Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O que é comportamento? Antes de poder falar em modificação de comportamento, devemos primeiro perguntar: a que nos referimos com a palavra comportamento? Alguns sinônimos usados são atividade, ação, desempenho, resposta e reação. Tirar nota “A” num curso de modificação de comportamento ou perder 10 quilos são comportamentos? Não, esses são produtos do comportamento. O comportamento que produz um “A” é estudar produtivamente. Os comportamentos que levam à perda de peso são comer menos e exercita-se mais. Caminhar, falar em voz alta, atirar uma bola, gritar com alguém, todos esses são comportamentos públicos ou manifestos (visíveis) que poderiam ser observados e registrados por qualquer sujeito. Porém o comportamento pode se referir também a atividades encobertas (privadas, internas) que não podem ser prontamente observadas pelos outros, por exemplo pensar e sentir são comportamentos privados, Um patinador antes de entrar no ringue pode pensar pode pensar “tomara que eu não caia” ele provavelmente se sente nervosos batimentos cardíacos acelerado. No entanto a partir de inúmeras pesquisas realizadas tanto os comportamentos públicos como os encobertos podem ser influenciados por técnicas de modificação de comportamento. A compreensão de como ocorre o processo de modificação do comportamento requer, inicialmente, a descrição correta do comportamento humano: como e instalado e como e mantido, isto e, as variáveis que o controlam na historia presente, tanto as antecedentes quanto as consequentes. Comportamento e definido segundo Skinner (1953/2000) como um processo extremamente complexo. O autor salienta que o comportamento “(...) e um processo, e não uma coisa, não pode ser facilmente imobilizado para observação. E mutável, fluido e evanescente (...)” (p. 16). De maneira geral, o comportamento implica nas ações realizadas por um organismo no ambiente. Em sua constituição, três são os processos de seleção de um comportamento: o (a) filogenético ou historia da espécie (biológica); o (b) ontogenético ou historia da pessoa (individual); e o (c) cultural, isto e, a pratica daquilo que foi aprendido na interação com o meio ambiente (historia social) (Skinner, 1953/2000; Todorov & Hanna, 2010). Dois são os tipos de comportamentos: respondentes (reflexos) e operantes (reforçados). Os comportamentos respondentes são eliciados a partir de um estimulo antecedente. Essa classe de resposta e essencial para a sobrevivência do individuo e, compreende parte das capacidades ‘inatas’ do mesmo (Baum, 2005/2006; De Rose, 1999). Entretanto, uma grande parte dos comportamentos do organismo não e evocada por estímulos antecedentes, mas o contrario. Tais repertórios alteram o meio em que a pessoa esta inserida que, consequentemente, leva a modificação do comportamento seguinte desse individuo. Essa classe de comportamento é definida como operante. Seu próprio nome já o define: opera sobre o meio e a sua probabilidade de ocorrência e função de sua consequência, reforçadora ou não (Baum, 2005/2006; Reese, 1966/1973; Skinner, 1953/2000). Nesse sentido, a condição reforçadora para instalar ou remover classes de respostas especificas depende, dentre outros agentes de controle, do estado de privação ou de saciedade que a pessoa se encontra. Às vezes, nós pensamos por meio de palavras, o que chamamos de conversar consigo próprio, outras pensamos por meio de imagens, exemplo se eu lhe pedir para fechar os olhos e imaginar um céu limpo e azul com poucas nuvens brancas e macias você será capaz de fazê-lo na meditação. Além desses comportamentos serem considerados como encobertos, são considerados também como Cognitivos. Existem técnicas específicas para trabalhar esses comportamentos chamadas de Modificação Cognitiva do Comportamento. (Cap. 27 do livro Modificação de Comportamento) Existe características do comportamento que podem ser medidas chamadas de dimensão do comportamento. A duração de um comportamento é o período de tempo em que este perdura ex: Maria estudou durante uma hora. A frequência de um comportamento é o numero de vezes que ele ocorre em um dado período de tempo ex; Francisco plantou cinco pés de tomate no seu jardim em 30 minutos. A intensidade ou força de um comportamento se refere ao esforço físico ou energia envolvidos na emissão do comportamento ex: Marisa faz uma forte pressão quando aperta a mão de alguém. Existem estratégias para medir as dimensões do comportamento (Cap. 21 do livro Modificação de Comportamento). Embora possamos rotular alguns comportamentos por exemplo honesto, despreocupado, esforçado, inconstante, independente, egoísta, antissocial, nervoso, e outros. Estes são apenas rótulos sintéticos para as ações humanas, mas não se referem a comportamento específicos. As pessoas podem saber de uma formal geral