado e o jurisconsulto. 
Sob o prisma histórico, pode-se dizer que a advocacia tem sua origem na necessidade moral de defesa daqueles que 
por serem hipossuficientes e inocentes acabavam por ser vítimas de injustiças de todos os gêneros. Nesta esteira, 
surgem cidadãos que, inconformados com as iniquidades, passaram a exercer, gratuitamente, a defesa daqueles que 
por serem fracos tinham seus direitos desprezados. 
Assim, com base na verdade, direito e justiça, surgem homens justos dispostos a lutar por outrem e, assim, dar 
ensejo a uma profissão pautada na dignidade da pessoa humana. 
No Brasil, a advocacia deu seus primeiros passos com a criação de cursos jurídicos nos idos de 1827, sendo que o 
Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil - IOAB (1843) e da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (1930) foram 
os maiores marcos da profissão em território tupiniquim. 
Mais tarde, em 1994, a classe trabalhista até então desprovida de tutela específica, ganhou seu Estatuto que definiu 
os direitos básicos em relação ao empregador, teto salarial, sucumbência, honorários e jornada de trabalho. Hoje, o 
 
2 Juan Eduardo Couture Etcheverry (1904-1956), conhecido como Eduardo Couture, Catedrático de Processo Civil, Decano da 
Faculdade de Direito de Montevidéu. 
 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Direito – São Gabriel – Disciplina Estatuto da OAB 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
 
 Apostila para complementação de estudo 
Disciplina Estatuto da OAB. Curso de Direito. PUC Minas no São Gabriel 
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4 
 
Estatuto da Advocacia é o disposto via Lei nº 8.906, de 04.07.2004, que tem sido sobriamente alterado de acordo 
com as necessidades de adequações. 
Por exigência do Estatuto da Advocacia, os bacharéis pretendentes ao exercício da profissão de advogado devem, 
obrigatoriamente, submeter-se e serem aprovados no Exame de Ordem, aplicado pela própria Ordem dos Advogados 
do Brasil. 
Portanto, os cursos jurídicos de graduação não formam um advogado, pois este somente recebe tal título após 
auferir êxito junto ao Exame de Ordem, podendo deixar a profissão por qualquer motivo que venha a cancelar a sua 
inscrição na OAB. 
A Constituição Federal brasileira de 1988, em seu artigo 133, dispõe que “o advogado é indispensável à 
administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. 
Por consequência, pode-se afirmar que nenhum cidadão pode prescindir do auxílio de um advogado nos assuntos a 
queé pertinente, pois somente este está efetivamente preparado para esse fim. 
Ademais, interessante ressaltar que a Carta Magna não se descuidou daqueles indivíduos que não possuem pecúnia 
para contratarem um defensor jurídico. O artigo 134 dispõe sobre a existência da Defensoria Pública que, nos moldes 
do dispositivo, é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a 
defesa, em todos os graus, dos necessitados que comprovarem insuficiência de recursos financeiros. 
Quanto à existência das autoridades judiciárias é importante salientar que, no exercício de suas funções, não há 
hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, haja vista que todos 
devem se tratar com consideração e respeito recíprocos (artigo 6º, do Estatuto da Advocacia). 
Como propugna o Estatuto da Advocacia, o advogado, no exercício de seu ofício, deve manter independência em 
qualquer circunstância, sem nenhum receio de desagradar ao magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer 
em impopularidade (artigo 31, §§ 1º e 2º). A independência é predicado fundamental à sustentação da conduta 
ética. O advogado deve ser independente inclusive de seu cliente, pois este é entrave secular da classe, preservando 
sua autonomia técnica, política e de consciência. 
Por fim, frise-se que o advogado, como muito ressaltado, é essencial à justiça, não se podendo chegar a esta sem a 
sua participação. Pautado sempre nos preceitos éticos e morais, este profissional deve lutar para alcançar a 
harmonização da sociedade e o fim da litigiosidade, a fim de evitarem-se as injustiças no corpo social. 
TAKEDA, Tatiana de Oliveira. A origem e missão do advogado. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 75, abr 2010. 
Disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7667 
>. Acesso em jan 2017. 
 
1.2 HISTÓRICO3 
 
1.2.1 Os cursos jurídicos no Brasil-Império. 
 
1822. Independência do Brasil. 
1823. Instalação da Assembleia Constituinte. Influência ocidental da constitucionalização, inspirada na 
Independência dos EUA e Revolução Francesa. Início dos debates sobre estudos jurídicos no Brasil, até então 
concentrados em Portugal. 
1825/1826. Aprovado por decreto curso jurídico, primeiramente no Rio de Janeiro em 1825 e, no ano 
seguinte, em São Paulo e Olinda. 
1827. O projeto para a criação dos cursos jurídicos, criado por José Cardoso Pereira de Melo, Januário da 
Cunha Barbosa e Antônio Ferreira França, tornou-se lei do Império em 11/08/1827, estabelecendo que o 
candidato deveria ter quinze anos completos e ser aprovado nos exames de retórica, gramática latina, língua 
francesa, filosofia racional e moral, e geometria. 
1828. Início efetivo do primeiro curso de Direito. Temos, então, que o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da 
Academia de São Paulo começou a funcionar em 1º de março de 1828, no Convento de São Francisco, sendo o 
primeiro curso de Direito instalado no país. 
Aprovados e instalados os cursos jurídicos no país, a mentalidade era no sentido de estabelecer como 
objetivo primordial a formação da classe administradora do país, pois este se via independente e com número 
insuficiente de pessoas preparadas para sua direção. 
 
