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AULA 03 – BENEFÍCIO A EMPREGADOS
TÓPICOS ESPECIAIS EM CONTABILIDADE 
Fortaleza, 2017.
CPC 33 (R1)
Correlação com a IAS 19
OBJETIVO:
Estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios concedidos aos empregados: 
Reconhecendo um passivo quando o empregado prestou o serviço em troca de benefícios a serem pagos no futuro; e 
Reconhecendo uma despesa quando a entidade se utiliza do benefício econômico proveniente do serviço recebido do empregado em troca de benefícios a esse empregado. 
CPC 33 (R1)
OBJETIVO:
Contabilização e divulgação na empresa dos benefícios oferecidos aos seus empregados. 
O CPC33 não é um padrão para reporte de planos de benefícios a empregados.
Seu propósito é a contabilização da obrigação do patrocinador com esses planos em suas demonstrações financeiras.
CPC 33 (R1)
ALCANCE:
O CPC 33 (R1) deve ser aplicado pela entidade empregadora/patrocinadora na contabilização de todos os benefícios concedidos a empregados, exceto aqueles para os quais se aplica o Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações. 
O CPC 33 (R1) não trata das demonstrações contábeis elaboradas pelos planos de benefícios a empregados ou pelos fundos de pensão e assemelhados. 
CPC 33 (R1)
O CPC 33 (R1) é aplicável a:
Planos e acordos formais;
Exigências legais ou acordos setoriais; e
Práticas informais que deem origem a uma obrigação construtiva.
Um exemplo de obrigações construtivas é quando uma alteração nas práticas informais da empresa cause um dano inaceitável no seu relacionamento com os empregados.
BENEFÍCIOS A EMPREGADOS
Benefícios a empregados
São todas as formas de compensação proporcionadas pela entidade em troca de serviços prestados pelos seus empregados ou pela rescisão do contrato de trabalho. 
Os benefícios a empregados incluem os benefícios oferecidos tanto aos empregados quanto aos seus dependentes e que podem ser liquidados por meio de pagamentos (ou fornecimento de bens e serviços) feitos diretamente a empregados, seus cônjuges, filhos ou outros dependentes ou ainda por terceiros, como, por exemplo, entidades de seguro. 
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
Curto prazo
Pós-emprego
Longo Prazo
Rescisório
Liquidados em até 12 meses do fechamento do exercício contábil
Benefícios pagos após o término do vínculo 
Benefícios não curto prazo pagos antes da aposentadoria/ desligamento
Evento gerador é a rescisão do contrato e não a prestação do serviço
Desligamento provocado pela empresa ou oferta de benefício em troca 
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS DE CURTO PRAZO:
ordenados, salários e contribuições para a seguridade social; 
licença anual remunerada e licença médica remunerada; 
participação nos lucros e bônus; e 
benefícios não monetários (tais como assistência médica, moradia, carros e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para empregados atuais;
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS DE CURTO PRAZO:
Licenças remuneradas cumulativas: 
Quanto maior o tempo de serviço prestado pelo empregado maior será o direito a ausência remunerada futura, que podem ser utilizada no futuro caso não sejam utilizadas no período. 
Licenças não cumulativas: 
As licenças caducam se não utilizadas no período corrente e não podem ser considerados direitos adquiridos e por não gerar direito não é necessário reconhecer o passivo ou despesa até o momento efetivo da falta.
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS DE CURTO PRAZO:
Participação nos Lucros:
O custo desse benefício deve ser reconhecido quando existir a obrigação legal e a possibilidade de estimativa confiável dos pagamentos.
OBRIGAÇÃO LEGAL (instrumentos legais)
OBRIGAÇÃO CONSTRUTIVA (costumes)
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO:
benefícios de aposentadoria (por exemplo, pensões e pagamentos integrais por ocasião da aposentadoria); e 
outros benefícios pós-emprego, tais como seguro de vida e assistência médica pós-emprego; 
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
OUTROS BENEFÍCIOS DE LONGO PRAZO:
ausências remuneradas de longo prazo, como, por exemplo, licença por tempo de serviço ou licença sabática; 
jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço; 
benefícios de invalidez de longo prazo; 
participação nos lucros e bônus; e 
remuneração diferida (Parte da remuneração parcelada).
