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Biotécnicas aplicadas a reprodução animal Cap. 4

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55
Capítulo4
Controle do Estro e da Ovulação em Caprinos
VicenteJosé de FigueirêdoFreitas,
EdilsonSoares LopesJúnior
Bases Fisiológicas
A espéciecaprinaé caracterizadacomo
possuidoradereproduçãoestacional.Assim,
emlatitudessuperioresa 35°a reprodução
dacabradependedofotoperíodo.A estação
dereproduçãoocorreduranteo períodode
diasdecrescentes,maisparticularmentedu-
ranteooutono.Nasregiõesdelatitudesinfe-
riores(regiõesequatoriais,tropicaise sub-
tropicais),ondeasmudançasdefotoperíodo
sãomínimas,a estacionalidadedareprodu-
çãoépoucoevidenteemaisdependentede
variaçõesnaalimentaçãoenascondiçõestér-
micas(Chemineauetal., 1991).
O cicloestralcorrespondeaoperíododeli-
mitadopordoisestros.A cabravaziamanifes-
taciclosquesesucedema intervalosmaisou
menosregulares(emtomode21dias).O dia
daocorrênciadoestroé,convencionalmente,
definidocomodiaO(D O)dociclo.Nacabra,
pode-seobservarduraçõesde ciclosmuito
variáveis.Em cabrasAlpinas,77%dosciclos
sãoconsideradosdeduraçãonormal,14%são
deduraçãocurta(<17dias)e9%deduração
longa(>25dias).Estafreqüênciaelevadade
cicloscurtospareceserumacaracterísticada
espécie(Chemineauetal.,1987).No entanto,
algumasraçassãoexceção,comoporexemplo
ascabrasdaraçaShiba,do Japão,nasquais
a duraçãodo cicloé muitopoucovariável:
20,4~ 0,2dias(Kanoetal., 1977).
O comportamentosexualnafêmeaénor-
malmentemaisdifícildeidentificarqueodo
macho(Fabre-Nys,2000).Noentanto,ocom-
portamentodeestrona cabraé muitomais
expressivoqueemoutrasfêmeasdomésticas
(McTaggart,1971;Rouger,1974;Llewelyn,
1993).Aduraçãodocomportamentodoes-
troéemmédiade30horas.Todavia,sãoobser-
vadasvariaçõesimportantesligadasàraça,à
idadeeàestaçãodoano.Jáforamobservadas
duraçõesdeestrotãocurtasquanto22horas
(VanRensburg,1971)etãolongasquanto96
horas(Jaroszetal., 1971).
No D Odociclo,onívelcrescenteeeleva-
dodeestradiol-17béresponsávelpelocom-
portamentodeestro.A cabra,contrariamen-
teàovelha,nãonecessitadeumaimpregna-
çãoanteriordeprogesteronaparaqueo es-
tradiolpossainduzirocomportamentodees-
tro.Issoexplicaqueo fenômenodaovulação
silenciosaaoiníciodaestaçãosexualsejame-
nosfreqüentenacabraquenaovelha.Essa
elevaçãodo níveldeestradiol-17bnacircu-
laçãoinduz,por retroalimentaçãopositiva,
uma descargade LH pela hipófise.Uma
57
descargadeFSH aconteceao mesmotem-
poquea deLH.
A descargapré-ovulatóriadegonadotrofi-
nas(FSH eLH) provocaaovulaçãoedepois
a luteinizaçãodo(s) folículo(s)queovulou
(aram)eobloqueiodasecreçãodeestradiol.
Osmecanismosdetransformaçãodascélulas
folicularesconduzemàovulação,quesepro-
duz30a 36horasapóso iníciodo estroou
20horasapóso picopré-ovulatóriodeLH
(Gonzalez-StagnaroetaI., 1984).No mo-
mentodaovulação,umouváriosoócitossão
liberados.O folículotransforma-seemcorpo
lúteoquecomeçaa secretarprogesterona,
empartesobinfluênciadeLH, cujaativida-
depulsátiléelevadaatéosétimodiadociclo,
diaàpartirdoqualafreqüênciaseestabiliza.
A freqüênciadospulsosdeLH estácorrela-
cionadanegativamentecomo níveldepro-
gesteronaplasmática.Essa progesterona
exerceumaretroalimentaçãonegativasobre
asecreçãodeLH, trazendocomoconseqüên-
ciaaausênciadadescargacíclicadeLH du-
ranteapresençado corpolúteo.
No D 16-17dociclo,asprostaglandinas
uterinas,sobinfluênciadaocitocinaovariana
(Homeida,1986),provocamaluteóliseepor
conseguinteaquedadasconcentraçõesplas-
máticasdeprogesterona.Esseacontecimento
é responsávelpeloaumentoda freqüênciae
amplitudedospulsosdeLH (Mori & Kano,
1984).Esseaumentodaatividadegonadotró-
ficaprovocaumaestimulaçãodocrescimento
dosfolículosde diâmetrosuperiora 1 mm
(Akusuetal.,1986).Osfolículostêmsuaati-
. vidadeestrogênicaaumentadasecretandoes-
tradiol-l7~emquantidadescrescentes.Esse
aumentodosníveisdeestrógenosprovocaum
novocomportamentodeestroe,por conse-
qüência,umnovociclocomeça.
Introdução
Ostratamentoshormonaispermitemin-
duziresincronizaroestronafêmeaemanes-
58
troesincronizaro aparecimentodoestrona
fêmeacíclica.Essestratamentospermitem
anteciparo períododepartoe, por conse-
guinte,produzirleiteemperíodoseconomi-
camentemaisinteressantes.A concentração
doestropermite,também,aprogramaçãodo
aparecimentodocomportamentosexualeda
ovulaçãoparaumaparteouparatotalidade
deumrebanho.Emconseqüência,ainsemi-
naçãoartificialpodeserprogramadaereali-
zadaemum grandenúmerodefêmeasem
umperíodopré-determinado.O custodain-
seminaçãoartificialpodeserassimreduzido.
Facilitandoo usoda inseminaçãoartificial,
ostratamentoshormonaisdecontroledoes-
troedaovulaçãocontribuemparacriaçãoe
difusãodq,progressogenéticoatravésdema-
chosmelhoradores.Emadição,duranteaes-
taçãosexual,paraos animaisnãogestantes
apósainseminação,o retornoaoestroémais
agrupadoeportantomaisfácildedetectar.
A técnicadesincronizaçãodoestrofacili-
ta, dessamaneira,a utilizaçãode umaali-
mentaçãoracionalde cabrasemprodução
emfunçãodeseuestadofisiológico.A obser-
vaçãodospartosétambémmaisfacilitadae
amortalidadeperinatalédiminuída.Os lotes
de cabritosparao abatesãotambémmais
homogêneosnomomentodavenda.Emzo-
nasáridas,operíododepartospodeserpro-
gramadoparaépocamaisfavorável(melho-
rescondiçõesalimentares~climáticas)afim
deaumentaraproduçãoleiteiradasmãese,
por conseguinte,o aumentodataxadeso-
brevivênciadascrias.
SubstânciasUtilizadas:
Funçõese Características
Ostratamentoshormonaisvisaminduzir
ejousincronizaro estroeaovulaçãonafê-
meaemanestroouentãosincronizaromo-
mentodeaparecimentodoestronafêmea
cíclica.Essestratamentosutilizamdiferentes
substânciasehormôniosexógenos,sejapara
controlara faselútea(progestágenoselu-
teolíticos),sejaparainduzirouaumentara
respostaovariana.
Progestágenos
O tratamentocomprogestágenopermi-
tecontrolaromomentodeaparecimentodo
estroedaovulaçãoatravésdeummecanis-
mode"bloqueio"(retroalimentaçãonegati-
vasobreasgonadotrofinas),seguidoporum
"desbloqueio"(respostahipofisáriaalgum
tempoapóso finaldo tratamento).Ospro-
gestágenosutilizadosnacabrasão:proges-
terona,acetatodefluorogestona(FGA),ace-
tatodemedroxiprogesterona(MAP) enor-
gestomet.Essassubstânciascaracterizam-se
porumameia-vidacurtaep~rtantoumaeli-
minaçãorápida.No casodeadministração
intra-muscular,asaplicaçõesdevemserre-
petidasquotidianamenteduranteaduração
do tratamento.Paraevitaresseproblema,
pode-seutilizardiferentessuportesquelibe-
ramprogressivamenteaprogesteronaouos
progestágenos.Essessuportessãoencontra-
dossobaformadeesponjasvaginais,CIDR
(ControlledInternalDrug Release)ou im-
plantessub-cutâneos.Osprogestágenossinté-
ticostêmumaatividadedeinibiçãogonado-
tróficamuitomaiselevadaque;:tdaprogeste-
rona(Nédélec,1988).
AgentesLuteolíticos
Os agentesluteolíticossãoutilizadosnas
fêmeascíclicasafimdeprovocaradestruição
docorpolúteo.A importantediminuiçãoda
secreçãodeprogesterona,consecutivaàlu-
teólise,éresponsávelpor umadescargago-
nadotrófica(FSH eLH) eaparecimentodo
estroe,posteriormente,da ovulação(Lau-
derdaleetaI., 1981).
Os agentesluteolíticosmaisutilizadosna
cabrasãoanálogossintéticosdaprostaglan-
dinaF2a(PGF2a):cloprostenoledinoprost.
O cloprostenolé um análogoespecializado
naluteóliseepossuiamesmaestruturageral
daPGFP eumpesomolecularde414,5Kd,
tendoumameia-vidaemtomodetrêshoras
(Jackson,1981).O dinoprosttemumpeso
molecularde314,5Kd esuameia-vidaéde
umaa duashoras(Léon,1988).
Substânciasqueinduzema atividadeovariana
Nostratamentosdeindução/sincroniza-
çãodoestronacabra,aestimulaçãoovariana
jáfoiobtidapelousodecoriogonadotrofinas
(eCGehCG), hormôniospeptídicos(GnRH)
oupreparaçõescomatividadegonadotrófica
(hMG). O GnRH (hormônioliberadordas
gonadotrofinas)ougonadoliberinaéumneu-
ro-hormôniodenaturezapeptídica.A sim-
plicidaderelativadesuaestruturatomoufácil
nãosomenteasíntese,masigualmenteode-
senvolvimentodeváriosagonistas.Assim,o
(D-Ser(But) 6,Pro9Ethylamide)-GnRH
(Cistorelina),umnonapeptídeomuitoutili-
zadoemmedicinaveterinária,temumaativi-
dade190vezessuperioràqueladocomposto
natural,todaviasuameia-vidaé de alguns
minutos(Hanzen,1988).
