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História da Educação no Brasil: Origens no Renascimento e a Reforma Protestante


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AULA 01 - A Criação da Companhia de Jesus: O Contexto Religioso na Europa no Século XVI
A nossa viagem pela história da educação no Brasil tem início no século XVI, na Europa, onde uma nova visão de mundo ganhava cada vez mais espaço, fruto das transformações decorrentes de um período denominado de Renascimento.
Com a chamada crise do século XIV na qual as sociedades europeias foram fortemente abaladas pelas guerras, a fome e a Peste Negra, a estrutura social, econômica e política dominante desde o século V, que caracterizava a Idade Média, começava a ser contestada por novos grupos sociais que procuravam dar uma nova ordem tendo o homem e as necessidades humanas como centro das atenções e não mais Deus.
Novos valores e formas de pensamento (Expressas principalmente através da pintura, da arquitetura, da escultura, da literatura e das artes em geral.) baseados em um crescente racionalismo e individualismo surgem como forma de reerguer uma Europa dividida pelos interesses comerciais e materialistas dos Estados Nacionais absolutistas em formação. 
O Rei e a nobreza, associados à burguesia comercial, buscam no mercantilismo fórmulas alternativas para a sustentação econômica de uma nova sociedade.
Na transição do século XIV para o XV, a Igreja Católica, instituição símbolo da unidade cultural e religiosa e guardiã dos valores cristãos, não consegue dar sustentação ideológica ao moderno mundo que estava emergindo dos escombros da sociedade medieval.
Franco Cambi, na sua obra História da Pedagogia, denomina aquele período de “outono da Idade Média”, pois “foi uma época na qual duas ordens culturais vieram cruzar-se, diluindo-se uma na outra e ativando-se uma pela, e contra, a outra” (p. 192).
Na educação, a crise do modelo escolástico permite o avanço do humanismo, o que significou a valorização do pensamento humano nas artes, na filosofia e uma maior secularização do saber. O homem desvia-se do céu para se preocupar mais com as coisas da terra.
Com isso observa-se um aumento do número de colégios voltados à educação dos filhos, principalmente da burguesia, a fim de melhor prepará-los para a administração dos negócios da família.
A Reforma Protestante foi um movimento religioso, no século XVI, que mudou consideravelmente os rumos da sociedade e da educação na Europa. A unidade da fé e o monopólio da interpretação das escrituras sagradas, até então sob o controle da Igreja Católica, foi rompida de forma definitiva, dando origem a diversas religiões, tais como o Luteranismo, o Calvinismo e o Anglicanismo.
Este movimento pode ser explicado por um conjunto de fatores de ordem religiosa, política, social e econômica. 
As severas críticas feitas pelo padre e teólogo alemão Martinho Lutero (1483-1546) à venda de indulgências e de relíquias religiosas e o comportamento mundano do clero tinham como alvo a hierarquia eclesiástica e a corrupção moral da Igreja de Roma.  
Lutero pretendia um retorno às origens do cristianismo, das quais, segundo ele, o clero católico teria se afastado ao longo dos mil anos da Idade Média.
Do ponto de vista político e econômico a reforma recebeu apoio da burguesia e de elementos da nobreza alemã. 
A burguesia via no movimento reformista uma maneira de se libertar do jugo da Igreja Romana, já que esta condenava diversas práticas comerciais e financeiras que impediam o acúmulo de capital. 
Da sua parte, romper com o Papa significava para a nobreza alemã maior autonomia política e o controle sobre as terras que pertenciam à Igreja.
Qual a relação entre a reforma protestante na Europa e a história da educação no Brasil?
Será a partir da reação da Igreja Católica à Reforma Protestante de Lutero, a chamada Contra-Reforma, que poderemos observar um impacto direto. 
Uma das consequências imediatas da disseminação das ideias de Lutero em toda a Europa foi a perda de fiéis por parte da Igreja Católica. Reunidos no Concílio de Trento (1545-1563), os representantes da Igreja tomaram importantes medidas para conter a expansão do protestantismo. Dentre elas, podemos citar a reafirmação da supremacia papal, dos princípios da fé e da doutrina católica, a criação da lista de livros proibidos (Index), o fortalecimento da atuação do Tribunal de Inquisição e o estímulo à criação de seminários para a formação de padres e de novas ordens religiosas.
Em 1534, foi criada a principal ordem religiosa: a Companhia de Jesus.
Fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, a Companhia de Jesus teve atuação destacada na propagação da fé católica e na luta contra os infiéis e hereges.
Conhecidos como “os soldados de Cristo”, os jesuítas se espalharam pelo mundo, a fim de cumprir o seu trabalho missionário.
Como estratégia para atingir os seus objetivos, a Companhia de Jesus optou pela criação de colégios, estabelecimentos voltados para a educação de jovens dentro do ensino das primeiras letras e da doutrina cristã.
Os professores jesuítas eram do Colégio Romano, fundado em 1550, e encaminhados para a Ásia, América e África onde prestavam os seus serviços religiosos e pedagógicos.
	 1a Questão (Ref.: 201602933442)
	 Fórum de Dúvidas (3 de 7)       Saiba  (1 de 1)
	
	Uma das consequências imediatas da disseminação das ideias de Lutero em toda a Europa foi:
		
	
	o fortalecimento da atuação do Tribunal de Inquisição.
	
	a criação da lista de livros proibidos (Index).
	
	a reafirmação da supremacia papal.
	 
	a perda de fiéis por parte da Igreja Católica.
	
	o retorno da interpretação das escrituras sagradas.
	