1.2.2 O Instituto dos Advogados Brasileiros. 
 
Em razão dos cursos de Direito em pleno funcionamento e, inspirados nos Estatutos da Associação dos 
Advogados de Lisboa, iniciam-se estudos para criação de uma Associação semelhante no Brasil, o que se 
efetivou em 1843: 
 
3 Marco Teórico. D'ÁVILA, Thiago Cássio. História da advocacia e da OAB no Brasil. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, IX, n. 28, abr 2006. 
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1112>. Acesso em jan 
2017. 
 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Direito – São Gabriel – Disciplina Estatuto da OAB 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
 
 Apostila para complementação de estudo 
Disciplina Estatuto da OAB. Curso de Direito. PUC Minas no São Gabriel 
Prof. João Marcos Castilho Morato 
morato@pucminas.br 
5 
 
"Sua Majestade o Imperador, deferindo benignamente o que lhe foi apresentado por diversos advogados desta 
Corte, manda pela Secretaria do Estado dos Negócios da Justiça aprovar os Estatutos do Instituto dos 
Advogados Brasileiros, que os Suplicantes fizeram subir à sua Augusta presença, e que com estes baixam, 
assinado pelo Conselho Oficial Maior da mesma Secretaria de Estado; com a cláusula, porém, de que será 
também submetida à Imperial Aprovação o regulamento interno de que tratam os referidos estatutos. Palácio 
do Rio de Janeiro, em 7 de agosto de 1843. Honório Hermeto Carneiro Leão." 
 
Assim, o nascimento do Instituto dos Advogados Brasileiros - IAB, em 1843, é precursor da Ordem dos 
Advogados do Brasil, criada em 1931. A intenção era a regulamentação e proteção à profissão e aos 
profissionais exercentes desta profissão. Um dos primeiros focos da luta do IAB foi o combate aos rábulas – 
práticos do Direito sem formação específica. Acabaram sendo inseridos no contexto da atividade da advocacia 
com a titulação de Provisionados – a provisão seria uma autorização especial para que exercessem a 
advocacia. 
 
A importância dada, à época, não apenas à advocacia, mas também ao IAB se percebe pelo Decreto nº 393, 
de 23 de Novembro de 1844, em que se cria assento para os membros do IAB nos Conselhos dos Tribunais. : 
 
Concede aos Membros do Instituto dos Advogados Brasileiros, nesta Côrte, o uso de veste talar, e a faculdade 
de terem assento, no exercicio do seu Officio, dentro dos cancellos dos Tribunaes 
Querendo distinguir os Membros do Instituto dos Advogados Brasileiros, desta Côrte, pelos bons serviços que 
podem prestar, á bem da administração da Justiça; Hei por bem Decretar o seguinte. 
Art. 1º Que nas funcções publicas de festividade nacional, e no exercicio do seu Officio, em os Auditorios e 
Tribunaes, os Advogados Membros do referido Instituto e filiaes, usem de huma vestimenta talar, sem 
garnacha, de côr preta, de borla os Doutorados, e gorra os Bachareis Formados, na fôrma do figurino, que com 
este baixa; sendo porêm de seda a vestimenta dos Conselheiros da Coroa, e Advogados do Conselho d'Estado, e 
de lã as dos outros, á excepção dos dias de Cortejo, em que todos poderão usar de vestimenta de seda, e os 
que tiverem Carta do Titulo do Conselho de capa por cima desta. 
Art. 2º Que no exercicio de seu Officio, tenhão sempre huns e outros assento dentro dos cancellos dos 
Tribunaes. Manoel Antonio Galvão, do Meu Conselho, Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios da Justiça, o 
tenha assim entendido, e faça executar. 
Palacio do Rio de Janeiro em vinte e tres de Novembro de mil oitocentos e quarenta e quatro, vigesimo terceiro 
da Independencia e do Imperio. 
Com a Rubrica de Sua Magestade o Imperador. 
Manoel Antonio Galvão 
 
Atualmente, o IAB é considerado, inclusive em seu Estatuto, uma associação sem fins lucrativos, de caráter 
nacional, com personalidade jurídica de direito privado.4 Tem como finalidades, previstas no art. 2º. 
 
São fins do IAB: 
I. A defesa do Estado Democrático de Direito e seus princípios fundamentais; 
II. o estudo do Direito, a difusão dos conhecimentos jurídicos e o culto à justiça; 
III. a colaboração e atuação, por todos os meios admissíveis, na manutenção e no aperfeiçoamento da ordem 
jurídica legítima e democrática; 
IV. a promoção da defesa dos interesses da nação, da igualdade racial, do meio-ambiente, dos consumidores e 
do patrimônio cultural, artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
V. a representação, judicial ou extrajudicial, de seus filiados; 
VI. a contribuição para o aperfeiçoamento do ensino e da pesquisa jurídica.O Estatuto original já previa a criação da OAB: 
 
“O fim do Instituto é organizar a Ordem dos Advogados, em proveito geral da ciência da jurisprudência”5. 
 
4 Fonte http://www.iabnacional.org.br/institucional/estatuto-do-iab 
5 Ementa AVISO DE 7 DE AGOSTO DE 1843 - Approvando os Estatutos do Instituto dos Advogados Brasileiros. 
Sua Magestade o Imperador, deferindo benignamente ao que lhe representarão diversos advogados d’esta Côrte, manda pela 
secretaria de Estado dos Negocios da Justiça, approvar os estatutos do Instituto dos advogados Brasileiros, que os supplicantes fizeram 
subir á sua Augusta Presença, e que com esta baixão assignados pelo Conselheiro Official-maior da mesma Secretaria de Estado; com a 
clausula porém de que será tambem submettido á Imperial approvação o regulamento interno, de que tratão os referidos estatutos. 
 
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6 
 
Apenas para fins de estabelecer, por ora, mero paralelo, são previstas as finalidades da OAB no Estatuto da 
Advocacia e OAB, lei 8906/94: 
 
Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma 
federativa, tem por finalidade: 
I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça 
social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da 
cultura e das instituições jurídicas; 
II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a 
República Federativa do Brasil. 
 
Portanto, embora haja pontos em comum, percebe-se a grande diferença entre os dois uma vez que à OAB é 
dada a prerrogativa exclusiva de representação, seleção e disciplina dos advogados no exercício de suas 
atividades. 
 