A eCG (gonadotrofinacoriônicaequina),
extraídado sorodaéguaprenhe,apresenta
umaduplaatividade(FSH e LH). A meia-
vida dessagonadotrofinaé bastantelonga
(emtomode120horas)eseupesomolecu-
lar é de 45.000Kd (Geschwind,1963).A
meia-vidalongadessehormônio,resultante
dapresençaderesíduosdeáddosiálico,ex-
plicasuafacilidadedeemprego(umaúnica
injeção),paraobterosefeitosdesejadospara
indução/sincronizaçãodoestro.Narealida-
de,aseqüênciapolissacarídicatemumpapel
essencialnamanutençãodasgonadotrofinas
nacirculação,istoé,suameia-vida(Combar-
nous,1993).Essacaracterísticaéimportante
paradiminuironúmerodeinjeçõeseporcon-
seguintefacilitara utilizaçãodotratamento.
A hCG (gonadotrofinacoriônicahuma-
na)éumhormôniogonadotróficoexcretado
59
naurinadamulhergestante.Essehormônio
ésintetizadopelascélulasdosinciotrofoblas-
toesuaestruturaquímicaésemelhanteàdas
gonadotrofinashipofisárias,ou seja,duas
sub-unidades(aeb) eumconteúdodecar-
boidratosemtornode 29%.O pesomole-
cularéde40.000eameia-vidade20horas
(Kaltenbach& Dumn, 1980).
A hMG (gonadotrofmadamenopausahu-
mana)éextraídadaurinanamulherdurante
operíododemenopausaeécompostadepro-
porçõesvariáveisdeFSH eLH. O conteúdo
emcarboidratoséelevadoeaanálisedoscar-
boidratospresentesmostrouqueo conteúdo
deácidosiálicoestáemtornode8,5%.O peso
molecularda hMG é de aproximadamente
30.000(Geschwind,1963).
Os DiferentesTratamentos Hormonais
AdministraçãodeAgentesluteolíticos
Os agentesluteolíticosmaisutilizadosna
cabra(cloprostenoledinoprost)somentesão
eficazesemfêmeascíclicas.Nessasfêmeas,é
tambémnecessárioadministraroprodutodu-
ranteo períododeatividadedo corpolúteo,
ou seja,4 a 17diasapóso estro.Umaúnica
injeçãodecloprostenol(125JLg),realizadano
122diado cicloinduzo estro24a 72horas
apósa injeçãoem100%dascabrastratadas
(Nutietal.,1992).No entanto,quandooes-
tádiodociclosexualnãoéconhecido,o trata-
mentocomluteolíticosconsisteemduasinje-
çõesrealizadasde11a 14diasdeintervalode
maneiraa induzira luteólisenasfêmeasque
nãotinhamcorpolúteono momentodapri-
meirainjeçãoe queapresentaramum estro
naturalnesseintervalo.Tambémseráinduzida
umasegundaluteólisenasfêmeasqueapre-
sentavamcorpolúteonaprimeirainjeção.
OttetaI. (1980),administrandoduasin-
jeçõesdedinoprost(8 mg) com 11diasde
intervalo,observaram94%decabrasemes-
tro,emmédia52h apósaprimeirainjeção.
As fêmeasforamcobertaspordiferentesbo-
60
desa 12horasdeintervaloatéo finaldoes-
tro,obtendoumataxadefertilidadede70%.
Greyling& VanNiekerk (1986)obtiveram
resultadossemelhantesefetuandoduasinje-
çõesdecloprostenola 14diasde intervalo.
O estrofoiobservadoem94%dascabras57
horas,emmédia,apósasegundainjeção.As
cabrasforaminseminadasemintervalosde
12horasatéo finaldoestrocomsêmenfres-
co enãodiluídoea fertilidadefoi de 70%.
Utilizaçãode TratamentosProgestágenos
A administraçãodeumprogestágenoexó-
genoduranteo cicloestral,bloqueiaasecre-
çãohipofisáriadegonadotrofinas.Ao finaldo
tratamento,aparadadainibiçãodoeixohipo-
talamo-hipoúsáriopermitealiberaçãodego-
nadotrofinase, por conseguinte,o estroe a
ovulação.Desdequeo tratamentoprogestá-
genoéutilizadocomo objetivodeobterasi-
multaneidadedasovulações,emfêmeastrata-
dasemdiferentesfasesdo ciclo,a duração
mínimadotratamentodeveserigualàdura-
çãodafaseluteal(Robinson,1967).
O usodeesponjasvaginaisimpregnadas
com60mgdeMAP durante14diasemca-
brasdaraçaAngorá,cíclicas,provocouo es-
tro em75%dascabrastratadasentre48 e
90horasapóso finaldo tratamento.As ca-
brasemestroforamcobertasduasvezespor
diaatéo finaldoestro.A taxadefertilidade
foi próximade 85% (VanderWesthuysen,
1979).Greyling& VanNiekerk(1991)utili-
zaramo mesmométodoemcabrasdaraça
Boer,obtendo53,3%defêmeasemestro72
horasapósa retiradadaesponja.As cabras
foraminseminadasacada12horasdeinter-
valocomsêmenfresconãodiluídoatéo final
doestro,resultandoemumataxadefertilida-
dede53%.
AssociaçãoProgestágenoe Gonadotrofina
Duranteoanestroestacional,otratamento
progestágenosóconseguesereficazseforas-
sociadoaumaestimulaçãoovarianaefetuada,
namaioriadasvezes,comeCG (Corteelet
al.,1968;RitaretaI.,1989).A metodologia
maisutilizadaconsistena administraçãode
umprogestágeno,por viavaginal(esponja)
ousub-cutânea(implante),associadoauma
injeçãodeeCG realizada48 horasantesou
nomomentodaretiradadoprogestágeno.
Na cabraBoernãocíclica,o empregode
esponjasvaginaisimpregnadascom 60 mg
deMAP durante14diase umainjeçãode
500VI de eCG realizadano momentoda
retiradadaesponja,induziuoestroemtodas
asfêmeastratadasemtornode40horasapós
ofinaldotratamento.Cominseminaçãoarti-
ficialtranscervicalrealizadaacada12horas.
atéo finaldoestro,comsêmenfresconão
diluído,a taxadefertilidadefoi superiora
70%(Greyling& VanNiekerk,1991).
Associaçãode Progestágeno,
Luteolíticoe Gonadotrofina
O usodeumtratamentocomprogestáge-
no decurtaduração,inferiorà duraçãoda
faseluteal,conduziuCorteeletaI (1984)a
utilizaremumainjeçãodeumagenteluteolí-
tico,duranteo tratamentoprogestágeno,a
fim deinduzira destruiçãodeum eventuaC
corpolúteo.Essetratamentoconsistenaco-
locaçãodeumaesponjavaginalimpregnada
de45mgdeFGA durante11dias,associado
aumainjeçãode300-700VI deeCG euma
injeçãode50J.lgdeCloprostenol,ambasrea-
DiaO
J s
Dia9
f
lizadas48horasantesdaretiradadaesponja
(Figura4.1).A taxadefertilidadeobtidacom
essetratamentona cabraleiteira,durante
anestroestacional,giraemtornode 65%;
apósumaúnicainseminaçãorealizadapor
viatranscervicalcomsêmencongeladoeem
um momentopré-determinadoemrelação
ao finaldo tratamento.
Essetratamentoéimportanteporqueéo
únicoquepermitearealizaçãodainsemina-
çãoartificialemumhoráriopré-determina-
do, facilitandodessaformaa utilizaçãodas
inseminaçõese,porconseguinte,domelho-
ramentogenéticodo rebanho.Nessecaso,
ograudesincronizaçãodaocorrênciadoes-
troéumimportantefatordevariaçãodafer-
tilidadedecabrasinseminadas.A fimdediminuirocustodotratamento,
foi estudadaa possibilidadederetiradade
eCG dotratamentodesincronizaçãodoes-
tro.No entanto,Freitas& Salles(2000),tra-
balhandocomcabrasleiteirasno Nordeste
do Brasil,verificarama necessidadedo uso
de eCG mesmoemfêmeascíclicas,pois a
retiradadessagonadotrofinadotratamento
resultaemumaquedadonúmerodecabras
prenhes(Tabela4.1).
Tabelo4.1. Porcentagemdecobrasemestro,gestanteseparindo
apóssincronizaçãodaestrocomousemusodeee6.
DosedeeeG %decobras
tU!) emestra gestantes parindo
O 100,0 55,0' 25,0'
200 100,0 87,Ob 60,9b
Letrasdiferentesnomesmocolunaindicamdiferençaestatístico(P<0,05).
~ ~..~~
""'"
, 'I" "";,
,
"
,
'
,
".'.'. : ,.''ti~
Dia 11
f
Dia 13
I
Colocaçãoda esponja 50ugCloprostenol Retirada
(45mgFGA) + daesponja
200 -400UI eCG
Figura4.1. Tratamentopadrãode sincronizaçãodo estroemcaprinos,
Monta ou
inseminação
61
Fatores que Influenciam o Grau de
Sincronização do Estro Após
Tratamento Hormonal
Quandoainseminaçãoartificialérealiza-
daemummomentopré-determinadoemre-
laçãoao finaldo tratamentohormonal,fica
claroqueomomentodeocorrênciadoestro,
do picopré-ovulatóriode LH e por conse-
guintedaovulação,irádeterminara taxade
fertilidadedasfêmeastratadas.No entanto,o
momentodeocorrênciadessesacontecimen-
tosévariávele,conseqüentemente,menores
sãoaspossibilidadesdeseobterafecundação
emaisbaixaseráa taxadefertilidade.
