Buscar

DIDIER%2c Fredie Revelia

Prévia do material em texto

FR E D I E D I D I E R J R . 
5.5. Reconvenção e pedido contraposto 
Reconvenção é demanda do réu contra o autor no mesmo p rocesso em q u e 
está sendo demandado . 
Há, n o d i reito b ras i l e i ro, ou t ra espécie de demanda do réu no mesmo p roces­
so, chamada de pedido contraposto. Há p revisão de pedido con traposto, p . ex. , 
n os j u izados Espec ia is Cíveis (art. 31 da Lei n. 9 .099/ 1 995) , no p roced imento da 
p rod ução antec i pada de p rova (art. 382 , § 3°, CPC) e no p roced imento das demandas 
possessó rias (o ped ido de i nden ização previsto no art. 5 56, CPC). 
Pedido contraposto e reconvenção são demandas q u e podem ser fo rm u ladas 
pelo réu na mesma peça em q u e ap resenta a sua defesa. Nesse ponto, não se d i s ­
t i nguem . 
No d i re i to b ras i l e i ro, po rém , o pedido con traposto ap resenta-se como uma de­
manda ma is s imp l i f icada do que a reconvenção . Uma é a sua característ ica pecu l iar : 
h á rest r ição legal q uanto à sua amp l itude ( nos j u izados Espec ia is , deve f icar restr ito 
aos "fatos da causa"; nas possessó rias, ad m ite-se apenas o ped ido de i n den ização) . 
A reconvenção, de seu lado, é demanda que pode ter variada natu reza: pe la le i , 
basta que seja conexa com a ação p ri n ci pal o u com os fundamentos de defesa (art . 
343 do CPC) . Não há q ua lquer outra restrição. Note q ue, em relação ao pedido contra­
posto, ou o legis lador restri nge a causa de ped i r remota ("mesmos fatos da causa"), 
ou ti pif ica a p retensão que pode ser por e la vei cu lada ("pedido de i nden ização") . 
E n fim , reconvenção e pedido con traposto são espécies de um mesmo gêne ro : 
demanda do r éu cont ra o autor. D i st i nguem-se pe l a amp l i t ude da cogn i ção j ud i c ia l 
a que dão ensejo . 
É p rec iso cons ide rar, no en tanto, que reconvenção e pedido con traposto são 
conceitos j u ríd i co- pos it ivos . Dependem, portanto, do exame do d i re ito pos i t ivo . Po­
dem varia r no tem po e no espaço. Reconvenção pode ter s ign if icado d iverso em 
out ro país ou em out ro momento h i stór ico . 
É i n egável que há um acú m u lo h i stór ico sob re o que seja reconvenção . Po­
de-se afi rmar q ue se t rata de um con ceito t rad i c io na l , m u ito bem com p reend ido e 
d i ssem i n ado, ai nda q u e j u ríd ico -pos i t ivo. Ass im , não convém alterá- l o desnecessa­
r iamente . 
6. A REVELIA 
6.1 . Noção 
A reve l i a é um ato-fato p rocessua l , cons i stente na não apresentação tem pest i ­
va da contestação (art . 344, CPC) . 
664 
T E O R I A DA E X C E ÇÃO, R E S P O STA DO R E U E R E V E L I A 
Trata-se de espéc ie de contumác ia pass iva, que se j u nta a out ras como, po r 
exem p lo, a n ão - regu lari zação da rep resentação p rocessua l (art. 76 , § 1 °, 1 1 , CPC) . Há 
reve l i a q uando o réu , c itado, não aparece em j uízo, ap resentando a sua resposta, 
ou , com parecendo ao p rocesso, tam bém não ap resenta a sua resposta tem pestiva­
mente . 
Não se pode confu nd i r a reve l i a, que é um ato-fato, com a p res u n ção de ve­
rac idade dos fatos afi rmados pe lo autor, que é um dos seus efe itos. A reve l ia não 
é um efe ito j u ríd i co; a reve l i a e n con t ra-se no m u ndo dos fatos e é um a to-fa to 
j u ríd ico . 