1.2.3 Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 
 
A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB surge quase um século depois, em 1931. Reputa-se o uso do termo 
ordem a basicamente duas explicações históricas. Uma delas se refere ao período medieval, em que, na 
França, utilizava-se a palavra para um “conjunto estatutário que ordena um modo de vida reconhecido pela 
Igreja, semelhante à Ordo Clericorum ou às ordens de cavalaria” (LOBO, op cit D’AVILA)6 
 
No entanto, é possível determinar origem no Direito Romano, em que há registro do termo “Ordo”. HÉLCIO 
MACIEL FRANÇA MADEIRA, melhor estudando o assunto, dá notícia das Ordens de Advogados ainda na Roma 
Antiga, assim descrevendo: 
 
“Os advogados são agrupados junto aos tribunais mais importantes onde postulam no seio de um colégio que 
dispõe de personalidade moral. 
As ordens ou corporações de advogados são independentes entre si, mas estão adstritas sempre a uma só 
jurisdição, cuja autoridade judiciária (e.g. praefectus praetorio, o governador de província, ou o prefeito 
augustal) exerce o poder de fiscalizá-las e, eventualmente, regulamentá-las. 
Em cada ordem os advogados seguem uma hierarquia conforme as datas de suas inscrições. Nos mais altos 
cargos encontram-se os primates, em seguida os outros statuti. Finalmente, há também os advogados 
estagiários (postulantes) que passam por um regime especial antes de adentrarem o ordo, na medida em que 
houver a saída de algum statutus.”7 
 
Os advogados romanos eram inscritos em um quadro, de acordo com a antiguidade (origem remotíssima do 
número de inscrição de advogado nos quadros da OAB na realidade atual). 
 
Em 20 de agosto de 1880, apresenta-se ao Legislativo da Corte o Projeto de Lei n.º 95, que visava à criação da 
Ordem dos Advogados do Brasil, com base no trabalho de Saldanha Marinho, então Presidente do IAB, em 
que este modifica o Estatuto do IAB para retirar de seus objetivos a criação da OAB, transformando o próprio 
Instituto na Ordem dos Advogados pretendida. No entanto, a agitação política do período e a posterior queda 
do regime imperial não permitem a criação da Ordem dos Advogados. 
 
 
Palacio do Rio de Janeiro, em 7 de agosto de 1843. 
Honorio Hermeto Carneiro Leão 
ESTATUTOS DO INSTITUTO DOS ADVOGADOS BRASILEIROS 
Art. 1o Haverá na capital do Imperio um Instituto com o titulo - Instituto dos Advogados Brasileiros -, do qual serão membros todos os 
Bachareis formados em Direito que se matricularem dentro do praso marcado no regimento interno, onde igualmente se 
determinarão o numero e qualificações dos membros effectivos, honorarios, e supranunmerarios residentes na Côrte e nas Provincias. 
Art. 2º O fim do Instituto é organisar a ordem dos advogados, em proveito geral da sciencia da jurusprudencia. 
6 Cf. LÔBO, PAULO LUIZ NETTO. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. São Paulo: Saraiva, 3ª ed., 2002, p. 223. apud. 
D’AVILA. 
7 MADEIRA, Hélio Maciel França. História da Advocacia. São Paulo: RT, 2002, p. 57-58. 
 
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7 
 
As tentativas de criar a OAB restam infrutíferas no período imperial, mas o IAB participa ativamente da vida 
política e legislativa do país. A primeira Constituição Republicana, de 1891, amparou-se em estudos 
oferecidos pelo IAB, com revisão do renomado jurista Rui Barbosa. 
 
1.2.3.1 Tentativas após a Proclamação da República. 
 
Houve algumas tentativas frustradas de criação após a Proclamação da República, a primeira delas, em 1911. 
A preocupação era uma ascendente desvalorização do advogado, inclusive pela atuação de maus 
profissionais, com pouco preparo. 
 
“Àquele tempo não havia egresso das penitenciárias ou comerciante falido que não se julgasse com o direito 
de sobraçar uma pasta e afrontar o pretório no exercício da mais degradante rebulice. A consciência coletiva 
repelia os intrusos, mas seus malefícios desmoralizavam o ambiente a tal ponto que a função do advogado era 
suspeitada como de traficantes irresponsáveis. Os advogados dignos sofriam a concorrência dos aventureiros 
ousados e não havia meios de evitar a intoxicação causada no meio social pelos elementos claudicantes, que 
prosperavam à sombra de generalizada irresponsabilidade”.8 
 
“Ou seja, a advocacia era atividade exercida por pessoas de qualificação pouca, ou tendentes à desonestidade, 
o que prejudicava o trabalho do profissional sério e com formação acadêmica, fazendo-se urgente o 
atendimento ao grito pela criação da Ordem dos Advogados, para disciplinar o exercício da profissão. Porém, 
todas as tentativas do período da República Velha restaram infrutíferas, pois havia geralmente grande inércia 
dos parlamentares quanto a esta matéria”.9 
 
Assim, buscar-se-ia, através da Ordem, a valorização do profissional do direito, a preocupação com sua 
formação, a regulamentação da profissão do advogado. 
 
1.2.3.2 A Aliança Liberal da Revolução de 1930. 
 
- República café com leite. 
- Aliança liberal. 
- Revolução de 1930. Getúlio Vargas. 
- Decreto n.º 19.408, de 18 de novembro de 1930. Cria-se a OAB: 
 
“Art. 17. Fica criada a Ordem dos Advogados Brasileiros, órgão de disciplina e seleção da classe dos advogados, 
que se regerá pelos estatutos que forem votados pelo Instituto da Ordem dos AdvogadosBrasileiros e 
aprovados pelo Governo”. 
- Seguiram-se diversos decretos com o objetivo de regulamentar a OAB e a profissão, inclusive o Decreto n.º 
22.478 de 20 de fevereiro de 1933 que consolidou a legislação então existente sobre a advocacia, e modificou 
o nome da Ordem dos Advogados Brasileiros para Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
1.2.3.3 Instalação do Conselho Federal10 
 
O Conselho Federal da OAB funcionou primeiramente no prédio do Instituto dos Advogados Brasileiros. O 
Regimento Interno do Conselho, fixando sua organização administrativa, foi aprovado em 13 de março de 
1933. 
 
