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Contabilidade de Custos – Prof.ª Paula Vasconcelos 1 AV2 e AV3 – 2017 02 – GST1210 – CONTABILIDADE E APURAÇÃO DE CUSTOS – REVISÃO 1. TERMINOLOGIA APLICADA A CUSTOS Gastos - Termo abrangente e definido como "sacrifícios com que arca a entidade, visando a obtenção de bens ou serviços, mediante a entrega ou promessa de entrega de parte de seu ativo, sendo esses ativos representados normalmente em dinheiro". Podemos dizer que o Gasto é o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens e serviços. O gasto pode ser um investimento, custo ou despesa. Investimento - São "gastos ativados (classificados no ativo) em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos". Assim, qualquer gasto realizado cujo bem é ativado será um investimento. Exemplo: Móveis e Utensílios, Veículos, Imóveis, etc.. Custos - São "gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços". Os custos são gastos ligados à produção. Exemplos: salários do pessoal da produção, matéria prima utilizada na produção, manutenção das máquinas de produção, aluguel da fábrica, etc. Despesas - São "gastos consumidos, direta ou indiretamente, na obtenção de receitas". Um dos maiores problemas dos estudantes, em geral, é a distinção entre custo e despesa. Do ponto de vista didático, todos os gastos realizados na fabricação do produto, isto é, "dentro da fábrica" são custos. O resto é despesa. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. - Assim, os gastos com pessoal da administração, bem como Comissões sobre Vendas, na área comercial, gastos relativos à venda, depreciação de bens da área comercial ou administrativa são despesas. - Os gastos com mão de obra da fábrica, depreciação de equipamentos da fábrica, manutenção (da fábrica), seguro da fábrica etc..., são custos. Desembolso - É o pagamento do bem ou serviço adquirido. Pode ocorrer antes, durante ou depois da aquisição. Assim, se comprarmos um bem à vista, o desembolso se dá durante a aquisição deste bem. - Se comprarmos um bem a prazo, o desembolso se dará depois da aquisição. - Se adiantarmos o dinheiro para posterior recebimento do bem, o desembolso ocorre antes do recebimento deste bem. Perda - É o consumo involuntário ou anormal de um bem ou serviço. As perdas decorrentes de fatores externos transformar-se-ão em despesas, e as de fatores decorrentes da atividade produtiva; em custos. Exemplos: Incêndio, greves, perda de matéria prima , etc... Quadro Comparativo: Custos x Despesas Contabilidade de Custos – Prof.ª Paula Vasconcelos 2 Centro de Custo - O centro de custos é a menor unidade acumuladora de custos indiretos. O centro de custos é um sistema organizacional de atividades integradas de unidades de trabalho, de forma a possibilitar o cumprimento de objetivos previamente estabelecidos do departamento de produção. O que gera a integração entre as partes é o fluxo de informações. 2. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 1. De acordo com a facilidade de identificação a um objeto de custo: o Custos Diretos: custos que estão relacionados a determinado objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável. É aquele que pode ser atribuído (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado. Exemplos: A mão-de-obra indireta é representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas indústrias ou prestadores de serviços, e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado. o Custos Indiretos: são custos que estão relacionados a determinado objeto de custos, mas que não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável. São alocados ao objeto de custo mediante rateio. Exemplos: A matéria-prima, a mão-de-obra direta e a embalagem (quando componente do produto acabado) na área industrial, o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços ,o Imposto de Produtos Industrializados e o Imposto sobre Serviços.Os materiais empregados nas atividades auxiliares de produção, ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante. São eles: graxas e lubrificantes, lixas etc. o OBS.: se a empresa produz apenas um produto, tais custos são diretos. 2. De acordo com o comportamento perante a mudança no nível de atividade: o Custo Variável: custo que se altera na mesma proporção das atividades. São aqueles que se alteram em função do volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida – se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. o Custo Fixo: custo que não se altera na mesma proporção das atividades. São aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume de produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. o Custo Misto (Semivariável ou Semifixo): custo que apresenta elementos de custo fixo e custo variável. São custos que variam com o nível de produção e que tem parcela fixa mesmo que nada seja produzido. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período. 3. De acordo com a proveniência: o Custos Primários: Custo do Material Direto + Custo da Mão-de-obra Direta. o Custo de Conversão (Transformação): esforço realizado pela empresa para elaborar um produto ou serviço. Custo da Mão-de-obra Direta + Custos Indiretos de Fabricação. Contabilidade de Custos – Prof.