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Atenção básica cardiovascular A doença cardiovascular é a causa líder mortes – IAM. Quando descobre-se que uma pessoa teve ou desenvolveu um infarto – a primeira coisa que fazemos é descrever a doença. O infarto é descrito, clinicamente, como um processo aterosclerótico que se rompe, produzindo lesão no miocárdio, o que manifesta-se pela dor no peito. Mas o que causa a aterosclerose – processo inflamatório. Antigamente, era visto como um processo degenerativo. A ciência básica nos mostra que a aterosclerose é uma doença inflamatório. Como posso saber/confirmar que de fato se trata de processo inflamatório? Células inflamatórias, interleucinas, antígenos classe II, anticorpos. 27/08/2017- artigo do NEJM – anticorpo monoclonal – aprovado para uso em artrite idiopática, quando utilizado em pacientes com IAM prévio, reduziu significativamente os riscos de ter novo infarto. Crescimento do infarto em países em desenvolvimento. Score de risco de Framingham – avaliação do risco cardiovascular. Checar. Hipertensão Arterial A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial (PAS e/ou PAD) que estão associados a danos em órgãos alvos e alterações metabólicas, com consequente aumento de risco de eventos cardiovasculares, sejam eles fatais ou não. Há uma relação estreita entre níveis de pressão arterial (PA) e risco de eventos cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e doença renal. Os critérios clínicos atuais para definir hipertensão em geral baseiam-se na média de duas ou mais aferições da pressão na posição sentada durante cada uma de duas ou mais consultas ambulatoriais em dias diferentes. Uma classificação recente recomenda critérios de pressão arterial para definir a pressão arterial normal, pré-hipertensão, hipertensão (estágios I e II) e hipertensão sistólica isolada, que é comum entre os idosos. O termo pré-hipertenso foi introduzido a partir do VII JOINT em 2004, mas só foi incorporado no Brasil a partir da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, publicada em 2016. Assim, se anteriormente, indivíduos adultos com PAS < 120 mmHg e PAD < 80 mmHg, eram classificados como tendo PA Ótima, agora, são classificados como Normal. As classificações de Normal e Limítrofe da diretriz passada foram agrupadas na classificação atual de Pré- hipertenso. Diagnóstico de HAS Medida da PA no consultório As medidas devem ser obtidas em ambos os braços e, se houver diferença, deve-se utilizar como referência o braço com maior valor para medidas subsequentes. A posição recomendada é a sentada. Automedida da PA (AMPA) Realizada por pacientes ou familiares, não profissionais de saúde, fora do consultório, geralmente no domicílio, representando importante fonte de informação adicional. Permite obter estimativa mais real dessa variável. Monitorização residencial da PA (MRPA) Registro da PA, que pode ser realizado obtendo-se três medidas pela manhã, em jejum, antes do desjejum e da tomada do medicamento e três à noite, antes do jantar durante cinco dias, pelo paciente ou outra pessoa capacitada, com equipamentos validados. São considerados anormais valores da PA > 130/85mmHg. Monitorização ambulatorial da PA de 24h (MAPA) MAPA é o método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24h ou mais, durante os períodos de vigília e sono. Permite identificar alterações do ritmo circadiano, sobretudo durante o sono, que têm implicações Diagnóstico da HAS – valores e estratificação de risco PA = 140x90mmHg (já é hipertensão, não é se for 139 ou 89). Estratificação de risco cardiovascular global – preocupação com a síndrome metabólica – análise do conjunto de fatores de risco é mais importante. Pesos é que nos leva a traçar a conduta. Níveis pressóricos – mas avalio a tabela de riscos associados. Risco é que vai ditar a decisão terapêutica, bem como devo definir as metas a serem atingidas em conformidade com as características individuais. Principais determinantes da pressão arterial são: • DC (DC=VSxFC); • RV (RV= Pressão no leito vascular/fluxo sangüíneo); • Volume intravascular; • Raio do vaso e complacência das artérias; • SNA (norepinefrina, epinefrina e dopamina). Hipertensão arterial e o endotélio vascular O endotélio, camada monocelular