CATEGORIAS DOS BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS RESCISÓRIOS:
São benefícios aos empregados fornecidos pela rescisão do contrato de trabalho de empregado como resultado de: 
decisão da entidade terminar o vínculo empregatício do empregado antes da data normal de aposentadoria; ou 
decisão do empregado de aceitar uma oferta de benefícios em troca da rescisão do contrato de trabalho. 
Nesse tipo de benefício, o fato gerador da obrigação é o desligamento do empregado e não a prestação do serviço.
BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO
Os planos de benefícios pós-emprego podem ser:
Plano de contribuição definida;
Plano de benefício definido; e,
Planos multiempregadores.
CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA
 Planos de contribuição definida são planos de benefícios pós-emprego nos quais a entidade patrocinadora paga contribuições fixas a uma entidade separada (fundo), não tendo nenhuma obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para pagar todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do período corrente e anterior. 
CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA
É a obrigação legal ou construtiva da empresa é limitada à quantia com que ela aceita contribuir para o fundo. 
O patrocinador não tem outra obrigação senão realizar as contribuições definidas correntes. 
Em consequência, o risco atuarial (risco de que os benefícios sejam inferiores ao esperado) e o risco de investimento (risco de que os ativos investidos sejam insuficientes para cobrir os benefícios esperados) recaem no empregado. 
BENEFÍCIO DEFINIDO
Planos de benefício definido são planos de benefícios pós-emprego que não sejam planos de contribuição definida. 
Nesta situação há o risco atuarial no lado do empregador.
A regra básica do CPC 33 (R1) é o reconhecimento do superávit ou déficit do plano diretamente no balanço patrimonial do empregador.
Mas o que é o superávit ou déficit de um plano?
É simplesmente a diferença entre os ativos e os passivos do plano.
BENEFÍCIO DEFINIDO
PLANOS MULTIEMPREGADORES
Planos multiempregadores são planos de contribuição definida (exceto planos de previdência social) ou planos de benefício definido (exceto planos de previdência social) que: 
possuem ativos formados por contribuições de várias entidades patrocinadoras que não estão sob o mesmo controle acionário; e 
utilizam aqueles ativos para fornecer benefícios a empregados a mais de uma entidade patrocinadora, de forma que os níveis de contribuição e benefício sejam determinados sem identificar a entidade patrocinadora que emprega os empregados em questão. 
FUNCIONAMENTO DE UM PLANO DE BENEFÍCIOS
Reserva Garantidora
Montante de Recursos Constituídos
Contribuições + Retorno dos Investimentos
Pagamento de Benefícios
C1
C2
C3
C4
Cn
B1
t = momento da aposentadoria
B2
B3
B4
Bn
…….….
…….......….
t
ATIVOS DO PLANO
O total de ativos do fundo:
Devem ser exclusivamente mantidos para pagamento de benefícios
Registrados a valor justo na data do balanço
PASSIVOS DO PLANO
Valor presente dos pagamentos futuros de aposentadoria sobre:
Serviço no período corrente
Serviço no período anterior 
O CPC 33 (IAS 19) requer o uso do Método de Crédito Unitário Projetado. 
Esse método determina que para cada período de serviço existe um aumento de benefício para o empregado.
PASSIVOS DO PLANO
Existem algumas incertezas quanto ao cálculo dos pagamentos futuros de aposentadoria. Por exemplo: 
Rotatividade e mortalidade dos empregados
Tendências de custos médicos e salários
Resultados de investimento nos ativos do plano 
Por esse motivo, o uso de um especialista para os cálculos atuariais é requerido.
PASSIVOS DO PLANO
O valor presente da obrigação diferirá do passivo
reconhecido à data do balanço, porque o passivo é reconhecido após a dedução do valor justo de quaisquer ativos do plano e porque alguns ganhos e perdas atuariais e custo de serviço passado não são reconhecidos imediatamente.
BENEFÍCIOS QUE GERAM PASSIVOS ATUARIAIS
Benefícios definidos e garantidos cujo período de aquisição antecede o período de usufruto, de modo que o pagamento dos benefícios depende de probabilidades de ocorrência de eventos biométricos e financeiros durante os períodos de aquisição e usufruto.
