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relatorio final estágio basico I

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THAYS MARCHIORI MORAES
ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I
JI-PARANÁ – RO
2016
 THAYS MARCHIORI MORAES
ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I
Trabalho realizado com o objetivo de obtenção de nota na disciplina Estágio Supervisionado Básico I, ministrado pela Docente Lilian Vanessa Gusmão.
JI-PARANÁ – RO
2016
INTRODUÇÃO
A instituição em que foi desenvolvido o estágio, foi a E.E.E.F.M 28 de Novembro que fora escolhida devido a presença de uma psicopedagoga em seu quadro de funcionários. A princípio foi pedido, pela psicopedagoga e supervisora do estágio, que a observação se voltasse para um aluno em especial, porém com o decorrer do tempo, notou-se a necessidade de voltar o olhar para os docentes e os sinais de esgotamento profissional (Burnout).
Foi observado, a partir de dados recolhidos no decorrer do estágio, a falta de afetividade e distanciamento profissional, levando ao baixo interesse e rendimento dos alunos. A intervenção foi proposta com base nos dados levantados durante as observações, com o objetivo de viabilizar o conhecimento dos docentes em relação à síndrome. 
		
	
CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
	
Identificação
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 28 de Novembro, localizada no município de Ouro Preto do Oeste/ RO, criada em agosto de 1982 e está localizada na Rua Olavo Bilac, nº 887.
Histórico, contexto socioeconômico e cultural
A escola foi criada em agosto de 1982 e recebeu o nome de Escola Estadual de 1º e 2º graus 28 de Novembro. O nome foi atribuído ao fato de ter sido nesta data em que o município de Ouro Preto do Oeste ia ser emancipado politicamente, sendo então o administrador o Senhor Ailton Casales Teixeira.
Sua criação foi oficializada pelo decreto número 494 de 24 de setembro de 1982. Ato de reconhecimento 081/CEE-RO, de 28/08/91, a Escola está situada na Rua Olavo Bilac N. º 887, bairro União, neste município. 
Na década de 80, quando foi fundada a escola contava com as modalidades de Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries, de 5ª a 8ª séries e cursos profissionalizantes em Magistério, que teve sua última turma em 1988 e Técnico em Contabilidade que foi ofertado até o ano de 1999. Paralelo aos cursos profissionalizantes era ofertado também o básico, que posteriormente passou a se chamar Colegial e atualmente, Ensino Médio.
Em 1998, a escola passou a ser denominada “Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 28 de Novembro” pelo Decreto de Denominação nº 8.367/98.
Atualmente, atende ao público de 6° ano do ensino fundamental ao 3° do ensino médio.
A escola está inserida em um bairro residencial de segmentos das classes populares, composta em grande parte, por famílias oriundas de outros Estados (migrantes), que vieram para Ouro Preto do Oeste em busca de melhores condições de vida em um Estado promissor. 
A região onde está a escola é urbanizada, e conta com o sistema de água tratada, coleta de lixo, energia elétrica, telefone público, internet e rede telefônica.
Os estudantes são provenientes de quase todos os bairros da cidade e também da zona rural. 
Clientela atendida
A escola atende a uma clientela diversificada, recebendo estudantes provenientes de diversos bairros da cidade e residentes do entorno rural do município de Ouro Preto do Oeste/RO. Esses estudantes pertencem a classes socioeconômicas diversificadas.
Direção, corpo técnico e pessoal de apoio administrativo
Na direção da escola encontra-se Rosiene Lubiana com a vice Leiva Gomes e sua equipe gestora, contando com as orientadoras educacionais, as supervisoras escolares, a psicopedagoga, coordenadores e monitores dos projetos da escola, bibliotecárias, cuidador (a) da sala de multimídias, cuidador (a) do laboratório de informática, cuidador (a) do laboratório de ciências naturais, cozinheiras, vigilantes e equipe docente.
Corpo docente
Há uma média de quarenta e dois docentes, sendo que trinta do ensino fundamental. Ministram Língua Portuguesa, Matemática, Química, Física, Educação Física, Geografia, História, Inglês, Espanhol, Filosofia, Sociologia, Arte e Educação Religiosa.
Estrutura física
A Escola ocupa uma área total de 16.622,70 m², assim distribuídos:
Área construída: 12.810 m², prédio com seis blocos (salas de aula, administrativo e pedagógico), além de 02 (dois) anexos:
Anexo 1: Laboratório de Informática, Laboratório de Ciências, Sala de Multimeios e Biblioteca.
Anexo 2: Sala de oficinas Programa Mais Educação e PROEMI, sala de recursos e um banheiro.
Bloco A: Ambiente administrativo e técnico – pedagógico: Sala da direção;
Sala de Supervisão Escolar;
Sala de Orientação Educacional;
Sala dos professores, ampla e arejada;
02 banheiros para pessoal docente e administrativo: masculino e feminino;
Sala de planejamento;
Sala de Multimeios Didáticos;
Sala do Conselho Escolar;
Sala do Livro Didático e Almoxarifado;
Bloco B: Ambiente administrativo e técnico – pedagógico: 
Sala de Secretaria e arquivo anexo;
Sala de Atendimento Psicopedagógico;
Sala de Leitura;
Depósito de materiais de limpeza;
Cozinha e despensa;
Refeitório coberto com bancos e mesas em alvenaria, piso cerâmico;
Cantina
Bloco C – Salas de aula: 05 salas de aula
Bloco D – Salas de aula: 05 salas de aula
Bloco E – Salas de aula: 04 salas de aula; 04 Banheiros para estudantes, femininos (um, com adaptação para estudantes com necessidades educacionais especiais); 04 Banheiros para estudantes, masculinos (um, com adaptação para estudantes com necessidades educacionais especiais).
Bloco F – Salas de aula: 05 salas de aula.
A Escola conta ainda com 01 quadra poliesportiva coberta e 02 (duas) quadras descobertas sendo: (01 de areia e 01 com piso em cimento queimado precisando de reformas);
Pátio coberto;
Passarela coberta;
Estacionamento coberto para carros e motos dos funcionários e estudantes;
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CONCEITO DE BURNOUT
	A síndrome de burnout faz o professor não manter o sentido da sua relação com o trabalho, não possui motivação para continuar e se esforçar parece ser inútil. Ela também pode ser definida como a divergência entre o esforço aplicado e o que é recebido (reconhecimento, desempenho dos alunos).
	 Segundo Farber (1991 apud CODO; VASQUES-MENEZES, 2000), “Burnout é uma síndrome do trabalho, que se origina da discrepância da percepção individual entre esforço e consequência, percepção esta, influenciada por fatores individuais, organizacionais e sociais”.
	É uma síndrome que possui um conceito multidimensional, envolvendo três componentes, sendo: exaustão emocional (sensação de esgotamento físico e mental, falta de energia), despersonalização (indiferença, cinismo) e falta de envolvimento pessoal no trabalho (sentimento de fracasso profissional). Esses três fatores apesar de serem associados, são independentes.
	Na síndrome de burnout, a exaustão emocional é a anunciadora, sendo seguida pela despersonalização e por último o sentimento fracasso profissional.
	Malasch e Leiter(1997 apud FERENHOF; FERENHOF, 2002) sugeriram seis fontes principais potenciais de estresse do professor, no processo de burnout: a) falta de auto-controle; b) recompensas insuficientes; c) sobrecarga de trabalho; d) injustiças; e) alienação da comunidade; f) conflito de valores.
Woods (1999 apud CARLOTTO; PALAZZO, 2005) alerta que professores com fortes sentimentos vocacionais são mais vulneráveis ao burnout, pois, ao não verem sua atividade como um trabalho, mas sim como uma vocação, tendem a envolver-se de forma excessiva com o mesmo, tendo como resultado a sobrecarga laboral.
IMPACTO NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
	
	Quando o professor entra em Burnout e está na fase da despersonalização, ele passa a tratar os alunos com indiferença e torna o processo de ensino-aprendizagem dificultoso, conforme se afirma a seguir :
Um trabalhador que entra em Burnout assume uma posição de frieza frente a seus clientes, não se deixando envolver comseus problemas e dificuldades. As relações interpessoais são cortadas, como se ele estivesse em contato apenas com objetos, ou seja, a relação torna-se desprovida de calor humano. Isso acrescido de uma grande irritabilidade por parte do profissional, este quadro torna qualquer processo ensino-aprendizagem, que se pretenda efetivo, completamente inviável. Por um lado, o professor torna-se incapaz do mínimo de empatia necessária para a transmissão do conhecimento e, de outro, ele sofre: ansiedade, melancolia, baixa auto-estima, sentimento de exaustão física e emocional (CODO; VASQUES-MENEZES, 1999, p. 11).