quando você se refere “o homem está nervoso”’ mas não saberiam especificamente que comportamento está demonstrando isso, se o fato dele roer as unhas com frequência, aos movimentos constantes da perna quando está sentado na cadeira. Existe formas de medição especifica do comportamento. O que é Modificação de Comportamento? A característica mais importante da modificação de comportamento é sua forte ênfase na definição de problemas em termos de comportamento que possa ser mensurado de alguma e no uso de mudanças na mensuração comportamental do problema, como melhor indicador sobre a extensão em que o problema será aliviado. Outra característica da mudança do comportamento é que suas técnicas e procedimentos de intervenção são formas de alterar o ambiente atual de um sujeito, para ajudar tal sujeito a atuar de maneira mais completa. O termo ambiente se refere às pessoas, objetos e eventos correntemente presentes ao redor do sujeito, que afetam seus receptores sensoriais e que podem afetar seu comportamento. Aumentando a Frequência de um Comportamento por meio de Reforçamento Positivo Reforçador positivo é um sinônimo aproximado da palavra recompensa, faz com que o comportamento aumente a frequência ou probabilidade de ocorrer. Em conjunto com o conceito de Reforçador Positivo, o princípio chamado reforçamento positivo afirma que se numa determinada situação, esse evento pode ser usado para fortalecer outros comportamentos desse indivíduo em outra situações, alguém faz alguma coisa que é imediatamente seguida por um reforçador positivo, então essa pessoa tem maior probabilidade de fazer a mesma coisa novamente quando encontrar uma situação semelhante. Embora todas a pessoas tenham uma noção geral sobre recompensas, poucas têm consciência da frequência com que são influenciadas por reforçamento positivo durante cada dia de suas vidas. Alguns exemplos de reforçamento positivo são apresentados na tabela abaixo, exemplos de reforçamento de comportamento desejáveis: Situação Resposta Consequência Imediata Efeitos a longo prazo Mãe ocupada passando roupa na cozinha. Filha de 3 anos começa a brincar com o irmãozinho Mãe termina de passar a roupa e senta-se para brincar com eles por um breve período No futuro a filha tem maior probabilidade de brincar com o irmão quando a mãe tiver passando roupa, devido a atenção que lhe foi dada. Marido e mulher estão se trocando e se preparando para dormir Marido recolhe as roupas da mulher e coloca no cesto de roupa suja. Sua mulher lhe faz um carinho e agradece a atenção Em outros momentos ha maior probabilidade de o marido colocar a roupa suja no cesto. Oscomportamentos que se quer reforçar ou modificar devem ser especificamente identificados, para que possa se escolhido o estímulo reforçador a ser aplicado. Alguns estímulos são reforçadores positivos para virtualmente todas as pessoas. Comida é um reforçador positivo para quase qualquer pessoa que não se alimenta a várias horas, balas são um reforçador para a maioria das crianças. Por outro lado indivíduos diferentes são estimulados por coisas diferentes. Por exemplo em uma criança de comportamento atípico, as balas não tinham efeito nenhum para reforçar um comportamento de falar usando frases e sentenças completas, porém escutar uma caixinha de música por alguns segundo veio a ser um reforçados eficaz. O interessante é utilizar um reforçador que seja eficaz para o sujeito com quem se está trabalhando. É importante manter em mente que reforçadores positivos são eventos que fortalecem uma resposta, quando são introduzidos e adicionados após a resposta. A remoção de um evento depois de uma resposta também pode fortalecer essa resposta, isso se chama Reforço Negativo. Exemplo – comportamento de chegar atrasado no trabalho, estimulo negativo cada vez que chegar atrasado é descontado no salário, mudança de comportamento começar a chegar mais cedo para não ser descontado no salário. Outro exemplo um pai pode insistir com um adolescente para que lave a louça. Quando o jovem o faz, a insistência para. Embora o cessar da insistência do pai, quando ocorre a lavagem da louça, possa fortalecer a resposta de lavar a louça, foi a remoção (e não a introdução) dessa insistência depois da resposta, que a fortaleceu. A maioria dos reforçadores positivos pode ser classificada em cinco títulos que de certa forma, se sobrepõem: 1 Consumíveis – itens que se pode comer ou beber ex: bala, biscoito, frutas, refrigerante. 2 atividades – assistir televisão, ler um livro favorito, jogar um jogo que gosta, olha por uma janela. 3 Manipuláveis - brincar com um brinquedo favorito, colorir ou pintar, andar de bicicleta, navegar na internet. 4 Privilégios como reforçadores se referem a oportunidade de se sentar em sua cadeira favorita, usar uma roupa predileta, ter um quarto só para si, ou desfrutar de algum item que se possa possuir ao menos temporariamente. 