que reveste internamente a parede de todos os vasos sanguíneos, possui uma série de funções cujas alterações parecem estar envolvidas na gênese da hipertensão arterial. Devemos considerá-lo um verdadeiro órgão situado estrategicamente vascular atuando como como sensor de alterações hemodinâmicas, transmitindo os sinais que recebe das células e da matriz extracelular, além da produção de mediadores de crescimento, atividade, migração e morte celular. Sua estrutura, também está envolvida nas alterações adaptativas de forma que ocorrem de forma que haja adequação às exigências circulatórias. Fatores endoteliais envolvidos no tônus muscular a) Óxido nítrico: ação vasodilatadora importante a partir de seu subproduto GMPc. 2 – Prostaciclina (PGI2): a partir da atuação das ciclooxigenases sobre o ácido araquidônico liberado por clivagem de foslipídios de membrana pela ação das fosfolipases A2 e C, forman-se os subprodutos PGG2 e PGH2. O PGH2 sofre ação da Prostaciclina sintase, produzindo então a prostaciclina. Esta, por sua vez, estimula receptores de prostaciclina nas células musculares lisas, ativando Adenilato ciclase, com aumento dos níveis de AMPc na musculatura lisa vascular e estimulando, assim a PKA. Com isso há um estímulo para a saída de Ca2+ do citosol e como resultando, uma vasodilatação, usualmente pequena.A contribuição da prostaciclina à vasodilatação dependente do endotélio é usualmente pequena. A prostaciclina exerce, também, efeitos antiagregantes plaquetários e antiproliferativos. 3 – Fatores constritores derivados do endotélio – endotelina. Atuação em receptores ETA na célula muscular lisa e células ETB no endotélio. Vasoconstricção 10 vezes mais potente que angiotensina 2 – vasoconstricção mantida. As endotelinas atuam como sinalizadores – receptor determina o efeito – são a chave do processo. Os efeitos biológicos da endotelina dependem, portanto, da interação com o receptor específico. No geral podemos dizer que a endotelina produz efeitos hemodinâmicos relavantes de potente vasoconstricção e efeito pressor sustentado. Em grandes artérias humanas isoladas, o NO liberado pela acetilcolina ou bradicinina inibe as contrações induzidas pela endotelina-1. Esse efeito, porém, é menos pronunciado que o observado em relação às contrações provocadas pelo tromboxano A2. A prostaciclina, por meio da ativação do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), inibe a produção de endotelina. Em artérias mamárias internas humanas, a prostaciclina reverte a contração induzida pela endotelina- 1. A potência desse efeito, porém, é acentuadamente menor que a observada com o óxido nítrico. O peptídeo natriurético atrial (PNA) reduz a síntese de endotelina por mecanismo dependente do GMPc. O que ocorre, portanto, com a disfunção endotelial? 1) diminuição da liberação de fatores de relaxamento derivados do endotélio: NO, EDHF e/ou prostaciclina;2) diminuição da biodisponibilidade desses fatores, principalmente NO, por inativação oxidativa; 3) disfunção nas vias de transdução dos sinais dos fatores de relaxamento endoteliais; 4) diminuição da sensibilidade da musculatura lisa vascular aos fatores de relaxamento; 5) aumento da produção de fatores de contração produzidos pelo endotélio: endotelina-1, PGH2, tromboxano A2, e/ ou ânions superóxido. A atuação da endotelina em receptores ETB do endotélio provoca um efeito inicial vasodilatador, que logo é superado pela ação em receptores ETA, que produzem uma resposta de vasoconstricção potente. A disfunção endotelial gera um ciclo em que a própria HAS gera mais dano endotelial, retroalimentado a fisiopatologia da doença. Síndrome metabólica e fisiopatologia da HAS Considerada um estado de inflamação crônica que aumenta a disfunção endotelial precipitando eventos isquêmicos cardiovasculares e aumentando a mortalidade. Ocorre uma resistência na captação periférica da glicose mediada por insulina, em que o paciente apresenta intolerância à glicose, aumento de triglicerídeos, aumento do VLDL-col, diminuição do HDL-colesterol e Hipertensão Arterial. Critérios da SM 1) Circunferência abdominal >102 cm em homens e > 88 cm em mulheres; MAIS DOIS DOS FATORES ABAIXO: 2) Pressão arterial sistólica >130mmHg ou diastólica > 85mmHg 3) Glicemia de jejum >110mg/dl 4) Triglicerídeos >150mg/dl 5) HDL-colesterol <40mg/dl em homens <50mg/dl em mulheres Diversos mecanismos inter-relacionados contribuem para a disfunção endotelial relacionada à Resistência insulínica. Alguns componentes da SM, tais como baixos níveis de HDL-colesterol, aumento nos níveis de LDLpequena e densa, a hipertensão arterial e o aumento da oferta de ácidos graxos livres são fatores de risco independentes para aterosclerose e estão associados com função anormal do endotélio. A insulina, em concentrações fisiológicas, atua como um vasodilatador e estimula a produção endotelial de NO, além de aumentar a reabsorção de água e produzir remodelamento dos vasos, com pleiotropismo e redução do lumen dos vasos. A hiperinsulinemia que acompanha a RI é um fator de risco independente para doença arterial coronariana indivíduos com RI exibem respostas vasodilatadoras diminuídas tanto à infusão de insulina quanto à de agonistas colinérgicos, sugerindo um bloqueio desses efeitos fisiológicos. A hiperinsulinemia estimula a produção de endotelina-1 (ET-1) pelas células endoteliais e isto pode, conseqüentemente, promover disfunção endotelial por se contrapor aos efeitos vasodilatadores do NO e por aumentar a produção de superóxido. Níveis elevados de insulina têm sido relacionados como causa de disfunção endotelial em voluntários saudáveis, embora em diabéticos o tratamento com este hormônio melhore a vasodilatação endotélio-dependente. Nesse caso, a resistência insulínica com hiperinsulinemia e aumento de ácidos graxos livres seria o provável mecanismo inicial de disfunção endotelial e, com o desenvolvimento posterior da hiperglicemia, haveria piora do dano endotelial. Adiponectina – produzida pelo tecido adiposo– boa ação vasodilatadora. Lesões a órgãos-alvo: órgãos e sistemas mais afetados Coração – angina e infarto; extrassístoles, fibrilação atrial; insuficiência cardíaca (ao longo dos anos, coração vai se modificando e vai passando de uma hipertrofia concêntrica para excêntrica. Cérebro – AVE isquêmico ou hemorrágico; Microaneurisma de Charcot-Bouchard; AIT – Ataque Isquêmico Transitório (vasoespasmo – sente uma fraqueza transitória e depois volta ao normal). Olhos – várias alterações retinopatias, exsudatos hemorrágicos ou algodonosos, edema de papila (mais grave). Classificação de Wagener – estágios I a IV. Rins – obstrução de artéria renal ou doença parenquimatosa. Artérias periféricas – arteriopatias periféricas, ateroscleroses, aneurismas dos grandes vasos, claudicação intermitente, úlceras arteriais. Aneurisma dissecante de aorta (hematoma dissecante de aorta). ANATOMOPATOLOGIA DAS LESÕES DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Paciente de 39 anos, sexo feminino, negra, doméstica, residente de Niterói. 10 anos – falta de ar aos grandes esforços, evoluindo para médio. Gravidez, cesariana – 3ª gravidez – acompanhada de HAS, mesmo com diuréticos, manteve nível pressórico alto – cesárea – feto morto – ficou em coma por 5 dias. Fatores genéticos e ambientais estão relacionadas a homeostasia do sódio renal e aumento de DC. Vasoconstricção funcional e distúrbios do crescimento e estrutura do músculo liso vascular – aumento da massa estrutural da parede do vaso e acúmulos intracelulares – redução da luz vascular (arterioesclerose e arterioloesclerose – endurecimento por vários motivos). A Hipertensão está associada com duas formas de doença nos vasos – arterioloesclerose hialina e arterioloesclerose hiperplásica. Arteríola normal. Resposta – arterioloesclerose hialina (acúmulo de proteínas na parede do vaso). Arteriolosclerose hiperplásica – hipertensão de curso acelerado – níveis tensionais muito altos e de difícil controle – perfil genético para desenvolver este tipo de lesão. Nos vasos de maior calibre, vamos ter a doença aterosclerótica, que começa com uma disfunção do endotélio. A doença aterosclerótica envolve as seguintes etapas: A) Dano endotelial causando aumento da permeabilidade, aumento da expressão de receptores de superfície com adesão de leucócitos e trombose. B) Acúmulo de lipoproteínas – LDL e LDLox – na parede do vaso; C) Adesão de monócitos ao endotélio, seguido de migração para a íntima do vaso e transformação de macrófagos em células espumosas. D) Adesão de