Na solenidade de instalação da primeira sessão ordinária do Conselho Federal, ocorrida em 11 de agosto de 
1933, Levi Carneiro referiu-se à etapa vencida pela instituição em brilhante discurso: 
 
 
8 SODRÉ, Ruy. Ética Profissional e Estatuto do Advogado. LTr, 4ª ed., p. 239, apud RAMOS, ob. cit, p. 702. Apud D’Avila. 
9 D'ÁVILA, Thiago Cássio. Op Cit. 
10 Disponível em http://www.oab.org.br/historiaoab/inicio.htm. 
 
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8 
 
“A Ordem dos Advogados é uma imposição dos nossos dias, dos nossos ideais, do nosso patrimônio. É órgão de 
seleção e disciplina, de cultura e de aperfeiçoamento moral. Não nos proporciona regalias ou favores, cria-nos 
um regime de árduos deveres." [...] Constituimos, podemos constituir, devemos constituir em todo país, uma 
elite capaz de influir pelo exemplo e pela ação direta, na realização da Democracia Liberal. E, principalmente, 
capaz de formar, através de todo país, um desses vínculos morais preciosíssimos que garantem as 
nacionalidades duradouras."11 
 
E sob a condução de Levi Carneiro e Attílio Vivácqua - que foram sucessivamente reeleitos e permaneceram à 
frente do Conselho Federal por três mandatos consecutivos -, a Ordem dos Advogados foi consolidada. Suas 
ações concentraram-se, principalmente, nas tarefas de organização da instituição, como solução de 
problemas de interpretação do Estatuto, ordenamento das seções estaduais e elaboração do Código de Ética. 
 
O primeiro Código de Ética Profissional para os advogados, aspiração já antiga da classe, foi aprovado na 
sessão do Conselho Federal de 25 de julho de 1934, dando cumprimento ao preceituado no art. 84, inciso III, 
do Regulamento da OAB, encerrando a discussão iniciada em 30 de maio de 1933. 
 
1.2.3.4 A OAB e as lutas democráticas. 
 
A partir de 1935, a OAB inicia sua ativa participação política na defesa das liberdades e da democracia, que 
seria sua marca registrada até os tempos atuais. 
 
- 1946. A Constituição de 1946 é a primeira a mencionar a OAB, tornando obrigatória sua participação nos 
concursos de ingresso à magistratura dos Estados. 
 
- 27 de abril de 1963. Lei n.º 4.215, segundo Estatuto da Advocacia no Brasil. 
 
- Periodo militar. OAB apoia o golpe militar. A partir de 1966, OAB inicia processo de embate com o governo 
militar em defesa da democracia. Participa de forma decisiva na criação do Conselho de Defesa dos Direitos 
da Pessoa Humana. Incomodado, o governo cogitou de vincular a OAB ao Ministério do Trabalho, assim como 
os demais conselhos profissionais – sem sucesso. 
Em 1971, José Cavalcanti Neves dirigiu, no dia seguinte a sua posse, encaminha ofício ao Presidente Médici 
com a seguinte mensagem: 
a) a preocupação em face de atos de violência e de cerceamento de liberdade profissional, que vêm sendo 
praticados, com ilegalidade e abuso de poder, contra advogados no pleno desempenho de sua atividade, 
considerada pelo própria lei como colaboração indeclinável na administração da justiça; 
b) a convicção da inadiável necessidade jurídica do restabelecimento, em sua plenitude da garantia do habeas 
corpus; 
c) a necessidade de um pleno e eficiente funcionamento do Conselho de Direito da Pessoa Humana, dado que 
esse funcionamento interessa não só a todos os cidadãos brasileiros que nele devem ter um instrumento 
vigilante contra as formas de opressão e vilipêndios aos direitos fundamentais, como também interessa ao 
próprio Governo, para esclarecer e punir abusos que desfiguram e deturpam a dignidade da função pública; 
d) a revogação de recentes dispositivos constitucionais ou legais que estenderam aplicabilidade da pena de 
morte a setores que exorbitam dos conceitos jurídicos e tradicionais do Direito Brasileiro, de modo que sejam 
retomadas a orientação cristã e a consciência humanística que sempre inspiraram as manifestações do nosso 
povo e a serena conceituação dos juristas e pensadores no repúdio à penalidade extrema, como inadequada 
aos objetivos de uma correta filosofia penal; 
e) o pleno restabelecimento das garantias do Poder Judiciário, como condição primordial ao exercício dos 
direitos individuais e ao normal funcionamento das instituições democráticas; 
 
11 Citado em: LUIZ, Edson Medeiros Branco. Dissertação de Mestrado. A atuação política da ordem dos advogados do Brasil durante o 
governo Geisel. Niterói, 2010. Disponível em http://www.uff.br/dcp/wp-content/uploads/2011/10/Disserta%C3%A7%C3%A3o-de-
2010-Edson-Medeiros-Branco-Luiz.pdf 
 
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9 
 
f) a observância do preceito que manda comunicar à autoridade judiciária competente a efetivação de 
prisões, advertindo os agentes de que estão normalmente sujeitos ao cumprimento desse dever. 
 
- 1972. União dos Presidentes dos Conselhos Seccionais pelos direitos humanos violados então pelo regime. 
 
- Redemocratização. Participa do movimento “Diretas Já!”. Em 1986, o Conselho Federal da OAB transferiu-se 
para Brasília/DF, onde tem sua atual sede. Tem importante participação no processo de construção da 
CRFB/88. 
 
- Atuação contra medidas econômicas do Governo Collor - "Movimento pela Ética na Política". 
 
“De destacar ainda a “Campanha pela ética nas eleições”, lançada pela OAB, por proposta de Márcio Thomaz 
Bastos, que preocupada com as eleições municipais de 1996, lançou, em 25 de junho daquele ano, uma 
campanha informativa com objetivos de incentivar o voto consciente pela população e a divulgação dos 
financiadores de campanha pelos candidatos. 
 