5 Sociais – inclui tapinha nas costas, abraços e elogios, sorrisos e até mesmo um simples olhar ou outra indicação de atenção social. Exemplo de Reforço Positivo X Reforço Negativo Reforço Positivo Reforço Negativo Situação Animal na caixa de Ekinner privado de àgua Animal na caixa de Eskinner recebendo choque eletrico Comportamento Pressionar a barra Pressionar a barra Consequência Apresentação de àgua Retirada do choque Tipo de operação Adicionar estimulo ao ambiente Retirar estímulo do ambiente Natureza do Estímulo Reforçador positivo Reforçador negativo Efeito sobre o comportamento Aumentar a probabilidade de ocorrência Aumentar a probabilidade de ocorrência Talvez sejam necessárias várias tentativas para encontrar, por tentativa e erro, um reforçador adequado, para um determinado sujeito. Outro método consiste em simplesmente observar o sujeito em suas atividades diárias e notar as atividades nas quais se envolve diárias e notar as atividades nas quais se envolve com maior frequência. Esse método utiliza um princípio formulado inicialmente por David Premack (1959) que afirma que a oportunidade de emitir um comportamento, que tem grande probabilidade de ocorrer, pode ser usada para reforçar um comportamento com menor probabilidade de ser emitido. A maioria dos reforçadores não será eficaz, a menos que o sujeito tenha sido privado deles por algum período de tempo, antes de seu uso ex: balas não será uma reforçador eficaz para uma criança que tenha acabado de comer um pacote de balas. Usamos a palavra privação para indicar o tempo, antes de uma sessão de treinamento, durante o qual um sujeito não experimenta o reforço. O termo saciação se refere a condição na qual o sujeito experimentou o reforço tantas vezes que ele não é mais reforçador. Eventos como privação ou saciação: Alteram temporariamente a eficácia de um reforço Alteram a frequência do comportamento reforçado por aquele reforço, que são chamados de operações motivacionais - OM. Assim, a privação de alimento não apenas estabelece o alimento como um reforçador eficaz para a pessoa que está privada de alimento, como também aumenta temporariamente a frequência de vários comportamentos que foram reforçados com comida. Exemplo: Dá comida salgada a uma criança, seria uma OM, aumentaria momentaneamente a eficácia de água como um reforço, a levaria a pedir água, correr para abrir uma torneira. O fato de ingestão de sal aumentar a eficácia da água como reforço, são eventos geneticamente determinados (isto é não aprendidos) e, por esse motivo, são chamados de operações motivacionais incondicionais. Dois tipos básicos de operações motivacionais: As estabelecedoras - a privação é um exemplo de operação estabelecedora porque aumenta temporariamente a eficácia de um reforçador. As supressoras – a saciação é um exemplo de operação supressora porque reduz temporariamente a eficácia de um reforçador. Dimensão do reforçador O tamanho (ou quantidade ou magnitude) de um reforçador é um determinante importante para sua eficácia. Caso o objetivo seja realizar várias tentativas durante uma sessão tal como para ensinar habilidades de linguagem a uma pessoa com desenvolvimento atípico, o reforçador em cada tentativa, deve ser pequeno o suficiente para reduzir ao mínimo a saciação e para maximizar o número de tentativas reforçadas por sessão. Instruções de utilização das regras Em primeiro lugar, instruções específicas acelerarão o processo de aprendizagem para o sujeito que as entendam. Acrescentar instruções a programa de reforçamento pode ajudar a ensinar pessoas a seguir instruções. No entanto, como o suborno envolve, tipicamente, instruções e reforçadores, alguns críticos acusaram os reforçadores de comportamento de usar suborno. Suponha agora que um pai (ou mãe) ofereça a um filho uma ficha, que pode ser trocada por parte de sua mesada, caso a criança complete a tarefa de casa em um determinado período de tempo. Isso é suborno? Não. Ë a utilização de instruções a respeito de um programa de reforçamento para fortalecer comportamento desejado. Suborno é quando é oferecido um presente ou recompensa para induzir uma pessoa a cometer um ato imoral ou ilegal. Contiguidade do reforçador Para ter um máximo de eficácia, um reforçador deve ser liberado imediatamente após a resposta desejada. Como no exemplo anterior que o marido recolhe a roupa da esposa do chão e coloca no cesto de roupa suja, e a mulher agradece imediatamente. Mas as vezes, é eficaz dizer a uma criança que se ela arrumar todo seu quarto de manhã, a noite seu pai trará um brinquedo novo. Podemos verificar que as pessoas realmente trabalham por reforçadores muito atrasados, como diplomas universitários. No entanto, é um equívoco atribuir tais resultados apenas aos efeitos do princípio de reforçamento positivo. O