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DAS OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS

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DAS OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS
        Obrigação pecuniária é obrigação de entregar dinheiro, ou seja, de solver dívida em dinheiro. Como ocorre no contrato de mutuo, em que o tomador do empréstimo obriga-se a devolver, dentro de determinado prazo, a importância levantada.
        Preceitua o art. 315 do Código Civil que:
 “as dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes”,... 
...que preveem a possibilidade de corrigi-lo monetariamente.
      	 Para explicar melhor, obrigação pecuniária é modalidade da obrigação de dar, que tem por objeto principal, o dinheiro, denominador comum da economia. É uma obrigação genérica, de coisas fungíveis, portanto, só será pecuniária a obrigação que tenha como parte moeda corrente. Uma liquidação a ser feito em moedas raras, ou que não estão circulando, para colecionadores, por exemplo, não tem esse efeito. Serão elas obrigações específicas. A expressão "pecuniária" tem sua origem no vocábulo pecus (gado), porque na antigüidade os animais desempenhavam papel das trocas, dada sua fácil mobilidade.
O Código Civil adotou, assim, o princípio do nominalismo, pelo qual se considera como valor da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado, no ato de sua emissão. Assim, o devedor de uma quantia em dinheiro torna-se livre quando entrega a quantia de moeda descrita no contrato ou título, e em curso no lugar do pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação.  
   	 Uma das formas de combater os efeitos nocivos decorrentes da desvalorização monetária é a adoção da cláusula de escala móvel, pela qual a importância da prestação deve variar segundo os índices de custo de vida, que podiam ser aplicados sem limite temporal. A Lei n. 10.192, (de 14-2-2001), pretendendo desindexar a economia, declarou “nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano” (art. 2º, § 1º).
  	Além das dívidas pecuniárias, existem as dívidas de valor,  quando, no entanto, o dinheiro não constitui objeto da prestação, mas apenas simula seu valor, diz-se que a dívida é de valor.
       	 A obrigação de solver dívida em dinheiro abrange além das dívidas pecuniárias e das dívidas de valor, as dívidas remuneratórias, representadas pelas prestações de juros.
       	 Os juros constituem, com efeito, remuneração pelo uso de capital alheio e uma quantia proporcional ao seu valor e ao tempo de sua utilização.
ANATOCISMO
É a incidência de juros sobre juros, juros composto e capitalização de juros, sobre o juro vencido e não pago, cujo montante se incorporará ao débito principal. É expressamente proibido em nosso ordenamento jurídico, mesmo que expressamente previsto em contrato. O anatocismo configura prática abusiva, porém muito comum nos contratos de financiamento com instituições financeiras. Este tipo de abuso por parte das Instituições financeiras, vem abarrotando de ações, nosso sistema judiciário. Um grande exemplo, são os juros do cartão de crédito.
A Medida Provisória 1963 de 2000, em seu artigo art 5º, prevê a possibilidade de capitalização de juros nestes contratos, em que pese a Lei de Usura(Decreto 22626 /33) coibi-la:
MP 1963 , Art. 5o Nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é admissível a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano.
Decreto 22626 /33, artigo 4º , É proibido contar juros dos juros: esta proibição não compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente de ano a ano.
Na Ação direta de inconstitucionalidade 2316, o Partido Liberal alega inconstitucionalidade do artigo 5º da MP 1963 por ofensa ao ordenamento jurídico, bem como por inconstitucionalidade formal, uma vez que a matéria deveria ser regulada por lei complementar, nos termos do artigo 192 da CF :
Art. 192. O sistema financeiro nacional , estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
Por fim, alega que a capitalização de juros, além de gerar encarecimento do crédito e onerosidade excessiva, é injusta, exemplificando:
"(...) utilizando-se uma máquina financeira ou resolvendo-se complexas fórmulas matemáticas tem -se que a mesma taxa de Juros de 10 % ao mês, quando capitalizada mensalmente, corresponde a 213, 84% ao ano ", além do que "cobrar juros de juros representa cobrar juros de um montante que a instituição financeira não emprestou " , o que gera imensa injustiça.
Referências bibliográficas:
Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. 
Gonçalves, Carlos Roberto. Direito das Obrigações. 9. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. 
www.jusbrasil.com.br

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