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1 UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE- UNIARP CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA VANDERSON DOMINGUES WILLER 023736 TRABALHO FÍSICA 4 CAÇADOR / SC 2 2017 VANDERSON DOMINGUES WILLER 023736 TRABALHO FÍSICA 4 Trabalho apresentado como exigência para obtenção de nota da disciplina de Física 4, do curso de Engenharia Elétrica, ministrado pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP, sob orientação do professor Celso Cardoso. CAÇADOR / SC 2017 3 Sumário Sumário ....................................................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 5 2.1 Lei de Indução de Faraday ................................................................................ 5 2.2 Lei de Lenz ........................................................................................................ 6 2.3 Força Eletromotriz de movimento ...................................................................... 8 2.4 Campo elétrico induzido ................................................................................... 10 2.5 Indução e movimento relativo .......................................................................... 11 2.6 A Lei de Gauss para o magnetismo ................................................................. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 20 4 1 INTRODUÇÃO O eletromagnetismo é parte da física que estuda as propriedades elétricas e magnéticas da matéria, em particular as relações estabelecidas entre elas. Denomina-se eletromagnetismo a disciplina científica que estuda as propriedades elétricas e magnéticas da matéria e, em especial, as relações que se estabelecem entre elas. Conta uma lenda grega que o pastor Magnes se surpreendeu ao ver como a bola de ferro de seu bastão era atraída por uma pedra misteriosa, o âmbar (em grego, elektron). A história demonstra como é antigo o interesse pelos fenômenos eletromagnéticos. A existência de forças naturais de origem elétrica e magnética fora observada em contextos históricos independentes, mas só na primeira metade do século XIX um grupo de pesquisadores conseguiu unificar os dois campos de estudo e assentar os alicerces de uma nova concepção da estrutura física dos corpos. No final do século XVIII Charles-Augustin de Coulomb e Henry Cavendish haviam determinado as leis empíricas que regiam o comportamento das substâncias eletricamente carregadas e o dos ímãs. Embora a similaridade entre as características dos dois fenômenos indicasse uma possível relação entre eles, só em 1820 se obteve prova experimental dessa relação, quando o dinamarquês Hans Christian Oersted, ao aproximar uma bússola de um fio de arame que unia os dois pólos de uma pilha elétrica, descobriu que a agulha imantada da bússola deixava de apontar para o norte, orientando-se para uma direção perpendicular ao arame. Pouco depois, André-Marie Ampère demonstrou que duas correntes elétricas exerciam mútua influência quando circulavam através de fios próximos um do outro. Apesar disso, até a publicação, ao longo do século XIX, dos trabalhos do inglês Michael Faraday e do escocês James Clerk Maxwell, o eletromagnetismo não foi – nem começou a ser – considerado um autêntico ramo da física. 5 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 LEI DE INDUÇÃO DE FARADAY Uma das descobertas mais importantes do que conhecemos hoje como eletromagnetismo foi feita pelo inglês Michael Faraday em 1831. Quando Faraday aproximou dois circuitos elétricos, percebeu que no momento em que um deles era ligado ou desligado, aparecia por um instante de tempo uma corrente no outro circuito. Percebeu também que o sentido da corrente era diferente se o circuito estava sendo ligado ou desligado. Para confirmar que era um efeito magnético, ele aproximou um ímã, e também observou o aparecimento de corrente. Essa corrente só se mantinha enquanto o ímã estava em movimento, e tinha sentido contrário dependendo se o ímã se aproximava ou se afastava. Ele também manteve o ímã fixo e movimentou o circuito, obtendo os mesmos resultados. A conclusão de Faraday é que a variação do fluxo magnético que atravessa o circuito produz uma tensão elétrica, que dá origem a corrente. Na verdade, a própria idéia de fluxo é devida em grande parte a Faraday, que imaginava linhas de campo emanando de cargas elétricas e de magnetos para visualizar os campos elétricos e magnéticos, respectivamente. Essa forma de pensar só seria aceita e usada de forma sistemática pelos cientistas após sua morte, mas sua importância pode ser percebida pelo fato de Maxwell ter dado a seu primeiro artigo, de 1856, o título “On Faraday’s lines of force”. Em 1861, o artigo em que Maxwell corrige a lei de Ampère foi chamado de “On physical lines of force”. Instituto de Física de São Carlos UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Laboratório de Eletricidade e Magnetismo: Lei da Indução de Faraday 2 As linhas de campo dão a direção do campo em cada ponto. O fluxo de campo sobre uma superfície aberta é proporcional ao número de linhas que cruzam essa superfície (contadas como positivas se cruzam em um 6 sentido e negativas se cruzam no sentido oposto). Na notação de cálculo vetorial, o fluxo é definido como: ∫∫ Φ = S s B.nˆ.dS r (1) O campo magnético é solenoidal, ou seja, tem divergente nulo em todos os pontos. Isso tem duas conseqüências: o fluxo sobre qualquer superfície fechada é nulo, e o fluxo de duas superfícies abertas com a mesma fronteira é igual. Isso permite definir o fluxo através do circuito como sendo o fluxo através de uma superfície qualquer que tenha o circuito como fronteira. De acordo com a lei de Faraday, a força eletromotriz (fem) induzida sobre o circuito é igual a taxa de variação do fluxo magnético. A forma matemática da lei da indução foi dada em 1845 pelo físico alemão Franz Ernst Neumann: dt dΦs ε = − (2) Essa é a lei da indução na forma mais apropriada para se trabalhar com circuitos, pois relaciona parâmetros que podem ser medidos diretamente ou calculados a partir da geometria do circuito. A fórmula acima só tem sentido se for definido o sentido do fluxo e da corrente induzida sobre o circuito, o que é dado pela regra da mão direita: ao curvar a mão direita no sentido da corrente, o polegar aponta no sentido do fluxo positivo. 2.2 LEI DE LENZ Após diversos testes realizados experimentalmente, Faraday conseguiu chegar a uma conclusão com exatidão a respeito da corrente induzida: quando o número das linhas de campo que atravessam um circuito varia, nesse circuito aparece uma corrente elétrica denominada corrente induzida. Definida a condição para que exista a corrente induzida, falta ainda explicar como obter o sentido dessa corrente. Quem elaborou a explicação mais simples para isso foi o físico Heinrich Friedrich Lenz. Segundo ele: O sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético por ela produzido se opõe à mudança de fluxo que se originou. 7 Figura 1: O campo magnéticocriado pelo ímã cria um fluxo magnético no interior da espira Como mostra a figura 1 acima, o campo magnético criado pelo ímã se aproxima da espira, de modo que o fluxo magnético no seu interior também aumenta. Segundo a Lei proposta por Lenz, a corrente induzida se opõe ao aumento de fluxo magnético. Para que tal fato aconteça, a corrente induzida na espira deve criar um campo magnético de modo que o fluxo de ( ) através da espira tenha valor contrário ao do fluxo . Em consequência disso, deduzimos que deve ter sentido oposto ao de , como mostra a figura 2. Se aplicarmos a regra da mão direita veremos que a corrente induzida possui o sentido indicado na figura 2. Figura 2: Corrente induzida criada pelo campo magnético do ímã 8 2.3 FORÇA ELETROMOTRIZ DE MOVIMENTO Força eletromotriz induzida – Lei de Faraday Michael Faraday, experimentalmente observou que a tensão média induzida e consequentemente a corrente elétrica induzida é maior quanto mais rápida for a variação do fluxo magnético no circuito. Lembrando que a essa tensão (ddp) média induzida dá-se o nome de força eletromotriz induzida. Assim, ele definiu essa lei da seguinte maneira: “O módulo da força eletromotriz induzida num circuito é igual à razão entre a variação do fluxo magnético nesse circuito, pelo intervalo de tempo em que essa variação ocorre” Eventualmente, devido à lei de Lenz, que afirma que a força eletromotriz induzida se opõe à variação de fluxo, costuma-se escrever a lei de Lenz da seguinte forma: Força eletromotriz induzida pelo movimento Força