Buscar

direitopenal_leobarreto[1]

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 242 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 242 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 242 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL 
 
 
PROF: LEONARDO BARRETO 
 
PRINCÍPIOS 
 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA 
 
Base de uma visão do DP: DP mínimo, que se desdobra em: 
(1) FRAGMENTARIEDADE. Somente os bens jurídicos mais importantes devem 
ser protegidos. Só os ataques mais intoleráveis devem ser incriminados. 
(i) Quando o ataque for insignificante, nós aplicamos o PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA ou DA BAGATELA. HC 84.412, no qual o STF 
decidiu que esse princípio AFASTA A TIPICIDADE. 
(ii) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: aquilo que todo mundo aceita 
está fora do DP. Exemplo: furar orelha da criança. Alguma mãe já foi 
processada por furar a orelha da filha? Não, socialmente aceitável. 
(2) SUBSIDIARIEDADE. DP é o último instrumento que deve ser utilizado para 
proteger bens jurídicos, ultima ratio. Não preciso incriminar danos culposos. 
 
Não confundir MINIMALISMO com GARANTISMO, sendo dois movimentos 
complementares, mas distintos. Garantismo é o movimento que na atualidade é 
sustentado por Ferrajoli, “Direito e Razão”, donde derivam dez axiomas: 
(i) Não há pena sem crime. 
(ii) Não há crime sem lei. 
(iii) Não há lei penal sem necessidade. 
(iv) Não há necessidade sem ofensa ao bem jurídico. 
(v) Não há ofensa ao bem jurídico sem conduta. 
(vi) Não há conduta sem culpabilidade. 
(vii) Não há culpabilidade sem processo penal. 
(viii) Não existe processo sem acusação. 
(ix) Não há acusação sem provas. 
(x) Não há provas sem defesa. 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL. 
 
Exige ser humano de carne e osso. Não existe responsabilidade coletiva no DP. 
Tampouco responsabilidade penal societária. Dentro de uma sociedade, só responde 
pelo crime o responsável pelo fato. Também não há responsabilidade familiar. Apesar 
disso, ainda há problemas. 
 
HC 18.206, caso do juiz Nicolau. Esposa do juiz denunciada como co-autora. 
STJ entendeu que não se pode processar a esposa pelo simples fato de ser esposa e saber 
de tudo. 
 
E responsabilidade penal da PJ? A CF prevê duas hipóteses: (i) econômico e (ii) 
ambiental; por ora, só regulamentado por lei ambiental. É realmente PENAL? O DP foi 
estruturado para incidir sobre pessoa física. Problemas. Doutrina majoritária diz que não 
se trata de DP mas sancionadora ou administrativa. STJ, REsp 564.960 disse que é, no 
entanto, responsabilidade penal. 
 
TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO. Necessário processar criminalmente a PF 
que praticou o crime ambiental e, quando couber, a PJ. Essa doutrina foi aceita pelo 
STJ. 
CUIDADO!!!!!! A TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO NA VERDADE 
MENCIONA QUE A PESSOA JURÍDICA PODE SER RESPONSABILIZADA, 
PORÉM PREDOMINA NA DOUTRINA O ENTENDIMENTO QUE NÃO PODE 
PRATICAR CRIME, POIS NÃO POSSUI CONDUTA FERINDO DESSA FORMA 
OS PRINCÍPIOS ACIMA MENCIONADOS. 
 
OBS: PORÉM A BANCA CESPE, BEM COMO AS OUTRAS BANCAS COMO 
ESAF, FCC E ETC ABORDAM A QUESTÃO MENCIONANDO QUE A PESSOA 
JURÍDICA PRATICA CRIME E A RESPONSABILIDADE É DE ACORDO COM A 
TEROIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO, ENTÃO O CUIDADO ACIMA 
MENCIONADO SERVE PRA PROVAS DISCURSSIVAS. 
 
 
 
RESPONSABILIDADE POR RICOCHETE ou DE EMPRÉSTIMO. 
 
Pode haver responsabilização penal de pessoa jurídica de direito público? 
Doutrina: lei não distingue, logo é possível. STJ sinalizou no REsp 564.960 que não é 
possível. 
 
OBS: VALE A PENA LEMBRAR QUE TAL ASSUNTO É EXTREMAMENTE 
CONTROVERTIDO, POIS É DIFÍCIL VISUALIZAR QUAL TIPO DE MEDIDA DE 
PUNIÇÃO SERÁ FEITA, COM ISSO SERIA O ESTADO PUNINDO O PRÓPRIO 
ESTADO COMO POR EXEMPLO: O ESTADO PAGANDO UMA MULTA PARA SI 
PRÓPRIO, PAGANDO PENAS ALTERNATIVAS E POR ÚLTIMO DEIXANDO, 
DE CONTRATAR COM O PRÓPRIO SERVIÇO PÚBLICO, GERANDO DESSA 
FORMA UM RETROCESSO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
 
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. 
 
Em DP só se pune o agente que agiu com dolo ou culpa. Não existe a 
responsabilidade objetiva. Quem se envolve num fato, sem dolo ou culpa, não pode ser 
responsabilizado. Exemplo: motorista, dirigindo carro novo que tem barra de direção 
quebrada, causa acidente. Não há culpa, nenhum dever foi descumprido, nem dolo 
CONSTITUINDO UM ACIDENTE. 
 
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE. 
 
 O agente do fato só pode ser reprovado (culpado) penalmente quando (i) tinha 
capacidade de se motivar de acordo com a norma e (ii) podia agir de maneira diversa e 
não agiu. Uma criança com quatro anos de idade entende o que está fazendo? Mas 
policial prendeu menininha em flagrante por infração! 
 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
(i) TEORIA PARITÁRIA. Lei não pode distinguir pessoas em situações em 
abstrato. Foi a primeira teoria, Revolução Francesa. 
(ii) TEORIA VALORATIVA. Lei pode fazer distinções desde que justificadas. 
Quando não justificadas, discriminação. Exemplo: mãe tem direito a 120 dias de 
licença maternidade enquanto pai, apenas cinco. Mas diferença justifica-se. Ex.: 
questão da altura em edital para policiais. STF já se manifestou, dizendo que 
quando a natureza da função exige porte físico, trata-se de uma distinção 
razoável. Exemplo: lei dos juizados federais apreciava casos de ofensas de 
menor potencial ofensivo de até dois anos, mas juizados estaduais exigiam um 
ano; não havia razão para a discriminação e STJ decidiu nesse sentido. 
 
PRINCÍPIOS RELACIONADOS À PENA 
 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PENA INDIGNA. 
 
CF proíbe uma série de penas. Exemplo: juíza que condenou advogado a 
trabalhar como lixeiro. LEP exige que pena respeite formação do condenado. STJ 
cassou. 
 
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS. 
 
 Beccaria foi o grande defensor. 
 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
Cinco corolários: 
(1) NECESSIDADE DA PENA. Entendimento encampado pelo CP: 59. Doutrina: 
Roxin, para quem a pena tem dois fundamentos: (a) culpabilidade e (b) necessidade 
concreta da pena. Quando a pena for desnecessária, o juiz não deve impô-la. 
Exemplo: perdão judicial de pai que mata filho em acidente de trânsito, porque já foi 
punido, houve pena natural. IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO. Aqui, o fato é 
importante inicialmente, mas depois se torna irrelevante. TRF4, descaminho e 
sonegação de imposto de R$1.000,00. Como limite da insignificância para o TRF4 
era R$100,00, não podia aplicar esse princípio; adotou então esse outro princípio. 
 
 
(2) PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA. Três momentos: 
(a) COMINAÇÃO. Individualizada pelo legislador. 
(b) APLICAÇÃO. Individualizada pelo juiz. 
(c) EXECUÇÃO. Individualizada pelo juiz da execução e pelos agentes 
penitenciários. 
HC 82.959, STF reconheceu inconstitucionalidade da lei dos crimes hediondos no 
tocante à proibição do progresso do regime de cumprimento. Voto de Gilmar 
Mendes: decisivo. Lei nova, 11.464. 
 
(3) PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE DA PENA. Pena não pode passar pessoa do 
apenado. Com aplicação de pena, efetivamente várias pessoas sofrem; o que se quer 
dizer é que, pai culpado, pai paga, não filho. Com a morte do pai, impossibilidade 
de aplicação de pena. Quando pai sofre pena, herdeiros sofrem (i) PERDIMENTO 
DE BENS e (ii) INDENIZAÇÃO CIVIL, nos limites da herança. Pena de multa 
passa para herdeiros? NÃO, porque a própria CF só excepciona esses dois casos 
mencionados, legalidade. 
Princípio da Intranscedência – Menciona que a pena não passará da pessoa do 
apenado / condenado, salvo a reparação do dano que não excederá o limite do 
patrimônio herdado. É um princípio constitucional previsto no artigo 5º, XLV - 
nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o 
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limitedo valor do patrimônio transferido; 
 
(4) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO ESTRITO. 
Proporcionalidade entre pena e crime. Crime culposo com dobro de pena do doloso. 
Exemplo: beijo lascivo (com sentido sexual, contra a vontade), pena de reclusão de 
6 anos. Igual homicídio!, PENA DO CRIME DE DISPARO ILEGAL DE ARMA 
DE FOGO DE 2 A 4 ANOS E A LESÃO CORPORAL LEVE DE 6 MESES A 1 
ANO, DESSA FORMA É MELHOR ATINGIR ALGUÉM DO QUE DISPARA 
PARA O ALTO. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Desse princípio, retiramos quatro princípios: (i) não há crime sem lei, (ii) não há 
pena sem crime; (iii) legalidade de processo (processo deve estar previsto por lei); (iv) 
legalidade execucional. 
 