Em cabrasquerecebemum tratamento
progestágenodecurtaduração(11dias),a
distribuiçãodaocorrênciadoestroétambém
umacausadefalhanafertilidade,poisasca-
brasqueapresentamestroentre49a72horas,
apósaretiradadoprogestágeno,apresentam
umataxadefertilidademuitobaixa,emtomo
de25%.Esseresultadoé significativamente
inferiorquandodacomparaçãocomfêmeas
apresentandoestroaté30horasapóso final
dotratamento,asquaismostramumataxade
fertilidadepróximaa65%(Bariletal.,1993b).
A produçãodeanti-corposanti-eCG,após
váriostratamentosnomesmoanimal,éuma
causadaocorrênciadeestrostardios.Narea-
lidade,60%dosestrostardiossãocorrelacio-
nadosaumaelevadataxadeligaçãodeanti-
corposaoeCG (>25%).Poroutrolado,para
taxasdeligaçãomaisbaixas« 5%) são ob-
servadossomente10%deestrostardios(Baril
etal.,1996).No entanto,umaimportanteva-
riabilidadedomomentodeocorrênciadoes-
troétambémobservadaemfêmeascaprinas
quenuncareceberamumtratamentohormo-
nalanteriormente(Bariletal., 1993b).
Otimizaçãodo TratamentoPadrão
de Sincronizaçãodo Estro
Natentativademelhoraro graudesin-
cronizaçãodoestroemcaprinos,apósouso
62
do tratamentohormonal,váriasalterações
foramrealizadasnotratamentopadrão.Es-
sasalteraçõesforambaseadasnaspossíveis
variáveisinterferindonarespostadascabras,
ouseja:concentraçãodoprogestágeno;tipo,
doseeviadeadministraçãodoprogestágeno;
bemcomoa condiçãoovarianaantese du-
ranteo tratamentohormona1.
Efeitoda Concentraçãodo Progestágeno
Uma impregnaçãomuitalongaou com
dosesmuitoelevadasdoprogestágenoaltera
demaneiranegativaafertilidadedosanimais,
essencialmentedevidoa um efeitosobreo
transportedeespermatozóidesnotratogenital
dafêmea(Quilivan& Robinson,1969).Por
essarazão,adiminuiçãonaduraçãodotrata-
mentoedasdosesadministradasforamtema
deváriostrabalhos,particularmentenaquan-
tidadedeFGA depositadanasesponjasvagi-
nais.No entanto,emrazãodaliberaçãodife-
rentee/oudeumcatabolismomaisoumenos
ativo,asconcentraçõesplasmáticasdeFGA
apresentamperfisvariáveisdeacordocomas
fêmeas.A buscapeladiminuiçãodedosesa
seremadministradaspoderiaterconduzido,
emalgunsanimais,concentraçõesinsuficien-
tesparabloquearo desencadeamentodos
eventosfisiológicosqueconduzemàovulação.
Paratanto,foi comparadoograudesin-
cronizaçãodoestroeafertilidadedecabras
quereceberam,no 72ouno 92diado trata-
mento,umasegundaesponjavaginalapóso
iníciodotratamento.A maiorpartedasca-
brastratadasapresentouestroeovulaçãoem
quaisquerdostratamentostestados.Porém,
aadministraçãodeumasegundaesponjanão
melhorouo graudesincronizaçãodo estro
nemaprolificidadedascabrasemcompara-
çãoaotratamentopadrão.SegundoFreitas
etaI. (1996),emalgunsrebanhoso usoda
segundaesponjano92diadotratamentofoi
responsávelporumaquedanafertilidadenos
animaistratados(Tabela4.2).
Tabela 4.2. Desempenhorepradutivode cobrassubmetidasà
sincronizaçãodoestrocomo usodeumaouduas
esponjasimpregnadascomFGA.
Letrasdiferentesna mesma coluna indicam diferença estatística (P <0,05),
EfeitodoTipo,DoseeViade
AdministraçãodoProgestágeno
Quandodosprimeirostrabalhossobre
a sincronizaçãodo estroem,ovinose em
bovinos,foidemonstradoquenãosomente
asdosesmastambémo tipodeprogestá-
genoeaviadeadministraçãosãosusceptí-
veisdeafetara eficiênciadostratamentos
hormonais.
Umavariaçãono tratamentohormonal
utilizouacomparaçãoentreotratamentopa-
drãoeduasdosesdoimplantedeNorgestomet
(1,5e3mg;FreitasetaI.,1997a).Foiverifi-
cadoqueo usodemeio-implantes(1,5mg)
deNorgestometproduzumaocorrênciade
estromaisprecoce,porémcomamesmava-
riabilidadedotratamentocomesponjas.Foi
tambémcolocadoemevidênciaumamenor
eficiênciadomeio-implante,notocanteao
númerodecabrasovulandoeafertilidade
apósinseminaçãoartificial(Tabela4.3).
Tabela4.3. Respostadecobrasapóssincronizaçãodoestrocomespon-
jas de FGA,implanteou meio-implantede Norgestomet.
Letrasdiferentesnamesmacolunaindicamdiferençaestatística(P<0,05).
Efeitodo EstadoOvarianoAntese Durante
o TratamentoHormonal
Os tratamentosdesincronizaçãodo es-
trobaseiam-senasinteraçõesendócrinasdo
eixohipotálamo-hipófise-ovário.A participa-
çãodoovárioéindiscutível,poissuassecre-
çõeshormonaisparticipamnaretroalimen-
taçãosobreo hipotálamoehipófisedurante
ociclonatural.Portanto,foiestudadooefeito
do estadoda populaçãoovariana(número
e tamanhodefolículosenúmerodecorpos
lúteos)anteseduranteo tratamentohormo-
nalsobreo graudesincronizaçãodoestroe
do picopré-ovulatóriodeLH. Essasobser-
vaçõesforamexecutadassobcontrolelapa-
roscópiconomomentodacolocaçãodaes-
ponjae da injeçãodeeCG.
O númeroou o tamanhodos folículos
nãoapresentouefeitosobreo momentoou
sobreavariabilidadedeocorrênciadoestro
oudopicopré-ovulatóriodeLH. No entan-
to,apresençade2ou3corposlúteosduran-
teo tratamentoé responsávelporumretar-
damentonaocorrênciadopicopré-ovulató-
rio deLH (Figura4.2).Essaobservaçãosu-
gerequeo númerodecorposlúteosnomo-
mentodeinduçãodaluteóliseéumfatorque
estáimplicadona variabilidadederesposta
decabrasaotratamentodesincronizaçãodo
estro(FreitasetaI.,1996b).
EstudosSobre o Fenômenode
SincronizaçãoDuranteo CicloNatural
Os tratamentosdesincronizaçãodoes-
troconsistememinduzir(prostaglandinas)
ou bloquear(progestágenos),demaneira
sincronizadaentreosanimais,aluteólise,a
qualocorreespontaneamenteaofinaldo
ciclodasfêmeasnãogestantes.
A quedanaconcentraçãodeprogestero-
napermiteodesencadeamentodosfenôme-
nosnohipotálamo,hipófiseeovário,osquais
levarãoaoestroeàovulação.Comoavaria-
bilidadedomomentodeocorrênciadoes-
63
Tipode %decabras
tratamento emestro ovulando parindo
1esponja 93.8 93.8 87.5°
2°.esponjanodia7 92.3 84.6 61.5b
2°esponjanodia9 95.0 75.0 50.0b
Tipode Número%de CabrasFertilidadeProlificidade
tratamentode cabras ovu- aoparto (média
Cabrasemestro lando (%) :!:d.pJ
Esponja 56 98,2 98,2° 75,0° 1,9:!:0,8
Meicrimplante55 98,2 81,8b 45,Sb 1,8:!:0,8
Implante 51 96,1 86,30058,8Ob 1,9:!:0,8
24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64
IntervaloretiradadaesporYa- picodeUI (horas)
Figura4.2. MomentodeocorrênciadopicodelH emcabrasapósretiradadoprogestágenoe deacordocomo
númerodecorposlúteos(ClI observadosnononodiado tratamentoprogestágeno(Freitaset01.1996b).
LN-EN
~ ..
,-,""'---7 . LN-EN.'" .~. .-~,~ ., .
, .
" .
, .
, .
" .
I .
, .
/ .
. ., ..' .. EN.
Ii~--- ~! lO -11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111I
O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15~-4 -3 -2 -1 O
DiasdoCiclo Estral
Figura4.3. Curvamédia progesterona,apósmodelizaçãomatemática,paracabrascom1(-)ou 2-3(- - -) corpos
lúteosduranteo ciclo estralnatural(Freitaset ai. 1997b).
LN = luteólisenatural
EN = estronatural
LN-EN= intervaloluteólise-estronatural.
64
100
I
-O- OCL
801
-ICL
t':I
0.6 --+- 2-3 CL
,.$ 60
40CJ
'$..
20
O
12
-.10-
S
Õ"JJ 8=--
=
=
6O
:..
Q;;
......
VJ
4Q;;
OJ)
O
'..
2
troedopicopré-ovulatóriodeLH nãofoi
reduzidacomasmodificaçõesnotratamento
padrão,foientãoformuladaa hipóteseque
essavariabilidadefosseinerenteaossistemas
biológicosimplicados,istoé,desdealuteóli-
senaturalatéoestroe/ouopicopré-ovula-
tóriodeLH. Paratanto,essavariabilidadefoi
verificadaem21cabrasrealizandoacompa-
raçãoentreo estrosincronizadoeo natural.
A fimdedeterminardeumamaneiraprecisa
eobjetivao momentodaluteólisenaturale
levandoemconsideraçãoaflutuaçãonacon-
centraçãodeprogesteronaduranteo ciclo,
foiutilizadaatécnicademodelizaçãonão-
lineardacurvadeprogesterona(Yenikoyeet
al.,1981).Osresultadosdemonstraramque
avariabilidadedomomentodeocorrência
doestroedopicopré-ovulatóriodeLH, em
relaçãoà quedadeprogesterona,é maior
duranteo fenômenonaturalqueduranteo
estrosincronizado(FreitasetaI., 1997b).
Ficoutambémdemonstradoqueexisteum
efeitodonúmerodecorposlúteosprovenien-
tesdocicloanteriorsobreo aparecimento
dopróximoestro(Figura4.3).