	O burnout enfraquece a relação professor-aluno e, consequentemente, o processo de aprendizagem, para argumentar: 
As repercussões ou consequências do burnout são sentidas pelo professor e pelos alunos, demonstrando que o mal-estar vivido pelo docente em relação à sua profissão enfraquece a relação professor-aluno e os processos de ensino e de aprendizagem. O burnout compromete, igualmente, a saúde do professor e a qualidade do aprendizado dos alunos, indicando a necessidade de intervenções que minimizem o sofrimento docente e possibilitem espaços e relações adequadas ao aprendizado (OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2009).
	A afetividade e o trabalho docente estão interligados e ela é uma condição necessária para que o professor desempenhe suas atividades. Contudo, quando há a incompatibilidade entre a criação do vínculo afetivo e a relação profissional, surgem os conflitos na vida do professor.
	
METODOLOGIA: ATIVIDADES E ANÁLISE DESENVOLVIDAS
	Foram desenvolvidas análises diárias na instituição, com orientações semanais.
Dia 09/09/2016 – 13:15 às 14:30
	Neste dia foi marcada uma reunião com a Psicopedagoga Selma Teles Novais (que será minha supervisora de estágio).
	Ela relatou que não realiza projetos na escola, somente investiga os casos de “alunos problemas” que são propostos pelos professores que sejam analisados. Ela participa das reuniões de professores e conselhos de classe. No geral, ela se restringe a fazer um trabalho “clínico”.
	Faltaram seis professores e os alunos simplesmente ficaram fazendo o que queriam. Pelas câmeras observava-se briguinhas nas salas, alunos jogando carteiras no chão e ninguém intervia.
	Depois de ter conversado com a vice-diretora sobre os documentos, voltei para a sala da Selma e então foram apresentados os casos que ela queria que fosse observado. O garoto direcionado a mim será chamado como K.
	 K. foi diagnosticado com TDAH e possui epilepsia e então não toma os medicamentos.
	Quando o médico foi apresentar o laudo para a mãe, ele disse que o garoto precisava de uma escola de educação especial, a mãe deve ter ficado sem chão e a Selma me pareceu indignada.
	Foi-me relatado que K. apresenta mau comportamento, muito desinteresse com as aulas e tudo mais, uma frase dele no atendimento com a psicopedagoga foi: “ Não fiz por que dou bagunceiro”.
	O primeiro atendimento com a Selma, que ele deveria ir juntamente com a mãe, ele chegou uma hora atrasado.
	K. estuda na sala do 7°C.
Análise diária
	O trabalho da psicopedagoga fica limitado na escola a simplesmente atender os “alunos problemas” e sempre que possível, ir às reuniões de professores. 
	Não há a explanação aos professores sobre os problemas de aprendizagem e as demandas apresentadas pelos alunos.
	Os médicos parecem insensíveis e despreparados para apresentar o laudo para os pais.
	K. e a mãe parecem bem descompromissados.
16/09/2016 - 08:20 às 09:37
	K. faltou no dia da prova de ciências e não ligou para avisar à direção da escola qual era o motivo e a professora disse que não repetiria a prova para ele sem um atestado.
	Como K. não estava na instituição, fui conversar com a orientadora educacional do ensino fundamental.
	Ela relatou que K. é agitado e desafiador, tem notas ruins porque falta muito, não faz trabalhos e perde provas. Ele sai para ficar no pátio, nas aulas de ciências e artes.
	K. havia xingado a orientadora e então recebeu uma suspenção de dois dias.
	A psicopedagoga mostrou o espaço escolar e enquanto isso, contou que K. não gosta da professora de sociologia e do professor de matemática, pois ele é implicante.