plaquetas. E) Liberação de fatores de plaquetas ativadas, macrófagos e endotélio vascular, induzindo o recrutamento de células musculares lisas com posterior proliferação de células musculares lisas, matriz extracelular e recrutamento de células T. F) Acúmulo de lipídios tanto extra com intracelular (macrófagos e células musculares). Placentas menores – lesões vasculares impactadas nela. Hipertensão associada à gestação – problema nas ondas de migração do trofoblasto – ver artigo da Nature – Chaiworapongsa, T et al. 2014. Pre-eclampsia part 1: current understanding. Hipertrofia de Ventrículo Esquerdo (HVE): remodelamento ventricular. O aumento sustentado do trabalho mecânico devido à sobrecarga de pressão ou de volume (HAS ou estenose aórtica) ou por sinais tróficos (ativação de receptores beta- adrenérgicos) provocam uma hipertrofia dos cardiomiócitos e o coração aumenta de tamanho e peso. Nefrosclerose Termo utilizado para a patologia renal associada a esclerose das arteríolas renais e pequenas artérias, fortemente associado a hipertensão, que pode ser tanto causa, como consequência da nefrosclerose. Dois processos participam na lesão das artérias: espessamento das camadas íntima e média e hialinização das paredes arteriolares. Lesões cerebrovasculares Os efeitos mais relevantes da hipertensão no cérebro incluem infartos lacunares, hemorragias em fenda e encefalopatia hipertensiva, bem como hemorragia intracraniana extensa. Nos infartos lacunares, temos a hipertensão afetando artérias e arteríolas penetrantes profundasque suprem os núcleos da base, substância branca e ponte. Os vasos cerebrais desenvolvem esclerose arteriolar e podem ficar ocluídos. A encefalopatia hipertensiva aguda é uma síndrome que surge a partir de quadros de hipertensão maligna, com sinais de disfunção cerebral difusa, dores de cabeça, confusão, vômitos, convulsões, podendo chegar ao coma. TRATAMENTO DA HAS Até o início da década de 1990, a HAS era a principal causa de IC, seguida da associação da HAS com AVC e DAC. Com o surgimento de outras alternativas de tratamento da HAS houve uma queda significativa dos casos de IC com etiologia hipertensiva. Estágio 1 e 2 com risco CV baixo e moderado e HA estágio 3 – meta de PA <140x90. Hipertensos estágios 1 e 2 com risco CV alto – meta <130/80. É sempre indicado, em qualquer caso, a MEV mesmo nos estágios de pré-hipertensão. Redução de peso (20-30% de redução da PA a cada 5% de perda ponderal de peso); Dieta DASH – rica em potássio, Redução do consumo de sódio – redução tanto da PAS e PAD – quantidade de sal direito 4,5 a 5g de NaCl por dia. Moderação do consumo de álcool – redução de 3,31/2,04 mmHg com redução de 3-6 para 1-2 doses/dia. Quando deve começar a fazer medicação para o tratamento da Hipertensão 1 – estágio 1 em risco moderado a baixo – para pacientes completamente fora das mev – deve-se implementar as medidas antes de começar a tratar com medicamentos. Nos indivíduos em estágio pré-hipertensão – MEV. Atividade física diária – redução 3,6/5,4 mmHg. Exercício aeróbico – 2,1/1,7 em pré- hipertensos e 5,3/5,2 mmHg em hipertensos. Exercício dinâmico resistido – mais impacto nos indivíduos pré-hipertensos. Fundamentos para o tratamento da HAS A medicação anti-hipertensiva ideal: 1 – atingir metas 2 – ser custo-eficaz 3 -ser metabolicamente neutro 4 – ter menos efeitos colaterais 5 – permitir associações fixas: quando se tem que tratar com dois medicamentos, a forma de apresentação em um único comprimido, aumenta a adesão ao tratamento. 6 – proteger órgãos alvos Bloqueio do SRAA tem sido o foco do tratamento da HAS. Classes de medicamentos Diuréticos: indicações – pacientes com eventos prévios de AVC, ICC, IRC com proteinúria – preferir uso de diuréticos de alça (furosemida). Inibidores adrenérgicos – ação central (agonistas alfa-2 centrais); beta-bloqueadores – AVC, IAM, Angina, ICC (bisoprolol, carvedilol ou metaprolol– beta-bloqueadores de 3ª geração), Fibrilação Atrial, Vasodilatadores diretos – hidralazina – uso especial Bloqueadores dos canais de cálcio: reduzem a HVE, aterosclerose e disfunção renal, podendo ser usado também em pacientes com histórico de AVC, Angina, Fibrilação Atrial, e DVAOP. Inibidores da ECA: HVE, aterosclerose, Microalbuminúria e disfunção renal (lesão de