ª Paula Vasconcelos 3 3. DISTINÇÃO ENTRE PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA Existem dois fatores que determinam o tipo de Custeio, se por Ordem ou por Processo (Contínuo): a forma de a empresa trabalhar e a conveniência contábil-administrativa. Quanto à forma, principal responsável pela distinção, basta lembrar que se a empresa trabalha produzindo produtos iguais de forma contínua (um ou vários), fundamentalmente para estoque, isto é, para venda, terá já caracterizada sua natureza. Se produz atendendo a encomendas dos clientes ou, então, produz também para venda posterior, mas de acordo com determinações internas especiais, não de forma contínua, já se terá incluído entre as de Produção por Processo. Na produção por ordem são produzidos bens para atender a encomendas de clientes; pode-se, também, produzir para venda posterior, não de forma contínua. São exemplos comuns da Produção Contínua: indústrias de cimento, química e petroquímica, de petróleo, de álcool, de açúcar, automobilística (parte delas), de produtos alimentícios, companhias de saneamento básico (água e esgoto), telefonia, energia elétrica etc. São exemplos comuns por Ordem às indústrias pesadas, fabricantes de equipamentos especiais, algumas indústrias de móveis, estaleiros, escritórios de engenharia, confecção de moda por estação climática, escritórios de planejamento, de auditoria, de consultoria etc. Uma das características básicas do Sistema de Custeamento por Ordem de Produção é a de que os custos incluídos nas ordens de fabricação passam a compor o inventário de produtos em processo; enquanto as referidas ordens não forem completadas. Segundo o conteúdo proposto, na Produção por Ordem os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem de produção. Muito comumente, encontramos empresas que trabalham parte de uma forma, parte de outra; uma indústria de fechaduras, por exemplo, fabrica pelo menos parte dos componentes em série, de forma contínua, mas o setor de montagens produz por ordem, produzindo ora um tipo ora outro de fechaduras.Ou uma indústria automobilística pode produzir o carro de forma contínua até certo ponto e, a partir daí, por ordem, segundo especificações de acabamento, cor, acessórios etc. Ainda, uma indústria de plásticos pode produzir as folhas desse material em série, mas, ao transformá-las em embalagens, fazê-las por ordem, fabricando cada modelo de uma vez. Inúmeras vezes, por outro lado, procedem-se a algumas mudanças em função de conveniência. Por exemplo, uma empresa pode ter uma encomenda que leve cinco meses de trabalho; em vez de custear como se fosse uma ordem, faz um custeio como se fosse uma produção contínua durante esse tempo. Talvez muitas das produções em série não passem de ordens de longa duração, como produção de certos eletrodomésticos, de alguns modelos de automóveis etc. Pode também ocorrer de a empresa trabalhar em série durante certo tempo com determinado produto, mas desejar custeá-lo como se fosse uma grande ordem para avaliar seu resultado global. Isso ficará mais claro logo adiante. Produção por Ordem - as característica deste processo: o Ao terminar um exercício se o produto estiver ainda sendo fabricado, o saldo da conta será totalmente classificado como Produtos em Elaboração. o Só recebe custos enquanto a ordem não estiver encerrada. o Este sistema pode ser chamado também de Produção por encomenda. o soma das Ordens de Produção em aberto representa o Estoque dos Produtos em processo. Contabilidade de Custos – Prof.ª Paula Vasconcelos 4 4. CUSTOS CONJUNTOS São os produtos resultantes de um processo de produção em comum, de importância igual para a empresa do ponto de vista de faturamento. Santos (2005) informa que os custos conjuntos decorrem da produção conjunta, incorridos antes do ponto em que os diversos produtos emergem como unidades individuais. A partir deste ponto, chamados de Ponto de Separação, surgem diversos produtos individuais pela separação da matéria-prima. A principal característica dos custos conjuntos, portanto, é que eles incorrem à matéria-prima (input), antes do processo de separação da produção. 5. FUNÇÃO LINEAR DE CUSTO Função linear de custo é a função de custo para a qual, dentro da faixa de interesse, o gráfico dos custos totais, em contraposição a um único direcionador de custo, é uma linha reta. O comportamento do custo é adequadamente descrito por uma função linear de custo do direcionador de custo, dentro da faixa de interesse. 6. CUSTO PADRÃO O custo-padrão é custo ideal de fabricação ou prestação com o uso das melhores matérias-primas, mão- de-obra e de 100% da capacidade da empresa. Segundo Padoveze, Custo Padrão é uma técnica para avaliar e substituir a utilização do custo real. O sucesso do custo-padrão irá depender do grau de seriedade que a empresa der a localização e saneamento das diferenças encontradas entre o padrão e o real, por ocasião de suas comparações. A grande finalidade do custo padrão é o controle dos custos, tendo como objetivo o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. Mas, para se saber o que ocorreu ou que deveria ter sido ocorrido depende de qual tipo de custo-padrão que a entidade estar utilizando. Então, desta forma os tipos de custos-padrões para serem executados são: a) Custo-padrão ideal – Tem o propósito de obter a máxima eficiência da mão-de-obra e 100% da capacidade produtiva sem desperdício que é praticamente impossível; b) Custo-padrão corrente – Objetiva-se em obter um custo ideal como meta, onde busca eficiência, qualidade, produtividade e motivação que estão ao alcance da empresa. O valor que a empresa fixa como meta para o próximo período, levando em conta as deficiências no processo. c) Custo-padrão estimado ou orçado – É o custo que deverá ser aquele que procura identificar os custos que deverão alcançar no futuro através das atividades e equipamentos utilizados no presente. Uma situação favorável para a empresa seria o custo real ser inferior ao Custo Padrão Quando se adota o custo padrão, é necessário realizar-se a análise das variações dos materiais e da mão de obra direta. As variações de materiais têm nomenclatura diferente das variações da mão de obra direta. O nome dado às essas variações - Variação de quantidade para os materiais e variação de eficiência para a mão de obra direta. Contabilidade de Custos – Prof.