eletromotriz gerada por um condutor móvel num campo elétrico uniforme Força eletromotriz ε gerada por um condutor móvel imerso num campo elétrico uniforme esse condutor tem o comportamento de um gerador mecânico de eletricidade de fem ε. 9 O sentido da corrente elétrica induzida é fornecido pela lei de Lenz “a força eletromotriz induzida e a corrente induzida geram um fluxo magnético que se opõe à variação do fluxo causador da indução”. Analise atentamente esses dois casos: Se a área aumenta o fluxo indutor também aumenta e deve surgir no interior da espira um fluxo induzido contrário para se opor à esse aumento, diminuindo-o. É com esse fluxo induzido e contrário ao fluxo indutor no interior da espira que você aplica a regra da mão direita, fornecendo o sentido da corrente induzida. 10 2.4 CAMPO ELÉTRICO INDUZIDO Os fenômenos elétricos que ocorrem próximos a cargas elétricas estão ligados pelo fato de existir um campo elétrico na região próxima à carga. Sendo assim, podemos dizer que só haverá um campo elétrico quando uma carga de prova interagir com a região de perturbação. Uma força eletromotriz induzida tanto pode se originar da variação de um campo magnético em função do tempo, como também da ação de um campo magnético uniforme sobre um fio condutor retilíneo. Ou seja, origina-se pelo movimento de um circuito. Nesse caso, a variação do fluxo do campo magnético induz um campo elétrico E em cada ponto do espaço. Sempre que verificarmos que uma corrente elétrica induzida se originou por consequência da movimentação de um circuito elétrico, esse fenômeno é explicado pela força magnética. Porém, em alguns momentos teremos dificuldades em definir a corrente elétrica induzida fazendo uso da força magnética. Então, para tal definição, tomaremos como base a Lei de Faraday. Na figura acima temos duas espiras em formato circular A e D. De acordo com a figura, podemos ver que ambas as espiras estão em paralelo. Na figura acima também podemos ver que a espira A está ligada a um gerador (fonte) e a uma resistência elétrica de valor R. Se por ventura houver uma variação na corrente elétrica do circuito acima, veremos que o campo magnético B, gerado pela espira A, sofrerá alterações em seu fluxo. Sendo assim, se o valor do campo B varia, varia também o valor do fluxo magnético na espira D, criando-se uma corrente induzida na própria espira D. Temos que nos atentar ao fato de que o campo magnético não gera forças sobre cargas estáticas; mas, por outro lado, o campo elétrico sim. Sendo assim, podemos concluir que a variação do campo magnético B gera um campo elétrico E; e esse campo atua sobre os elétrons livres da espira D, criando, então, uma corrente elétrica induzida. Sendo assim, de acordo com a Lei de Faraday, vemos que campos magnéticos variáveis geram campos elétricos. 11 2.5 INDUÇÃO E MOVIMENTO RELATIVO A indução eletromagnética é o fenômeno que origina a produção de uma força eletromotriz (f.e.m. ou tensão) num meio ou corpo exposto a um campo magnético variável, ou bem num meio móvel exposto a um campo magnético estático. É assim que, quando o dito corpo é um condutor, produz-se uma corrente induzida. Este fenómeno foi descoberto por Michael Faraday que o expressou indicando que a magnitude da tensão induzida é proporcional à variação do fluxo magnético (Lei de Faraday). Por outro lado, Heinrich Lenz comprovou que a corrente devida à f.e.m. induzida se opõe à mudança de fluxo magnético, de tal forma que a corrente tende a manter o fluxo. Isto é válido tanto para o caso em que a intensidade do fluxo varie, ou que o corpo condutor se mova em relação a ele. Indução eletromagnética é o princípio fundamental sobre o qual operam transformadores, geradores, motores elétricos e a maioria das demais máquinas eléctricas. Independentemente do tipo de combustível ou fonte de energia usada para gerar energia elétrica, em quase todos os casos é gerada energia mecânica de rotação que é logo usada para gerar eletricidade. Um exemplo é a energia eólica, uma das fontes de energia renováveis que estão a ser utilizadas para reduzir a contaminação produzida pelos combustíveis fósseis. Portugal é um dos países em que a energia eólica corresponde a uma percentagem mais elevada da energia elétrica total, com aproximadamente 9%.