órgão-alvo). BRA-II (semelhante a IECA). Aldosteronismo primário ou secundário e ICC – inibidor da Aldosterona – espironolactona. Inibidor direto da renina 4 fármacos mais utilizados – diuréticos, ieca BRA-II, bloqueadores do canal de Cálcio IECA e BRA-UII: redução proteinúria Hipertensão Sistólica isolada – diurético e Bloqueador de canal de cálcio. Síndrome metabólica – IECA, BRAII, BCC podem ser indicados (diurético e beta- bloqueador piora resposta de lipídios – resistência à insulina). Metildopa e hidralazina – gravidez. BRAII e IECA não podem ser utilizado. Negros – diurético e Bloqueador de canal de cálcio. Idosos – diuréticos e BCC. Contraindicações Diuréticos tiazídicos – gota (possíveis – síndrome metabólica, Intolerância À glicose, gravidez); Beta-bloqueador – asma, BAV (possíveis DVAOP. Ver VII DBHA 2016 – fluxograma. Hipertensão arterial secundária: Corresponde a 5% dos pacientes com hipertensão. Mas quando temos dúvida se existe uma causa para essa hipertensão, devemos investigar. 1- Doença renal parenquimatosa 2- Doença reno-vascular 3- Uso de fármacos 4- Feocromocitoma 5- Síndrome de Cushing 6- Hiperaldosteronismo 7- Síndrome da Apneia obstrutiva do Sono 8- Doença da Tireoide 9- Coarctação da Aorta Pistas para pensarmos em HA secundária. Início da HÁ <30 anos ou > 60 ou 65 anos HÁ E3 ou resistente ao tratamento Tríade feocromocitoma – paroxismos de palpitações, sudorese, cefaleia. Uso de fármacos e drogas hipertensoras; Fascies de doenças que cursam com hipertenasão: hiper/hipotireoidismo, acromegalia, Síndrome de Cushing, Doença Renal Crônica. Presença de massa ou sopro abdominal Assimetria de pulsos femorais Aumento súbito e progressivo da creatinina sérica Hipopotassemia espontânea + cãimbras. EAS – proteinúria ou hematúria Sinais sugestivos de apneia do sono – sonolência diurna e roncos. Doença Renal Parenquimatosa – IRCm DVc aterosclerótica associada, diabetes Doença reno-vascular – idoso, com aterosclerose e fibrodisplasia (mulheres), sopro abdominal, EAP súbito, piora de função renal com IECA e BRA – investigação com ecodoppler de artérias renais e Angio- TC/RNM renais. Aldosteronismo primário – câimbras, fadiga, HA de difícil controle, hipocalemia sem uso de diurético e controle com espironolactona (as vezes com pequena dose de antagonista de aldosterona já controla PA). Feocromocitoma – tomografia de abdômen HAS RESISTENTE (HAR) – não controla a PA apesar do uso de 3 fármacos anti- hipertensivos com ações sinérgicas em doses máximas preconizadas e toleradas, sendo um deles preferencialmente um diurético, ou quanto em uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos, mesmo com a PA controlada. O diagnóstico é basicamente de exclusão, tem que pensar em causas secundárias. Afastar pseudoresistência e ajustar esquema anti- hipertensivo, verificar através de exames complementares se não há causas secundárias subjacentes, realizou a MAPA. Referendar paciente hipertensivo resistente a um centro de tratamento de hipertensão resistente. TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA Alterações hormonais na circunferência cardíaca – secreção de catecolaminas pelo coração. Sistemicamente alguns sistemas neuro-hormonais são ativados com a Insuficiencia Cardíaca Crônica – prejudicialmente o SRRA e o sistema nervoso simpático – e em contraposição o sistema do peptídeo natriurético. Diretrizes de Insuficiência Cardíaca Crônica – Ver ação dos inibidores da ECA – tanto na produção de Angiotensina II como na inibição da degradação de bradicinina. Pensar em dar vasodilatador. Captopril – descoberto através da jararaca – ver estudo SAVE. Tratamento da IC – inibidores da ECA Obrigatórios – exceto contraindicação Dose alvo enalapril – 30mg 2x dia. Iniciar progressão do tratamento começa com 5mg de 2x dia, 10 mg, 20 mg 2x dia. Captopril – 50mg (8 em 8h) – começa com dosagem menor também. Essas dosagens são independentes da Pressão Arterial. Intervalos de aumento de dose são variáveis – depende do estado geral do paciente. Bradicinina – seu acúmulo pode dar tosse. Fora isso a hiperpotassemia. Tosse – posso substituir por BRA (bloqueador do receptor de angiotensina II). Bloqueio de AT1 – direto no receptor AT1 da angio II – preferir o iECA. Beta-bloqueadores 1996 – primeiro estudo