Considerações Finais
Comparando-seos resultadosobtidos
comasdiferentesmodificaçõesrealizadasso-
breo tratamentofundamentadonaretroali-
mentaçãonegativadoprogestágenosobreo
eixohipotálamo-hipofisário,pode-secon-
cluiro seguinte:
a)O graudesincronizaçãodoestroedo
pico pré-ovulatórionãoé melhorado
emrelaçãoaotratamentopadrãoqual-
querquesejaametodologiaemprega-
da.Essasmodificaçõesforam,algumas
vezes,deletériasparaa fertilidade.
b)A eficiênciadostratamentoscompro-
gestágenospareceteralcançadoolimite
biológicoe, por conseguinte,é pouco
provávelquenovasmelhoriaspossam
serdesenvolvidas.
c) É provávelqueumaparteimportante
dessavariabilidadepossaestarligada
a fatoresambientais,poisessefenô-
menoexistetambémduranteo ciclo
naturaleque,emadição,nãoérepe-
tívelemum mesmoindivíduodeum
tratamentoa outro.
Paraofuturo,existemperspectivasligadas
sobretudoa umaintervençãomaistardiana
seqüênciadeeventosqueconduzemàovula-
ção,poisquantomaispróximodaovulação,
maisaumentaaprobabilidadedediminuição
davariabilidadedofenômeno.As injeçõesde
LH, GnRH oudosantagonistasdoGnRH são
soluçõespossíveis.
Um novotratamentoutilizandoumanta-
gonistadoGnRH (Antarelix)foidescritoem
cabrassuperovuladas(Baril et aI., 1996).
Comessetratamento,obtêm-seumbloqueio
dopicoendógenodegonadotrofinasdurante
o períododesejado;um picopré-ovulatório
exógenoéentãoinduzidoalgumashorasmais
tarde.No entanto,oempregodessetratamen-
to émuitocomplicadoemrazãodo grande
númerode intervençõesrealizadasnosani-
mais.Pareceimportanteoestudodemeiosde
melhorara metodologiadessetipodetrata-
mentoparasincronizaçãodoestroedaovula-
çãoemcaprinos.
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67
Capítulo5
Inseminação Artificial em Cães
LúciaDanielMachadoda Silva,AlexandreRodriguesSilva,
Ritode CássioSoaresCardoso
Introdução
Dentrodeumcontextosocial,osanimais
domésticostomaram-secomponentesimpor-
tantescomopassardosanos,estandorepre-
sentadosprincipalmentepelocão,o qualen-
contra-semaispróximoaohomem,comparti-
lhandodoseudiaadia.Emdecorrênciadisso,
o homemvemseesforçandoparaobterani-
maisdealtovalorgenético,adequadosapa-
drõesinerentesà utilizaçãopráticadecada
raça.Dessaforma,surgiua necessidadede
otimizarepreservaromaterialgenéticodere-
produtoresdealtovalorzootécnico.Assim,o
homemtemencontradoumasoluçãonasbio-
tecnologiasdereprodúção,taiscomo,atecno-
logiadesêmenea inseminaçãoartificial.
A inseminaçãoartificialconsisteem,após
a obtençãodo sêmen,depositá-10no trato
genitalda fêmeaa ser inseminada(Silva,
1999). Essatécnicapodeserutilizadacomo
ummeioalternativoquandodaimpossibili-
dadederealizaçãodemontanatural,devido
aproblemasanatômicosecomportamentais
(Feldman& Nelson,1996),ouainda,quando
dautilizaçãodosêmencongelado.Essabio-
técnicaapresentaaindacomovantagensa
possibilidadedeutilizaçãoportempoindefi-
nidoedisseminaçãomaisrápidadomaterial
genéticodemachos;preservaçãodasanidade
dereprodutores,bemcomoareduçãodecus-
tosedeestressecomtransportedeanimais.
Histórico
O espermatozóidecaninofoimicroscopi-
camentedescritopelaprimeiravezpor Lee-
wenhoeckno séculoXVII, maisprecisamen-
teem1672.O primeirooócitomamíferodes-
critofoi o dacadelaem1827porKarl Ernst
vonBaer(Farstad,2000).A primeirainsemi-
naçãoartificialnotificadacientificamente,foi
realizadaporSpaIlanzani,noséculoXVIII, na
espéciecanina.SpaIlanzaniutilizouo sêmen
frescoobtidodeumcãoedepositou-odireta-
mentenavaginadeumacadelacomoauxílio
deumaseringa.Dessainseminaçãoartificial,
foramobtidostrêsprodutosvivosenormais
apósumagestaçãode62dias.Em 1782,Rossi
repetiuoexperimentodeSpaIlanzani,obtendo
igualmentesucesso(Badinandetal., 1990).
Apesardaprimeirainseminaçãoartificial
comsêmenfrescotersidorealizadanoséculo
XVIII, foi somenteno séculoXX, em1954
quefoi descritaporHarropaprimeirainse-
minaçãoartificialfrutuosaapartirdosêmen
caninorefrigeradoa4°C.Alémdisso,foiape-
nasem1969queSEAGER obteveaprimeira
69
gestaçãocanina,utilizandosêmencriopre-
servado,tendoocorridoo nascimentode
doisfilhotessaudáveis.Desdeessaépoca,
então,numerososdesenvolvimentosnastéc-
nicaseprincípiosdacriobiologiavêmsendo
realizadosparao sêmendeespéciespecuá-
riasedohomem,porémaspesquisasdire-
cionadasparaa espéciecaninaeramraras
e,maisfreqüentementecalcadasnasoutras
espécies.No entanto,maisrecentemente,
essequadrovemmudando.
Como interessecadavezmaiorsobreo
animaisdecompanhia,a suautilizaçãoem
pesquisasvemaumentandosignificativamente
nosúltimosanos.O empregodesêmencani-
nofrescoourefrigeradovemsendoestabeleci-
do(Farstad,1984;Tsutsuietal.,1988;Linde-
Forsberg& Forsberg,1989)eosresultados
aproximam-sedosobtidosapósmontanatu-
ral.No entanto,osresultadosobtidosapós
inseminaçãoartificialcomsêmencaninocon-
geladosãobastanteheterogêneos(Linde-
Forsberg&Forsberg,1989;England,1993).
No Brasil,aprimeiranotificaçãodesu-
cessoeminseminaçãoartificialcomsêmen
caninocongeladofoirealizadahá20anos,
tendosidoobtidaumaninhadadeseiscães
normaisdaraçaBoxer(Vaskeetal.,1981).
Desdeentão,inúmerostrabalhosvêmsendo
realizadostantocominseminaçãoartificial
nacadela,bemcomocomprocessamentode
sêmencanino.
BasesFisiológicasdo Aparelho
Reprodutordo Cão
Anatomiadotratoreprodutormasculino
O tratoreprodutivodocãoé composto
porumabolsaescrotal,doistestículos,dois
epidídimos,doiscordõesespermáticos,dois
ductosdeferentes,umapróstata,umaure-
tra,umpêniseumprepúcio.
~ BolsaEscrotal
A peledabolsaescrotaléfina,pigmenta-
da,contémglândulassudoríparaseécoberta
70
porpêlos.A bolsaescrotalexercepapelfun-
damentalnaproteçãoetermorregulaçãotes-
ticular.A ausênciadegordurasubcutâneae
o resfriamentodosanguearterial,pelapassa-
gempróximaaosanguevenosomaisfrio no
plexopampiniforme,sãomecanismosqueevi-
tamaumentosnatemperaturaescrotal,oque
poderialevaraalteraçõesdegenerativasnos
túbulosseminíferos.Uma termorregulação
adequadaquemantenhaostestículosauma
temperaturacercade5°Cabaixodatempera-
turacorpóreaécondiçãosinequanonpara
garantirumaproduçãohormonaleumaes-
permatogênesenormal(Thibault,1991).
~ Testículo .
Os testículos,de formaredondaa oval,
estãosituadosno interiordabolsaescrotal,
comoeixooblíquolongodirigidodorso-cau-
dalmente,ecomosepidídimosrelativamente
grandesfIrmementeaderidosemposiçãodor-
so-lateral.Há grandevariaçãono tamanho
dotestículoentreasraçasdegrandeepeque-
noporte;amédiagiraemtornodos3 cmde
comprimentox 2 cmdelargurax 1,5cmde
espessura(Christiansen,1988).O corpodo
testículoé compostopelostúbulosseminí-
feros,nosquaisosespermatozóidessãopro-
duzidospeloprocessodeespermatogênese.
Ostúbulosseminíferosesvaziam-senumsis-
temadecolheita,aredetesticular(retetestis),
queconduzosespermatozóidesalémdostes-
tículoseparaoepidídimo.A descidadostes-
tículosocorremuitoprecocemente,passando
atravésdocanalinguinalquatrodiasapóso
nascimento,alcançandoalocalizaçãoescro-
talpor voltados35 dias.
... Epidídimo
É umtubolongo,enroladosobresimesmo
eécompostoportrêspartes:cabeça,corpoe
cauda.A cabeçado epidídimoestánamar-
gemcranio-Iateraldo testículoenãoéfacil-
mentepalpável.O corpolocaliza-sena su-
perfíciedorso-lateraldotestículoenãopode
serpalpável.A caudaficanopólodorso-cau-
daleéprontamentepalpávelnoanimalnor-
malcomoumaprotuberânciafirme.O epidí-
dimosecontinuacomoumtuboretodeno-
minadodeductodeferente.
.., Cordão Espermático
O cordãoespermáticoapresentaos se-
guintescomponentes:ductodeferente;arté-
riatesticularqueconduzo sanguedaaorta
paraos testículose correatravésdo plexo
pampiniforme(veiastesticulares+veiasepi-
didimárias);duasveiastesticularesquecon-
duzemsanguedostestículosparaaveiacava;
o sanguefrio queretomadotestículoreduz
atemperaturadosanguearterialpara'assegu-
rarqueo testículonãosetomesuperaqueci-do;veiasepididimárias;inervaçãocolinérgica;
inervaçãoadrenérgica;músculocremasterque
surgeapartirdomúsculooblíquoabdominal
internopróximoaoanelinguinalexternoeé
aderidoà túnicavaginalnoníveldostestícu-
los;eleregulaadistânciaentreostestículose
aparedeabdominal,regulandoatemperatu-
ratesticular.Osvasosespermáticoseoducto
deferentepassamparaoabdômenatravésde
umpequenoespaçonosmúsculosdaparede
abdominal,o canalinguinal.