Análise diária
	
	É perceptível a falta de interesse e desmotivação do aluno K. em relação à sua vida escolar. Também é evidente a falta de respeito dele perante a autoridade escolar. Isto pode ser reflexo da dinâmica familiar dele.
		
19/09/2016 - 07:00 às 09:20
	Assim que a escola abriu, havia uma mãe na sala da orientação conversando sobre um menino do 6° ano. O menino falou que ele possui falta de inteligência e a mãe e ele riram, a orientadora aconselhou os dois a criar uma rotina de estudos.
Vou observar o menino que será identificado como K.
	A orientadora me contou um pouco sobre os aspectos comportamentais dele (indisciplinado e afrontador), além da suspeita de que ele esteja envolvido com pessoas que usam drogas.
Fui para a sala de aula e era aula de matemática, o professor passou duas questões para serem resolvidas e K. estava sentado na frente.
Havia recebido a informação que K. não gostava deste professor, mas mesmo assim parece interagir bem com ele, perguntou sobre algo sobre a questão ao professor e estava tentando ajudar o colega que estava sentado atrás dele.
	O professor se levantou para olhar o caderno dos alunos e talvez explicar algo para quem esteja com dúvidas. Como a aula estava chegando ao fim, o professor começou a resolver as questões, K. prestou atenção no início e logo se dispersou. 
	O professor saiu e era aula vaga, pois a professora de educação física estava viajando e então os alunos ficaram bem livres, alguns saindo da sala e outros fazendo bagunça do lado de dentro.
Então chegou uma aluna na sala dizendo que era para todos irem para a sala de vídeo e a professora de sociologia estava continuando o filme que eles estavam assistindo aula passada (O caçador e a rainha de gelo). K. brinca bastante com tudo e não presta atenção por muito tempo. A professora não tem um bom domínio de sala.
	Faltaram duas professoras neste dia. 
	Na aula posterior ao filme, os alunos voltaram para sua sala normal e a orientadora foi para a sala conversar com os alunos sobre a falta de respeito e de interesse deles.
Análise diária
	Realmente, K. apresenta sinais de uma pessoa que possui TDAH, porém parece ter algo além, talvez algo familiar onde a escola não tem acesso.
	Os professores não parecem sensíveis com o diagnóstico do aluno e não dão um suporte diferenciado a ele.
28/09/2016 - 07:00 às 11:00
	Neste dia, cheguei à escola e era dia de apresentações de um projeto que a escola desenvolveu, os alunos do fundamental fariam apresentações de teatro sobre a história que escolheram e os alunos do ensino médio apresentariam poesias, poemas e danças. Os alunos do 7°C foram para a sala do 6°B para fazer a apresentação. K. faltou nesse dia.
	Os pais foram convidados para assistirem as apresentações e pouquíssimos pais estavam presentes.
	A direção solicitou que todos os alunos se juntassem no pátio para a abertura oficial do projeto.
	Após a abertura, os alunos se encaminharam para as salas em que iriam apresentar.
	Eu fiquei na sala do 6°B e todos os alunos apresentaram teatro com bastante criatividade e fazendo adaptações das histórias contadas nos livros.
	A professora que estava avaliando os alunos nesta sala era a professora de português do fundamental, ela parecia bastante irritada e grosseira com os alunos. Quando estava muito barulho na sala, ela mandava calar a boca. Mesmo na presença de pais ela gritava com os alunos.
	Um aluno me relatou com essas palavras: “em sala ela é o demônio”, se referindo à professora em questão.
Análise diária
	Este projeto foi desenvolvido durante o ano e neste dia os alunos apresentaram suas produções, este tipo de projeto pode incentivar a criatividade e a leitura dos alunos. A escola convidou os pais e responsáveis para irem assistir as apresentaçõese pude perceber a falta de interesse deles em apreciar e estar em contato com os filhos no ambiente escolar.
	Estava aparente o estresse profissional na professora avaliadora da sala em questão.
04/10/2016 - 13:10 às 14:25
	Foi marcada uma reunião com a Selma sobre a proposta de intervenção com os professores e conversar sobre o aluno K.
	Sobre a proposta de intervenção, sugeri montar uma apostila ou algo parecido para os professores sobre a síndrome de Burnout e foi aceita.