6.2. Efeitos 
A reve l i a é ato-fato p rocessua l q u e p rod uz os segu i ntes efe i tos : 
a) efeito ma teria l: p res u n ção de verac idade das al egações de fato fe i tas pe l o 
demandante (art . 344, CPC) ; 
b) os p razos co n t ra o ré u reve l q u e n ão te n h a advogado f l u em a part i r da 
p u b l i cação da dec i são (art . 346, CPC) ; 
c) p rec l u são em desfavor do ré u do poder de a legar a lgu mas maté r ias de 
defesa (efe i to p rocessua l , ressalvadas aq ue las p revi stas n o a rt . 342 do CPC) ; 
d) poss i b i l i dade de j u lgamen to antec ipado do mé ri to da causa, caso se p ro ­
d uza o efeito mater ia l da reve l i a (art . 3 5 5 , 1 1 , CPC) . 
A efi các ia da reve l i a é m u ito d rásti ca54 para o réu - reve l . Por i s so , o leg is lador, 
a dout ri n a e a j u ri sp rudência cr iaram mecan i smos para tem pe ra r tais efe itos, m it i ­
gando o r igo r n o t ratam ento do réu contu maz. 
6.3. Mitigações à eficácia da revelia 
6.3. 7 . A presunção de veracidade não é efeito necessário da revelia 
É possíve l q u e haja reve l i a e não se p res uma a ocorrê n cia dos fatos ded uz idos 
cont ra o reve l . 
54. O bse rvações de o rdem h i stór ica de Cal m o n de Passos: " pe l a t rad ição do d i re i to l uso- b ras i l e i ro , não h av ia 
a confissão f i c ta para as h i p óteses de reve l i a . O CPC/39 qu is dar fe i ções d iversas ao i n st i tuto, p revendo a 
conf i ssão f icta em seu art . 209; po r força desta p revisão, d iz ia -se estava q u e b rada a ve l h a t rad ição rom a n a, 
i n co rporada pe l o d i re ito l u so - b ras i l e i ro, passando o reve l a se r réu -confesso . À é poca, a dou t r i na já re pe l i a 
a con fissão f icta n ecessár ia . O atua l CPC , n a cont ramão da trad ição, segu i u a l i n ha ge rmân i ca, adotando a 
conf i ssão f icta. Segu ndo Cal m o n , o CPC catou o q u e de ma i s r igoroso havia com re lação ao reve l . O s i s tema 
germân i co , d o q ua l se reti rou a conf issão f i cta, adota ao menos d u as fo rmas d e ate n u a r os seus efe i tos : 
ex igênc ia d e i n t i m ação pessoa l da sentença ao reve l e existênc ia d e recu rso especia l pe lo s i m p l e s fato da 
reve l ia" (Comen tários ao Códiso de Processo Civil . 8 ed . R i o de j a ne i ro : Forense , 1 998, v . 3 , p . 3 36 -342) . 
665 
F R E D I E D I D I E R J R . 
O a rt . 3 4 5 do CPC t raz quat ro s i tuações em q u e a p res u n ção de ve rac idade dos 
fatos afi rmados, em razão da reve l i a, não se p roduz. 
I) Se, havendo p l u ra l idade de réus , a lgum de les contestar a ação, não have rá 
p res u n ção de verac idade q u anto à a legação de fato q ue seja com u m ao l i t i sconso rte 
reve l e àq ue l e q ue contestou . Não i n c ide, aq u i , a regra da autonom ia dos co l i t igan ­
tes . Trata-se de ap l i cação do i n c i so I do art . 345 , q u e está em consonânc ia com o art . 
485 , "a" , do CPC português : "q uando havendo vár ios réus, a lgum de l es contestar, 
re lat ivamente aos factos q u e o co ntestante i m p ugnar" . 
Observe que o efe ito somente é afastado em re lação ao fa to comum con tes­
tado; em re lação aos fatos exc l u s ivos do l i t i sconso rte reve l , a presu n ção de verac i ­
dade se ap l i ca no rma l mente . A regra ap l ica-se ao l i t isconsó rc io u n itár io ou s imp les . 
/ / ) Se o d i reito mater ia l em d i scussão i nd i spon ível (art. 345, 1 1 , CPC)55 • 
Em verdade, é me l h o r entende r como sendo d i re ito sob re o q ual a vontade das 
partes é i n efi caz para p rod uzi r efe ito j u ríd ico q u e pela ação se p retende o bter (art. 