efeito do princípio do reforçamento positivo é a maior frequência de uma resposta, devido as suas consequências reforçadoras imediatas, o efeito indireto do reforçamento positivo é o fortalecimento de uma resposta tal como de um servidor sair mais cedo para o trabalho, que é seguida de um reforçador ganhar um bônus, para trocar mais no final do mês por um cash extra, mesmo que seja um reforçador atrasado. Assim reforçadoresatrasados podem ter efeito sobre o comportamento devido as instruções sobre o comportamento que leva ao reforçador e devido a autoafirmações (ou pensamentos) que se interpõem entre tal comportamento e o reforçador atrasado. Quando um comportamento precisa ocorrer antes que um reforçador seja apresentado, dizemos que o reforçador é contingente a tal comportamento (ou seja pode ou não ocorrer, algo incerto, duvidoso). Se um reforçador é apresentado em determinado momento, independentemente do comportamento que o precede, dizemos que é não contingente. Exemplo: Catarina é instrutora de natação, estava tentando convencer os nadadores da importância de treinar as viradas no final de cada piscina, e de nadar as séries sem parar. Ela introduziu uma recompensa em seus treinos, durante os últimos 10 minutos de cada treino, os nadadores tinham permissão de participar de uma atividade recreativa de sua escolha. Mas os resultaram não deram certo, não houve melhora. Pois um atividade recreativa, não contingente, incorporada aos treinos pode aumentar o comparecimento, mas não é provável que tenha muito efeito sobre o comportamento de treinar. Assim ela teve que tornar a atividade recreativa contingente ao comportamento, eles so teriam a atividade, se somente se, nos treinos seguintes tivessem um numero X de viradas e de nadar suas séries sem interrupções, ganhando assim o reforçador no final. Dessa forma, é essencial assegurar que o reforçador seja contingente a comportamentos específicos que queira melhorar. Suponhamos agora por exemplo, que sem que seus pais saibam Eduardo esteja rabiscando parede com lápis de cera, quando o pai chama “Eduardo vamos tomar sorvete” acontece um comportamento que acidentalmente seguido por um reforçador pode ser fortalecido, ainda que não tenha produzido o reforçador. Esse é chamado de reforçamento fortuito ou comportamento supersticioso. Reforçadores Naturais A maioria dos comportamentos, na vida cotidiana, é seguida por reforçadores mesmo que ninguém tenha, específica ou deliberadamente, programado os reforços para aumentar ou manter esses comportamentos. Com frequência ler placas de aviso é reforçado por se encontrar objetos ou caminhos desejados. Comportamentos verbais e sociais são reforçados pelas reações de outras pessoas. Reforçadores não programados, que ocorrem na vida cotidiana normal, são chamados de reforçadores naturais e os cenários em que ocorrem são chamados de ambiente natural. Depois de termos fortalecido um comportamento por meio do uso adequado do reforçamento positivo, é possível então que o reforçador presente no ambiente natural do indivíduo assuma a manutenção de tal comportamento. Ex: começar a trabalhar com reforçadores como balas com crianças atípicas para incentivar a nomeação de objetos falado pelas crianças. No entanto quando as crianças deixam a sala de aula podem encontrar em seu ambiente reforçadores naturais como recebendo muita atenção dos pais e elogios quando pronunciam as palavras nomeando os objetos. Assim o modificador de comportamento sempre deve tentar assegurar que o comportamento, que está sendo instalado num programa de treinamento, será reforçado e mantido no ambiente natural. Ciladas do Reforçamento Positivo Pessoas que conhecem o princípio do reforçamento positivo podem usá-lo para conseguir modificações desejadas no comportamento. O princípio opera igualmente bem para as pessoas que não tem consciência dele. Infelizmente os que não o conhecem têm possibilidade de usá-lo, inadvertidamente, para fortalecer um comportamento indesejado. Ex: Situação Resposta Consequência Efeito a longo prazo Um pai está ocupado passando roupa e seus dois filhos pequenos estão brincando Uma das crianças bate na cabeça do irmão com um caminhão de brinquedo O pai para de passar a roupa e senta com as crianças para brincar um pouco Há maior probabilidade de a criança bater no irmão no futuro para conseguir a atenção do pai Ao se preparar para o trabalho de manhã o homem não consegue encontrar uma camisa limpa Ele esbraveja gritando “onde está minha camisa”. A esposa imediatamente encontra a camisa do marido No futuro há maior probabilidade de o marido gritar e esbravejar Diretrizes para aplicação eficaz do reforço Positivo • Selecionar o comportamento a ser intensificado – o comportamento alvo deve ser um comportamento específico, em vez de uma categorial em geral de comportamentos. Além disso