A partir de 1997, a OAB inicia uma campanha contra o abuso das medidas provisórias, que muitas vezes sem 
qualquer urgência ou relevância eram editadas pelo Governo Federal, num aparente desrespeito à ordem 
jurídica, que se modificava ao sabor dos ventos, e ao Poder Legislativo, que mais tinha que votar medidas 
provisórias em tramitação, oriundas do Poder Executivo, que projetos de lei fundados em ampla discussão 
democrática no Congresso. 
 
Em discurso proferido na posse do Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello como Presidente do 
Supremo Tribunal Federal - STF, realizada no dia 31 de maio de 2001, o então Presidente Nacional da OAB, Sr. 
Rubens Approbato Machado, em corajosa manifestação política, criticou a utilização abusiva das medidas 
provisórias pelo Governo Federal, além de pugnar pelo combate à corrupção. O relevo do discurso, afora o 
brilhantismo de seu conteúdo, tornava-se ainda maior porque o Presidente da República, Sr. Fernando 
Henrique Cardoso, a quem se atribuía o excesso de medidas provisórias, estava presente, havendo constantes 
interrupções do orador poraplausos da plateia. Poucos meses depois, em 11 de setembro daquele mesmo 
ano, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional n.º 32, que restringe consideravelmente os 
poderes do Presidente da República na edição de medidas provisórias. 
 
A OAB tem atuação direta, ainda, no controle de constitucionalidade das leis e atos normativos federais e 
estaduais, pois que, através de seu Conselho Federal, é detentora de legitimidade para propositura de Ação 
Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, conforme art. 103, inciso VII, da 
Constituição Federal de 1988.”12 
 
1.2.4 A Natureza Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil 
 
A OAB é serviço público, independente, dotada de personalidade jurídica e forma federativa. 
 
Segundo ADIN 3026, a OAB NÃO É AUTARQUIA. É considerado serviço público de categoria ímpar. Serviço 
público “sui generis”. 
 
ADIN 3026. Ementa 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. 
COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. 
IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO 
(ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS 
 
12 Ob Cit. AVILA. 
 
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10 
 
CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE 
PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES 
JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA 
MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 
1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a 
opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 
2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e 
Indireta. 
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público 
independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 
4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias 
especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 
5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da 
Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente 
necessária. 
6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente 
privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É 
entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou 
dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 
7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida 
como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a 
finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 
8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é 
compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 
9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da 
Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista 
aos servidores da OAB. 
10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela 
OAB. 
11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao 
âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. 
Desvio de poder ou de finalidade. 
12. Julgo improcedente o pedido. 
ProcessoADI 3026 DF. Orgão JulgadorTribunal Pleno. Partes PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, PRESIDENTE 
DA REPÚBLICA, ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, CONGRESSO NACIONAL, CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL, LUIZ CARLOS LOPES MADEIRA. Publicação DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-
02249-03 PP-00478. Julgamento8 de Junho de 2006. Relator EROS GRAU 
 
A OAB não mantém vínculo hierárquico ou funcional com órgãos da Administração Pública. Em agosto de 
2016, em julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 595332, com repercussão geral reconhecida, foi 
discutida a competência para cobrança de honorários pela OAB entre a Justiça Comum e a Justiça Federal.13 
 
No recurso, a seccional do Paraná da OAB questionava acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região 
(TRF-4) que entendeu ser da Justiça Estadual a competência para processamento das execuções ajuizadas 
pela entidade contra inscritos inadimplentes quanto ao pagamento das anuidades. Para a recorrente, a 
decisão viola o artigo 109, inciso I, da Constituição Federal (CF). Sustenta ser prestadora de serviço público 
federal, o que, segundo o dispositivo constitucional, atrai a competência da Justiça Federal para processar os 
feitos dos quais é parte. 
 
O ministro Marco Aurélio, relator, votou pelo provimento do recurso. Para o ministro, a OAB, sob o ângulo do 
Conselho Federal ou das seccionais, não é pessoa jurídica de direito privado. Trata-se, segundo o relator, de 
órgão de classe com disciplina legal (Lei 8.906/1994), o que lhe permite impor contribuição anual e exercer 
atividade fiscalizadora. “É por isso mesmo autarquia corporativista, o que atrai, a teor do artigo 109, inciso I, 
 
13 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=324285 
 
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11 
 
do Diploma Maior, competência da Justiça Federal para exame de ações, seja qual for a natureza, nas quais 
integre a relação processual”, explicou. 
 
O relator salientou que a questão relacionada ao óbito do recorrido e a possibilidade ou não de habilitação de 
sucessores não foi analisada pelo juízo de origem. Diante disso, determinou o retorno dos autos à 5ª Vara 
Federal de Curitiba para que enfrente o tema. A decisão foi unânime, fixando a seguinte tese de repercussão 
geral: "Compete à Justiça Federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer 
mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na relação processual". 
 
A discussão sobre a competência para a cobrança dos honorários é consonante com a decisão da ADI 3026. 
Primeiramente, não houve aprofundamento na discussão da natureza jurídica da OAB, como naquela decisão. 
Esta, que discute apenas a competência, não nega a condição sui generis da OAB embora indique que se trata 
de autarquia corporativa. Mas, não deixa de ser uma abertura para rediscussão da questão, inclusive, com a 
possibilidade de se inserir a OAB, em razão desta declaração no contexto da ADI 5.367 e na ADPF 367 em que 
se discute a possibilidade dos Conselhos Profissionaisde contratarem empregados no regime CLT. 
 
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, 
tem por finalidade: 
 
- defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça 
social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da 
cultura e das instituições jurídicas; 
 
- promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a 
República Federativa do Brasil. 
 
A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. 
 
O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
1.2.5 Órgãos da OAB 
 
São órgãos da OAB: 
a) o Conselho Federal; 
b) os Conselhos Seccionais; 
c) as Subseções; 
d) as Caixas de Assistência dos Advogados. 
 