... Dueto Deferente
Esteductoconduzespermatozóidesdo
epidídimoàuretra,seguindocranialmentee
adentrandooabdômennocordãoespermá-
tico.No abdômen,passacranialmenteao
ureteredesembocanauretranapróstatacra-
nial.O ductodeferenteapresentaaproxima-
damente1mmdediâmetroeéespesso,sen-
doboareferênciaparalocalizartestículos
abdominaisduranteacirurgiapararemoção
detestículosectópicos.
. Próstata
Éaúnicaglândulasexualacessórianocão.
É umaestruturabilobadasituadanaentra-
dadapelve,repousandonaporçãocranialda
sínfisepélvica,envolvendoa porçãocranial
dauretra.A glândulaprostáticaésimétrica,de
formaglobular,comumsulcodorsalmedia-
no quea divideemduasmetadese possui
uma consistênciaelásticatênsil.Em cães
adultos,a glândulavaria,decomprimento,
larguraeespessura,entreummínimode1,4
- 1,9cmeummáximode2,5 - 2,8cm,com
umpesoabsolutode1,7-14,5gepesorela-
tivo (aopesocorporal)de0,21- 0,57g/kg.
A glândulaprostáticaé responsávelpela
produçãodolíquidoprostáticosobainfluên-
ciadetestosterona,queéumasecreçãoclara
eexpelidanauretra,consistindonaprimeira
e terceirafraçãodo ejaculado(Englandet
aI., 1990).O fluidoprostáticoébactericida,
sendoresponsávelporcercade95%dovolu-
metotalejaculado.A próstatanormalmente
aumentadetamanhonaidadeavançada,ad-
quirindoumaposiçãomaisabdominal.Após
cincoanosdeidade,quase100%doscãesnão
castradosapresentamumahipertrofiapros-
táticasignificativa,porémsemconseqüências
patológicas.Essamodificaçãoéemdecorrên-
ciaaumaumentodasensibilidadedaglându-
laàdihidrotestosterona(Poulet,1985).
~ Uretra
A uretratema funçãodecarrearurinae
sêmenàextremidadedopênis.Origina-seno
trígonodabexigaecaminhacaudalmenteno
assoalhodapelveatravésdapróstata.Nolimi-
tecaudaldo ísquio,auretrapenetranopênis
situando-secaudoventralmente,eventualmen-
teadentrandoafendaventraldoossoperuano.
~ Pênis
O pênisconsisteemdoiscorposcaver-
nososdistintos.A porçãoposterioré sepa-
radapeloseptopenianomédio;anteriormen-
te,oossopeniano,situa-sedesdeobulboda
glandeatéa quaseextremidadedaglande,
nointeriordaqualesteossoseprolongapor
71
umaprojeçãocônicadefibrocartilagemcom
cercade0,5cmdecomprimento.
A glandedopênisinicia-senaregiãoade-
ridainternamenteaoprepúcioeécomposta
do bulboda glande,consistindoemtecido
erétilqueenvolvecompletamenteo pênise
a uretra,epartelongadaglande,composta
detecidoerétilapenasdorsalelateralmente.
O bulboédificilmentediscernívelnoestado
relaxado.Quandoopênisficaereto,aglande
torna-seumaestruturaespessaesférica,ede-
maciadaqueéresponsávelportravaropênis
navaginadurantea cópula.A partelonga
compreendeos3/4distaisdaglandeetermi-
nanaaberturadauretra.
O ossopenianoélargoproximalmentee
estreitodistalmente,apresentandoumafenda
queabrigaauretra.Emcãesdegrandeporte,
oossopenianopodechegara 10cm,oumais,
decomprimento.
~ Prepúcio
O prepúcioformaumabainhaquereco-
brecompletamenteopênisnãoereto.Exter-
namenteérevestidopelapele,internamente
porumamembranamucosaquesecontinua
coma mucosadopênisnabasedaglande.
Espermatogênese
A espermatogênese,ou seja,aprodução
deespermatozóides,estásobo controledo
FSH edoLH. A regulaçãodessesé,porsua
vez,controladapelosesteróidesgonadais,
peptídeoscomoainibinae,finalmente,pelo
GnRH.A produçãodeespermatozóidesede
andrógenosestáintimamenteligada.
A espermatogêneseéumprocessoseqüen-
cialdeproliferação,divisãoe transformação
celular,no qualascélulasespermatogoniais
primordiais(spermatogonium)dãoorigem
aosespermatozóides(Johnson,1991).Esse
processoédesencadeadonostúbulosseminí-
ferosapartirdoiníciodapuberdadedoma-
cho (Sclegel,1995apudRodrigues,1997).
72
No entanto,segundoAlIen(1992),aesper-
matogêneseinicia-seaos4 mesesde idade
nocão,emboraejaculadoscontendoesper-
matozóidessósejamverificadosapartirdos
10- 12meses.
O cicloespermatogênicoduraaproxima-
damente54 diasna espéciecaninae com-
preendecincociclosdo epitélioseminífero
(períodocompreendidoentreduasgerações
deespermatogôniasiniciandoa espermato-
gênese),ondecadaumduraemtornode13
dias.O períododevidaparaosespermatóci-
tosprimárioséde20,9dias;paraos esper-
matócitossecundários,0,5dias;paraases-
permátidescomnúcleosredondos,10,5dias;
eparaasespermáQ.descomnúcleosalonga-
dos, 10,6dias,atéo momentoemquesão
liberadosparao lúmen.A célulaespermática
docãoapresentaumaáreamédiadecabeça
de18,10- 22,22JLm2,comprimentode6,49
- 7,06JLme largurade3,77- 4,46JLm.
CaracterísticasSeminais
Parasedeterminarascaracterísticasse-
minais,faz-senecessárioaavaliaçãodoeja-
culado(espermograma).Os critériosutiliza-
dosparaoespermogramanaespéciecanina
sãosimilaresàquelesutilizadosemoutrases-
pécies.O ejaculadonormalécompostopor
trêsfrações.A primeirae a terceirasãode
origemprostática,ondeaprimeiratemafun-
çãodelimparocanaluretraldeurinaeater-
ceiraservecomocarreadoradeespermato-
zóidesparaoútero.Asprincipaiscaracterís-
ticasseminaisdescritasparaaespéciecanina
estãoapresentadasnatabela5.1.
~ Volume
A primeirafraçãotemumvolumevariá-
vel,masgeralmenteéde0,5ml.A segunda
fraçãovariade0,5- 1mI,emalgunscães,
podendochegaraté3mI.A últimafraçãoé
aquepossuimaiorvolumeepodevariarde
3a30ml.
!JIo-Motilidade
Amotilidadeconsistenaporcentagemde
espermatozóidesmóveise,nocão,esteper-
centualoscilaentre80-90%.Motilidade
abaixode60%podeserconsideradacomo
anormal.
!JIo-Vigor
O vigoréaqualidadedamotilidadeeé
expressoemumaescalaquevariadeOa5.
Nocão,umejaculadonormalnãodeveapre-
sentarvigorinferiora 3,5.
!JIo-Morfologia
As alteraçõesmorfológicaslocalizam-se
commaiorfreqüêncianacabeçaenacauda,
esãodivididasnostiposprimárioesecundá-
rio.As anormalidadesprimáriassãooriginá-
riasdaproduçãoespermática,ouseja,notes-
tículo.Assecundáriasdesenvolvem-sedurante
apassagempeloepidídimo(matupção)edu-
ranteamanipulaçãodosêmen.E considera-
do normal,um ejaculadoqueapresenteaté
13a 15%dealteraçõesmorfológicastotais
(Christiansen,1988;Feldman& Nelson,1996).
. ConcentraçãoEspermática
A concentraçãocorrespondeaonúmero
deespermatozóidespormililitrodesêmen.
Comoa segundafraçãoéricaemesperma-
tozóides,énestaqueavaliamostalparâme-
tro.No cão,a concentraçãoespermáticafi-
caemtornode247j; 9,9x 106espermato-
zóides/ml.
BasesFisiológicasdo Aparelho
Reprodutorda Cadela
AnatomiadoTratoReprodutor
O tratoreprodutordacadelaécompos-
topordoisovários,duastubasuterinas,um
úterodo tipobicornual,umacérvice,uma
vagina,umavulvaeoclitóris(Getty,1981).
. Ovário
Osováriossãopequenos,deformaoval
eachatados,comcomprimentomédiode2
cm.O ováriositua-sea 1ou2 cmdopólo
caudaldorime opostamenteà terceiraou
quartavértebralombar.Oligamentosuspen-
sóriofazasustentaçãodoovário,inserindo-
senopólocaudaldorim.O ováriodireito
estásituadoentreapartedireitadoduodeno
e a paredeabdominallateral.O ovárioes-
querdorelaciona-selateralmentecomobaço.
O ováriodacadelaétotalmentecircundado
pelabolsaovariana,provenientedoperitô-
neo,epossuiumafendaventral.Essabolsa
73
Tabela5.1.ParõmefTosdosêmencanino.
PorõmefTos Souza,1985 DobrinskietaI.,1993 Oemé,1993 Rodrigues, 1997 Santos,1997
volumeda2'froção(ml) 7,17* 2,22 1,05 4,68*
cor branca
aspecto leitoso
motilidade(%) 68,84 84 75,6 77,62 90,67
vigor(0.5) 3,5 3,75 4,73
concentração(nQsptzx 106/ml) 310 890 288
nQsptz/ejaculodo 600 911,1
alteraçõesprimários(%) 9,92 9,83 3,83
olteraçãessecundárias(%) 7,62 8,26 2,25
olteraçãestotais(%) 20,7
pH 6,02:6,6 6,2 6,56
* Segundae portedaterceirafração.
é formadaporduascamadas,sendouma
detecidoadiposoeaoutrademúsculoliso.
Elassecontinuamatéocornouterino,cons-tituindoomesossalpingeeoligamentopró-
priodoovário.
.. Oviduto
Os ovidutossãopequenose possuem
comprimentoentre5e8cm.Cadaoviduto
passacranialmentenapartelateraldabolsa
ovarianae,aseguir,correcaudalmentenapar-
temedialdabolsa.A extremidadefimbriada
estáessencialmentesituadanabolsaovaria-
na,maspartedelamuitasvezes,projeta-se
atravésdaaberturadabolsa.Suaextremidade
doladodaaberturaabdominalégrande,en-
quantoquesuajunçãocomoútero,denomi-
nadadeóstiouterino,émuitopequeno.