selecione um comportamento que ficará sob o controle de reforços naturais depois que sua frequência for maior. • É interessante caso necessário aplicar um questionário para identificar reforçadores fortes, selecione reforçadores fortes: estejam prontamente disponíveis; possam ser apresentados imediatamente após o comportamento desejado; possam ser usados varias vezes sem causar saciação rapida; • Não requeiram muito tempo para ser consumidos; • Use tantos reforçadores quanto possível . Aplicando o reforçador: • Explique sobre o reforçador antes de iniciar; • Reforce imediatamente após o reforçamento desejado; • Descreva o comportamento desejado para o indivíduo, enquanto o reforçador estiver sendo dado (ex: você arrumou seu quarto muito bem). • Use muito elogios e contato físico (caso seja apropriado e sejam reforçadores para o sujeito). No entanto, para evitar saciação, varie as frases que usar como reforço sociais (ex. Não diga sempre muito bem, pode utilizar excelente, ótimo, parabéns) Desligamento do reforço • Se, durante cerca de 12 ocasiões, um comportamento estiver ocorrendo com a frequência desejada, pode se tentar gradualmente eliminar os reforçadores e tentar manter através do reforço social; • Procure outros reforçadores naturais no ambiente que também possam manter o comportamento; • A fim de assegurar que o comportamento está sendo reforçado ocasionalmente e que a frequ6encia desejada está sendo mantida, planeje avaliações periódicas do comportamento. APRENDIZAGEM DE DISCRIMINAÇÃO DE ESTÍMULOS E CONTROLE DE ESTÍMULOS Como vimos em capítulos anteriores o comportamento é fortemente afetado por suas consequências. Comportamento que é reforçado aumenta. Comportamento que não é reforçado se reduz. No entanto, qualquer comportamento so tem valor se ocorrer nos momentos certos e em situações adequadas. O ser humano se comporta de acordo com situações e ambientes, assim como aprendemos fazer isso? Compreendemos que sempre há outras pessoas, locais ou coisas ao redor, quando o comportamento é reforçado ou extinto ex: quando uma criança está brincando na rua com seus amigos dizer palavrões tem probabilidade de ser reforçado com risadas e atenção. Porém, quando ele esta em casa com sua vó dizer palavrões provavelmente não será reforçado e pode até ser punido. Assim os comportamentos de Joãozinho se tornam altamente prováveis na presença de crianças na rua e improváveis na casa de seus avós. Qualquer situação na qual ocorra comportamento pode ser analisada em termos de três conjuntos: • Os estímulos que existem imediatamente antes da ocorrência do comportamento, chamados de estímulos antecedentes (tal como a presença dos amigos ou a mesa do jantar da casa dos avós, imediatamente antes de dizer um palavrão. • O comportamento em si (os palavrões ditos pelo garoto) • As consequências do comportamento (aprovação ou desaprovação) Quando um comportamento é reforçado na presença de determinado estímulo e não de outros tal estímulo começa a exercer controle sobre a ocorrência daquele comportamento. Porexemplo: numa escola de primeiro grau quando as crianças viam um cartaz em grandes letras dizendo OLHEM PARA A PROFESSORA, elas escutavam atentamente o que a professora tinha a dizer, porque fazê-lo era reforçado na presença daquele estímulo. Dizemos que o estímulo exerceu controle sobre o comportamento. Quando determinado comportamento tem mais probabilidade de ocorrer na presença de determinado estímulo e não de outros, dizemos que o comportamento está sob o controle daquele estímulo. Usamos a expressão Controle de Estímulo para nos referirmos ao grau de correlação entre um estímulo e uma resposta subsequente, ou seja quando o estímulo ocorre, à resposta tem alta probabilidade de ocorrer em seguida. Enquanto alguns estímulos representam previsões consistentes de que determinado comportamento será reforçado, outros estímulos indicam consistentemente que determinado comportamento não será reforçado. Assim o processo pelo qual aprendemos a emitir um comportamento específico na presença de alguns estímulos e não na presença de outros é chamado de aprendizagem de discriminação de estímulos. Tipos de estímulos controladores: S₫ e S Um tipo de estímulo controlador é o S₫ ou estímulo discriminativo (controla ou evoca uma resposta, mas jamais elicia). Caso uma resposta tenha sido reforçada apenas na presença de determinado estímulo, tal estímulo é chamado de S₫. Simplificando um S₫ (fala-se “esse-de”) é uma deixa de que determinada resposta terá bom resultado. No entanto, caso uma resposta tenha sido colocada em extinção apenas na presença de determinado estímulo, tal estímulo é chamado de S (esse é chamado de “esse delta”). Assim um S₫ é chamado de estímulo para reforçamento e S pode ser chamado de estímulo para a extinção, ou seja é uma deixa de que determinada resposta não