1.2.5.1 Conselho Federal. (arts. 51/55, Lei 8906/94) 
 
O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República, é o órgão 
supremo da OAB.. O Conselho Federal tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento Geral da 
OAB. 
 
a) Composição (art. 51): 
• Conselheiros federais, integrantes das delegações de cada unidade federativa, composta por 
três conselheiros federais casa uma; 
• Ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios. 
• O Conselho Federal atua mediante os seguintes órgãos14: 
o Conselho Pleno (arts. 74/83. Regulamento Geral); 
 
14 Regulamento Geral da OAB. http://www.oab.org.br/content/pdf/legislacaooab/regulamentogeral.pdf 
 
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o Órgão Especial do Conselho Pleno (arts. 84/86. Regulamento Geral); 
o Primeira, Segunda e Terceira Câmaras (arts. 87/90. Regulamento Geral); 
o Diretoria (arts. 98/104. Regulamento Geral); 
o Presidente (competência. Art. 100. Regulamento Geral). O Presidente exerce a 
representação nacional e internacional da OAB, competindo-lhe convocar o Conselho 
Federal, presidi-lo, representá-lo ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, 
promover-lhe a administração patrimonial e dar execução às suas decisões. (Art. 55, 
§1º) 
 
b) Competência (art. 54) 
• Cumprir as finalidades da OAB; 
• Representar: 
o interesses coletivos ou individuais do advogado; 
o os advogados brasileiros em órgãos e eventos internacionais 
• Velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia; 
• editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar 
necessários; 
• Assegurar o funcionamento dos Conselhos Seccionais, inclusive através de intervenção, se 
necessário; 
• Decidir/Julgar 
o ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código 
de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa; 
o em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais; 
o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria e Conselhos 
Seccionais; 
• Dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos; 
• Elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais 
judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício 
da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da 
OAB; 
• Ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil 
pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação 
lhe seja outorgada por lei; 
• Colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos 
apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento desses 
cursos; 
• Autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis; 
• Participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas 
fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual; 
• Resolver os casos omissos neste estatuto. 
 
1.2.5.2 Conselhos seccionais (arts. 56/59, Lei 8906/94) 
 
Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos 
territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. 
 
a) Composição (art. 56) 
O Conselho Seccional compõe-se de conselheiros em número proporcional ao de seus inscritos, 
segundo critérios estabelecidos no regulamento geral. 
b) Competência (art. 58) 
• Editar seu regimento interno e resoluções; 
 
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13 
 
• Criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados; 
• julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo 
Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos 
Advogados; 
• Fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as 
contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos 
Advogados; 
• Fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual; 
• Realizar o Exame de Ordem; 
• Decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários; 
• Manter cadastro de seus inscritos; 
• Fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas; 
• Participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos 
na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território; 
• Determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional; 
• Aprovar e modificar seu orçamento anual; 
• Definir composição e funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina; 
• Eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais 
judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, 
vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB; 
• Intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados; 
• Desempenhar outras atribuições previstas no regulamento geral. 
 
1.2.5.3 Subseção (arts. 60/61, Lei 8906/94) 
 
As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na forma da lei e de seu ato constitutivo. 
 
a) Criação 
• Competência do Conselho seccional; 
• Área fixada de pelo menos um município; 
• Mínimo 15 inscritos, mas pode ser exigido número maior pelo regimento do Conselho 
Seccional. 
 
b) Competência 
• Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; 
• Velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do 
advogado; 
• Representar a OAB perante os poderes constituídos; 
• Desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do 
Conselho Seccional. 
• Funções deliberativas, como elaboração de regimento, resoluções, processos disciplinares; 
• Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições 
do Conselho Seccional, na forma do regimentointerno deste, e ainda: 
 
1.2.5.4 Caixas de Assistência dos Advogados (art. 62, Lei 8906/94) 
 
As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade jurídica própria, são criadas pelos 
Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos. 
 
 
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A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. Cabe à Caixa a metade da 
receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções 
regulamentares obrigatórias. Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do 
Conselho Seccional respectivo. 
 
O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência 
dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto 
durar a intervenção. 
2 ESTATUDO DA ADVOCACIA E DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
 
2.1 Exercício privativo do advogado 
 
Em 04 de julho de 1994, o então Presidente, Itamar Franco, sancionou a Lei 8.906 - Estatuto do OAB, lei que 
delineia as diretrizes da profissão do advogado, disciplinando os seus direitos e deveres. Que foi 
regulamentado na sala das Sessões em Brasília no ano de 1994. 
 
Em 02 de maio de 2015, foi elaborado o novo Código de Ética e Disciplina. 
 
O Estatuto possui 87 artigos, o Código, 80 e o Regulamento Geral, 158. Vale lembrar que existem 
Provimentos, elaborados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que servem para 
provisão, abastecimento de regulamentações necessárias ao bom andamento da profissão de advogado. 
 
Todas as normatizações da categoria possuem o objetivo de nortear a profissão em seus direitos e deveres. 
O advogado deve ter a consciência de que o direito é meio de mitigar as desigualdades e que a lei é um 
instrumento para garantir as igualdades de todos. Deve preservar a sua liberdade e independência quando for 
empregado ou manter contrato de prestação de serviços permanentes. Pode recusar o patrocínio nos casos 
em que contrarie sua orientação, manifestada anteriormente. 
 
Mas quem são advogados? No Brasil, somente pode ser advogado os inscritos na Ordem , conforme o artigo 
3º da Lei 8.906/94: 
 
“Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são 
privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 
§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se 
subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria 
Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das 
respectivas entidades de administração indireta e fundacional. 
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do 
regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.” 
 
Vamos detalhar os parágrafos primeiro e segundo, deste artigo, mas aqui ressaltamos que você já verificou 
que existe a advocacia pública, que entrou em destaque no novo Código de Ética e os estagiários. 
 
Importante lembrar que a previsão do art. 5º, XIII, CRFB, de que “é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, não é afrontada, na medida 
em que ressalva as qualificações previstas em lei e, no caso da advocacia, necessária a inscrição nos quadros 
da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 8º). Reafirma-se esta assertiva no art. 103/CPC. 
 