[1] O princípio que permite transformar a energia mecânica de rotação em eletricidade é a indução eletromagnética. 12 2.6 A LEI DE GAUSS PARA O MAGNETISMO As linhas de campo magnético diferem de linhas de campo elétrico porque as linhas de um campo magnético B formam curvas fechadas, enquanto as linhas de um campo elétrico E começam e terminam em cargas elétricas. O equivalente magnético de um ímã é o polo magnético, tal como parecem ser as extremidades de um ímã em barra. Linhas de campo magnético parecem sair da extremidade do polo norte de um ímã em barra e parecem convergir para a extremidade do polo sul (veja a figura 1). No interior do ímã, entretanto, as linhas de campo magnético nem saem de um ponto próximo ao polo norte, nem convergem para um ponto próximo ao polo sul. Em vez disso, as linhas de campo magnético passam através do ímã do polo sul até o polo norte. Figura 1: as linhas de campo parecem sair do polo norte magnético e convergir para o polo sul. Vamos traduzir isso para a linguagem matemática. A saída do fluxo magnético resultante de qualquer superfície fechada é zero. Isso equivale a declaração acima sobre as fontes de campo magnético. Para um dipolo magnético, qualquer superfície fechada, o fluxo magnético dirigido para dentro em direção ao polo sul será igual ao fluxo para fora do polo norte. O fluxo resultante 13 será sempre zero para fontes dipolo. Se houvesse uma fonte monopolo magnético, isto daria uma área (valor da integral) diferente de zero. A divergência de um campo vetorial é proporcional à densidadede fonte de ponto, por isso a forma de lei de Gauss para campos magnéticos é então uma indicação de que não há monopolos magnéticos. 2.7 MATERIAIS MAGNÉTICOS Os primeiros fenômenos magnéticos observados foram aqueles associados aos chamados “imãs naturais” (magnetos) que eram fragmentos grosseiros de ferro encontrados perto da antiga cidade de Magnésia (daí o termo “magneto”). Esses imãs tinham a propriedade de atrair ferro desmagnetizado, sendo que esta propriedade era mais acentuada em certas regiões desse material denominada, depois, de pólos. Descobriu-se então que, quando uma barra de ferro era colocada perto de um imã natural ela adquiria e retinha essa propriedade do imã natural e que, quando suspensa livremente em torno de um eixo vertical, ela alinhava com a direção norte-sul. Surgiram, então, os instrumentos de navegação. Desde então os materiais magnéticos vêm sendo utilizados em grande volume aproveitando-se dessa característica desses materiais. Equipamentos como: transformadores, motores, geradores, auto-falantes, eletroímãs, etc., contém ferro, ou ligas de ferro, em suas estruturas, com o duplo propósito de aumentar a fluxo magnético e restringi-lo a uma região desejada. Hoje em dia, pesquisas são feitas para se desenvolver outros tipos de materiais que tenham essa propriedade ainda mais acentuada e que possam ser manipulados de maneira a permitir novas configurações e formatos de núcleos reduzindo-se assim as perdas desses núcleos, bem como seus tamanhos. 14 O CONCEITO DE DOMÍNIO Quando André-Marie Ampère descobriu que os efeitos magnéticos também poderiam ser produzidos por correntes ele propôs a teoria de que as propriedades magnéticas de um corpo fossem originadas por um grande número de minúsculas correntes circulares dentro desse corpo. O campo magnético total no material seria, então, a soma do campo gerado pela corrente externa com o campo gerado por estas correntes microscópicas. Mais tarde, foi desenvolvida a teoria dos domínios onde se mostra que, os elétrons apresentam uma propriedade chamada spin que faz com que eles se comportem como pequenos imãs. Nos materiais magnéticos, o campo total devido aos spins dos elétrons é zero, seja porque eles se anulam naturalmente, seja porque estão orientados de forma aleatória. Em materiais magnéticos, como o ferro e o aço, os campos magnéticos dos elétron (grupos de até 1012 elétrons) se alinham (acoplamento de troca) formando regiões que apresentam magnetismo espontâneo. Essas regiões são chamadas de domínios. Os domínios são entidades isoladas, isto é, cada domínio é independente dos domínios vizinhos. Em uma peça não-magnetizada de um material magnético os domínios estão distribuídos de forma aleatória e o campo