terá resultado. Ex: amigos da rua são um estímulo para S₫ para a resposta chamar palavrões, porque essa resposta foi reforçada pela risadas e atenção. O estímulo avós é um S para a resposta usar palavrões, pois não foi reforçado na presença deles. Assim um S₫ sempre um estímulo para uma resposta e um S para outra simultaneamente. Por exemplo: quando a professora apresentava o cartaz OLHEM PARA A PROFESSORA tal estímulo era um S₫ para o estímulo adequado das crianças e o S para o comportamento inadequado das crianças. Para Skinner a formulação adequada da interação entre um sujeito e seu ambiente deve sempre especificar três coisas: • A ocasião sob a qual uma resposta ocorre • A resposta em si • As consequências reforçadoras A interação entre tais elementos são as contingências de reforçamento. Dessa forma, todos os esquemas de reforçamento (incluindo a extinção). Tríplice Contingencia estímulo, resposta e consequência. Treino de discriminação de estímulos se refere ao procedimento de reforçar uma resposta na presença de um S₫ e de colocar tal resposta em extinção na presença de um S . Se o treino for adequado, os efeitos podem ser assim descritos: • Controle de estímulo - correlação alta entre um estímulo e uma resposta • Discriminação de estímulos – a resposta ocorre diante do S₫ e não ocorre diante de um S Generalização de Estímulos A generalização de estímulo ocorre quando um comportamento se torna mais provável na presença de um estímulo ou situação, por ter sido reforçado na presença de outro estímulo ou situação. Em outras palavras em vez de discriminar entre dois estímulos e responder diferentemente a eles, o indivíduo responde da mesma maneira a dois estímulos diferentes. Assim a generalização de estímulos é o oposto da discriminação de estímulos. Considere um exemplo: uma criança pequena aprende a dizer au-au quando o pai lhe apresenta um animal de quatro patas, grande, peludo de orelhas caídas, e que late. Num outro momento, a criança vê um tipo diferente de cachorro grande e diz au-au. Felizmente, evoluímos de tal forma que, quanto maior a semelhança física entre dois estímulos, maior generalização de estímulo ocorrerá entre eles. Generalização de estímulos aprendida envolvendo semelhança física mínima – imagine que uma criança aprenda a dizer “cachorro” diante de um pastor alemão. Será que a criança diria “cachorro” espontaneamente diante de um Chihuahua? Provavelmente não, pois são diferentes em muitos aspectos. Nesse caso a pouca probabilidade de ocorrer generalização de estímulos até que a criança tenha aprendido a classe de estímulo “cachorro”. Uma classe de estímulos de elementos em comum é um conjunto de estímulos, todos com algumas características físicas em comum. Muitos modificadores de comportamento se referem a tal conjunto de estímulos simplesmente como classe de estímulos. Ex: quando uma criança aprende a dizer a palavra carro, ao ver um determinado carro, a criança provavelmente apresentará generalização de estímulos não aprendida e será capaz de identificar outros carros. Outro exemplo, para ensinar uma criança a identificar a cor vermelha, você pode reforçar a resposta vermelho diante de muitos objetos vermelhos diferentes, e colocar tal resposta em extinção diante de objetos que não são vermelhos. Assim depois de algum tempo a criança aprenderá a reconhecer como vermelho desde uma caneta até um carro, apesar de serem objetos totalmente diferentes. Generalização de Estímulos Aprendida devido a classes de equivalência de estímulos. Suponha que alguém lhe mostre uma cenoura, um lápis, uma ervilha, uma calculadora e uma caixa de leite, e lhe peça para identificar os itens alimentares, obviamente você o fará. Você estaria apresentando comportamento conceitual em relação ao conceito alimentos. Apesar de não haver fisicamente nada semelhante entre esses itens alimentares citados, mas aprendemos que tais itens pertencem a uma classe de equivalência de estímulos, um conjunto de estímulos dissimilares no qual todos os elementos da classe controlam a mesma resposta, qual seja, alimento. Utilização de Regras: Descrição das contingências O desenvolvimento de controle de estímulo quase sempre envolve tentativa e erro – várias tentativas de reforçamento positivo para um comportamento, na presença de S₫, e várias tentativas deixando esse comportamento sem reforço, na presença de um S . No caso do garoto que falava palavrões na rua com os amigos, por ser incentivado com risadas e atenção S₫, e passou não ocorrer na presença dos avós S , por tentativa e erro. Os palavrões do garoto ilustram o que é chamado de comportamento modelado pelas contingências. É o comportamento que é desenvolvido por meio dos efeitos de ação direta do reforçamento, na ausência de informações que especifiquem as contingências, pois ninguém disse ao garoto “diga palavrões que