No nosso Estatuto há o destaque para o exercício privativo do advogado no artigo 1º : 
 
“Art. 1º São atividades privativas de advocacia: 
 
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I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)15 
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou 
tribunal. 
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a 
registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. 
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.” 
 
Também acrescenta o artigo 2º 
 
“Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça. 
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social. 
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao 
convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. 
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.” 
 
DESTACAMOS: 
Em regra somente o advogado pode postular em juízo e efetuar atividades de consultoria, assessoria e 
direção jurídicas; nos atos e contratos constitutivos por pessoas jurídicas, obrigatório se faz também a 
presença de um advogado, sob pena de nulidade, caso não sejam visados por este profissional. 
Existem, porém, algumas exceções em que não há necessidade de um advogados, por exemplo: 
a) o remédio constitucional habeas corpus que pode ser impetrado por qualquer pessoal; 
b) a postulação junto ao juizado especial cível estadual, em que o próprio interessado tem legitimidade 
para demandar, desde que o valor seja inferior a 20 salários mínimos; 
c) a postulação junto ao juizado especial cível federal, em que o próprio interessado tem legitimidade 
para demandar , desde que o valor alcance até 60 salários mínimos; e, por fim, 
d) nas causas trabalhistas movidas pelos empregados. 
 
Aqui, você deve ficar atento a questão dos recursos, pois no caso de recurso o interessado deverá ter o auxílio 
de um advogado. 
 
É tão importante o exercício privativo do advogado que, somente o que for autorizado por lei, poderá ser 
convalidado. Caso contrário o ato será nulo conforme artigo 4º (Estatuto): 
 
“Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das 
sanções civis, penais e administrativas. 
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - 
suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.” 
 
A atividade de advocacia também está descrita no artigo 5º do Regulamento Geral e nos provimentos 
66/1988.Aqui vou destacar para vocês o que diz o provimento 66/1988 
 
“(...) considerando a necessidade de definir a abrangência das atividades profissionais dos advogados, 
RESOLVE: 
Art. 1º. A advocacia compreende, além da representação, em qualquer juízo, tribunal ou repartição, o 
procuratório extrajudicial, assim como os trabalhos jurídicos de consultoria e assessoria e as funções de 
diretoria jurídica. 
Parágrafo único. A função de diretoria jurídica em qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, é 
privativa do advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre inscrito regularmente na Ordem. 
 
15 O Tribunal, examinando os dispositivos impugnados na Lei nº 8.906,de 4 de julho de 1994: a) por unanimidade, em relação ao 
inciso I do artigo 1º, julgou prejudicada a alegação de inconstitucionalidade relativamente à expressão "juizados especiais", e, por 
maioria, quanto à expressão "qualquer", julgou procedente a ação direta, vencidos os Senhores Ministros Relator e Carlos Britto; 
 
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Art. 2º. É privativo dos advogados legalmente inscritos nos quadros da Ordem o assessoramento jurídico nas 
transações imobiliárias e na redação de contratos e estatutos de sociedades civis e comerciais, e a elaboração 
de defesas, escritas ou orais, perante quaisquer tribunais e repartições. 
Art. 3º. A elaboração de memoriais do âmbito da Lei do Condomínio, no que concerne, estritamente, à sua 
fundamentação jurídica, também é privativa dos advogados legalmente inscritos nos quadros da Ordem. 
Art. 4º. É vedado aos advogados prestar serviços de assessoria e consultoria jurídica para terceiros, através de 
sociedades de prestação de serviços, inclusive de cobrança de títulos ou atividades financeiras de qualquer 
espécie, se essas entidades não puderem ser inscritas na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Art. 5º. A prática dos atos previstos no art. 71, da Lei nº 4.215/63, por profissionais e sociedades não inscritos 
na Ordem dos Advogados do Brasil, constitui exercício ilegal da profissão, a ser punido na forma da lei 
penal.”(...). 
 
O Regulamento Geral destacamos os artigos 4º e 5º 
 
 “Art. 4o A pratica de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na OAB, 
constitui exercício ilegal da profissão” 
 
E no artigo 5º: 
 
“Art. 5o Considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia a participação anual mínima em cinco atos 
privativos previstos no artigo 1º do Estatuto, em causas ou questões distintas. 
Paragrafo único. A comprovação do efetivo exercício faz-se mediante: 
a) certidão expedida por cartórios ou secretárias judiciais; 
b) copia autenticada de atos privativos; 
c) certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do seu oficio, indicando os 
atos praticados.” 
 
 
Leitura complementar. 
“Art. 1º São atividades privativas de advocacia: 
I – a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais 
I – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas” 
A expressão “qualquer” foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 1127-8. 
Impetração de Habeas Corpus 
- A impetração de habeas corpus não é atividade privativa da advocacia em qualquer instância ou tribunal. Qual 
exceção? Interposição de recursos, como o recurso em sentido estrito. 
- Atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas 
É obrigatório o visto dos advogados. Qual exceção? Microempresas e empresas de pequeno porte. 
- Publicidade da advocacia 
É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. A publicidade tem que ser discreta e 
moderada. 
- Capacidade postulatória 
Exercem atividade de advocacia os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, 
da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e 
da respectivas entidades da administração indireta e fundacional. 
- Quais são os atos privativos do estagiário? 
Retirada e devolução dos autos do Cartório; obtenção de certidão e assinatura de petições de juntada (anexo de 
documentos a processos judiciais e administrativos). 
- Atos nulos 
São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, 
penais e administrativas. Além dos atos praticados por advogado impedido, suspenso e licenciado. 
- Procuração 
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou 
instância, salvo os que exijam poderes especiais. 
O advogado pode atuar sem procuração? Exceção? Medidas urgentes e inadiáveis. Prazo de 15 dias, prorrogável por 
igual período. 
 