392, CPC; art . 2 1 3 , Cód igo Civi l ; CPC po rtuguês, art . 485, "c") . 
Se a parte não pode confessar o fato afi rmado pe lo autor, a reve l i a não pode 
gerar uma confi ssão fi cta, caso contrár io ser ia fác i l b u r lar a p ro i b i ção de conf issão . 
Ap l i ca-se aq u i tudo o q uanto se d i sse em re lação ao ô n u s da im pugnação espec i f i ­
cada (art . 34 1 , I , CPC) 
11/) Se a i n ic ia l não est iver acom pan hada de i n stru men to que a le i cons ide re 
da s u bstânc ia do ato (art. 345, 1 1 1 , CPC) . Ap l i ca-se aq u i tudo o quanto se d isse em 
re lação ao ô n u s da i m pugnação especif icada (art. 34 1 , 1 1 , CPC) . 
IV) O s imples fato da reve l i a não pode tornar verossím i l o abs u rdo : se não 
houver o mín im o de veross i m i l hança na postu l ação do autor, não será a reve l i a q u e 
l h e confe ri rá a p laus i b i l i dade q u e não poss u i . Se a post u l ação do autor não vi e r 
acom panhada do mín imo de p rova q u e a l astre ie, não se poderá d i spensar o auto r 
de p rovar o q u e alega pe lo s imp les fato da reve l i a . A reve l i a não é fato com dons 
mágicos . É i s so o q u e determ i n a o i n c i so IV do art. 345 , CPC . 
Mas não é só. 
Há out ras s i tuações em q u e a l e i ret i ra da reve l i a a apt idão de p rod uz i r con ­
f issão fi cta: 
55 · No REsp n . 1 .084 .745/MG, re i . M i n . Lu is Fe l i pe Salomão, j . e m 06. 1 1 . 20 1 2, a 4' Tu rma do STJ entendeu o efeito 
material da reve l ia ap l ica-se à Fazenda Púb l ica, n os casos e m que se d iscuta relação j u ríd ica de d i reito p rivado 
- ou seja, q uando a relação j u rídica d iscut ida não é gen u i namente u m a relação de d i reito ad m i n istrativo (no 
caso do p recedente, e ra u m a locação de bens m óveis) . 
666 
T E O R I A DA E X C E ÇÃO, R E S P O S TA DO R É U E R E V E L I A 
a) q uando a c itação h o uver s ido f i cta (por ed i ta l ou com h o ra ce rta) o u o ré u 
reve l est ive r p reso, po i s o c u rado r espec ia l , n esses casos, h averá de p ro m over 
a defesa do réu reve l : a rt . 7 2 , 1 1 , c/c a r t . 34 1 , par. ún . (CPC Port uguês , a rt . 485 , 
"b" f i ne ) · ' ' 
b) q uando tercei ro houver i ngressado no p rocesso como ass istente do reve l , 
h i pótese em q u e será cons ide rado seu su bst ituto p rocessua l (art. 1 2 1 , parágrafo 
ú n i co, CPC) . 
Há u m j u lgado-síntese do STJ a respeito, que conso l ida m u ito do q u e 
se d isse nesse capítu l o - é p rec iso observar, apenas, q u e s e t rata 
de p recedente construído na vigênc ia do CPC- 1 973 , em q u e a recon ­
venção dever ia v i r em peça d i st i nta da contestação : a i nda que não 
ofertada contestação em peça autônoma, a ap resentação de recon ­
venção na q ual o r éu efet ivamente im pugne o ped ido do au to r pode 
afastar a presu n ção de verac idade decorrente da reve l i a (art . 302 do 
CPC- 1 97 3)56 • 
A j u ri s p rudênc ia do STJ encont ra-se conso l i dada no sent ido de q u e 
a reve l i a, decorrente da n ã o ap resentação de contestação, e n seja 
apenas p resunção re lativa de verac idade dos fatos narrados na i n ic ia l 
pe lo autor da ação, podendo se r i n f i rmada pe los demais e l ementos 
dos autos, motivo pe lo q ual n ão acarreta a p rocedênc ia automática 
dos pedidos i n i c ia i s . 
6.3.2. Revelia não implica necessariamente vitória do autor 
A reve l i a não s ign if ica automát ica vitór ia do autor, po is os fatos podem não se 
s ub sum i r à regra de d i re i to i nvocada. Ao réu reve l é perm it ido, sem i m p ugnar os 
fatos, t ratar, apenas, do d i re i to . 