	Sobre o menino K. ela contou que ele mora com a mãe, irmã mais nova e o padrasto. Ele contou à ela que não gosta do padrasto e a mãe só está com ele por causa da filha.
	O pai biológico dele mora em Porto Velho e quando K. está de férias quer que ele vá para trabalhar com o pai em obras como ajudante de pedreiro.
	K. cogita em ir morar com o pai para sair de perto do padrasto, mesmo sabendo que junto com o pai ele vai trabalhar.
Análise diária
	A intervenção vai auxiliar os professores a ficarem mais sensíveis com seus sentimentos e reconhecer neles sinais de uma possível síndrome de Bunout, para que possam buscar tratamento na fase inicial.
	Em relação ao garoto K., pode-se perceber algo muito além do TDAH, algo relacionado ao apoio e a harmonia familiar.
07/10/2016 - 07:00 às 09:20
	Quando cheguei, fui para a sala dos professores e uma professora me perguntou se estou no 7°C para observar o K. porque ele tem hiperatividade e eu neguei, pois não era para os docentes saberem que eu estava observando um aluno.
	A primeira aula é de português e K. está sentado no fundo da sala, bem disperso. A aula havia começado e ele abriu o caderno e saiu da mesa, como ele não estava com a apostila de português ele se juntou com uma colega. A sala fica bastante silenciosa na aula dela, por conta da forma que ela trata os alunos.
	K. pegou uma bolsa de uma colega e começou a jogá-la para os colegas até que a colega colocou um fim na brincadeira.
	Quando a professora me notou na sala, ela veio me perguntar o que eu cursava e quando disse que era psicologia, ela falou que tem muito doido por aí e eu teria muito trabalho.
	K. havia saído de sala quando a aula terminou e quando resolveu voltar, a professora de ciências não o deixou ficar em sala pelo fato de que não havia pedido permissão para sair.
	Na terceira aula, era aula novamente de português e quando ela percebeu que ele não estava com a apostila, o mandou para fora de sala.
Análise diária
	Percebe-se o cansaço dos professores e eles nem tentam mais manter o aluno em sala, eles simplesmente mandam para fora da sala sem que o aluno seja levado à sala de orientação ou advertido de alguma forma.
	K. não parece estar motivado a estudar, a mãe não acompanha o desenvolvimento do filho na escola, ele é descomprometido com o estudo e o pai, assim como foi relatado a mim, não se importa com o filho.
10/10/2016 - 07:00 às 11:30
	A aula é de matemática e K. parece saber que estou lá para observar ele, K. veio à escola, porém não quis entrar quando me viu em sala. 
	Os alunos interagem bem entre eles, claro que existem panelinhas e um ou outro que não conversa muito e prefere ficar mais sozinho.
	A próxima aula foi de educação física, a professora chegou à sala, fez a chamada e os levou à quadra. Fizeram dois times de meninos e alguns ficaram de fora. Os meninos terminaram o jogo e foi a vez das meninas, alguns dos meninos que ficaram de fora entraram no time das meninas e com um deles fizeram algumas chacotas com ele. Terminou o jogo e foram para a sala. Chegando lá receberam a noticia que a aula era vaga e como ficam soltos quando algum professor falta, muitos foram para a quadra e outros ficaram pelo pátio. A vice diretora deve ter visto pela câmera que alguns alunos estavam na quadra e foi lá ordenar a volta para a sala, os alunos voltaram e ela ficou o restante do horário conversando com eles.
	Após o intervalo, foi aula de ciências e a professora passou tarefa para ser feita enquanto corrigia os resumos feitos. K. não trouxe a apostila de ciências e ficou importunando os colegas, quando a professora percebeu a bagunça que estava a sala, levou K. para a direção e quando ela voltou perguntou se mais alguém queria ir pra direção também.
	Um aluno me perguntou o porquê de eu estar naquela sala e eu disse que haviam escolhido a sala pra eu ficar e então o aluno disse que escolheram a pior para eu ficar.
	A próxima aula é de sociologia e a professora os levou para assistir o filme “Valente”. Ela é bastante querida pelos alunos, porém não possui domínio sobre a turma. K. ficou jogando no celular durante a aula toda.
Análise diária
	Observa-se a divisão que os professores promovem separando os meninos das meninas nos jogos e competições.