LEGALIDADE PENAL E CRIMINAL 
 
Quem historicamente sustentou a legalidade penal e criminal? Os iluministas, 
dos quais Beccaria (“Dos Delitos e das Penas”, 1764) e Feuerbach (código da Baviera 
em 1813), a quem se deve o “nullum crimen, nullum poena sine legem”. 
 
Constitucionalização do princípio: CF: 5º, XXXIX (“não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”). Cláusula pétrea. 
 
Não há apenas as quatro garantias clássicas decorrentes da legalidade, mesmas 
desde von Lizt (lex scripta, lex certa, lex stricta, lex praevia). 
 
LEX SCRIPTA. Lei escrita e regularmente publicada no Diário Oficial. 
(1) LEX POPULI. Lei deve ser aprovada pelo Parlamento. Já houve 9.639/98, art. 11, 
par. único. O caput deu anistia para crimes previdenciários por autoridades 
municipais. O parágrafo único estendia a anistia a todos cidadãos restantes, a 
despeito de inexistir aprovação pelo Parlamento. Mas como lei benéf.ica, mesmo 
que por um único dia, juízes federais foram extinguindo ações, e demorou dois anos 
para o STF tomar posição (HC 77.724 do STF). 
(2) LEX CERTA ou princípio da certeza. Proibidas leis vagas. 
(3) LEX CLARA. Lei inteligível, compreensível. 
(4) LEX DETERMINATA. A lei deve descrever fatos passíveis de comprovação. 
(5) LEX RATIONABILIS. Lei razoável. Punir beijo lascivo com pena de até seis anos: 
não é razoável. 
(6) LEX STRICTA. Não cabe analogia contra o réu em direito penal. Favorável pode. 
Exemplo: cola eletrônica. Inicialmente, denunciado como estelionato, mas não 
coube no tipo. Não havendo tipificação, não poderia ser apenado. 
(7) LEX PRAEVIA. Princípio da anterioridade. 
 
Um nono princípio vale para o CRIME: NULLA LEX SINE INIURIA, “não há lei 
sem ofensa”, a regra incriminadora deve conter verbo que indique comportamento 
ofensivo. “Crime de manipulação de remédio”: absurdo! 
1) Princípio da Legalidade – É um princípio constitucional e está previsto 
no artigo 1º do Código Penal, bem côo no artigo 5º, xxxix, mencionando 
que não existe crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia 
cominação legal. 
* Este princípio menciona que somente algumas leis poderão tratar 
matéria de direito penal. 
 
Ex.: Princípio da Reserva legal - Leis Ordinárias e Leis 
Complementares, uma vez que essas leis sofrem aprovação rígida pelo 
Congresso Nacional, sendo assim não poderão tratar de matéria penal as 
leis delegadas, resoluções, decretos legislativos e medida provisória. 
 
Legalidade X Norma Penal em Branco 
 
a) Própria  Anvisa (Poder Executivo) Drogas 
b) Imprópria 
 
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
 
Código Penal – Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro 
contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode 
ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou 
impedimento, anule o casamento. 
 
Funcionário público 
 
Código Penal - Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, 
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública. 
 
 
1.Princípio da Insignificância - estabelece que o Direito Penal somente se preocupa 
com os bens jurídicos relevantes ou significantes dessa forma quando se tratar de bens 
jurídicos insignificantes estaremos diante de um fato atípico, tal princípio é decorrente 
da tipicidade material oriunda da tipicidade penal conglobante. 
 
Garantismo Penal – O Direito Penal deve ser interpretado à luz da Constituição 
Federal, na qual todos os direitos e garantias inerentes ao cidadão trazidos pela Norma 
Suprema devem ser respeitados e garantidos ao se interpretar o Direito Penal. 
 
Não se admite reincidência (condenação transitada em julgada) no Princípio da 
Insignificância. 
 
Obs1.: Não se admite o Princípio da Insignificância no Tráfico de Drogas. 
Obs2.: Não se admite o Princípio da Insignificância em crimes com violência ou grave 
a ameaça. 
Obs3.: Não se admite o Princípio da Insignificância em crimes contra a fé pública. 
Obs4.: Admite-se o Princípio da Insignificância no crime de usuários de drogas. 
Obs5.: Admite-se o Princípio da Insignificância nos crimes ambientais. 
 
 
2.Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – 
 
Constituição Federal – art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu; 
A lei penal retroagirá apenas em favor do réu, In bonan Partem. 
 
Extra-atividade – gênero 
 
Retroatividade – A lei somente será retroativa quando for em favor do réu. Quando a 
lei posterior for mais benéfica em favor do réu, ela retroagirá. 
 
Ultra-atividade – Ocorre quando a lei mesmo revogada mantém os seus efeitos há sua 
época. Quando a lei posterior for mais gravosa do que a antiga que já está revogada, 
ocorre a ultra-atividade da lei penal. 
 
Lei 8.072/90 - Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em 
regime fechado. 
 
Lei 11.464 /07 - § 1
o
 A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
inicialmente em regime fechado. 
 
A lei 11.464/07 permitiu a progressão de regime com o valor da progressão genérica do 
Código Penal de 1/6 para a progressão para os réus presos a época da lei. 
 
Obs.: Leis Temporárias ou Excepcionais - são aquelas leis que possuem a sua eficácia 
naquele determinado tempo pré-estabelecido ou durante a condição excepcional. 
 
 
Lei penal no tempo 
 
Código Penal - Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa 
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada 
em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
ATENÇÃO!!! 
Abolitio Criminis x Continuidade Normativa Típica 
Abolitio Criminis é a Exclusão do tipo penal formal e material 
Formal  retira o conceito da lei, através de uma revogação. 
Material  retira o conteúdo da lei. 
 
 
Continuidade Normativa Típica  retira apenas o conceito formal do crime, o 
conceito material permanece, porém em outro tipo penal. 
O legislador revogou o artigo sobre atentado violento ao Pudor, porém inclui-lo na 
conduta de estupro. 
 
Estupro 
 
Código Penal - Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 
 
Lei excepcional ou temporária(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
CP - Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
A lei temporária será aplicada mesmo que a condenação seja após o momento de 
sua vigência, mas é necessário que o crime tenha sido praticado no momento da 
vigência da lei, pois isso é o que caracterizará a aplicação da lei temporal. 
 
Obs1.: De acordo com a doutrina majoritária as leis temporárias são constitucionais 
devendo ser aplicadas durante o crime cometido no seu tempo pré-estabelecido ou 
durante a condição excepcional. 
 
Obs2.: Doutrina Minoritária adotada por Nilo Baptista e Raul Zafarone entende que a lei 
é inconstitucional tendo em vista que afronta o Princípio da Retroativa da lei Penal para 
beneficiar o Réu, conceito esse constitucional, dessa forma o art. 3º do CP não foi 
recepcionado pela Constituição Federal de 1988. 
 
IMPORTANTE!!! 
 
Prova Polícia Federal – deverá ser adotada: 
 
Obs1.:Uma vez que se trata de conceito Constitucional visto como exceção ao princípio 
da Retroatividade de Lei Benéfica. 
 
 
 
Tempo do Crime 
 
Código Penal - Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 1984) 
 
Considera-se praticado o crime no momento da ação e da omissão ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
Teoria da Atividade – momento da ação ou omissão ainda que outro seja o 
momento do resultado. 
Obs.: Maior / Menor de idade 
Exceção: Crimes Permanentes ou crimes continuados (o flagrante se prolonga no 
tempo) 
 
IMPORTANTE!!! 
 
Durante os crimes permanentes não se aplica absolutamente a regra do artigo 4º do 
Código Penal, trata-se de exceção a regra. Uma vez que se o menos completar a 
maioridade durante o tempo do crime permanente ele responderá pelo crime. 
Obs.: Nos crimes permanentes o momento do flagrante se prolonga no tempo. 
 
IMPORTANTE!!! 
 
Súmula 711 do STF – A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME 
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É 
ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA. 
 
Nos crimes continuados ou permanentes enquanto existir a permanência e a 
continuidade do crime poderá ser aplicada a lei do momento da prisão ainda que essa lei 
seja mais grave. 
 
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
 
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Código Penal - Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão bem como 
onde se produziu ou se deveria produzir o resultado. 
 
Teoria da Ubiquidade  Ambos são competentes para o julgamento do crime, 
tanto o lugar da ação ou omissão quanto o lugar do resultado. 
 
 
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE 
 
CP: 5º, “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional”: tal princípio da 
territorialidade, de acordo com o qual todo crime ocorrido no território brasileiro é 
regido pela lei brasileira. 
 
ABRANGÊNCIA DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE. 
 
 Esse princípio é absoluto? Não, o próprio artigo indica-o, por abrir exceção às 
regras do DI: fenômeno da INTRATERRITORIALIDADE (crime ocorre no Brasil, mas 
não incide lei brasileira). Quais crimes excepcionalmente não se regem pela lei 
brasileira? 
(1) IMUNIDADE DIPLOMÁTICA. 
(2) TPI, se crime for para o TPI, não se aplica a lei brasileira, mas o tratado de Roma. 
Lembrar que competência subsidiária. 
 
“TERRITÓRIO NACIONAL” abarca quatro coisas: (i) solo; (ii) águas internas; (iii) 
mar (12 milhas marítimas ou 22 km); e (iv) ar. O que é ZONA CONTÍGUA? São as 
outras doze milhas, que podem ser exploradas para fins comerciais, mas já é alto-mar. O 
que COLUNA ATMOSFÉRICA? Espaço aéreo sobre o qual o Brasil exerce sua 
soberania. Onde acaba? Espaço cósmico, onde nenhuma soberania é exercida. 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a 
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou 
em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Os parágrafos do art. 5º estendem o território brasileiro para EMBARCAÇÕES e 
AERONAVES: 
 
(1) Brasileiras a serviço do governo ou de natureza pública; OU 
(2) Brasileiras privadas, no espaço aéreo brasileiro ou no alto-mar (princípio da 
BANDEIRA). Se embarcação em mar territorial estrangeiro, o outro país rege a 
relação. 
 
PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO: se país local dos fatos não se interessar pelo 
processamento do fato, Brasil pode representar o país. 
 
EXTRATERRITORIALIDADE. Se houver um crime numa embarcação ou aeronave 
estrangeira privada passando pelo Brasil, caberá ao Brasil processá-lo. Exemplo do 
barco abortador holandês (na Holanda, aborto é permitido) que ancorou no alto-mar, a 
22 km da costa brasileira. 
 
CONSIDERAÇÕES: 
 
Código Penal - Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território 
nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, 
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 1984) 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Embarcações 
 Públicas ou a Serviço Público 
 
Aeronaves 
 Em alto mar; 
 Em solo brasileiro; 
 Ancorada em espaço estrangeiro. 
 
A lei a ser aplicada é a brasileira.  É o Princípio da Bandeira 
 
Embarcações 
 Privada 
 
Aeronaves 
 Em alto mar; 
 Em solo brasileiro; 
 A lei a ser aplicada é a brasileira. 
 Ancorada em espaço estrangeiro. 
 A lei a ser aplicada é a estrangeira 
 
Imunidades Absolutas 
Ex.: Diplomatas ou Chefes de Estado e sua família 
Obs.: Lei do país 
 
Cônsul (Imunidade Relativa) 
Obs.: Somente nos crimes em razão da funçãoA teoria adotada no Brasil é a territorialidade Temperada. 
 
TPI  Tribunal Penal Internacional 
Imunidades 
Questão de prova 
 
1) Crime Praticado no Brasil 
Lei brasileira art. 5º CP 
 
2) Crime praticado no estrangeiro 
Lei estrangeira – art. 7º CP 
 
3) Crime Praticado no Brasil 
Lei Estrangeira – Princípio da Intraterritorialidade 
Ex.: Diplomatas 
 
 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: 
 
(1) PRINCÍPIO DA LIVRE PASSAGEM: princípio do direito internacional marítimo, 
segundo o qual a embarcação ou aeronave estrangeira privada não precisa de 
autorização para passagem pelo Brasil; se durante essa ocorrer algum crime dentro 
da embarcação ou aeronave e tal crime, não afeta interesses nacionais, o Brasil pode 
deixar de punir. 
(2) Embarcações e aeronaves públicas e estrangeiras: não incide a lei brasileira. 
(3) Embaixadas estrangeiras no Brasil: para fins penais, território da embaixada é 
Brasil e se aplica lei brasileira, salvo se autor do crime goza de imunidade 
diplomática. Para fins processuais, precisa de carta rogatória. Lembre-se que 
embaixada brasileira no estrangeiro é território estrangeiro. 
 
CRIME À DISTÂNCIA: é o crime que envolve apenas DOIS países.[Quando crime 
envolve duas comarcas, CRIME PLURILOCAL. 
 
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE, opõe-se ao da intraterritorialidade 
(direito brasileiro não se aplica em seu próprio território). 
 
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Código Penal - Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 1984) 
Ex.: Homicídio, seqüestro. 
 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 1984) 
 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 1984) 
 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Ex.: O genocídio que é um crime contra a Humanidade, considerado hediondo e possui 
a competência da Justiça Federal. 
Aplica-se ao genocídio o Princípio Universal  TPI. 
 
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 1984) 
 
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Estrangeiro 
 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que 
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das 
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Essas são as condições cumulativas. 
 
Importante: O parágrafo segundo menciona que os crimes previstos no inciso segundo 
estarão sujeitos a condições cumulativas. 
 
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 1984) 
 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
1984) 
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Será ainda paliçada a lei brasileira nos crimes praticados por estrangeiros contra 
brasileiro desde que sejam aplicadas as condições do parágrafo segundo. 
 
CONSIDERAÇÕES: A EXTRATERRITORIALIDADE PENAL PODE SER: 
 
(1) INCONDICIONADA: caracterizada pela aplicação independentemente de qualquer 
outra circunstância. Exemplo: atentado contra o Lula. Nos casos dos incisos I, “a”, 
“b” e “c” (“Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da 
República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia 
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a 
administração pública, por quem está a seu serviço;”), aplica-se o princípio da 
DEFESA ou REAL ou DE PROTEÇÃO. 
CP: 7º, I, “d” (“de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil”), trata do princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL, bem como o CP: 7º, II, “a” 
(“que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir”). 
 
(2) CONDICIONADA. “Condicionada” porque precisa cumprir com cinco condições: 
“a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em 
que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira 
autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter 
aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro 
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável”. 
 
NE BIS IN IDEM: (i) ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime; (ii) 
condenado duas vezes; (iii) executados duas vezes. O CP: 8º traz uma exceção 
importante: EXTRATERRITORIALIDADE. 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil 
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
PENAS HOMOGÊNEAS: cinco anos cumpridos em um país leva a desconto da pena 
em outro. PENAS HETEROGÊNEAS: multa e prisão, como faz? Aplico equidade. 
DESSA FORMA, VALE A PENA LEMBRAR; 
 
Filme “Risco Duplo”: esposa condenada pelo assassinato do marido, que na verdade 
vivo; como não poderá ser condenada duas vezes pelo mesmo crime, ela assassina o 
marido. O que fazer? Prisão injusta dá crédito para o futuro? Existe crédito de pena no 
Brasil? NÃO. Mas para crimes pretéritos, pena cumprida pode valer, porque não 
estimula novos crimes. Contra erro judicial, necessária REVISÃO, podendo o Réu ou 
mesmo o MP fazê-lo. Anulado o primeiro julgamento, a pessoa pode ser processada 
pela segunda vez, pelo homicídio efetivo. Desta vez, o tempo de prisão será cumprido 
totalmente. Pelos anos de prisão, cabe indenização do Estado. 
 
SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA pode ser executada no Brasil? SIM, mediante 
homologação, desde que trate de (i) indenização civil ou (ii) medida de segurança, nos 
termos do CP:9º. 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz 
na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologadano Brasil para: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros 
efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
EXECUÇÃO NO ESTRANGEIRO. A execução de pena em outro país pode ser feita, a 
partir de acordos bilaterais do Brasil com outros Estados, que prevêem a troca de presos. 
 
EXTRADIÇÃO: entrega de uma pessoa a outro país, a pedido desse país; envolve dois 
países soberanos. 
 
ENTREGA E EXTRADIÇÃO. Quais as diferenças entre extradição e entrega? 
 
(1) A entrega, regulamentada pelo Tratado de Roma, consiste na entrega do criminoso 
pelo Brasil a órgão internacional, não a Estado soberano, como extradição. 
(2) Brasileiro pode ser entregue ao TPI, mas brasileiro não pode ser extraditado, com 
exceção de naturalizado que cometeu crime antes da naturalização ou que cometeu 
crime de tráfico de drogas. EUA vêm pedindo extradição de Fernandinho Beira-
Mar: impossível, porque brasileiro nato. Estrangeiro pode ser extraditado, salvo se 
por crime de opinião (crimes em que há abuso da liberdade de expressão) ou 
político. 
 
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de 
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de 
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
ESTRANGEIRO COM FILHO BRASILEIRO pode ser extraditado? Estrangeiro com 
mulher brasileira pode? Súmula 1 do STF, “é vedada a expulsão de estrangeiro casado 
com brasileira, ou que tenha filho brasileiro, dependente de economia paterna”; mas 
súmula 421, “não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com 
brasileira ou ter filho brasileiro”. Assim, vale a segunda súmula.1 
 
REEXTRADIÇÃO: terceiro país pede extradição de pessoa já extraditada. Exemplo: 
sujeito extraditado pelo Brasil a pedido dos EUA; Itália, por sua vez, pede extradição 
aos EUA. 
 