sobre os beta- bloqueadores. Remodelagem reversa – coração retornava ao tamanho normal e recuperava fração de ejeção após o uso de beta-bloqueadores. Carvedilol – bloqueador betanão seletivo e bloqueador alfa 1 – dose inicial 3,125mg 2xdia, dose ideal 25mg, 2xdia. Cardilo, Coreg, Divelol. Bisoprolol – bloqueador beta 1 seletivo – dose inicial 2,5mg/dia 1x dia. Dose alvo – 10mg/dia. Succinato de Metropolol – bloqueador beta 1 seletivo – dose inicial: 12,5 – 25mg/dia; dose ideal: 200mg/dia. Caso o paciente tenha DPOC preferir o bisoprolol ou succinato de metropolol – carvedilol tem efeito não seletivo – broncodilatação. Diuréticos poupadores de Potássio Na Insuficiencia Cardíaca, a intenção não é utilizar os medicamentos pelo seu efeito diurético, mas pelo seu efeito sobre os receptores de mineralocorticoides. Espironolactona – Amilorida – Triantereno – Diuréticos – não tem impacto em sobrevida – mas se dá quando há aumento da quantidade de líquido acumulado – tirar quando o paciente não mais necessitar. Uso de diuréticos de alça. Se a disfunção é assintomática – ieca e beta- bloqueador. Fase sintomática – classe funcional II ou IV – Classe NYHA – ieca, beta-bloqueador e bloqueador do receptor de mineralocorticoide. Diurético para tratar congestão. Drogas que podem ser associadas como alternativas para quem não tolera os ieca especialmente devido a insuficiência renal – devem ser empregados em indivíduos negros (estudo A-HeFT). Metabólitos do óxido nítrico podem aumentar o stress oxidativo e agregante plaquetário – hidralazina é antioxidante, logo diminui esse efeito deletério dos metabólitos do NO – acaba o fenômeno de tolerância ao NO. Adicionado ao tratamento clássico em pacientes que continuam sintomáticos. Estudo SHIFT – Ivabradina = bloqueadores de canais If – via muita específica – não serve para todos os pacientes de Insuficiência Cardíaca. Redutor da frequência cardíaca exclusivamente (não tem ação neuro- hormonal – age em canais iônicos no nó sinusal, canais if). Neprelisina – efeitos sobre BNP e alguma outra coisa (ver). Classe de inibidores de neprelisina e receptor de angiotensina II (ARNI). LCZ 696– neprilysina – criaram molécula que fundiram valsartana (BRA) com sacubitril (inibidor da neprelisina). Menos hiperpotassemia – atuação sobre arterióla aferente no glomérulo renal. Não pode ser administrado em concomitância com enalapril. Síndromes coronarianas agudas Aterosclerose típica – fisiopatologia é um pouco diferente. A placa que causava a dor da angina estável, rompe e forma um trombo. O prejuízo vai ser tanto maior quanto maior for a oclusão. Se o trombo oclui totalmente a artéria, teremos SCA com supra de ST. Se a oclusão for parcial, o evento SCA será sem supra de ST. Algum fluxo fica mantida. Síndromes sem supra de ST. Sem supradesnível de segmento ST (SSST) angina instável – marcadores de necrose normais. IAM SSST: MNM elevados. Com supradesnível de ST (CSST) – IAM CSST. A instabilidade do quadro tem como principal critério o tempo de duração do sintoma. Placa instável vs placa estável – endotélio da placa estável é de ausência de células inflamatórias no endotélio, que está intacto, com poucas células espumosas. A placa estável tem camada fibrosa fina, células inflamatórias e erosão do endotélio e muitas células espumosas (macrófagos ativados). Ao romper a placa expõem-se o conteúdo endotelial ao fluxo sanguíneo – interpretação = vaso rompido = leva a adesão plaquetária. A plaqueta tem muitos receptores que são ativados (ADP, tromboxane A2), plaquetas também se ativam em resposta ao cortisol. Agregação – fibrinogênio GP IIb/IIIa. Síndromes sem supradesnível de ST *Angina instável e IAMSSST Diagnóstico Quadro clínico ECG Marcadores de necrose miocárdica Quadro clínico – 80% tem história prévia de doença cardiovascular Dor precoridal – em repouso, dura mais de 20min., intensa e de início recente (<1mês) ECG – normal – infradesnivelamento do segmento de ST (corrente de lesão subendocardíaca). Alterações de onda T: isquemia subepicárdica ou subendocárdica. Importante medir quanto de infradesnível de ST o paciente tem – sempre conto a partir do quadrinho seguinte ao complexo QRS.Tenho de dizer onde está o infra – parede posterior, anterior? Marcadores de Necrose Miocárdica Troponina (uma das mais específicas do coração), mioglobina (inespecífica para o coração), CKMB, troponina em AI. Intervenções Percutâneas nas síndromes coronarianas agudas Doenças coronárias Inflamação, rutura dos bordos da placa, formação de trombo e obstrução parcial ou total do lúmen. Se houver obstrução total – isquemia com supra de ST. Dor persistida. Nas síndromes sem supra ST – obstrução parcial e episódios de espasmos sobre a placa. SCA – diagnóstico – dor anginosa típica e eletro será definidor do tratamento – tem ou não supra de ST. Tratamento previsto de IAM com supra de ST – tratamento de reperfusão, seja com fibrinolítico ou cateterismo. Fibrinolítico IV – visando fazer a lise do trombo e reperfundir o vaso. O mais efetivo é que o paciente faça uma angioplastia. IAM – tempo = músculo cardíaco e músculo cardíaco é visa. Abrir o vaso o mais rápido possível = maior tempo de sobrevida. Em 60 a 90 minutos colocá-lo em hemodinâmica. Se não há um setor de hemodinâmica no local de trabalho e vai demorar mais de 90 minutos – fibrinolítico. Estratégia farmacointensiva – AAS 200mg e clopidogrel 600 mg ou ticagrelor ou prasugrel. Acessos vasculares arteriais – radial e femoral. Vantagem de fazer radial em vista da femoral – sangramento – volume enorme e hemorragia pode ir para o retroperitôneo. Definição de termos relacionados a terapia de reperfusão Estratégia primária - Estratégia de resgate - Cateterismo após a fibrinólise - Estratégia farmacoinvasiva – Comparação de angioplastia vs trombolíticos – Lancet, 2003; 361: 13-20. Prognóstico relacionado diretamente com a massa de miocárdio infartado (40% = choque cardiogênico). Cuidados relacionados à intervenção 1 – local da punção 2 – anticoagulantes: sempre há um antes ou depois. 3 – função renal: contraste iodado é nefrotóxico. Sobreposição de doença renal e HAS+diabetes é grande. 4 – alergia a iodo Síndrome Coronariana Aguda sem supra de ST Paciente admitido com dor anginosa típica, mas dor não persistida – eletro normal ou com infra de ST. Continuar preocupado com dor mesmo com eletro normal (eletro normal não deve tranquilizar o médico). Nem sempre é mais benigna, porque depende da área infartada, do tamanho da doença, do percentual de oclusão dos vasos acometidos. Diagnóstico – dor torácica, ECG. Pedir os marcadores de necrose – troponina e marcadores: troponina elevada – iam sem supra de st ou angina instável. Estratificação da gravidade do paciente. Dor persistente? ECG – muitas derivações com infra de ST ou é só uma inversão de T ou o eletro é normal. Quanto mais alterado o ECg, pior, obviamente. Marcadores de necrose miocárdica. Insuficiência cardíaca – dispneia e B3. Grace score. Tratamento farmacológico ou invasico leva em consideração essa estratificação de risco. Critérios de risco para intervenção do European Society of Cardiology. Antiplaquetários e heparinas (baixo peso ou não fracionada – não faço heparina de baixo peso se quero ir para o cateterismo – não tenho como reverter o efeito antiagregante) OU Coronariografia e reperfusão? Quanto mais grave, mais rápido o paciente deve serencaminhado para o cateterismo. Estratégia de revascularização miocárdica Ver onde e qual o percentual de obstrução para definir qual o tipo de revascularização deve ser adotada. Três caminhos: cirurgia, clínico, angioplastia. Hoje em dia, angioplastia tem crescido. Objetivo – controle de sintomas e sobrevida do paciente. Cuidados gerais – Antes e Depois Local de punção, anticoagulante, função renal e alergia ao iodo. Aterosclerose coronária: formas clínicas e fatores de risco O evento crítico inicial na gênese da aterosclerose é a lesão endotelial, caracterizada pela diminuição da produção de óxido nítrico (NO) concomitante à liberação de vários mediadores inflamatórios e moléculas quimioatraentes em resposta à injúria tecidual, desencadeada pelo acúmulo de LDL na parede das artérias. Desse modo, a injúria causada no endotélio aumenta a adesão de leucócitos e plaquetas no local da lesão, bem como a sua permeabilidade, favorecendo a infiltração dessas células no espaço subendotelial. Essa injúria também faz com que o endotélio exerça propriedades pró- coagulantes ao invés de anticoagulantes As LDL possuem características aterogênicas e quando estão em altas