	Está perceptível o estresse profissional, porém mandar o aluno para fora da classe não tem efetividade.
	Já está implantado que aquela sala é a pior da escola e os alunos não tentam fazer nada para mudar essa fama.
17/10/2016 - 13:30 às 15:00
	Foi marcada uma reunião com a Selma para esse dia.
	Ela contou sobre o projeto excelência que é para aumentar o IDEB, nesse projeto eles fazem reforço de português e matemática com os alunos de 6° ano.
	Selma relatou que os membros da diretoria não se preocupam em conversar com os professores para mudarem o método de ensino, quando há alguma conversa, é falado no geral e não individualmente com o professor em que é alvo das reclamações.
	Relatou que já teve algumas discussões com professores que falam mal das turmas que ministram aula e citou um acontecimento, sendo ele: uma professora chegou ao quadro dos reprovados da matéria dela e disse que bate palmas para aquela lista, pois é o reflexo do que os alunos são. Perante este acontecimento, Selma discutiu com a professora.
	Mencionou que a professora de português do fundamental não estimula a leitura em voz alta e não estimula a produção de texto e então os alunos chegam ao ensino médio sem uma leitura fluida e não sabendo produzir textos.
	Foi proposta a realização de uma intervenção para melhorar a autoestima dos docentes em relação à profissão, demonstrando para eles que novos métodos de ensino melhoram significativamente o rendimento escolar.
	Selma se diz frustrada por não conseguir alterar a realidade do ambiente escolar.
Análise diária
	Percebe-se que a mudança deve começar a ocorrer nos cargos mais altos e ir mudando gradativamente os cargos mais abaixo.
	A maior parte dos docentes da escola são antigos, com crenças enraizadas e método de ensino engessado. Os professores mais novos são frustrados com a profissão e não se importam com a efetividade de seu trabalho.
19/10/2016 - 07:00 às 11:20
	A aula é de educação física e os alunos foram para a sala que contém as mesas de tênis. A professora promoveu um campeonato entre os alunos da sala, porém meninos jogam com meninos e meninas com meninas.
	A outra aula foi de matemática e o professor mudou K. de lugar por estra fazendo muita bagunça. O professor estava explicando conteúdo e quando um aluno chutou a resposta ele perguntou se o menino estava querendo ser palhaço. Como o professor colocou K. na frente, parece que ele rende mais que sentando no fundo, fica menos disperso.
	Na aula de história a professora pediu para os alunos lerem em voz alta o texto da apostila e era notória a dificuldade de leitura. Nesse meio tempo a orientadora apareceu na porta da sala e pediu para um aluno ir na sala dela para conversar sobre o irmão dele.
	Quando a aula terminou, em meio à brincadeiras, os colegas de sala falaram assim referindo a K.: “ele tem laudo; só ele tem problema”
	Na aula de artes K. estava para fora da sala pois estava conversando com a orientadora. A professora mostra-se bastante grossa com os alunos.
Análise diária
	É evidente o esgotamento dos professores, eles descontam o estresse profissional em cima dos alunos, desmotivam quando algum aluno tenta chutar a resposta de alguma questão.
	A orientadora parece estar despreparadapara o cargo, pois chamou o irmão de um aluno para conversar sobre os atos dele, ao invés de chamar os pais ou responsáveis para tomar as medidas cabíveis.
25/10/2016 - 07:00 às 09:20
	Quando cheguei fui direto para a sala do 7°C e os alunos estavam desesperados para terminar uma tarefa de português. Quando a professora chegou na sala, os alunos estavam todos do lado de dentro e comportados e disse que pensou que a diretora estivesse dentro da sala, pois era um milagre todos dentro de sala.
	Ela chamou por ordem de chamada para dar visto a tarefa e todos que diziam não ter feito, levavam bronca.
	K. não foi para a aula. Foram duas aulas seguidas de português.
	A outra aula foi de geografia e os alunos não respeitam a presença dela, ela sempre estava gritando pedindo silêncio.
	Depois que os alunos ficaram mais quietos, ela começou a explicar o conteúdo, mas sempre sendo interrompida pelo barulho e a aula terminou com quase nada de explicação.