DEPORTAÇÃO: indivíduo ingressa no país irregularmente. 
 
EXPULSÃO diferente também: estrangeiro que atenta contra a ordem pública. 
Normalmente, estrangeiro expulso logo após cumprimento da pena. 
 
PRINCÍPIO DA COMUTAÇÃO. O Brasil pode autorizar extradição condicionada: não 
pode ser condenado à prisão perpétua ou pena de morte. Se Estado não cumpre 
condição, rompe-se tratado e cabe denúncia aos órgãos internacionais. 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES QUANTO ÁS IMUNIDADES 
 
 
. 
LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 
 
PRERROGATIVAS, funcionais ou profissionais, diferente de PRIVILÉGIOS, pessoais. 
 
4.1. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA: prerrogativa de só responder pelo crime no seu 
país de origem, de acordo com leis do país de origem. Se fato não for processado ou 
punido no país de origem, impune. Exemplo: embaixador holandês fuma maconha; fato 
atípico no país de origem, resta impune. Cabe PRISÃO? Não, pode-se simplesmente 
CAPTURAR o embaixador se pego em flagrante. Não se lavra auto de flagrante delito, 
mas pode haver IP, para mandar para país de origem e ali ser processado. QUEM? 
Membros do governo, de OI’s (OEA, ONU etc.). E o cônsul? Depende de cada acordo 
bilateral. Com os EUA, há. Mesmo quando há imunidade para cônsules, vale apenas 
para crimes funcionais. Natureza jurídica dessa imunidade diplomática? Afasta a 
punibilidade da infração no Brasil. 
 
4.2. PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 1ª condição: só pode ser processado se 2/3 da 
Câmara der licença. É condição de procedibilidade. No caso do impeachment do Collor, 
foi necessário licença da Câmara. Como conseqüência, assim que recebida a acusação 
pelo Congresso, o presidente fica suspenso de suas funções. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois 
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o 
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o 
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
 § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
 I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime 
pelo Supremo Tribunal Federal; 
 II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo 
Senado Federal. 
Qual o limite máximo de suspensão? 180 dias, cf. CF: 86, par. 2º: 
 § 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não 
estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do 
regular prosseguimento do processo. 
Pela literalidade da CF, não suspende a prescrição, apesar de Sepúlveda Pertence 
ter incidentalmente dito que suspendia a prescrição. 
 
Segunda prerrogativa: o presidente não pode ser julgado por infrações estranhas 
à função. 
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 
Terceira prerrogativa: prisional. Presidente não pode ser preso cautelarmente. 
Lembrar que flagrante tem quatro etapas e que apenas a primeira, captura, para se 
impeça de continuar (exemplo: pegam Lula batendo no Zé Dirceu; não vão deixá-lo 
matar o companheiro) é possível; após isso, se incorreria em prisão processual. Prisão 
civil? Pode. 
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, 
o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
Quarta prerrogativa: foro especial. Em caso de crime comum, STF; em caso de 
crime de responsabilidade, Senado presidido pelo presidente do STF; exemplo: caso do 
impeachment do Collor. 
Imunidade civil ou tributária: o presidente não tem nenhuma das duas. 
 
4.3. GOVERNADORES 
 
Exigem licença da Assembléia Legislativa, que é uma condição específica de 
procedibilidade. Esta e a licença exigida pelo processamento do presidente são as duas 
únicas no sistema brasileiro. 
 
Governador tem foro especial por foro de função: STJ julga. 
 
OBS: Crime de responsabilidade: depende de cada constituição estadual. Normalmente, 
órgão misto. 
 
Imunidade prisional: governador tem? Sim, só pode ser preso em flagrante por 
crime inafiançável. 
 
4.4. PREFEITOS. Têm foro especial por prerrogativa de função. Quem julga? TJ. 
Crime eleitoral: TRE; crime “federal” (não existe “crime federal”, mas crime 
processável perante justiça federal) é julgado pelo TRF. 
 
Não têm imunidade material, processual ou prisional, respondendo por todos os 
crimes que cometam, não dependendo de licença de ninguém. 
 
 
OBS: NO CRIME DE Desvio de verba pública é julgável por quem? Súmulas 208 
(“Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba 
sujeita a prestação de contas perante órgão federal”) e 209 (“Compete à Justiça 
Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao 
patrimônio municipal”) do STJ. 
 
Infrações político-administrativas: julgada pela Câmara Municipal, que pode 
destituir o prefeito do cargo. 
 
Homicídio doloso: TJ ou júri? Prepondera o foro por prerrogativa de função 
(TJ). Exceção: súmula 721 do STF (“A competência do tribunal do júri prevalece sobre 
o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição 
estadual”).. 
 
E se prefeito e vereador são co-autores? TJ ou júri? Cada um vai para o seu 
tribunal competente.4.5. ADVOGADO. Prerrogativas profissionais (em oposição a funcionais). CF: 133, “O 
advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e 
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. 
 
Tem imunidade processual? Precisa de licença da OAB? Não. 
 
Tem imunidade prisional? Sim, flagrante apenas se crime inafiançável, i.e. não 
pode ser preso em flagrante por crime afiançável. Imunidade material ou penal? Sim, cf. 
Estatuto: 7º, par. 2º, “O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, 
difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua 
atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, 
pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1127-8)”, nos crimes de injúria e difamação. 
Calúnia? Não, excluída da imunidade. Desacato? Estatuto previa, mas STF julgou 
inconstitucional na ADI 1.127. Além disso, lembrar que desacato é crime afiançável e 
de menor potencial ofensivo, e que, assim, não cabe flagrante. 
 
CP: Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo 
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela 
difamação quem lhe dá publicidade. 
 
Injúria ou difamação incorrida em juízo contra a parte contrária não pode ensejar 
crime. Tudo isso envolve EXCLUSÃO DE TIPICIDADE, vez que há uma norma que 
permite. 
 
DIREITO DE RETORSÃO. Advogado ofendido por juiz, que o acusou de analfabeto 
(“tinha feito Mobral”) e defendeu-se no recurso; STJ entendeu que se tratava de direito 
de retorsão, legítimo direito de defesa. 
 
4.6. IMUNIDADES PARLAMENTARES. 
 
4.6.1. DEPUTADO FEDERAL E SENADOR
2
 
 
Primeira imunidade: imunidade penal? Sim, cf. CF: 53, caput, “Os Deputados e 
Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras 
e votos”. Assim, dupla imunidade, penal e civil. Quais os limites? Nexo funcional; 
necessário que haja relação com sua função. 
 
OBS: Jurisprudência: não importa onde o parlamentar tenha se expressado, se não 
guardar relação com sua função, parlamentar responde. 
 
Lembrar que parlamentar licenciado e suplente (fora do cargo) não têm imunidade. 
 
Natureza jurídica: causa de exclusão da tipicidade. 
 
Conseqüência prática da imunidade parlamentar material: não cabe processo contra 
parlamentar, nem inquérito ou pedido de explicações. 
 
INTERESSANTE!!!!!!!! Legítima defesa: cabe contra ataque de parlamentar? Não! 
Pode se discutir direito a retorsão; não cabe direito de legítima defesa porque 
constituição mesma diz que ataque não é injusto. 
 
Co-autor ou partícipe. Se fato é atípico para parlamentar, é para co-autor ou partícipe 
(muitos servidores escrevem discurso)? Atípico para participante também. Como 
compatibilizar isso com súmula 245 do STF, “A IMUNIDADE PARLAMENTAR 
NÃO SE ESTENDE AO CO-RÉU SEM ESSA PRERROGATIVA”? A súmula só vale 
para imunidade processual, em oposição à material. 
 
Imunidade processual. CF: 53, par. 3º: 
 
Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido 
após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa 
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo 
 
 
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação. 
 
No que consiste a imunidade processual? Sustação do processo. Antigamente, exigia-se 
licença da casa. STF recebe denúncia e dá andamento ao processo, abrindo vista ao 
parlamentar. Casa parlamentar pode sustar o processo, mas essa imunidade processual 
não vale para co-autor não-parlamentar (súmula 245). 
ESSA IMUNIDADE É IMPORTANTE PARA PROVAS OBJETIVAS!!!!!! 
 
Imunidade prisional: CF: 53, par. 2º, “Desde a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. 
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, 
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. Crime 
afiançável não enseja prisão. 
 
Imunidade parlamentar e tempo do crime: 
(4) Crime cometido ANTES do início da função parlamentar (diplomação). Processo já 
em andamento é remetido ao STF, ou seja, muda-se a competência. Exemplos: 
Pallocci, Maluf. E se terminar mandato e processo não concluído? Processo volta 
para a origem. 
(5) Crime cometido DURANTE exercício das funções (após diplomação). Nesse caso, 
cessada a função, cessa o foro. Acabado o mandato, terminada competência do 
foro. 
IMPORTANTE: Súmula 394, que garantia continuidade da competência, foi 
cancelada; parlamentares restabeleceram-na com lei 10.628/02, mas STF julgou 
inconstitucional na ADI 2797. 
 
Crime cometido APÓS exercício das funções. Não há foro por prerrogativa. 
 