nós daremos risadas e atenção”. No entanto, o comportamento das crianças em sala de aula no qual a professora trabalha com um aviso OLHEM PARA A PROFESSORA, ilustra bem o que é comportamento governado por regras, pois uma regra descreve uma contingência de reforçamento – estímulos, comportamento e consequência. Comportamento governado por regras é aquele que é controlado pelo enunciado de uma regra, quando se deseja desenvolver um bom controle de estímulo sobre determinado comportamento, deve sempre fornecer ao sujeito uma regra ou um conjunto de regras, determinando quais os comportamentos e em que situações, levarão a que consequência. Diretrizes para o Treino Eficaz de Discriminação de Estímulos • Escolha sinais claros. Especifique o S₫ e ao menos um S (ou seja especifique as condições que um comportamento deve e não deve ocorrer • Selecione um reforçador adequado • Desenvolva a discriminação:• Planeje a ocorrência de várias respostas reforçadas na presença do S₫. Especifique claramente, numa regra, a sequência S₫ - resposta desejada – reforçador. Ajude a identificar deixas que indiquem que o comportamento será reforçado versus deixas que indiquem que o comportamento não será reforçado e, quando adequado use instruções para ensinar o sujeito a agir de uma determinada forma sob um conjunto de circunstâncias, mas não sob outro. No inicio mantenha constante as deixas verbais. Afixe as regras num local visível e reveja-as regularmente. Tenha em mente que o controle do estímulo sobre o comportamento não se desenvolverá, caso o sujeito não esteja atento as deixas. • Quando o S é apresentado torne muito obvia a mudança em relação ao S₫ e siga as regras da extinção. Estímulos que podem ter controle sobre o comportamento incluem coisas como: local de treinamento, características físicas e localização dos móveis, equipamentos e pessoas na sala de treinamento, período do dia em que é realizado, e sequencias de eventos que precedem e acompanham o treinamento. Uma mudança em quaisquer desses pontos pode romper o controle do estímulo. • Desligando a pessoa do treinamento – se o reforçamento estiver ocorrendo de forma certa, numa frequência desejada por um tempo desejado, e se não estiver ocorrendo em situação de S , talvez seja possível eliminar os reforçadores arbitrários e manter o comportamento com reforçadores naturais. Procure sempre reforçadores naturais para que possam manter o comportamento. Planeje avaliações periódicas do comportamento para assegurar-se que ele está sendo reforçado ocasionalmente e que a frequência desejada de do comportamento, na presença de S₫ é mantida. Regras e Objetivos Regras – uma regra é uma descrição (oral ou escrita) de uma contingência de reforçamento de três termos (antecedente- comportamento- consequência). Simplificando, é uma afirmação de um determinado comportamento será recompensado em determinada situação. Ex: se você comer todas as verduras ganhará sobremesa ou se você continuar fazendo bagunça irá para seu quarto(punitivo). Às vezes os reforçadores ou eventos punitivos associados com o seguimento da regra são identificados claramente, como ilustrados nos eventos anteriores. Em outros casos as consequências estão subtendidas exemplo: um conselho você precisa ter uma boa educação acadêmica, subentende que fazê-lo levará a um bom emprego. Por outro lado regras dadas na forma de uma ordem ou de uma ameaça sugerem que o não cumprimento será punido exemplo: não mexa nesse vaso, sugere que mexer no vaso levará a algo desagradável. Comportamento Modelado pelas Contingências versus Comportamento governado por regras Imaginem Paulinho na igreja e começa a cochichar no ouvido da irmã, está a ignora e a mãe belisca o braço de Paulinho para que preste atenção, este terá menor probabilidade de cochichar comentário engraçado na igreja. Enquanto que quando Paulinho está no treino do time com seus amigos e começa a cochichar algo engraçado e todos riem, tal ato é fortalecido em tal contexto. Chamaríamos o cochichar de Paulinho de Comportamento Modelado pelas Contingências (comportamento fortalecido ou enfraquecido) em determinado contexto. Os comportamentos modelados pelas Contingências envolvem consequências imediatas e é fortalecido gradualmente, de maneira típica, por tentativa e erro. Porém se o treinado querendo reduzir o cochicho diz para Paulinho no inicio do treino “se você ouvir com atenção e não cochichar quando eu estiver falando com o time, teremos 5 minutos a mais de jogo no final do treino. Durante o treino Paulinho repete várias vezes a regra para si mesmo, aguenta todo o treino e no final ganha o reforçador (comportamento governado por regras). O comportamento governado por regras muitas vezes envolve consequências atrasadas e leva com frequência a uma mudança imediata de comportamento. Quando as regras são especialmente