Análise diária
	É perceptível a falta de respeito dos alunos para com os professores, porém essa falta de respeito é recíproca.
	A professora de português é rígida e nenhuma das vezes a vi explicando conteúdo, somente passando exercícios enormes para os alunos fazerem.
	A professora de geografia é bem querida pelos alunos, porém não consegue dominá-los para conseguir explanar o conteúdo.
	Há o despreparo do professor, o estresse profissional e tudo isso reflete no ambiente escolar.
07/11/2016 - 13:00 às 16:00
	Reuni as informações necessárias para a formação do relatório final e apresentei à Selma o esboço do folder, que é um das minhas propostas de intervenção.
25/11/2016 – 7:00 às 10:00
	Fechamento do estágio com uma conversa com a supervisora do estágio e houve a proposta da direção, juntamente com a orientadora pedagógica e a psicopedagoga que as duas propostas de intervenção fossem aplicadas juntas no dia dois (02) de fevereiro de 2017, na reunião pedagógica do colégio.
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
	As propostas de intervenção irão trabalhar a síndrome de burnout e a desmotivação profissional dos docentes da escola.
	Sobre a síndrome de burnout, foi desenvolvido um folder explicando o significado da síndrome, como ela se diferencia do estresse, os fatores que levam os professores a desenvolvê-la, os sintomas, o diagnóstico, o tratamento, bem como locais que podem oferecer suporte.
	A intervenção para trabalhar a desmotivação profissional, seria de futura aplicação, com palestra de motivação profissional e demonstrar que modificações no método de ensino são válidas.
Resultados e discussões
	Na literatura é possível observar que a afetividade é muito importante no processo ensino-aprendizagem e a partir das observações diárias foi observado que os alunos não são tratados com respeito, os professores não demonstram amor pelo o que fazem e as explicações são frias. Tudo isso reflete no alto índice de reprovações e notas baixas.
	Talvez seja possível encontrar, em uma observação mais profunda e detalhada, os três níveis da síndrome de burnout nos professores desta escola: exaustão emocional, despersonalização e falta de envolvimento pessoal no trabalho. 
	Os professores não aparentam ter motivação para continuar a trabalhar, as conversas com a psicopedagoga nas reuniões de professores, não os motivam a alterar algo no seu modo de ensinar, eles só continuam a trabalhar para cumprir as horas e ser aposentado o mais rápido possível.
	Devido aos baixos salários, a maioria deles trabalha no período matutino, vespertino e noturno e se encontram esgotados devido a sobrecarga de trabalho.
	Eles podem não conhecer os impactos que a saúde mental abalada traz aos processos de ensino-aprendizagem e por meio das intervenções que serão aplicadas, poderão tomar conhecimento e, quando se sentirem seguros e preparados, procurarão ajuda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	No início havia sido proposta a observação de um aluno em especial, porém com o andamento do estágio e orientações obtidas, foram identificados sinais da presença da síndrome de burnout e mostrou-se importante voltar o olhar para os professores.
	Foi necessário mudar o foco da observação pelo fato de talvez os professores não estarem cientes desse adoecimento, não saberem a importância de cuidar da saúde mental e as consequências acarretadas como a falta de interesse por parte dos alunos.
	Os profissionais parecem estar somente presentes fisicamente, não demonstrando afeto e dedicação, comprometendo o processo de aprendizado dos alunos. Os motivos para o surgimento desta síndrome são diversos como o baixo salário, pouco ou nenhum reconhecimento profissional, não atingir seus objetivos, entre outros.
	As propostas de intervenção podem auxiliar os educadores a reconhecer os sinais da síndrome, os modos de tratamento e locais de ajuda.
	A realização do estágio proporcionou observar a importância da presença do psicólogo escolar como agente de mudanças e auxiliador na melhora da relação professor-aluno. 
	
REFERÊNCIAS
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OLIVEIRA, C. B. E. de; MARINHO-ARAÚJO, CLAISY M. Psicologia escolar: cenários atuais. Brasília-DF, 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1808-42812009000300007&script=sci_arttext&tlng=en>Acesso em 17 de novembro de 2016;
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Acesso em 06 de novembro de 2016;
Projeto Político Pedagógico da Escola E.E.E.F.M 28 de Novembro.
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