Cabe transação penal para casos de menor potencial ofensivo? Sim, perfeitamente, 
mesmo que caso de foro especial. 
 
6ª prerrogativa: testemunhal ou imunidade probatória. CF: 56, par. 6º: o parlamentar 
não é obrigado a testemunhar sobre o que soube durante exercício das funções. Oitiva 
pode ser combinada com o juiz. 
 
Renúncia: pode parlamentar renunciar a imunidade? Não, porque inerente à função, ao 
Parlamento, não é pessoal. 
 
4.6.2. DEPUTADO ESTADUAL ou DISTRITAL. 
 
Mesmas imunidades que parlamentares, com devidos ajustes “de escala”: TJ foro 
competente. 
 
4.6.3. VEREADOR. Não precisa de licença da Câmara nem tem foro de prerrogativa, 
em regra. Exceções: há Estados brasileiros cujas constituições prevêem prerrogativa de 
foro. Imunidade prisional: vereador não tem. O grande benefício do vereador é a 
imunidade penal em suas opiniões, palavras e votos. A imunidade do vereador tem três 
limites: 
(i) Nexo funcional. 
(ii) Defesa de interesse público municipal. 
(iii) Circunscrição do município. Exceção jurisprudencial: vereador que fala em 
rádio sediado fora do município, mas que atende a todo o município do 
vereador. 
 
Qual a natureza jurídica: exclusão da tipicidade. 
CONCEITOS ANALÍTICOS 
 
 
ALGUNS CONCEITOS TEÓRICOS: 
 
(1) CONCEITO NATURALISTA ou CAUSALISTA, ligado à teoria causal naturalista, 
do final do séc. XIX (Beling e von Liszt). Crime deve ser dividido em duas partes: 
parte objetiva (ação antijurídica) e parte subjetiva (culpabilidade). Este conceito de 
von Liszt não menciona tipicidade porque se trata de conceito de Beling, criado em 
1906. A partir de então, crime estudado em duas dimensões: parte objetiva, 
composta de ação, antijuridicidade e tipicidade, e parte subjetiva, feito de 
culpabilidade. Assim, segundo o primeiro princípio analítico, crime é fato 
antijurídico, típico e culpável. 
 
OBS: NESSE CONCEITO O DOLO E A CULPA É ESTUDADO NA 
CULPABILIDADE. 
 
(2) CONCEITO NEOCLÁSSICO. Ligado ao neokantismo, princípio do século XX. 
Movimento recupera teoria dos valores de Kant, afirmando que direito penal é 
ciência valorativa; o delito é fenômeno valorativo. Crime é o fato típico, antijurídico 
e culpável. 
OBS: NESTA TEORIA O DOLO E ACULPA CONTINUA SENDO ESTUDADA 
NA CULPABILIDADE, POREM POSSUEM UM ELEMENTO NORMATIVO. 
 
(3) FINALISMO de Welzel. Crime permanece com mesma descrição (“fato 
antijurídico,típico e culpável”), mas significado atribuído a cada elemento é 
diferente. A tipicidade tem duas partes: objetiva (conduta, resultado naturalístico, 
nexo de causalidade e adequação ao tipo) – antes também assim conhecida – e 
subjetiva, que pode ser dolo ou culpa. 
 
OBS: A MAIOR NOVIDADE DESSE CONCEITO PASSOU A SER O dolo ou 
culpa como parte subjetiva da tipicidade e dessa forma é a grande novidade de 
Welzel, tal conceito é adotado até hoje pelo BRASIL E PARA PROVA. 
 
(4) TEORIA SOCIAL DA AÇÃO. Conduta é o comportamento humano socialmente 
relevante. Teoria não prosperou devido à dificuldade em verificar o que seja 
“socialmente relevante”. 
 
(5) FINALISMO DISSIDENTE BRASILEIRO adotou Welzel, mas crime tem apenas 
dois requisitos: fato típico e antijurídico (em oposição a três das teorias anteriores). 
A culpabilidade não faz parte do conceito de crime. Quem? Dotti, Damásio, 
Mirabete, Capez. Hoje, o conceito que prevalece (“99%”) é “fato típico, antijurídico 
e culpável”. Para 1%, fato típico e antijurídico. 
 
(6) FUNCIONALISMO MODERADO DE ROXIN. Estruturas do crime são tipicidade, 
antijuridicidade e “responsabilidade”. Conceito de “responsabilidade” não 
prosperou. 
 
 
(7) TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO. Síntese de Zaffaroni e Roxin. O 
crime tem dois requisitos: fato formal e materialmente típico, antijurídico. O 
conceito de crime é inútil sem a ameaça de pena (“punibilidade”). Um crime, sem 
ameaça de pena é um nada. 
 
IMPORTANTE: PARA A PROVA SUBJETIVA DEVERÁ SER ADOTADO O 
CONCEITO FINALISTA DO CRIME 
 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES PARA PROVA DE FISCAL, PF, PC ETC.. 
 
 DOS CONCEITOS DE CRIME ACIMA MENCIONADOS CRIOU-SE OS 
CONCEITOS DE CRIME: 
 
1) Formal  Ocorre quando o agente afronta uma norma penal incriminadora. 
2) Material  é aquele em que o direito somente se preocupa com os bens jurídicos 
relevantes. 
 
3) Conceito Analítico de Crime  Para essa doutrina crime será fato típico, ilícito e 
culpável. 
3.1) Conceito Bipartido do Crime  para essa doutrina crime será apenas fato típico e 
ilícito, sendo a culpabilidade um mero pressuposto para aplicação da pena. 
3.2) Conceito Tripartido do Crime  para essa doutrina crime será fato típico, ilícito 
e culpável. 
3.3) Conceito Quadripartido do Crime  Para essa doutrina crime será fato típico, 
ilícito, culpável e punível. 
 
Fato Típico Ilícito Culpável 
Conduta I – Estado de necessidade I – Imputabilidade 
Nexo Causal II – Legítima Defesa II – Potencial 
Conhecimento da 
Ilicitude 
Resultado III – Estrito Cumprimento 
do dever legal 
III – Exigibilidade de 
Conduta Diversa 
Tipicidade IV – Exercício regular do 
Direito 
 
 
 
O.B.S.: A doutrina majoritária adotou o conceito tripartido do crime e a doutrina 
minoritária adotou o conceito bipartido do crime. 
 
 
SUJEITOS DO CRIME 
 
 SUJEITO ATIVO DO CRIME: É aquele que pratica o crime. Quem é que 
pode ser sujeito ativo do crime? 
 
a) Crime comum: É aquele que é praticado por qualquer pessoa. 
b) Crime próprio: É aquele que somente será praticado na qualidade de autor por 
determinada pessoa específica. Ex. crimes praticados por funcionário público 
contra a Administração pública. (art. 312 ao 327 do CP) 
c) Crimes de mão própria: São aqueles em que somente podem ser autor 
determinada pessoa. Contudo, não se admite coautoria, diferentemente do crime 
próprio, no qual será permitida. Ex. auto-aborto. (art. 124 do CP). 
 
Crime próprio ex. funcionário público 
 
Permite : 
 Autor 
 Coautor 
 Participação 
 
Crime de mão própria  ex. auto-aborto 
 
Permite: 
 Autor 
 Participação 
 Não permite coautoria 
 
 
 Pessoa Jurídica pratica crime ? 
 03 Correntes; 
 
1) Não pratica crime, uma vez que ofende os princípios da responsabilidade 
penal subjetiva, da culpabilidade e da intranscendência, tendo em vista que 
para ocorrer o crime deverá existir a conduta, dolo ou culpa, bem como o 
potencial conhecimento da ilicitude, devendo dessa forma, a 
responsabilidade penal recair na pessoa. 
 
2) A Pessoa Jurídica pratica crime em razão de expressa previsão na 
Constituição Federal nos arts. 225 § 3
o
 e 173 § 5
o
. Contudo, remete à lei 
específica para que seja apurada e aplicada a responsabilidade penal e dessa 
forma, somente a Lei Ambiental (Lei 9605/98) prevê essa possibilidade de 
responsabilidade. 
 
3) Esta corrente é adotada pelo STJ e pelo STF, bem como caiu na prova de 
2009 da PF e menciona o princípio da dupla imputação. Este princípio 
estabelece que a Pessoa Jurídica pratica crime, porém, nada impede a sua 
responsabilidade no que diz respeito aos Crimes Ambientais. Dessa forma, 
será obrigatória quando for aplicada a responsabilidade penal da Pessoa 
Jurídica ser também aplicada a responsabilidade penal da pessoa física na 
medida de seus diretores ou sócios, conforme art. 3
o
 da Lei do Meio 
Ambiente. (Lei 9605/98). 
 
 Lei 9605/98 - Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas 
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em 
que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
 
 
 SUJEITO PASSIVO DO CRIME: É aquele que sofre o crime. 
 
O.B.S. Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de crime. Ex. crimes contra a honra, 
contra o patrimônio. 
 
 INTRODUÇÃO AO TIPO 
 
TIPO é a descrição abstrata de um crime. 
 