magnético total em qualquer direção é zero. Quando esse material sofre a ação de uma força magnetizante externa, os domínios que estão aproximadamente alinhados com o campo aplicado crescem à custa dos outros domínios, como mostrado na figura abaixo. Se o campo externo aplicado for suficientemente intenso, todos os domínios se orientarão nessa direção e, daí em diante, qualquer aumento do campo externo não causará nenhum aumento na magnetização da peça. Nesse caso diz-se que o material atingiu a saturação. Quando o campo magnético externo é removido, o grau de alinhamento diminui e o campo no interior do material cai para um valor, não necessariamente igual ao anterior, ou seja, a remoção da força magnetizante faz com que alguns domínios voltem a ficar desalinhados. Essa perda do alinhamento, porém, não é total e os domínios alinhados remanescentes são os responsáveis pela existência dos imãs permanentes. 15 O comportamento exposto acima é hoje explicado através da Teoria Quântica e pela Física do Estado Sólido que mostra que as dimensões de cada domínio assumem grandezas da ordem de 10-2 a 10-3 cm numa variação de infinitas posições dentro dos seus átomos. Perante temperaturas bem inferiores ao ponto de Curie, colocando-se finas limalhas de ferro em um material ferromagnético de superfície lisa e polida, magnetizado lentamente, pode-se estabelecer o contorno exato desses domínios. As figuras que daí resultam são denominadas de figuras de Akulov, ver figura 1, provando-se portanto a existência dos mesmos. Figura 1 - Domínios CLASSIFICAÇÃO MAGNÉTICA DOS MATERIAIS Fisicamente, os materiais podem pertencer ao grupo dos materiais ferromagnéticos, diamagnéticos e paramagnéticos. Os materiais ferromagnéticos caracterizam-se por uma magnetização espontânea, que é totalmente independente de campos magnéticos externos. A grandeza dessa magnetização depende da temperatura que, quando crítica (Temperatura de Curie - variável para cada material) o material passa de 16 ferromagnético para diamagnético. Já, nos outros dois grupos de materiais, essa magnetização se manifesta somente na presença do campo externo. Fisicamente os materiais diamagnéticos e paramagnéticos diferenciam-se da seguinte forma: diamagnéticos: a direção do campo adicional (formado através da teoria dos domínios) é oposta à do campo externo fazendo com que o campo resultante seja menor que o campo externo; paramagnéticos: nesses materiais a direção do campo adicional é a mesma do campo externo, portanto, o campo resultante é maior que o campo externo, como mostrado na figura abaixo. Figura 2 – A) Alinhamento de correntes atômicas circulares induzidas em substância paramagnéticas b) Corrente de superfície equivalente a parte (a) Na prática, uma grandeza magnética classifica esses três tipos de materiais, qual seja, a permeabilidade magnética (μ). A permeabilidade desses materiais é comparada com a permeabilidade do vácuo (μo) e assim tem-se: materiais ferromagnéticos (ferro, níquel, cobalto, aço): possuem uma permeabilidade magnética CENTENAS ou MILHARES de vezes maior que a do vácuo; materiais paramagnéticos: possuem uma permeabilidade magnética LIGEIRAMENTE MAIOR que a do vácuo; materiais diamagnéticos: possuem uma permeabilidade magnética MENOR que a do vácuo; 17 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS permeabilidade magnética: é a facilidade com que um material permite estabelecer, através dele, um fluxo magnético intenso. Sua unidade é [Wb / A . m]. O valor da permeabilidade magnética do vácuo é igual a μo = 4π . 10 -7 Wb/ A . m. Os materiais que não são magnéticos (cobre, alumínio, madeira, vidro, ar, etc.) têm permeabilidade igual à do vácuo. Freqüentemente encontram-se valores da permeabilidade relativa (μr) de determinados materiais, que é a relação entre a permeabilidade do material e a permeabilidade do vácuo. relutância: é a dificuldade que um material tem para deixar estabelecer, nele, um fluxo magnético. É dada pela expressão , onde lé o caminho do campo magnético e A é a área da seção reta do material em questão. Sua unidade é [rel ou A/Wb]. Matérias com alta permeabilidade possuem baixa relutância. anisotropia cristalina: quando se aplica uma intensidade de campo magnético nas diversas direções de determinado cristal que