.. Útero
O úterotemum corpomuitopequenoe
cornosextremamentelongoseestreitos.Na
cadeladeportemédio,o corpodoúterotem
aproximadamente2 a 3 cme os cornosde
12a 15cm.Os cornosuterinossãodediâ-
metrouniformee quaseretos,situando-se
inteiramentedentrodoabdômen.Divergem
docorponaformadeum"V" nosentidode
cadarim. Suaspartescaudaisestãounidas
peloperitôneo.Dorsalmente,nãohánenhu-
mademarcaçãoentreoúteroeavagina,mas
acérviceébemmaisespessadoqueavagina.
Ventralmente,acérviceformaumaprojeção
cilíndricaquesesituanumadepressãodapa-
redevaginal.A mucosauterina,formadapelo
endométrio,possuilongasglândulasuterinas
ecriptastubularescurtas.Os ligamentoslar-
goscontêmmuitagorduraealgummúsculo
liso.Sãobemmaislargosnomeiodoquenas
extremidades.A partecaudalestáinseridana
partecranialdavagina.Os ligamentosredon-
dosestãocontidosnabordalivredaspregas
emitidasdafacelateraldosligamentoslargos.
Sãofaixasdemúsculolisoegordura.Cadali-
74
gamentopassaatravésdocanalinguinalenvol-
toporumabolsaperitoneal(processovaginal).
.. Vagina
A vagina,órgãocopulatóriofeminino,es-
tá situadana cavidadepélvicaentreo reto,
dorsalmente,ea bexigaurináriaea uretra,
ventralmente.A vaginaérelativamentelonga.
É estreitacranialmente.A túnicamuscularé
espessaeconsisteessencialmenteemfibras
circulares.A túnicamucosaformapregas
longitudinais.Nasfêmeascarnívorasmadu-
ras,o clitórisretémsuaproeminênciaem-
brionária.O vestíbulodavaginapodesercir-
cundadoporpregassoltasdepeleoulábios.
Essaspregas(lábiomenor)sãobemdesen-
volvidasnoscarntvoros(Getty,1981).
!li>Vestíbulo
O vestíbulodavaginaligaavaginanaen-
tradadauretra(meatourinário)comaaber-
turagenitalexterna.Asglândulasvestibulares
menoresestãomuitasvezespresentes.
!li>Vulva
A vulvapossuilábiosespessosqueformam
umacomissuraventralpontiaguda.A muco-
saélisaevermelha.Elafreqüentementeapre-
sentapequenasproeminênciascausadaspor
folículoslinfóides.
!li>Clitóris
O corpodoclitórisélargoeplanoetem
aproximadamentede3 a 4 cmdecompri-
mentonoanimaldetamanhomédio.Nãoé
deestruturaeréctil,masestáinfiltradopor
gordura.Já a glandeé compostadetecido
eréctile estásituadanumagrandefossa,a
fossaclitoridiana.
Ovulação
A ovulaçãopareceocorrerdemaneirasin-
crônicaentre36e 50horasapóso picode
LH (Concannonetal.,1977,1989).Acadela
ovulaoócitosprimáriosemestadodevesícula
germinal.O estádiodemetáfase11sóéatingi-
docercade2 a3 diasmaistarde,naporção
distaldooviduto(Holst& Phemister,1971;
Tsutsui,1989).Os espermatozóidespodem
penetraro oócitoaindaimaturo,poréma.
evoluçãodospronúcleosocorresomenteapós
otérminodameiose (Mahi& Yanagamachi,
1976).A fecundaçãopodeocorrer,portanto,
somente4a5diasapósopicodeLH. Enfim,
operíododefecundaçãodosoócitosmadu-
rospareceserextremamentecurto,entre24
e48 horas(Concannon& Battista,1989).
Fecundação
A fecundaçãoocorrenaporçãodistaldo
ovidutoeo conceptochegaaoúter~noestá-
giodemórula(16a32células)porvoltado
10°- 12°diaapóso picode LH (Holst &
Phemister,1971).
Gestação
A duraçãodagestaçãoaparente,conside-
rando-seo intervaloentreaprimeiracober-
turaeo parto,podevariarde56a 72dias,
comumamédiade64 dias(Concannon,
1986).Asvariaçõesobservadasnaprimeira
cobertura,podendoemcasosextremosche-
garamaisoumenos10dias,justificaessa
grandevariaçãonaduraçãodagestação.
Portanto,averdadeiraduraçãodagestação
éconstantequandoseutilizao picodeLH
comopontodereferência,sendode65+ 1
dias,ouoprimeirodiadometaestro,sendo
de57+ 2 dias(Concannon,1986).
CicloEstral
A cadelaéumaespéciemonoéstricaesta-
cional,possuindoumafasefolicular,também
denominadade faseestrogênicae umalu-
teal,tambémdenominadadeprogesterôni-
ca.A faseestrogênicaduraemtornodetrês
semanaseaprogesterônicaemtornode2 a
3 meses(Bell& Christie,1971;Christieet
aI., 1971;Concannon,1980;Chakraborty,
1987).O intervaloentredoisestrospodeva-
riarde5a 12meses(Concannonetal.,1989).
Nemo tamanhodacadela(Christie& Bell,
1971),nemapresençaouausênciadegesta-
ção(Jochle& Andersen,1977)parecemexer-
cerpapelimportantenessasflutuações.
O cicloestraltambémpodeserdividido
emcincofases,asaber:proestro,estro(cor-
respondendoà fasefolicular), metaestro,
diestro(correspondendoàfaseprogesterôni-
ca)eanestro(fasederepousosexual).A ca-
delaéaúnicaespéciedemamíferodoméstico
quepassaobrigatoriamenteportodasasfa-
sesdociclo,independentementedehaverou
nãogestação.
~ Proestro
O proestroeoestrojuntosduramdeuma
aduassemanascomvariaçõesde3 diasa3
semanas(Concannonet aI., 1989).A fase
doproestrocaracteriza-seporumrápidode-
senvolvimentodos folículos,um aumento,
seguidodeum picodeestrógenos,o surgi-
mentodo LH e peloiníciodo aumentoda
secreçãodeprogesterona,fatoesseobserva-
doexclusivamentenoscanídeosqueapresen-
tamumaluteinizaçãoprecocedascélulasda
teca,antecedendoa ovulação.
Clinicamente,o proestrocaracteriza-se
porumavulvaaumentadaecongesta,presen-
çadedescargassero-sanguinolentaseatração
do macho,no entanto,a fêmeanãosedeixa
sermontada.A cérvice,avaginaeovestíbulo
aumentamduranteoproestro,sobretudo,por
congestãoe acúmulode fluido intersticial
(Allen,1992).
No iníciodoproestro,oesfregaçovaginal
mostraumagrandequantidadedecélulassan-
guíneas,numerosascélulasparabasaisealgu-
maspequenasegrandescélulasintermediá-
rias,podendotambémserobservadosalguns
neutrófIlos.Esseesfregaçomostra-sebastan-
te "sujo",emvirtudedapresençadesecre-
75
çõesviscosasdeorigemcervicalevaginal.Por
voltadametadedo proestro,os neutróftlos
desaparecemecomeçama surgirascélulas
superficiais.No finaldoproestro,apresença
decélulassanguíneasévariáveleo "fundo"
dalâminatoma-seclaro.A maioriadascélulas
toma-sesuperficial,exibindonúcleosvesicu-
ladosoupicnóticos,ou mesmoausentes.
~ Estro
A fasedoestrocaracteriza-se,por sua
vez,pelopicodeLH, ovulação,reduçãona
produçãodeestrógenos,desenvolvimentodo
corpolúteoeaumentodasecreçãodepro-
gesterona(ConcannonetaI.,1975;Cono-
cannon,1986).O estrocaracteriza-sepor
umavulvatambémaumentada,maciaemo-
le,aceitaçãodomachoediminuiçãodasdes-
cargashemorrágicasvaginais(Allen,1992).
Oiníciodareceptividadesexualpodesersin-
crônicocomo picopré-ovulatóriodeLH,
maspodetambémocorrertãocedoquanto
4 diasantesdopicodeLH, bemcomotão
tardequanto6diasapósaocorrênciadesse
pico(Concannon,1986).Emgeral,operío-
donormaldeacasalamentocomeçaumpou-
coantesdopicodeLH eterminacomaque-
daabruptadaqueratinizaçãodoepitéliova-
ginal,correspondendoaoiníciodometaes-
tro,comodefinidoanteriormente.Ascober-
turasrealizadasforadoperíododoestrosão
raramenteférteis(ConcannonetaI.,1989).
Citologicamente,ascélulassuperficiais
sãopredominantesnoesfregaço,represen-
tandoumtotalde80a 100%dascélulasvi-
sualizadas.Ascélulassanguíneaspodemes-
tarpresentesounão.O "fundo"dalâminaé
bastanteclaroelímpido.
~ Metaestro
A faseluteal,fasedeatividadedocorpo
lúteo,éconhecidoindistintamentesobono-
medemetaestrooudiestronospaísesanglo-
saxônicos(ArthuretaI., 1989),enquanto
76
queempaísescomoaFrançaeaBélgicacon-
sideramqueessesdoistermosrepresentem
períodosbemdefinidosdocicloestraldaca-
dela(Silva,1995).
Nasespéciesdeprodução,o metaestro
correspondeàfasedeformaçãoouinstalação
inicialdocorpolúteo(primeirosdiasapósa
ovulaçãoatéafasedesecreçãoplenadepro-
gesterona;Arthuretal.,1989).Na espécie
canina,ocorpolúteocomeçaaseconstituir
desde48horasantecedendoaovulação,ou
seja,duranteoestro,eapresentaoseudesen-
volvimentomáximoduranteodiestro(Con-
cannonetaI.,1977).Portanto,o metaestro
nãopodeserdefinidocomosendoafasedeinstalaçãodocorpolúteo;elecorrespondeà
fasedocicloseguipteaoestro,iniciando-se
comadescamaçãomaciçadoepitéliovaginal
(Concannon& Digregorio,1986).A defini-
çãodessafaseeseureconhecimentoparece
importante,poiselapermitefacilmentede-
terminar-seo fimdoestrocitológico.Den-
trodocontextodainseminaçãoartificialpor
viaintravaginal,o metaestroparecesero li-
mitealémdoqualnenhumafecundaçãopode
serobtida(Tsutsui,1975).