TIPO + PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. A lei descreve o crime, por força do princípio 
da legalidade (não há crime sem lei). O fato descrito como crime é um tipo penal. 
Assim, o conceito de tipo é dogmático, é da ciência penal. Leigo vê apenas o artigo 121; 
o jurista vê o tipo do homicídio. 
 
TIPO LEGAL, TIPO PENAL – diferença: tipo legal quando descrito na lei; tipo penal é 
o conjunto de todas as exigências do crime. O tipo penal abarca o tipo legal; o que 
pertence ao tipo penal e não vem descrito no tipo legal? No art. 121, o dolo não vem 
descrito no tipo penal, mas implicado; da mesma forma, a imputação objetiva, requisito 
indiscutível desde Roxin. 
 
RELAÇÃO DE TIPICIDADE: é a adequação do fato ao tipo. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO PENAL: 
 
(1) TIPO INCRIMINADOR. O mais comum, é o que descreve o crime. O CP: 121 é 
tipo penal incriminador? Sim, tipo do homicídio. 
 
(2) TIPO NÃO-INCRIMINADOR. Espécie possível apenas na medida em que “tipo” 
em sentido amplo. O tipo não-incriminador seria melhor denominado “norma não-
incriminadora”. Exemplos: normas justificantes NÃO incriminam, ao contrário, são 
normas excludentes de antijuridicidade, como o CP: 24, estado de necessidade. O 
CP: 24 não incrimina nada. Além desse exemplo: normas permissivas, como no 
caso de aborto em caso de estupro. Qual a diferença entre norma justificadora e 
permissiva? aborto em caso de estupro. 
 
 
(3) TIPO FUNDAMENTAL. É o que descreve os requisitos essenciais do crime 
(“elementares”). 
 
(4) TIPO DERIVADO tem conexão com o fundamento, emana dele, mas contempla 
outra forma de ofensa ao bem jurídico. O crime derivado é o tipo derivado. 
Enquanto o homicídio é o tipo básico, homicídio qualificado é o tipo derivado. 
 
 
(5) TIPO AUTÔNOMO. Há certo vínculo entre tipo autônomo e fundamental, mas 
legislador descreve tudo autonomamente. Exemplo: infanticídio. O crime autônomo 
vive por si só, em oposição ao tipo derivado, que sempre depende do principal. 
 
(6) TIPO FECHADO. É o que não exige nenhum juízo de valor. Por exemplo: 121, 
caput. 
 
 
(7) TIPO ABERTO é o que exige juízo de valor, porque contémrequisito normativo. 
Exemplo: ato obsceno. 
 
(8) TIPO NORMAL é o que não contém nenhum requisito subjetivo nem normativo. 
Exemplo CP: 121. 
 
. 
(9) TIPO ANORMAL é o que contém ou requisito subjetivo ou normativo. Exemplos: 
furto, 155. 
 
(10) TIPO SIMPLES é o que descreve um só verbo. 
 
 
(11) TIPO COMPOSTO contém vários verbos. Maior tipo composto é o art. 33 da lei 
de drogas, com 18 verbos. 
 
(12) TIPO PROIBITIVO. 
(13) TIPO MANDAMENTAL. 
(14) TIPO COMPLEXO. 
 
REQUISITOS ESTRUTURAIS DO TIPO são: 
 
(1) OBJETIVOS. Podem ser: 
(A) DESCRITIVOS, que não exigem nenhum juízo de valor. Ex. 121. 
(B) NORMATIVOS, que exigem juízo de valor. 
 
(2) SUBJETIVOS. Bipartem-se em: 
(A) DOLO. 
(B) INTENÇÕES DO AGENTE. DEVE SER LEVADA EM CONTA PARA A 
ANÁLISE POR EX: HOMICÍDIO QUALIFICADO PLE TORTURA E 
TORTURA QUALIFICADA PELO HOMICÍDIO. ABORTO QUALIFICADO 
PELA LESÃO GRAVÍSSIMA E LESÃO CORPORAL GRAVE 
QUALIFICADA PELO ABORTO. 
 
FORMAS DE ADEQUAÇÃO TÍPICA 
 
(A) Adequação típica de SUBORDINAÇÃO DIRETA ou IMEDIATA. Dá-se quando 
necessitamos de um só dispositivo legal para a adequação. EX: HOMICÍDIO 
CONSUMADO. 
(B) Adequação típica de SUBORDINAÇÃO INDIRETA ou MEDIATA. Ocorre 
quando necessitamos de dois ou mais dispositivos legais para a adequação, EX: 
QUALQUR CRIME TENTADO, TETATIVA DE HOMICÍDIO, NESSA 
HIPÓTESE O TIPO PENAL DE HOMICÍDIO NESSECITA DE OUTRO 
COMPLEMENTO PENAL PREVISTO NO ARTIGO 14, II DO CP, TENDO EM 
VISTA QUE A TENTATIVA NÃO ESTÁ PREVISTA NO ART, 121 DO CO. 
 
Fato típico É a conduta tipificada na lei. Ex. Homicídio, roubo, furto. 
 
O.B.S.: Adequação típica de subordinação imediata Ocorre quando existe a perfeita 
adequação entre a conduta e o resultado. 
 
OBS: O crime já se consumou. 
 
Adequação típica de subordinação mediata ou indireta Ocorre quando não existe a 
perfeita adequação entre a conduta e o resultado consumado. Sendo assim, este conceito 
se refere à tentativa. 
OBS: O crime não se consumou. 
 
 
AGORA, APÓS O ESTUDO DO FATO TÍPICO, VAMOS ANALISAR A CONDUTA. 
 
 
A CONDUTA é elemento do fato típico, no conceito analítico. “O que é conduta, do 
ponto de vista material?” Isto sim é questão de concurso, JÁ CAIU EM CONCURSOS 
DE ANALISTA DE TRIBUNAIS, BANCA FCC, CESPE E ESAF.. 
 
SEGUNDO A TEORIA CAUSALISTA. Conduta, para o causalismo, é movimento 
corporal, voluntário, que causa modificação no mundo exterior. É objetiva, desprovida 
de dolo e culpa, não admitindo valoração. Já o crime é tipicidade + ilicitude + 
culpabilidade. CP: 121 é o tipo penal perfeito para esta teoria. “Matar alguém” só traz 
elementos objetivos. 
 
(1) Conduta é movimento corporal, então não consegue explicar os crimes omissivos. 
Aquele que nada faz não realizaria conduta. 
(2) Outra crítica que se faz a esta teoria é que a conduta seria objetiva, mas tem 
requisitos subjetivos do crime, do tipo, que não podem ser desconsiderados, como, 
por exemplo, no art. 319, que traz o crime de prevaricação “para satisfazer interesse 
pessoal”, SENDO ASSIM PARA A NÁLISE DESSES REQUISITOS SERIA 
NECESSÁRIO O DOLO E A CULPA, PORÉM ESSES SSÃO ANALISADOS NA 
CULPABILIDADE PARA ESSA TEORIA. 
(3) Também, alguns tipos têm elementos normativos que devem ser valorados, e o 
causalismo diz que conduta não admite valoração. Ex: CP: 154, em que “sem justa 
causa” é um elemento normativo QUE TAMBÉM DEPENDE DO DOLO E DA 
CULPA. 
 
SEGUNDO A TEORIA NEOKANTISTA. Crime é fato típico + ilicitude + 
culpabilidade. Conduta é ação ou omissão, não mais neutra, expressando uma valoração 
negativa da lei. Não deixa de ser um movimento voluntário. É uma evolução do 
causalismo, tenta preencher as lacunas antes criticadas. Dolo e culpa continuam na 
culpabilidade. 
 CRÍTICA: ao adotar premissas do causalismo, ficou contraditório ao reconhecer 
elementos normativos e subjetivos do tipo, SEM COLOCAR O DOLO E A CULPA 
NO FATO TÍPICO, POIS CONTINUA TRATANDO-OS NA CULPABILIDADE. 
 
SEGUNDO A TEORIA FINALISTA. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade. 
Conduta é movimento humano, voluntário, não mais meramente causal, dirigido a um 
fim, atividade vidente (que visa algo). Dolo e culpa migram da culpabilidade para o 
fato típico. CRÍTICAS: 
(1) A finalidade não explica os crimes culposos (que não tem finalidade), sendo frágil 
também em relação aos crimes omissivos. 
(2) Concentram o desvalor na conduta, ignorando o desvalor do resultado. 
 
SEGUNDO A TEORIA SOCIAL DA AÇÃO. Crime é fato típico + ilicitude + 
culpabilidade. Conduta é movimento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um 
fim e socialmente reprovado. Dolo e culpa estão no fato típico, mas são novamente 
analisados na culpabilidade. Art. 59, CP – é a base para que alguns afirmem que o CP 
brasileiro adotou esta teoria. ‘Atendendo à culpabilidade’ é o juiz analisar novamente 
dolo e culpa na fixação da pena. 
CRÍTICAS: Não há clareza no que significa conduta socialmente reprovável. 
 