ª Paula Vasconcelos 5 7. FORMAS DE CUSTEIO: 7.1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO Custeio por Absorção (também chamado “custeio integral”) é o método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção, isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. É a forma de custeio que a atribui todos os gastos de fabricação para os produtos. O custeio por absorção considera na atribuição de custos de um produto todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção, isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. O método de custeio por absorção leva em conta, na apuração do custo de produção, todos os custos incorridos no período. No sistema de custeio por absorção, os custos devem ser tratados da seguinte forma: Os custos diretos são diretamente apropriados aos produtos e os custos indiretos apropriados via rateio aos Produtos. 7.2 CUSTEIO VARIÁVEL O custeio variável considera na atribuição de custos de um produto somente os custos de produção que variam com o volume. É um método de custeio para fins gerenciais, não sendo admitido seu uso para efeito contábil e fiscal. O método consiste em alocar ao custo de produção do período somente os custos variáveis de produção (normalmente os custos diretos). Os custos fixos são tratados como custos do período e não como custos do produto, logo os estoques de PE (Produtos em Elaboração) e PA (Produtos Acabados) não contêm parcela de custos fixos, contendo somente custos variáveis de produção. O Método de Custeio Variável é utilizado pelas empresas no auxílio à tomada de decisões, tendo como premissa básica, conhecer qual é a Margem de Contribuição (Diferença entre Receita e o custo variável.) que cada produto apresenta para cobrir gastos fixos da empresa e gerar lucro. É denominado também, inadequadamente, de custeio direto, já que todos os custos variáveis são diretos aos produtos, mas nem todos os custos diretos aos produtos são variáveis, pois existem custos diretos fixos. O sistema de custeio variável difere do custeio por absorção à medida que considera como custo do produto apenas os custos de produção que variam com a quantidade produzida, o que normalmente abrange materiais diretos, mão-de-obra direta e parte variável do custo indireto de fabricação. 7.3 CUSTEIO DEPARTAMENTAL Custeio departamental é um sistema de atribuição de custos indiretos aos produtos por meio de departamentos. Departamentos são divisões, seções ou setores que compõem um estabelecimento Contabilidade de Custos – Prof.ª Paula Vasconcelos 6 comercial, industrial, bancário ou prestador de serviços. Departamento é a menor unidade administrativa da empresa industrial, composta por homens e bens, capaz de realizar tarefas homogêneas. Centro de custos é a menor unidade da empresa industrial considerada parafins de acumulação de custos, que, por ser fictícia, não corresponde a unidade administrativa, embora possa coincidir com ela. Na departamentalização utiliza-se como procedimento: Aloca os custos dos departamentos de serviço apenas aos departamentos de produção. 7.4 CUSTEIO ABC Custeio baseado em atividades ou custeio ABC é um método de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. Fornece um método para o tratamento dos custos indiretos, através da análise das atividades, dos seus geradores de custos, e dos utilizadores. Consiste na identificação, análise e alocação de custos aos processos de uma determinada empresa, visando melhor gerenciar a lucratividade. O uso deste método permite uma melhor mensuração dos custos. Os recursos são atribuídos a cada atividade; em seguida, as atividades são atribuídas a objetos de custo com base no seu uso. O custo baseado em atividades reconhece os relacionamentos de causa dos responsáveis pelos custos das atividades. Também ameniza as distorções provocadas pelo uso do rateio usado na tradicional lógica de absorção dos custos. É uma moderna metodologia para apropriação dos gastos indiretos de produção de bens e serviços, tendo como fundamento a análise das atividades desenvolvidas na empresa. O Custeio Baseado em Atividades (ABC) diferencia-se, significativamente, do custeio por absorção pelo Critério de alocação dos custos indiretos de fabricação. É a metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. O principal objetivo intrínseco a sistemática ABC é: Estruturar e controlar a produção por atividades ou processos. 8. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO A margem de contribuição (MC) representa a quantia gerada pelas vendas capaz de cobrir os custos fixos e ter como resultado o lucro. A margem de contribuição é expressa em unidades monetárias – reais (R$), por exemplo – e pode ser apresentada na forma unitária ou total. A margem de contribuição (MC) é calculada pela diferença entre a receita e os custos e despesas variáveis. 9. PONTO DE EQUILÍBRIO O ponto de equilíbrio representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas) em que as receitas totais se igualam aos custos e às despesas totais (fixos e variáveis). Daí vem a terminologia “equilíbrio”, ou seja, quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e despesas.
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