úteis No programa de modificação de comportamento deveriam sempre incluir instruções na forma de regras, mesmo com sujeito com habilidades limitadas. Pois o programa de modificação de comportamento deve ser explicado claramente para todos os clientes. Quando se deseja uma mudança rápida de comportamento – o uso correto de regras pode produzir mudanças mais rápidas do que a modelagem, o encadeamento ou experiência de tentativa e erro com reforçamento e extinção. Ex: um psicólogo do esporte que tenta ajudar uma patinadora, explica uma regra a está, se você se concentrar em coisas nas quais pensa enquanto está patinando bem em um treino, então realizará bem todos os elementos da coreografia, exatamente como faz no treino. Ensaiar tal regra, repetindo para si mesma, pode ter ajudado a patinadora a se concentrar nas dicas que normalmente lhe permitem executar os saltos bem, ao invés de se preocupar com a possibilidade de cair. Regras Eficazes e Ineficazes Dissemos que uma regra é uma dica de que se comportar como especificado na rega levará a um reforçador ou a fugir ou se esquivar de um estímulo aversivo. Algumas condições que afetam as regras: 1 – Descrições específicas versus descrições vagas – Uma regra que descreve o comportamento de maneira específica tem maior probabilidade de ser seguida do que uma regra que descreve o comportamento de maneira vaga. Ex: dizer a jovens patinadores que se “treinarem se tornaram patinadores melhore” e menos eficaz, do que dizer que, se vocês tentarem realizar 60 saltos e giros em cada treino de 45 minutos você se tornarár um patinador melhor. 2 - Regras que descrevem circunstancias específicas e prazos para um comportamento específico, que levará a resultados evidentes e prováveis, frequentemente são eficazes mesmo que os resultados sejam atrasados. 3 – Já regras que são vagas na descrição do comportamento e das circunstancias para que este ocorra, que não determinam um prazo para o comportamento e que levam a consequência pequenas ou improváveis, são, com frequência ineficazes. Ex: “Vou parar de comer sobremesa e começar a me exercitar 3 vezes por semana”, porque é ineficaz? Porque comer sobremesa é imediatamente reforçado pelo sabor delicioso, exercita-se muitas vezes envolve punições bastante imediatas ( calor, cansaço, suor), as circunstâncias são pequenas demais para se notar, sendo significativa apenas cumulativamente, como perder peso, é um processo longo, demorado e muitas vezes não é percebido. Roteiro para uso Eficaz de regras • As regras devem estar dentro da capacidade de compreensão do sujeito a quem será aplicada • As regras devem determinar claramente: • As circunstancias nas quais o comportamento deve ocorrer. • O comportamento específico que o sujeito deve emitir. • Um prazo para a emissão do comportamento. • As consequências específicas para o seguimento das regras. • E/ou as consequências específicas para o não seguimento das regras. • As regras devem descrever resultados específicos e prováveis, e não resultados pequenos e improváveis. • Regras complexas devem ser subdivididas em passos fáceis de seguir • As regras devem ser anunciadas de maneira agradável e educada. • Deve se ajudar a deixar as regras, para que outros estímulos presentes passem a controlar o comportamento. Objetivos Em contextos industriais e Organizacionais, programas com objetivos definidos levaram a um melhor desempenho em determinadas áreas nas organizações. Nos esportes também, programas que estabelecem objetivos traçados levaram a melhores resultados atletas de áreas diversas. Em linha geral, um objetivodescreve um nível de desempenho que um sujeito ou grupo deve trabalhar para alcançar, estes são considerados como motivacionais, como um comprometimento da pessoa com o esforço e a dedicação necessária para alcançar o sucesso. Roteiros para estabelecimento de objetivos Há forma de estabelecer objetivos que são claramente mais eficazes do que outras, para influenciar comportamento. • Estabeleça objetivos que sejam específicos, realistas e desafiadores • Identifique os comportamentos específicos e as circunstancias nas quais eles devem ocorrer para que os objetivos sejam atingidos • Seja claro sobre as consequências específicas que podem ocorrer ao cumprir ou a não cumprimento dos objetivos • Divida objetivos de longo prazo em vários objetivos de curto prezo • Se o objetivo for complexo estabelece um objetivo de ação para atingi-lo • Estabeleça prazos para atingir os objetivos • Assegure de que as pessoas envolvidas estejam comprometidas com o objetivo • Desenvolva um sistema para monitorar o progresso em direção ao objetivo • Ofereça Feedback positivo a medida que aparecer progresso em direção aos objetivos Bibliografia MARTIN, G.; PEAR, J. Modificação do Comportamento – o que é e como fazer? São Paulo: Editora Roca, 2009.
Compartilhar