Comocomentadoanteriormente,o me-
taestronacadelaécaracterizadoapenasdo
pontodevistacitológico.O reconhecimento
dometaestrocitológicofaz-seatravésdaobser-
vaçãodeumesfregaçovaginal,contendoto-
dosostiposcelulares,ou seja,desdecélulas
superficiaisanucleadasenucleadas,passan-
dopelascélulasintermediáriasatéascélulas
parabasais,alémdeumagrandequantidade
depolimorfonuclearesrevestindoo fundoda
lâmina,imagemdenominadade"tapete"de
polimorfonucleares.Outracaracterísticatípi-
cadometaestromanifesta-sepelapresença
daschamadascélulasdometaestro(metaes-
trumcells)eascélulasdesabão(foamcells).
As primeirastratam-sedecélulascompoli-
morfonuclearesfagocitadosno interiorde
seucitoplasmae as segundas,célulascom
inclusõeslipídicastambémnocitoplasma.A
imagemcitológicadometaestrocorresponde
àdescamaçãomaciçadoepitéliovaginalem
decorrênciadareduçãodosníveisdeestró-
genocirculanteno sangue.Essadescama-
çãoduraemtornode2a3 diaseoprimeiro
dia,queé o maiscaracterístico,é denomi-
nadoderushdo metaestro.
.. Diestro
O diestrocorrespondeàfasedeatividade
docorpolúteoevememseguidaaometaes-
tro.O diestroterminacomaparturiçãoeen-
tre70e 120diasapósopicodeLH pelare-
gressãoprogressivadocorpolúteonacadela
nãogestante(Concannon,1980;Chakra-
bortyetaI., 1982).Ao finaldoestoo,dentro
deum períodoquevaide24 a 48 horas,o
númerodecélulassuperficiaiséreduzidopa-
racercade20%,observando-seumamaioria
decélulasparabasaiseintermediárias,carac-
terizandoo diestro.
.. Anestro
O períodoquecompreendeo finaldafase
lutealeo iníciodafasefolicularédenomina-
do anestro.Essetemsidotradicionalmente
descritocomoumperíododequiescênciado
eixoovário-hipofisário.Clinicamente,éum
períodode inatividadereprodutiva,porém,
endocrinologicamente,aatividadehormonal
é flutuante.Suaduraçãoéemmédiade4,5
meses,maspodevariardeacordocomara-
ça,idade,estadosanitário,períododo ano,
ambienteediversosoutrosfatores.Durante
estafase,o úteroatingesuainyoluçãocom-
pleta,havendoumcompletoreparoendome-
trial.O esfregaçovaginalrealizadonessafase
mostraapresençadecélulasparabasaisein-
termediárias,sobum "fundo"claroougra-
nulado,ondeosneutrófIloseasbactériasda
floravaginalnormalpodemou nãoservi-
sualizados(Feldman& Nelson,1996).
PerfilHormonal
OsvaloresdeLH sãovariáveisduranteo
anestro,no entanto,ligeiramenteelevados
emcomparaçãocomosvaloresmédiosobser-
vadosduranteamaiorpartedoproestro(Con-
cannon,1993).A secreçãodeLH épulsátil
eaumentalogoantesdoproestro,atingindo
valores20a40vezesmaiorduranteoperío-
dopré-ovulatório,aofimdoproestro(Con-
cannon,1993).A diminuiçãodarelaçãoes-
trógeno/progesteronaqueocorrequandoos
folículosatingema maturidadeé,provavel-
mente,odesencadeadordopicopré-ovulató-
rio de LH. Essepico persistedurante24 a
72horas(Concannon,1993).A descargade
LH éresponsávelpelocrescimentoterminal
rápidoepelaluteinizaçãodosfolículospré-
ovulatórios.Essesfolículospassamde1-2mm
no iníciodoproestroa8-9 mmdediâmetro
aofinaldoproestroesecretamestrógenose,
depois,progesterona.Osfolículosluteiniza-
dospré-ovulatóriosefolículospós-ovulató-
rios têmumaaparênciamuitosemelhante.
Os dadosreferentesao FSH sãomuito
restritosebaseiam-seemdosagensheterólo-
gas,cujasensibilidadee especificidadesão
extremamentereduzidas.OsvaloresdeFSH
estariamelevadosduranteo anestro,forte-
mentereduzidosduranteoproestro,enquan-
to queum pico simultâneoou ligeiramente
dissociadodopicodeLH seriaobservadono
iníciodo estro(Concannon,1993).
Astaxasplasmáticasdeestradiolapresen-
tamflutuaçõescíclicasdesdealgunsdiasan-
tesdoproestro(Jeffcoate,1993).No entan-
to, o aumentotorna-sesignificativocoma
apariçãodo proestrpcomportamentale o
picoéatingidoaofinaldoproestro(183,5e
367pmol/l)aproximadamente1a2diasan-
tesdopicopré-ovulatóriodeLH. O estradiol
diminuiemseguidaprogressivamentepara
atingirníveisbasaisporvoltado dia6 ou 7
dociclo(Concannon,1993;Onclin& Vers-
tegen,1997).
77
Os valoresde progesteronaaumentam
progressivamentedesdeo fim do proestro,
permanecemelevadosdurantea gestação
(47,4a 286,2nmol/l) e declinambrusca-
mentequandoocorreopartoouprogressiva-
mentequandoocorreo fimdafaselutealna
cadelanãogestante(Concannonetal.,1989;
Onclin& Verstegen,1997).Apesardo fato
deo corpolúteocomeçara diminuirdeta-
manhoapóso37°diadegestação,ésomente
apartirdo45°diaquearegressãomorfológi-
catorna-seaparente(Dore,1989).A regres-
sãocontinualentamenteevestígiosdocorpo
lúteopodemserdetectadosdurante2 ou 3
ciclosconsecutivos.Osvaloresdosandróge-
nostendemaseguiroperftldaprogesterona
duranteagestação.
Osperfishormonaisobservadosnacade-
lagestantesãosemelhantesàquelesobserva-
dosnacadelaemdiestrosemgestação(Con-
cannonet aI., 1975;Onclin & Verstegen,
1997).Asmaioresdiferençasendócrinasob-
servadasdurantea gestaçãosãoo aumento
plasmáticonastaxasdeprolactina(Onclin
& Verstegen,1997)e derelaxinadurantea
segundametadedagestação(SteinetzetaI.,
1987,1989;Tsutsui& Stewart,1991).
Procedimentosno Macho
Seleçãode Reprodutores
A seleçãodedoadorespodeexercerum
efeitosignificativosobrea fertilidadedo sê-
mencongelado,talqualédescritoparaou-
trasespécies(England,1993),vistoqueexis-
teumamarcadavariaçãoindividualentreos
cães.Dessemodo,naseleçãodecãesrepro-
dutores,deveserfeitaumadetalhadaana-
mnese,verificando-seatravésdestaodesem-
penhoreprodutivoanteriordomachoepro-
blemasdesaúdeatuaisouprévios.Devetam-
bémserprocedidoumcuidadosoexameclí-
nicogeraleandrológicoespecífico,quedeve
incluira inspeçãoepalpaçãodosórgãosre-
78
produtivos,observando-seprincipalmenteo
tamanhoeaconsistênciatesticular,vistoque
cãescomespermatogêneseanormalfrequen-
tementetêmtestículosdeconsistênciainferior
ànormal.Em seguida,procede-seacolheita
eavaliaçãodosêmene inspeçãodocompor-
tamentodemonta(libido),podendoterconti-
nuidadecomtesteshormonaiseanálisescro-
mossômicas(Christiansen,1988;Freshman
etaI.,1988;Feldman& Nelson,1996).
ColheitadeSêmen
Oscãespossuemrelativamentebaixapro-
duçãodeespermatozóidesquandocompara-
dosa animaisde outrasespécies(Amann,
1981).ComodeterminadopeloColoradoSta-
teUniversityAnim~ReproductionLaborato-
ry,a médiadiáriadeproduçãoespermática
nocãoédeaproximadamente14x 106sptz
por gramadeparênquimatesticularou 482
x 106sptzpor cão.Quandoos cãesejacu-
Iamdiariamente,suaproduçãovaidecres-
cendo.Portanto,recomenda-sea frequência
de apenas1 a 2 colheitassemanais,com
intervalode4 a 5 dias.(Olar, 1985).
SegundoHarrop(1955),foiFreiberg,em
1935,quemprimeiramenteidentificouo fra-
cionamentonaejaculaçãodocão,propondo
a colheitafracionada.A primeirafração,ou
pré-espermática,écompostadealgumasgo-
tasdefluidoclaro,sendoquedeterminados
cãespodemejacularaté2 mldessafração,a
qualtemaorigemnapróstataesupõe-seser
responsávelpelalimpezae estabilizaçãodo
pH nocanaluretral.A segundafraçãooues-
permática,deorigemtesticular,éaquelarica
emespermatozóide,cujovolumevariacon-
formeo tamanhotesticulareavariaçãoindi-
vidual,de0,5a5 rol,possuindoumaspecto
turvo, leitosoe opalescente.A terceirae
maiorfraçãoéo fluidoprostático,quepode
serdeaté30mledeveserclaroefacilmente
distinguíveldafraçãoespermática;suafun-
çãoéservircomoummeiodiluidornatural
proporcionandoo transportedosespermato-
zóidesnotratogenitaldacadela.(Christian-
sen,1988;Feldman& Nelson,1996).
O sêmenéfacilmentecolhidodecães,em
especialdaquelescomexperiênciapréviade
acasalamento.A presençadeumacadelaem
estropodemelhoraraqualidadedoejacula-
do,particularmentenocasodecãesinexpe-
rientesoutímidos.O localdacolheitadeve
sertranqüiloelivrededistrações,compisoseguroparaos animais(Nelson& Couto,
1994).Diversosmétodosforamreportados
paraa colheitadesêmennestaespécie,por
exemplo:massagemdigital,usodeumavagi-
naartificialouvibradorelétrico,eeletroeja-
culação(Harrop,1955;Christiansen,1988).