BENEFÍCIOS QUE GERAM PASSIVOS ATUARIAIS
EXEMPLOS:
Benefícios pós-emprego (ex. rendas de aposentadoria ou coberturas de assistência médica para aposentados e pensionistas).
Remunerações diferidas pagas pelos empregadores durante o tempo de serviço dos seus empregados (ex. bônus diferidos).
Benefícios de desligamento ou demissão (ex. Programa de Demissão Voluntária).
Benefícios de risco (ex. pecúlios por morte de ativo ou por entrada em invalidez).
BENEFÍCIOS QUE GERAM PASSIVOS ATUARIAIS
Plano Multipatrocinados: A empresa deve contabilizar parcela proporcional de sua obrigação de benefício definido, ativos do plano e custos associados ao plano.
Se não for possível / praticável (frequentemente o caso de solidariedade em multipatrocinados), deve-se divulgar como Contribuição Definida e explicar por que a informação não está disponível para possibilitar a contabilização como Benefício Definido.
BENEFÍCIOS QUE GERAM PASSIVOS ATUARIAIS
Seguros: Quando uma empresa paga prêmios de seguro para financiar um plano de benefícios, ela deve tratar esse plano como CD (Contribuição Definida), a não ser que seja obrigada a uma das alternativas:
Pagar os benefícios do empregado diretamente; ou
Pagar valores adicionais se a seguradora não pagar todos os benefícios futuros relacionados ao tempo de serviço.
Nesses casos, a obrigação de Benefício Definido do empregador deve ser avaliada e os direitos da apólice de seguro devem ser contabilizados como um ativo do plano.
AVALIAÇÃO E RECONHECIMENTO DOS BENEFÍCIOS
Curto prazo
Benefícios
 pós-emprego
Outros Benefícios de Longo Prazo
Benefícios por desligamento
Contabiliza o pagamento daquele beneficio como despesa no exercício em que ocorreu
Método de avaliação atuarial
Despesa contábil no Resultado do Exercício
Ganhos e perdas atuariais em ORA ( outros resultado abrangentes)
Método de avaliação atuarial
Despesa contábil no Resultado do Exercício
Ganhos e perdas reconhecidos no resultado do exercício 
Pode ser contabilizado como Curto Prazo ou outros benefícios de longo prazo
AVALIAÇÃO E RECONHECIMENTO DOS BENEFÍCIOS
Modalidade
Contribuições da Empresa
Precisa de cálculos atuariais ?
Contribuição Definida
Impacta Resultado do Exercício
Não
Benefício Definido
Não impacta Resultado do Exercício
Sim
CONTABILIZAÇÃO – BENEFÍCIO DE CURTO PRAZO
A contabilização é direta:
Não são necessárias premissas atuariais
Não há possibilidade de ganhos ou perdas atuariais
Não há necessidade de descontar os pagamentos a valor presente
O montante do benefício a ser pago pelo serviço prestado é reconhecido como:
Um passivo (despesas acumuladas), depois de deduzido qualquer valor já pago. Como um ativo (despesa paga antecipadamente) na medida em que o pagamento antecipado levará à redução de futuros pagamentos ou reembolso em dinheiro; e
Uma despesa/receita.
CONTABILIZAÇÃO – BENEFÍCIO DE LONGO PRAZO – TIPO CD
Reconhecimento e apuração:
Quando um empregado prestou serviço, a empresa deve reconhecer a contribuição vertida ao plano CD em troca deste serviço como:
Um passivo (despesas acumuladas), após dedução de qualquer montante já pago. Como um ativo (despesa pré-paga) desde que o pré-pagamento leve a uma redução futura de pagamentos ou uma devolução; e
Uma despesa/receita.
Divulgação: montante reconhecido como despesa.
CONTABILIZAÇÃO – BENEFÍCIO DE LONGO PRAZO – TIPO BD
A quantia reconhecida como passivo de benefício definido deve ser o total líquido dos seguintes valores:
Valor presente da obrigação de benefício definido no período
( - ) Ganhos atuariais não reconhecidos ou ( -) Perdas atuariais não reconhecidos;
( - ) Custos do serviço passado ainda não reconhecido;
( - ) Valor justo do plano.
Valor Justo do Plano: É em princípio o valor de mercado obtido em uma negociação de um ativo ( ou liquidação de um passivo).
Obrigado!