SEGUNDO A TEORIA FUNCIONALISTA TELEOLÓGICA. É a teoria de Claus 
Roxin. Crime é fato típico + ilicitude + reprovabilidade. A culpabilidade é medida da 
pena. Tirou a culpabilidade do substrato do crime. A reprovabilidade é constituída pela 
capacidade do agente, potencial consciência do que faz, ser dele exigida conduta diversa 
e haver necessidade da pena (é a novidade). Se a pena não for necessária, o fato não será 
reprovável. Orientada pelo princípio da intervenção mínima, a conduta consiste num 
comportamento humano voluntário, causador de relevante e intolerável lesão a bem 
jurídico tutelado. 
Sendo assim tem como principal valoração e criação o princípio da insignificância e o 
Dolo e culpa está no fato típico. 
 CRÍTICA: A invenção da ‘reprovabilidade’ integrante do crime retirando o termo 
culpabilidade. Este conceito é mais forte e contundente e consegue abordar de forma 
mais abrangente os elementos do fato típico. 
 
SEGUNDO A TEORIA FUNCIONALISTA DE JAKOBS. Crime é fato típico + 
ilicitude + culpabilidade. Conduta é o movimento humano voluntário, causador de um 
resultado evitável, violador do sistema frustrando as expectativas normativas. Não 
admite princípios que não estejam positivados em lei. Chamado de “direito penal do 
inimigo” porque quem viola a lei é o inimigo. O dolo e a culpa estão no fato típico. 
CRÍTICA: A teoria serve a estados totalitários. O estado pode criar um crime absurdo e 
as pessoas terão que respeitar, pois não trabalha com princípios gerais, essa teoria 
inovou e trouxe o DIREITO PENAL DO INIMIGO, elaborando de forma contrária Da 
teoria acima que trás o DIREITO PENAL GARNATISTA. 
 
Para a maioria, o Código Penal Brasileiro adotou a Teoria Finalista, ou seja, no Código 
Penal o dolo e a culpa estão no fato típico. 
 
CRIME 
COMO FICA O FATO TÍPICO E A CONDUTA PARA O FINALISMO PENAL QUE 
SE TRATA DA TEORIA MAIOS ADOTADA. 
 
 
Fato Típico Ilícito Culpável 
o Conduta 
o Dolosa 
o Culposa 
o Omissiva 
o Ausência de 
Conduta 
 
 
Teorias sobre Conduta 
 
1. Teoria Causalista  não é adotada. 
2. Teoria Neokantista  não é adotada. 
3. Teoria Finalista É A MAIS ADOTADA. 
4. Teoria do Finalismo Dissidente É MINORIA, ESSA TEORIA 
MENCIOAN QUE CRIME É TODO FATO TÍPICO ILÍCITO, SENDO 
A CULPABILIDADE MERO PRESSUPOSTO DE APLICAÇÃO DA 
PENA. 
Roxin 
5. Teoria do Funcionalismo Teleológico  Garantismo Total 
Gunther Jacobs 
6. Teoria do Funcionalismo Radical ou Sistêmico (Direito Penal do 
Inimigo) 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA 
 
São comuns a todas as teorias: 
(1) Caso fortuito ou força maior – excluem volutariedade do movimento. 
(2) Atosreflexos – existe movimento humano, mas não é voluntário.Obs.: cuidado com 
o ato reflexo provocado, proposital, pois este configura a conduta. A pessoa 
propositadamente se coloca em condições para o ato reflexo. 
(3) Coação física irresistível – não tem movimento humano, o ser humano é 
movimentado. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade (exigibilidade de 
onduta diversa). A coação física exclui conduta e fato típico; a coação moral exclui 
a exigibilidade de conduta diversa, mas permanece o injusto penal. 
(4) Estados de inconsciência – sonambulismo, hipnose, pois o movimento é humano, 
mas não é voluntário. 
 
 
 ESPÉCIES DE CONDUTA 
 
Pode ser dolosa ou culposa (voluntariedade); pode ser ação ou omissão. 
 
 DOLO 
 
CRIME DOLOSO. A previsão legal para o crime doloso está no art. 18, inc. I, do CP. 
Dolo é a vontade livre e consciente, dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta 
prevista no tipo penal incriminador. 
 
ELEMENTOS DO DOLO: 
(1) Elemento intelectivo – consciência. 
(2) Elemento volitivo – vontade. 
 
TEORIAS DO DOLO 
 
Código Penal - Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Teorias: 
a) Teoria da Vontade: Ocorre quando o agente deseja praticar o resultado 
de forma direta, constitui o DOLO DIRETO. 
b) Teoria da representação: não é aceita 
c) Teoria do Assentimento: é aquela em que o agente prevê a ocorrência 
do resultado, continua praticando a conduta e assume o risco pela 
produção ou ocorrência do resultado. (Dolo Eventual). 
 
MODALIDADE DE DOLO 
 
 
1) Dolo Direto  Ocorre quando o agente deseja o resultado de forma direta 
pode ser. 
a) Dolo Direto em 1º Grau: é aquele que ocorre com relação aos 
meios escolhidos e ao fim proposto. 
b) Dolo Direto em 2º Grau: é aquele que ocorrer em relação aos 
efeitos obtidos como necessários. 
 
 
2-DOLO INDIRETO ou INDETERMINADO. O agente, com sua conduta, não busca 
realizar resultado determinado. Possui duas espécies: 
 
Dolo Indireto  o resultado é incerto. 
 
a) Dolo Alternativo: é aquele em que o agente pratica uma condita 
querendo tanto um resultado quanto outro. Uma conduta mais de 
um resultado. 
b) Dolo eventual: é aquele em que o agente mesmo não querendo o 
resultado de forma direta, não se importa com a sua ocorrência e 
assume o risco pela produção ou ocorrência do resultado. 
 
 
DIFERENÇAS: 
 
ALTERNATIVO: o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua 
conduta na busca de um ou outro. Previu homicídio ou lesão corporal, dirige 
sua conduta para realizar um ou outro com a mesma intensidade, quer um ou 
outro. 
EVENTUAL: o agente prevê pluralidade de resultados, porém dirige sua 
conduta na busca de apenas um, assumindo o risco dos demais. Previu 
homicídio ou lesão corporal, quer apenas o menos grave, a lesão corporal, 
mas assume o risco do mais grave, do homicídio. 
 
 3-Dolo Geral  ocorre quando o agente acredita ter praticado o crime em uma 
1º conduta, porém o resultado morte somente ocorrer em razão de uma segunda 
conduta praticada pelo agente com a finalidade de garantir a sua impunidade. 
 
 Pratica duas condutas, mas apenas a segunda é a que causa o resultado 
morte. 
 
4-DOLO CUMULATIVO. O agente pretende alcançar dois ou mais resultados típicos, 
em seqüência. É uma típica hipótese de progressão criminosa. Quer ferir e depois matar, 
por exemplo. Não quer um ou outro resultado, quer um E outro. 
5-DOLO DE DANO. À vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico 
tutelado. A intenção no homicídio é matar, lesão efetivamente o bem jurídico protegido. 
6-DOLO DE PERIGO. O agente atua com intenção de expor ao risco o bem jurídico 
tutelado. A intenção é expor a vida a perigo, por exemplo, no art. 132. 
 
7-DOLO NORMATIVO. É o dolo adotado pela teoria psicológica normativa da 
culpabilidade (neokantista). É elemento da culpabilidade e tem como requisitos a 
consciência, à vontade e a consciência atual da ilicitude (elemento normativo). 
8-DOLO NATURAL é o dolo para os finalistas. Adotado pela teoria normativa pura ou 
extremada da culpabilidade (finalista). Integra o fato típico com dois requisitos: 
consciência e vontade (o elemento normativo é transformado de atual para potencial 
consciência da ilicitude, integrando a própria culpabilidade). 
 
CONDUTA CULPOSA 
 
Previsão legal: CP: 18, II, “culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia”. 
 
Conceito doutrinário: “Consiste numa conduta voluntária, que realiza um fato 
ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) 
ou lhe era previsível (culpa inconsciente), e que podia ser evitado se o agente 
atuasse com o devido cuidado” 
 
Requisitos 
 
a) Previsão em lei: TODO O CRIME CULPOSO DEVE ESTAR PREVISTA 
EM LEI, SALVO: 
 
Receptação 
Código Penal - Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em 
proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para 
que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 
9.426, de 1996) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 
1996) 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o 
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio 
criminoso:Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. 
 
 
Omissão de cautela 
Lei 10. 826/03 - Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir 
que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se 
apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
 
a) Previsão / Previsibilidade do Resultado 
b) Negligência, Imperícia, Imprudência 
 Deixa de observar os cuidados necessários – inobservância de um dever 
de cuidado. 
Imperícia – Falta de técnica, ausência de habilitação técnica. 
Imprudência – Ultrapassar os limites propostos. 
Resultado: Todo crime culposo necessita de um resultado 
naturalístico. 
 
 
QUESTÕES DE PROVA: 
 
Crime Material  São aqueles que para ocorrer a consumação será necessário um 
resultado. 
Ex.: homícidio. Art. 121 CP 
 
Crime Formal  É aquele em que a conduta inicial gerar a consumação do crime 
independentemente da ocorrência de resultado. 
Ex.: Concussão 
Corrupção Passiva / Ativa 
 
Crime de Mera Conduta  É aquele que o resultado já ocorre com a simples conduta 
inicial. 
 