BoucheretaI. (1958)verificaram.queama-
nipulaçãodigitalésuperioraumavaginaar-
tificial,equeessemétodomostrou-seespe-
cialmenteconfiávelmesmoparacãesnão
condicionados.AlthouseetaI. (1991)obser-
varamquea exposiçãodo sêmenfrescoàs
luvasdelátexe/ouvinil causaum imediato
decréscimonamotilidadeespermática,de-
vendo-seevitartalcontatoduranteamani-
pulaçãodigital,queéhojeométododeelei-
çãoparaa colheitado sêmendo cão.
A técnicademanipulaçãodigitalconsiste
emmassagearoprepúciodocãonaalturado
bulbocavernoso,estruturaanatõmicapró-
priadocãoimplicadaemsuaejaculaçãona-
tural.A ereçãotemlugarcomaprotusãodo
pênis.O prepúcioé entãoretraídopor trás
do bulbo, com uma açãoescorregadiada
mãodapessoaqueestácolhendo.O pênisé
apertadocommoderadapressãoentreode-
doindicadoreo polegar,posteriormenteao
bulbo(Seager& Fletcher,1972;Christian-
sen,1988).Osmovimentospélvicosdemon-
tasãocoincidentescomaejaculaçãodafra-
çãopré-espermáticaepersistemporcercade
1a2minutos.O cãosetornaimóvelenquan-
toafraçãoespermáticaéejaculadapelospró-
ximos30 a 60 segundos.Finalmente,o cão
tentagirarapernaduranteaejaculaçãodater-
ceirafração,entre10e45minutos(Morton
& Bruce,1989).O ejaculadoé colhidoem
fraçõescomo auxíliodeumfunil devidro
ouplásticoquedesembocaemtubosgradua-
dos(Gilletal.,1970),devendo-seevitarcon-
tatodiretoentreo pênisdocãoeomaterial
decolheita,oqualdevesermantidoaaproxi-
madamente38°C(Seager& Fletcher,1972).
Análise do Sêmenou Espermograma
A análisepadrãodo sêmené rotineira-
menteutilizadaparaavaliaraqualidadees-
permáticacaninaeérealizadaatravésdaava-
liaçãodafraçãoespermáticadoejaculado.A
avaliaçãomacroscópicadosêmendocãoin-
cluiaobservaçãodovolume,coloraçãoevis-
cosidade.O volumepodevariardeacordo
comaraça,idade,tamanho,climaefreqüên-
cia de colheita,porémnão temcorrelação
comafertilidadedo animal.A coloraçãodo
sêmenpodevariardesdeo transparenteaté
o branco-opalescente,sendoquesuavaria-
ção,damesmaformaqueaviscosidadese-
minal,estábastanteassociadaà concentra-
çãoespermática.A coloraçãoé importante
porquepodepermitirodiagnósticoinicialde
algumapatologiado aparelhoreprodutor,
vistoqueapresençadeelementosestranhos
comoaurina,osangueeopuspodemalterá-
Iae,conseqüentemente,afetaraviabilidade
dosespermatozóides(Sorribas,1995).
A análisemicroscópicadosêmenincluia
avaliaçãodo pH, concentração,motilidade,
vigoremorfologiaespermática.O pH nor-
maldosêmencaninooscilaentre6,3e6,7e
podevariarcasohajacontaminaçãocomo
líquidoprostático.A concentraçãoespermá-
ticacorrespondeaonúmerodeespermato-
zóidespor mililitrodes~menepodeserde-
terminadaatravésdediversosmétodos,des-
dequeestessejambaseadosnosprincípiosde
contagemcelularatravésdacâmaradeNeu-
bauer(Nelson& Couto,1994).A espectro-
79
fotometriaéummétodobastanteseguropara
adeterminaçãodaconcentraçãoespermática
e consistena observaçãode suacorrelação
comatramitânciaobservadaemespectrofo-
tômetro,sobum comprimentodeondade
580nm,fazendo-sea diluiçãode0,1 ml de
sêmenpara5 mldesoluçãosalinaformoli-
zadaaO,1%(Olaretal.,1983;Cardosoetal.,
1997).Alémdesse,existeaanálisecomputa-
dorizadadosêmenque,alémdaconcentra-
ção,avaliatodosos demaisparâmetroses-
permáticos(EllingtonetaI.,1993).Um cão
normal,deveexibirumaconcentraçãoesper-
máticamínimade200milhõesdeesperma-
tozóidesporml (Feldman& Nelson,1996).
Entretanto,esteparâmetropodeserbastante
influenciadopelofluidoprostático,oqualpo-
detambémterefeitodeletériosobreosesper-
matozóidesnodecorrerdaconservação,de-
vendoportanto,serevitadaadiluiçãodafra-
çãoespermáticacomo mesmo(England&
Allen,1992).
A motilidadeespermática,queéaporcen-
tagemdeespermatozóidesmóveisnaamos-
tra,deveseravaliadaimediatamenteapósa
colheita,comoauxíliodamicroscopiaóptica
(Seager& Fletcher,1972).Umagotadesê-
mendevesercolocadaemumalâminapre-
viamenteaquecidaemicroscopicamenteexa-
minadasob os aumentode 100, 200 ou
400x.Umaamostranormaldesêmendeve
exibirumamotilidademínimade70%(Feld-
man& Nelson,1996).O statusdamotilida-
deouvigorespermático,queé a qualidade
damotilidadeexibidapelosespermatozóides
móveis,devesertambémavaliado.Paratan-
to,Platz& Seager(1977)sugeremo usode
umaescala,onde:
O:todosos espermatozóidessemmovi-
mento
1:movimentoslentoslátero-Iaterais,sem
progressão
2: rápidosmovimentoslátero-Iaterais,
semprogressão
80
3: rápidosmovimentoslátero-Iaterais,
comocasionalprogressão
4: lentae contínuaprogressão
5:rápidaecontínuaprogressão
No sêmencanino,nãosecostumaobser-
var o movimentodeondacaracterísticodo
sêmenderuminantes(Christiansen,1988).
Burke(1986)sugerequeasalteraçõesna
morfologiaespermáticapodemserclassifica-
das comoprimárias,quandooriundasde
problemasnaespermatogênese,ousecundá-
rias,quandooriginadasduranteo processo
dematuraçãoespermática,atravésdapassa-
gemdascélulasespermáticaspeloepidídimo,
oumesmo,provocadasnodecorrerdospro-
cedimentosdemanipulaçãodosêmen.Para
a avaliaçãodamorfologia,faz-seum esfre-
gaçodesêmen,podendoserempregadosdi-
versoscorantesparafacilitar,sendoosmais
comumenteutilizados a eosinaeanigrosina
(Morton& Bruce,1989;Nelson& Couto,
1994).Umoutrocorante,queseencontra
comercialmentedisponível,possívelde ser
utilizadoequevemdandobonsresultadosé
o Spermac(Oettle,1993).
DiluidoresPara o Sêmendo Cão
O sêmenapropriadamentediluídopode
serimediatamenteutilizado,resfriadoou
congeladoportempoindeterminado,perma-
necendopotencialmentefecundantequando
reaquecidoeutilizadoemumainseminação
artificial.Dessemodo,faz-senecessárioo
usodeumbomdiluidor,oqualdeveconter
nutrientescomoumareservadeenergia,ser-
vircomotampãoajustandoasalteraçõesdo
pH;promoverumapressãoosmóticaecon-
centraçãodeeletrólitosdentrodospadrões
fisiológicos;prevenirocrescimentodebacté-
rias;protegerascélulascontraochoquetér-
micoduranteo processoderesfriamentoe
possuircrioprotetoresquereduzamosdanos
àscélulasespermáticasduranteacongelação
e posteriordescongelação(Concannon&
Batista,1989).A atividademetabólicadoes-
permatozóideresultanumacúmulodeíons
hidrogênio.Senãohouvernenhummecanis-
moparatamponaro excessodehidrogênio,
o pH do diluidordiminuie a longevidade,
juntamentecomafertilidadedoespermato-
zóide,decrescem(Rodrigues,1997).Portan-
to,sistemasdetampãosãoutilizadosnosdi-
luidoresdesêmen.
Seager(1969)descreveuumdiluidorcom
11%delactoseediversosautoresutilizaram
essemeiomodificado(Andersen,1972;Sea-
geretal.,1975;Platz& Seager,1977;Seager
& Platz, 1977a;Yubi et aI., 1987).Foote
(1964)utilizouo tampãoTris-gema-citrato
nosêmencanino.Modificaçõesdessemétodo
tambémtêmsidoamplamenteutilifadas(Gill
etal.,1970;Andersen,1972).Um outrodilui-
dortambémutilizadoéPIPES-glicose-citra-
to(Andersen,1975).Todosessesmétodosin-
cluemagemadeovoquetambémpossuica-
pacidadetamponante.
O Tristemcomodesvantagemofatode
serumtampãorelativamentepobrequando
empH 7,0;nessecaso,outrostampõessão
maiseficazes.Entretanto,amaioriadosgru-
posdepesquisadaatualidadetemutilizado
o tampãoTris-frutoseoriginalsemmodifi-
cações,ou temcontinuadoa desenvolver
essetampão,porexemplo,pelasubstituição
do monossacarídeofrutosepelaglicose,a
qualtematividadenutricionale osmótica,
ouaindapelosdissacarídeosnãopenetran-
tessacaroseelactose,osquaisagemcomo
crioprotetoresextracelulares,alémdepro-
porcionaremum efeitoosmóticofavorável
(Farstad,1996).
O Triséum agenteemulsificanteusado
emmedicinaparacombateraacidose.É so-
lúvelemáguaecomporta-secomoumabase
fraca.Sãoaindanotóriassuacapacidadena
reduçãodo índicedefrutóliseesuacontri-
buiçãonapreservaçãodaenergiaespermá-
tica.Suacomposição,emgeral,corresponde
a uma soluçãoconstituídapor 3,028gde
Tris-hidroximetil-aminometano,1,78gde
ácidocítricomono-hidratadoe 1,25gdeD-
frutose,dissolvidosem100mldeáguadesti-

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