concentrações no plasma, por terem menor tamanho, penetram com maior facilidade na parede dos vasos, aumentando a geração de ânions superóxido (O2-) pelo endotélio, que promove modificações na estrutura da LDL originando a lipoproteína de baixa densidade modificada (LDLm)15. A LDLm se infiltra na camada íntima, podendo sofrer oxidação ou outras modificações causadas por enzimas presentes no subendotélio (mieloperoxidases, óxido nítrico sintase induzida), originando a lipoproteína de baixa densidade oxidada (LDLox). Essas reações de oxidação promovem a liberação de fosfolipídeos causando a ativação das células endoteliais que, por sua vez, passam a expressar um receptor para a LDLox (LOX-1), culminando na internalização da LDLox pelas células endoteliais16. Uma vez no espaço subendotelial, a LDLox induz a ativação das células endoteliais que, por sua vez, produzem citocinas e quimiocinas responsáveis pela expressão de moléculas de adesão (moléculas de adesão intercelular [ICAM-1], moléculas de adesão de célula vascular [VCAM-1], selectina de plaquetas [P-selectina] e selectina de células endoteliais [E- selectina]) e pela quimiotaxia, adesão e migração dos leucócitos. Dentre as citocinas produzidas, pode-se destacar: IL- 1, IL-6 e TNF-α17. Essas citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão atraem os leucócitos (monócitos, linfócitos B e T) para a superfície endotelial onde, por estímulo das interleucinas (IL-1 e IL-6) dentre outras substâncias, transmigram para o espaço subendotelial. No espaço subendotelial, os monócitos entram em contato com o fator estimulador de colônia de macrófagos (M-CSF) e diferenciam-se em macrófagos18. Os macrófagos reconhecem a molécula de LDLox e passam a expressar receptores scavenger (SR) e receptores do tipo Toll (TLR). Esses receptores estão envolvidos na iniciação da resposta imune inata. Os TLR regulam as funções dos macrófagos, promovendo sua ativação pelo reconhecimento de padrões moleculares associados a patógenos. Os SR se ligam à LDLox e promovem sua endocitose, culminando na formação de células espumosas19. Com a formação das células espumosas é desencadeada uma série de eventos com liberação de diversos mediadores pró- inflamatórios como IL-1, IL-6, IL-8, TNF-α, aumentando a resposta inflamatória e atraindo mais leucócitos para o local da lesão. Além disso, os TLR transmitem sinais através das membranas que promovem a ativação de fator nuclear kappaB (NF-κB) e das vias de proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAPK), aumentando a expressão de genes que codificam proteínas envolvidas no recrutamento de leucócitos, produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), fagocitose, apoptose e citocinas que aumentam o processo inflamatório local, perpetuando a resposta inflamatória. Todos esses eventos associados promovem a formação da placa aterosclerótica. Tendo em vista a relevância do processo inflamatório no desenvolvimento da aterosclerose, estratégias que reduzam a inflamação são importantes para o tratamento dessa doença, sendo as células do sistema imunológico e as citocinas possíveis alvos para o tratamento. Portanto, alguns fatores de risco promovem uma disfunção endotelial, que leva a uma aterosclerose. Ao atingir níveis de obstrução de mais de 50% da luz do vaso, o indivíduo começa a apresentar uma isquemia dita silente ou silenciosa, pois o indivíduo é assintomática, mas quando em teste de esforço apresenta sinais de isquemia. Conforme a placa ateromatosa evolui para níveis maiores de obstrução da luz do vaso, existe um aumento na MVO2, levando a dor anginosa aos pequenos esforços. Isso aumenta conforme o grau de obstrução, podendo levar a IAM com e sem supra de ST. O processo que é a aterosclerose, pode ter, então, diversas apresentações clínicas – forma sem isquemia (subclínica), as formas clínicas se apresentam a partir de 50% de grau de obstrução, que podemos e apresentar de maneira assintomática ou com sintomas de angina estável ou instável. Tecido gorduroso – adipocinas promovem um grau de inflamação aumentado – aumento de PCR-t Interleucina 1-beta. Estudo utilizou anticorpo monoclonal e conseguiu reduzir os níveis de reinfarto ou eventos coronarianos.
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