Ex.: Omissão de Socorro. 
 
IMPORTANTE: DESSA FORMA TODO CRIME CULPOSO É 
NECESSARIAMENTE MATERIAL SALVO: 
 
 
(1) PRESCREVER DROGA. Lei de drogas: 38, “Prescrever ou ministrar, 
culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses 
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Não é 
necessário que paciente compre a droga, bastando a entrega da receita. 
(2) DEIXAR ARMA AO ALCANCE DE CRIANÇA. Estatuto do desarmamento: 13. 
Trata-se de deixar arma negligentemente, de modo a não impedir que criança a 
pegue. A posse mesma da arma configura crime. Sobre essa hipótese, há alguma 
divergência, vez que há quem diga que criança pegar arma é o resultado 
naturalístico. 
 
 
Crime Preterdoloso  Dolo no antecedente e culpa no resultado, com previsão no art, 
19 do CP. 
 
Ex.: Lesão Corporal seguidade morte. 
 
 
MODADALIDADES DE CULPA 
 
1) Culpa Consciente  ocorre quando o agente prevê o resultado, porém 
continua praticando a conduta, contudo acredita sinceramente que o 
resultado não acontecerá em razão de suas habilidades específicas. 
 
CULPA CONSCIENTE DOLO EVENTUAL 
Previsão do Resultado 
Conduta 
Acredita que não ocorrerá 
Negligência, Imperícia ou 
Imprudência 
Não assume o Risco 
Previsão do Resultado 
Aceita o resultado 
Assume o risco de produzir 
resultado 
O resultado é indiferente. 
 
 
2) Culpa Inconsciente  é aquela em que o resultado embora previsível não 
foi prevista pelo agente. Não há previsibilidade do resultado. 
 
Teoria da Probabilidade  diz-se da teoria da probabilidade quando existe um risco 
grande provável de acontecer. 
 
3) Culpa Imprópria  discriminante putativa. Ocorre quando o agente 
tem uma falsa interpretação da lei ou uma falsa interpretação da 
realidade. 
Ex.: Legitima defesa 
Estado de Necessidade 
Estrito Cumprimento do Dever Legal 
 
. É aquela em que o agente, por erro, imagina certa situação de fato, supondo estar 
acobertado por uma excludente da ilicitude (caso de descriminante putativa). Em razão 
disso, provoca intencionalmente um resultado ilícito. Apesar de ser ação dolosa, o 
agente responde por culpa por razões de política. 
 
Ex: UM AGENTE VENDO UM INIMIGO ACREDITA SICERAMENTE QUE ESTE 
IRÁ LHE ROUBAR E ACABA BALEANDO, CONTUDO ESSA SITUAÇÃO 
SOMENTE ACONTECIA NA CABEÇA DO AGENTE. 
 
 
ERRO 
 
 
1) Erro de Tipo Essencial Falsa interpretação da realidade. 
 Retira Dolo e a culpa 
Invencível  Escusável  O Fato é ATÍPICO 
Vencível  Inescusável 
 Responderá por CULPA (se o crime admitir a forma 
culposa) 
 
2) Erro Acidental 
 
2.1) Erro no Objeto – ocorre quando o agente acredita estar furtando um 
relógio de ouro, porém se trata de bijuteria. 
 O agente responderá pelo resultado normalmente. 
Obs.: De acordo com a doutrina de Zaffaroni que menciona que na dúvida 
quanto ao objeto a pena será determinada em relação ao objeto subtraído, dessa 
forma não será levado em conta objeto que o agente achava que era de ouro. 
 
 
 
3-SOBRE A PESSOA. Aqui, há previsão legal: CP: 20, par. 3º, “O erro quanto à 
pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste 
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente 
queria praticar o crime”. Conceito: representação equivocada do objeto material 
(pessoa) visado pelo agente. “Pessoa” é objeto material? Sim, objeto material é a pessoa 
ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Exemplo: quero matar meu pai, porém, 
representando equivocadamente a pessoa que entra em casa, mato o meu tio. 
Conseqüência: RSPONDO COMO SE TIVESSE MATADO MEU PAI, OU SEJA, 
RECEBEREI AS CAUSAS DE AGRAVANTE DA PENA, POSSÍVEIS 
QUALIFICADORAS DO MOTIVO FÚTIL, DENTRE OUTRAS. 
 
MUITO IMPORTANTE PARA PROVA: Imagine-se que quero atingir policial 
federal, mas atinjo policial civil. No âmbito do direito penal, responde-se pelas 
qualidades virtuais do policial federal; no âmbito do direito processual penal, o erro 
de pessoa não altera a competência, que, no caso, cabe à justiça estadual. 
 
4 ERRO NA EXECUÇÃO (aberratio ictus). Aqui, também há previsão legal: CP: 73, 
“Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de 
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste 
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, 
aplica-se a regra do art. 70 deste Código”. 
Conceito: o agente, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, atinge pessoa 
diversa da pretendida. Ex.: O AGNETE MIRA A EX- MULHER, porém, quando 
dispara, erra a execução, atingindo o tio que estava ao lado. Aqui, ele representa a 
vítima corretamente. Aqui, representa-se bem e executa-se mal. Conseqüência: não 
exclui dolo, nem culpa, tampouco isenta o agente de pena. Consideram-se as qualidades 
da vítima virtual. 
E se o acusado acerta tanto a vítima visada como a vítima ao lado, não querida? 
Responde por concurso formal dos delitos, na forma do art, 70 do CP, OU SEJA, 
PELOS DOIS CRIMES, PORÉM NÃO SE APLICA O OSMATÓRIO DAS PENAS. 
 
ESPÉCIES DE ABERRATIO ICTUS. A doutrina diferencia duas espécies de aberratio 
ictus, previstas no artigo 73 
 
ERRO NA EXECUÇÃO EM SENTIDO ESTRITO. Aqui, a pessoa visada está no local, 
e erro a pessoa. 
ERRO NA EXECUÇÃO POR ACIDENTE. Aqui, a pessoa visada pode ou não estar no 
local. Exemplo: deixo bomba no carro da pessoa visada, mas outro entra no veículo. 
 
5. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (aberratio criminis). 
 
 Aqui, há previsão legal, CP: 74, “Fora dos casos do artigo anterior, quando, por 
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o 
agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também 
o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código”. 
 
 Conceito: o agente, por acidente ou erro na execução do crime, provoca lesão em bem 
jurídico diverso do pretendido. 
 
 Exemplo: quero danificar o veículo de certa pessoa, mas, por acidente, acabo por 
atingir o motorista da pessoa. Tanto no CP: 73 como no CP: 74, há erro na execução; a 
diferença é que, enquanto no CP: 73 (aberratio ictus) atinge-se o mesmo tipo de bem 
jurídico (pessoa-pessoa), no CP: 74 (aberratio criminis), atinge-se tipo diferente de bem 
jurídico (pessoa-coisa; coisa-pessoa). 
 
 Conseqüência: há exclusão do dolo, mas não se exclui culpa, e o agente responde pelo 
resultado pretendido a título de culpa. Assim, tome-se o exemplo de alguém que queira 
causar dano a patrimônio, mas atinge pessoa, que morre. Aqui, responde por homicídio 
culposo e crime de dano fica absorvido. 
 
OBS: se agente deseja danificar o carro de alguém, porém erra e acerta o carro de 
outrem, neste caso será fato atípico pois, o ERRO OCORREU D COISA PARA 
COISA, não existindo dano culposo no CP. 
 
6- ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (aberratio causae). NÃO há previsão legal. 
Espécies: 
 
(1) AC EM SENTIDO ESTRITO. O agente, mediante um só ato, provoca o resultado 
desejado, porém, com outro nexo de causalidade. Exemplo: jogo pessoa do penhasco 
para morrer afogada no mar, mas, na queda, vítima bate a cabeça e morre de 
traumatismo. 
(2) DOLO GERAL. O agente, mediante conduta desenvolvida em dois ou mais atos, 
provoca o resultado desejado, porém, com nexo de causalidade diverso. Observação 
importante: após o primeiro ato, o agente imagina ter atingido o resultado desejado, que 
só ocorre com os demais atos. Exemplo: dou um tiro na pessoa; imagino que morreu e 
atiro-a ao mar, aí morrendo efetivamente a vítima. 
Conseqüência: não exclui dolo, não exclui culpa, não isenta o agente de pena. O agente 
responde pelo crime do seu desejo. 
 
7. ERRO DE SUBSUNÇÃO 
 
Uma pessoa falsifica um cheque do BRADESCO. VEJA: CP: 297, “Para os efeitos 
penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título 
ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros 
mercantis e o testamento particular”. Mas o falsificador não sabia disso; erro de tipo 
não pode ser, porque agente sabia o que fazia; erro de proibição tampouco; qual erro? 
ERRO DE SUBSUNÇÃO. 
 
Conseqüência: Este conceito é meramente acadêmico e sendo assim não existe espaço 
na prática para esse argumento, porém PODE CAIR NA PROVA, UMA VEZ QUE AS 
BANCAS POSSUEM O HÁBITO

Continue navegando