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- Renúncia 
O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 dias seguintes à notificação da renúncia, a 
representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo. 
- Questionário 
É obrigatório a presença do advogado nos Juizados Especiais Cíveis, Justiça do Trabalho e Justiça de Paz? Não, 
apenas para interposição de recursos. 
A função de direção, chefia ou coordenação deve ser realizado somente por bacharel em direito? Não, deve ser 
realizado por advogado regularmente inscrito na OAB. 
Qual a diferença entre consultoria, assessoria e direção jurídica? As atividades da consultoria são palestras, 
treinamentos, pesquisas, estudos, comparações, análises, elaboração de pareceres, entre outros. 
A assessoria entrega a solução pronta, completa, enquanto a consultoria entrega um parecer, um caminho para que 
seja implantada a solução. Direção jurídica somente pode ser realizado por advogado devidamente inscrito na OAB. 
 
Índice legislativo 
Advocacia 
– Art. 1º a 5º do Estatuto da Advocacia e OAB - EAOAB 
– Art. 1º e 2º do Código de Ética e Disciplina - CED 
– Art. 1º a 5º e 7º Regulamento Geral - REG 
Advocacia Pública 
– Art. 9º e 10º do Regulamento Geral 
Estagiário 
– Art. 3º, §2º, 9º e 34, XXIX, do EAOAB 
– Art. 65 CED 
– Art. 27 a 31 do REG 
Nulidades 
– Art. 4º e 34, X, EAOAB 
Procuração 
– Art. 5º e 7º, XVI, EAOAB 
– Art. 10 a 16 e 24 do CED 
– Art. 6º do REG 
 
 
 
2.2 Capacidade postulatória 
 
O art. 5º caput do Estatuto trata da capacidade postulatória, ou seja, a possibilidade de pleitear, formular 
requerimentos ou apresentar defesa em juízo. A capacidade postulatória institucional é exercida pela 
Defensoria Pública e pelos membros do Ministério Público e, a privada, pelos advogados. Importante 
esclarecer que ela não se confunde com a capacidade processual, ou seja, com a aptidão de que dispõem as 
partes para exercer seus direitos diretamente em juízo, sem a necessidade de assistência ou representação. 
Com efeitos, todos os maiores e capazes têm capacidade processual, mas mesmo assim, para atuar em juízo, 
deverão fazê-lo por intermédio da atuação técnica de advogados (capacidade postulatória).16 
 
Menos ainda, se confunde com a capacidade civil, entendida em nosso ordenamento jurídico como a 
capacidade plena da pessoa reger sua vida, seus bens e sua aptidão para os atos da vida civil, e ainda, o 
Código Civil aborda em seu primeiro capítulo sobre a personalidade e a capacidade das pessoas naturais. 
 
O exercício da advocacia se faz através do mandato, conforme determinado no art. 5º, Estatuto: 
 
Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. 
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 
quinze dias, prorrogável por igual período. 
 
16 Disponível em “http://www.oabpr.org.br/downloads/ESTATUTO_OAB_COMENTADO.pdf” Acesso em 19/02/2017 
 
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§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer 
juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. 
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da 
renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo. 
 
No CPC, destacam-se os artigos 104 e seguintes: 
 
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, 
decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração 
no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. 
§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, 
respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, 
habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a 
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar 
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de 
cláusula específica. 
§ 1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. 
§ 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do 
Brasil e endereço completo. 
§ 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu 
número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração 
outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de 
sentença. 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de 
intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 
(cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição. 
§ 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta 
registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. 
 
2.3 Pessoas sujeitas ao estatuto 
 
Sabe-se que a atividade advocatícia é indispensável à administração da justiça e o advogado, em seu 
ministério privado, presta um serviço público, exercendo uma função social. 
Além do advogado, conforme já destacamos, também estão sujeitos ao regime da lei: 
• os integrantes da Advocacia-Geral da União; 
• da Procuradoria da Fazenda Nacional; 
• da Defensoria Pública; e, 
• das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das 
respectivas entidades de administração indireta e fundacional. 
E não se pode esquecer do estagiário de advocacia, regularmente inscrito. Claro, que eles somente poderão 
exercer a função dentro dos limites e com auxílio de um advogado regularmente inscrito. 
Os atos praticados por advogados impedidos, suspensos, licenciados ou que exerçam atividade incompatível 
com a advocacia, e sobretudo o que não seja inscrito na OAB, são nulos. 
 
 
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2.4 Prerrogativas do advogado 
 
2.4.1 Dos direitos do advogado 
É importante observar que houve uma alteração recente no art.7º do Estatuto, e que vocês devem ficar 
atentos e não ler a lei desatualizada. Vou destacar a lei na íntegra: 
 
“PODER EXECUTIVO - LEI Nº 13.245 DE 12.01.2016 
D.O.U.: 13.01.2016 
Altera o art. 7º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil). 
Presidenta da República 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º O art. 7º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil), passa a 
vigorar com as seguintes alterações: 
"Art. 7º ..... 
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos 
de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à 
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; 
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do 
respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e 
probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração: 
a) apresentar razões e quesitos; 
b) (VETADO). 
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que 
trata o inciso XIV. 
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos 
elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando 
houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. 
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o 
fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará 
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do 
advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de 
requerer acesso aos autos ao juiz competente." (NR). 
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 12 de janeiro de 2016; 195º da Independência e 128º da República. 
DILMA ROUSSEFF 
José Eduardo Cardozo” 
 
Alteração ainda mais recente, trazida pela Lei 13.363/2016, acrescenta o art 7º-A ao Estatuto e será adiante 
transcrito. 
 
Não existe hierarquia nem subordinação entre advogado, juiz e promotor, devendo consideração e respeito 
mútuo. Os servidores e serventuários da justiça deverão dispensar ao advogado, no exercício da profissão, 
tratamento digno e condições adequadas ao seu desempenho. Isso é a urbanidade, é o que pessoas educadas 
fazem. Por isso, é fácil seguir o raciocínio dos direitos e deveres para você marcar na prova é uma questão que 
cai em todas as provas. 
 
No Estatuto temos, no Capítulo II artigos 6º e 7º, os direitos do advogado conforme se dispõe: 
 
“Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, 
devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. 
Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao 
advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições 
adequadas a seu desempenho. 
 
 
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