compõe um material magnético observa-se que a densidade de fluxo resultante varia de direção para direção, mostrando que a permeabilidade magnética é uma função da orientação do campo aplicado, caracterizando, portanto, a existência de uma anisotropia cristalina. Isto significa que, em dependendo da região, as perdas podem ser maiores ou menores. Como a redução das perdas é uma preocupação constante nos projetos elétricos é justificável se determinar, em cada conjunto de cristaisque formam determinado núcleo magnético, qual a direção em que se deve aplicar o campo magnético. magnetostrição: além do fato acima, o campo magnético aplicado pode também alterar as dimensões físicas do cristal ferromagnético para tamanho maior ou menor. Esse fenômeno é denominado de magnetostrição. A grandeza da variação nas dimensões é função do eixo cristalino sobre o qual incide o campo magnético. Materiais que sofrem esse fenômeno, quando são submetidos a tração ou compressão sofrem um aumento ou redução da permeabilidade (níquel). Essa propriedade é utilizada em sistemas de controle de pressão (prensas hidráulicas). curva de magnetização: essa curva representa o comportamento de determinado material quando submetido a um processo de magnetização. 18 Tem no eixo das abcissas a grandeza intensidade de campo magnético (H) e, no eixo das ordenadas, o valor da magnetização (I) ou a densidade de fluxo magnético (B). Vale lembrar que: onde: N representa o número de espiras; I o valor da intensidade de corrente que circula pela espiras; lo comprimento magnético do núcleo e, onde: Φ representa o fluxo magnético produzido; A é a área do material magnético; μ a permeabilidade magnética do material A figura abaixo mostra exemplos dessa curva para ao seguintes materiais: 1- Ferro puro 2- Permalloy (Ni + Fe) 3- Ferro tecnicamente puro 4- Níquel 5 – Liga de Níquel + Ferro Figura 3 – Exemplos de curvas de magnetização. 1- Ferro puro; 2- Permalloy; 3- Ferro tecnicamente puro; 4- Níquel; 5- Liga 26Ni+74Fe Figura 4 – Variação entre a permeabilidade () e a intensidade do campo magnético (H). A – Ferro Puro; B- Liga Permalloy. Analisando a curva de magnetização em função da teoria dos domínios pode-se concluir que: 19 antes da magnetização as forças magnéticas relativas aos domínios não tem resultante ativa, ou seja, a soam dos vetores resultantes é nula; com a aplicação do campo externo H, os domínios começam a se orientar segundo essa força externa. Como as dificuldades oferecidas à orientação dos vetores, em cada domínio, são diferentes, se comparadas com o campo externo, a curva não é linear; a orientação dos domínios atinge um grau máximo a partir do qual, mesmo elevando-se H, a orientação dos domínios não se altera mais; laço de histerese: tendo como base a curva de magnetização, essa curva é usada em larga escala quando se deseja usar (ou estudar) o comportamento dos materiais magnéticos. Por isso ela é frequentemente encontrada em manuais e folhetos distribuídos pelos fabricantes desses materiais. Sua área interna representa a dissipação de energia, dentro dos materiais, cada vez que esses materiais são levados a percorrer o ciclo completo de magnetização, ou seja refletem a dificuldade que a força magnética (H) encontra em orientar os domínios do material em questão. Reflete, portanto o trabalho realizado por H para obter B. Assim, essa perda pode ser medida e é dada em watts [W]. Derivado do termo grego hysterein que significa “estar atrasado” ela mostra que o fluxo magnético B está sempre atrasado em relação à força magnetizante H. 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MATERIAIS MAGNETICOS, EBAH. Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKdwAF/materiais-magneticos >. Acesso em 16 de Outubro de 2017. LEI DELENZ, MUNDO EDUCAÇÃO. Disponivel em <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-lei-lenz.htm >. Acesso em 16 de Outubro de 2017 CAMPO MAGNETICO INDUZIDO, MUNDO EDUCAÇÃO. Disponivel em <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-eletrico-induzido.htm >. Acesso em 14 de Outubro de 2017 H. Moysés Nussenzveig, Curso de Física Básica, vol 3, Editora Edgard Blücher, LTDA (1999). R. S. Serway, Física 3, 3ª edição Livros Técnicos e Científicos.
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