A p res u n ção de verac idade dos fatos afi rmados pe lo autor, p ri n c i pa l efeito da 
reve l i a, não eq u ivale ao recon heci mento da p rocedênc ia do ped ido . Como q ua lq ue r 
p res u n ção, i n c ide apenas sob re os fatos afi rmados pe l o demandante. 
6.3.3. Matérias que podem ser alegadas após o prazo de defesa 
Confo rme fo i v isto, h á i n ú m e ras matér ias q u e podem se r ded uz idas pe l o 
réu após o p razo de ap resen tação da sua resposta (art . 342 do CPC) . A reve l i a 
é, em relação a e l as, tota l m e nte i n ef i caz, po i s não i m pede q u e o ré u as deduza 
posteri o rmen te . 
5 6 . Co rrespondente a o art. 3 4 1 do CPC atua l . 
667 
F R E D I E D I D I E R J R . 
6.3.4. Proibição de alteração de pedido o u da causa de pedir (art. 329, 11, CPC) 
O autor, mesmo d iante da reve l i a, não poderá aditar o u alterar o ped ido ou a 
causa de ped i r, salvo p romovendo nova citação do ré u , a q uem será assegu rado o 
d i reito de res ponder no p razo de q u i nze d ias (art. 329, 1 1 , CPC) . 
6.3.5. Intervenção do réu revel 
O réu reve l pode i n te rv i r n o p rocesso em q ua lque r fase, recebendo-o no estado 
em que se encontrar (art. 346, par. ú n . CPC), passando, a part i r daí, a ser i n t imado 
dos atos que forem p rat i cados n o p rocesso. Pode rá, i n c l u s ive, p rod uz i r p rovas (art. 
349, CPC; e n u n ciado no 2 3 1 da s ú m u la do STF) . 
Se o réu apresentar contestação i n tem pestiva, o máxi mo que l h e pode acon ­
tece r é a p resun ção de ve racidade dos fatos afi rmados pe l o autor: é q u e, estando 
nos autos, não poderá o réu de ixar de ser i n t imado dos demais atos p rocessua is . 
Cal mon de Passos defe n de, i n c l u s ive, a i n t imação da sentença ao 
ré u reve l . 57 O STJ en te ndeu que o p razo de ape lação para o ré u reve l 
co rre i n depen den teme nte da sua i n t imação : "O dies a quo para o 
reve l i n te rpo r recu rso se rá o da p u b l i cação da sen te n ça em cartó­
r i o . Assi m , mesmo se a sen tença não for p rofe r ida em aud i ênc i a e 
t ive r sua p u b l i cação na i m p ren sa of i c ia l para a parte regu la rme nte 
re p resentada nos autos, o p razo para o reve l reco rrer se i n i c i a com 
sua p ub l i cação em cartó r io" (EREsp 3 1 8 . 242 - SP, re i . M i n . F ranc i u l l i 
N etto, j . em 1 ] . 1 1 . 2004)58• 
6.3.6. Necessidade de intimação do réu revel que tenha advogado constituído 
nos autos 
o l eg is lador ab randou u m efeito p rocessua l da reve l i a (p rossegu i mento do 
p rocesso sem i n ti mação do ré u reve l ) . 
De acordo com a redação do art . 346 do CPC, o réu revel q ue ten h a patro no 
nos autos deverá se r i n t imado dos atos p rocessua is . Somente ao ré u reve l q u e não 
ten ha patrono nos autos se ap l i ca o efeito da reve l i a de d i spensa de i nt imação dos 
atos p rocessua is . 
De fato . 
57 . PASSOS, J o s é Joaq u im Cal m o n de . Comentários ao Códiso d e Processo Civil . 9' ed . R io de jane i ro : Forense, 2004, 
v. 3 . p . 4 1 9 . 
5 8 . No m e s m o sent i do, ST) , 4 ' T., AgRg no AREsp n . 1 48 .604/SP, R e i . M i n . Anton i o Car los Ferrei ra, j . e m 09. 1 0 . 20 1 2 , 
p ub l icado no D)e de 1 6 . 1 0 . 20 1 2 . 
668 
T E O R I A DA E X C E ÇÃO, R E S P O STA DO R t U E R E V E L I A 
Citado, o réu pode: a) aparece r e responde r; b) aparecer e não responde r; c ) 
n em aparece r. Se e le aparece - seu advogado com parece e faz carga dos autos para 
ap resentar defesa -, mas não responde ("b"), é revel , embo ra esteja p resente no 
p rocesso ( não é tão " rebe lde") e deve ser i n t imado dos atos p rocessua is u lte r io res . 
É o que acon tece, tam bém, na reve l i a do autor- reconvi ndo : e m bo ra reve l , o 
autor está p resente n os autos e, po rtanto, deve ser i nt imado dos dema is atos do 
p rocesso, não se l he ap l i cando o efe ito p rocessua l da reve l ia . 
A regra é boa, porq ue reafi rma a necess idade de apr imo ra r a garant ia do con ­
t rad itór io e p rotege o réu - revel q u e com pareceu aos autos . 
6.3.7. Possibilidade de ação rescisória por erro de fato 
O art. 966, V I l , CPC, perm ite a ação resc isór ia de sente n ça com base em e rro de 
fato . H á e rro, q uando a sentença ad m i t i r um fato i n ex isten te, o u q uando cons ide ra r 
i n existente u m fato efetivamente ocorri do . É i n d i spensáve l , num como n out ro caso, 
q u e não ten h a hav ido cont rové rs ia, n em pro n u n ciamento j ud i c ia l sob re o fato (§ 1 ° 
d o art . g66) . 
A i n cont rovérs ia dos fatos ocorre, m u ita vez, em razão da revel ia . Ass im , é pos­
síve l ao réu - reve l aj u izar ação resc i só ri a por e rro de fato, se a sentença cons ide rar 
existente fato que não ocor reu o u i n existente fato que ten h a ocorri do . 
6.3.8. Querela nul l itatis 
O ut ro i n st rumento de p roteção ao réu - reve l é a poss i b i l i dade de i m pugna r, a 
q ua lq ue r tem po, sentença q u e ten h a s ido p rofe r ida em seu desfavo r, sem q ue te­
n h a s ido c itado ou tendo havido c i tação i nvál i da (art . 525, § 1 °, I , e a rt . 5 3 5, I , CPC) . 
Trata-se da querela nul lita tis, ação autônoma de i m pugnação de sentença n u la, 
mencionada n os capítu l os sob re i nval i dades p rocessua is e c itação (neste vo l ume) e 
examinada com mais vagar em capít u l o p róp ri o no v. 3 deste Curso. 
6.3.9. 1mpedimento à extensão da coisa julgada à resolução da questão prejudi­
cial incidental 
Se houve r reve l i a, não se poderá estender a co isa j u lgada à reso l u ção da q ues­
tão p rej ud i c ia l i n c identa l (art. 503, § 1 o, 1 1 , CPC) . 
Há, aq u i , ó bv ia regra de p roteção do reve l : entende-se q ue, com a reve l i a, n ão 
há cont rad itór io s uf ic iente para a exten são da co isa j u lgada à reso l ução de q uestão 
q u e não seja a p ri n ci pa l . Sob re o assu nto, remete-se o le i tor ao capít u l o sob re co isa 
j u lgada, n o v . 2 deste Curso. 
669 
F R E D I E D I D I E R J R . 
6.4. Revelia na reconvenção 
A reve l i a na reconvenção é, n o rmalmente, t ratada pe los autores como sendo 
i n d i sti nta da reve l i a com u m . 
Convém l emb rar, porém, q u e a reconvenção é a ação d o réu cont ra o auto r, n o 
mesmo p rocesso. 
D isso deco rre q u e se o autor- reconvi ndo fo r reve l na reconvenção, mas a re­
convenção fo r conexa à ação p r i nc i pa l , de mo lde a q ue o j u lgamento de am bas pas­
se pela ap reci ação da existênc ia de fatos com u ns , o j u iz, pela regra da com u n hão 
da p rova (art. 37 1 , CPC), não poderá p res um i r exi stentes, para fi n s da reconvenção, 
fatos q u e foram cons ide rados n ão-oco rr idos por conta da i n strução p ro bató ria ocor­
r ida na ação o rig i nár ia . 
670

Continue navegando