	
	
	
	 2a Questão (Ref.: 201603398431)
	 Fórum de Dúvidas (7)       Saiba  (1 de 1)
	
	A partir dos textos e de seus conhecimentos, analise as afirmativas: I. Os indígenas, na América, desde a época do descobrimento, sofreram um processo de violência cultural, que provocou a atual situação dessas etnias, muitas vezes marginalizadas e exploradas. II. A imposição do cristianismo aos indígenas (afirmada em preceitos dogmáticos no período de expansão do território ibérico) destruiu completamente a cultura indígena, impedindo-a de misturar-se à européia e de deixar marcas na atual cultura latino-americana. III. Os problemas relatados nos textos apareceram como frutos do conflito entre as culturas indígena e européia, porém a imposição cultural deu-se não apenas por motivos religiosos, mas também para segurança e preservação dos territórios colonizados. IV. A dominação dos povos indígenas deu-se também pela superioridade bélica dos invasores, o que, muitas vezes, garantia a submissão dos nativos a trabalhos forçados. A invasão e a dominação cultural dos povos têm sido uma constante ao longo da história. Estão corretas somente as afirmativas:
		
	
	II e III
	
	I, II, e III
	 
	I, III e IV
	
	II e IV
	
	I e III
	
	
	
	
	 3a Questão (Ref.: 201603398420)
	 Fórum de Dúvidas (7)       Saiba  (1 de 1)
	
	Sobre as universidades na América colonial, é possível afirmar que:
		
	 
	enquanto no Brasil não foram criadas universidades no período colonial, na América Espanhola, já no século XVI, foram fundadas a universidade de São Marcos de Lima e a do México.
	
	assim como Salamanca serviu de modelo para a organização das universidades da América Espanhola, Coimbra foi modelo no Brasil e em Goa, na Índia.
	
	as Coroas portuguesa e espanhola, envolvidas com a implantação de um sistema de exploração, não cuidaram da criação de universidades em suas colônias.
	
	no Brasil não foram criadas universidades no período colonial, e na América Espanhola elas tiveram apenas existência efêmera, não havendo real interesse em sua manutenção.
	
	as Coroas portuguesa e espanhola, preocupadas desde o início do período colonial com a questão da educação, criaram universidades já no século XVI.
	
	 Gabarito Comentado
	
	
	 4a Questão (Ref.: 201603333644)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 7)       Saiba  (1)
	
	Leiao texto. A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...). (GANDAVO, Pero de Magalhães, História da Província de Santa Cruz, 1578.). A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternativas expressam a relação dos portugueses com a cultura indígena, exceto:
		
	
	A diferença cultural entre nativos e colonos era atribuída à inferioridade do indígena.
	
	A desorganização social dos indígenas se refletia no idioma.
	
	A língua dos nativos era caracterizada pela limitação vocabular.
	 
	A busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador.
	 
	Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima eram homogêneos.
	
	 Gabarito Comentado
	
	
	 5a Questão (Ref.: 201603268430)
	 Fórum de Dúvidas (3 de 7)       Saiba  (1 de 1)
	
	I - Lutero condenou os dogmas da Igreja Católica, a venda de indulgências e defendeu a ideia de que a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. II - Para Lutero, romper com o Papa significava para a nobreza alemã maior autonomia política e o controle sobre as terras que pertenciam à Igreja.
		
	
	Só a primeira afirmativa está correta.
	
	A segunda afirmativa é contrária à primeira.
	 
	As duas afirmativas estão erradas.
	 
	A segunda afirmativa complementa a informação anterior.
	
	As duas afirmativas falam de outro homem.
	
	 Gabarito Comentado
	
	
	 6a Questão (Ref.: 201603268299)
	 Fórum de Dúvidas (3 de 7)       Saiba  (1 de 1)
	
	Qual foi o movimento religioso que teve início na Europa Central, no século XVI?
		
	 
	Reforma Protestante
	
	Ordem do poder papal
	 
	Contra reforma
	
	Ordem da Igreja Católica
	
	Movimento do Clero
	
	 Gabarito Comentado
	
	
	 7a Questão (Ref.: 201602949036)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 7)       Saiba  (1)
	
	Nos primeiros tempos da colonização do brasil, a instrução dispensada aos indígenas com intuito de catequizá-los consistia em inseri-los:
		
	
	nas universidades brasileiras.
	
	na sociedade européia.
	
	nas universidades européias.
	
	nas escolas públicas.
	 
	nos rituais cristãos.
	
	
	
	
	 8a Questão (Ref.: 201603536535)
	 Fórum de Dúvidas (1 de 7)       Saiba  (1)
	
	Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito "prazer e devoção", a praia encheu-se de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam ao longe. Quando D. Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando (...) Náufragos Degredados e Traficantes - (Eduardo Bueno) Este contato amistoso entre brancos e índios preservado:
		
	
	pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indígena no decurso da catequese.
	 
	até o início da colonização quando o índio, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a ser descrito como sendo selvagem, indolente e canibal.
	
	sobretudo pelo governo colonial, que tomou várias medidas para impedir o genocídio e a escravidão.
	
	em todos os períodos da História Colonial Brasileira, passando a figura do índio para o imaginário social como "o bom selvagem e forte colaborador da colonização".
	
	pelos colonos que escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação.