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OBRIGAÇÕES - Cristiano Chaves- 3ª prova 2017.2

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OBRIGAÇÕES – CRISTIANO CHAVES 2017.2 
3ª PROVA 
Aula 26/10 
Concluiu classificação das obrigações - critério de dar, fazer e não fazer
AS OBRIGAÇÕES PODEM SER DE DAR, FAZER E NÃO FAZER- 
Obrigações de Não Fazer – A única obrigação negativa, lembrando que a CF estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer se não por força de lei. A obrigação de não fazer é uma abstenção voluntária de uma conduta que seria licita a parte, se não fosse a obrigação assumida, ou seja, é algo que o devedor poderia fazer se ele quisesse, mas ele assume obrigatoriamente a obrigação de não fazer.
Se a abstenção é imposta por lei não se configura obrigação de não fazer, por exemplo, não é possível alguém assumir a obrigação de matar outrem, por que o objeto seria ilícito e a conduta seria nula, a conduta negativa de matar alguém já é imposta por lei. Só há obrigação de não fazer quando a conduta seria licita a parte. 
Ex: um vizinho que assume a obrigação de não levantar muro acima de determinado limite, 
Ex: a obrigação de confidencialidade, em muitos contratos de prestação de serviços ou em muitos contratos empresariais o prestador de serviço, sócio e etc. assume a obrigação de não prestar informações, nesse caso obrigação de NÃO FAZER, um detalhe que essas obrigação de não dar informação é a obrigação de não utilizar para si o direito de comunicação, vejam que a liberdade de expressão é garantida na CF, mas uma pessoa pode dizer que não quer usar sua liberdade de expressão, e que por isso não irá revelar determinados fatos que tomou conhecimento, se configurando uma obrigação de não fazer.
Há uma discussão se a obrigação de NÃO FAZER pode ser ou não divisível, a maioria dos autores estabelecem que a obrigação de NÃO FAZER é indivisível, porque como o NÃO FAZER é uma abstenção na hora que eu fiz um pouco, eu já fiz, o que importaria numa indivisibilidade das obrigações de NÃO FAZER. Para Cristiano isso é um equivoco, porque a obrigação de NÃO FAZER pode divisível quando obrigação de NÃO FAZER corresponde a diferentes comportamentos de abstenções. Por exemplo, Cristiano assume a obrigação de não fazer isto e não fazer aquilo, se ele se comportou positivamente e fez uma das coisas, ele responderá proporcionalmente. 
O mais importante sobre a obrigação de NÃO FAZER, é uma novidade do CC 2002, o art. 251 permite a auto tutela das obrigações de não fazer, ou seja, nas obrigações de NÃO FAZER o sistema autoriza a autotutela, que é a possibilidade do próprio credor se auto tutelar garantindo a abstenção, por exemplo, o vizinho de Cristiano assumiu a obrigação de não levantar o muro acima de determinada altura Cristiano pode derrubar o muro, ele estará se auto tutelando. Quando se fala que o credor pode se auto tutelar isso se dá dentro dos limites da razoabilidade, civilmente toda vez que alguém excede os limites do que é razoável a responsabilidade é objetiva pelo abuso do direito. Quando o credor de uma obrigação de NÃO FAZER realiza a auto defesa do abuso não dá para discutir a culpa dele, porque se fossemos discutir a culpa dele não responsabilizaríamos ele nunca o direito não tem como penetrar no intelecto subjetivo das pessoas, toda e eventual responsabilidade decorrente de abuso será objetiva.[2: Sobre a regra geral do sistema de proteção dos direitos- A regra geral do sistema de proteção dos direitos, é a tutela pelo poder judiciário, mas existem exceções como a legitima defesa(autotutela), toda exceção vai ser interpretada restritivamente, lembre-se Auto tutela é exceção]
Obrigação de FAZER- Corresponde a uma atividade a ser realizada pelo devedor, ou seja, se a obrigação de não fazer é abstenção a obrigação de fazer é conduta positiva, preparar e entregar algo. Por exemplo, o alfaiate que prepara o terno, ele assumiu uma obrigação de fazer, outro exemplo, é o do compositor ou escritor que recebe uma encomenda para elaborar uma obra assume a obrigação de fazer. 
As obrigações de fazer, portanto as condutas humanas, podem ser fungíveis ou não fungíveis a depender do seu grau de intuito personae (em razão da pessoa), podem ser infungíveis porque elas podem ser elaboradas exclusivamente pelo devedor, e só ele pode realizar aquela conduta,mas se outras pessoas podem realizar a conduta a obrigação será fungível, para o professor o melhor exemplo é o de pintar, quando uma pessoa contrata um pintor para pintar a parede de sua casa é uma obrigação de fazer fungível, porque qualquer pessoa que saiba fazer o serviço pode fazer, mas a obrigação de pintar um quadro é diferente, uma pessoa vai até uma galeria de arte e contrata um pintor para pintar um quadro especifico de uma situação especifica, a obrigação será infungível, porque ela é personalíssima (intuito personae).
A obrigação infungível é personalíssima(intuito personae) e a fungível poderá ser cumprida por qualquer pessoa
No final do século passado se dizia que essa classificação das obrigações de fazer fungíveis e infungíveis era muito importante, porque a as infungíveis comportariam para o credor tutela especifica ou perda de danos. Se dizia se a obrigação é fungível (perdas e danos), se a obrigação é infungível (perdas e danos ou tutela especifica). [3: É pedir para o juiz uma providencia para ele garantir o cumprimento da obrigação, aplicar uma multa, determinar uma restrição de direitos, por exemplo, alguém que se compromete de emprestar uma casa para Cristiano passar o carnaval em Salvador, vai chegar o dia do carnaval e a pessoa não empresta. Cristiano vai escolher se quer perdas e danos, então ele alugará outro lugar e cobra o prejuízo, ou se quer tutela especifica, pede que o juiz tome uma providência, pede para o juiz mandar a chave da mão dele e entregar ao credor, tutela especifica ou execução especifica é a obtenção do resultado pratico equivalente, perdas e danos é idenização.]
Com o CC de 2002 esse assunto caiu para o segundo plano de relevância, ele perdeu a importância, porque no novo código civil de 2002, tanto as obrigações de fazer fungíveis quanto as infungíveis autorizam tutela especifica ou perda de danos, acolhendo um entendimento que já era do STJ, o STJ, portanto flexibilizou a matéria e o código civil de 2002 respeito esse entendimento, tanto nas obrigações de fazer fungíveis quanto nas infungíveis autoriza-se ao credor escolher entre perdas de danos e tutela especifica. 
Vamos para duas informações valiosas:
Como se descumpre uma obrigação de fazer? Não fazendo.
Uma obrigação de fazer ou não fazer pode se extinguir sem culpa? Pode, quando aquela conduta passa a ser imposta ou não mais permitida pelo sistema jurídico, obrigação de não fazer, fulano assume a obrigação de se abster de certo comportamento e vem uma lei que impõe fulano a fazer, se a lei está impondo fazer o que fulano disse que não iria fazer, ele terá que fazer, nesse caso a obrigação pereceu sem culpa, porque aquele comportamento passou a ser imposto, a recíproca é verdadeira numa obrigação de fazer se aquela conduta se torna proibida por força de lei, não se pode mais cumpri-la, a obrigação vai perecer se culpa, porque o que eu disse que ia fazer a lei já não mais me permite fazer. 
Fora disso se a conduta me é possível e eu não a pratico então ocorreu o inadimplemento. O inadimplemento se caracteriza quando a conduta é possível mas não decorre, descumprindo a obrigação de fazer o credor optará entre perdas e danos e tutela especifica. 
Assim como nas obrigações de não fazer o ordenamento jurídico conferiu ao credor nas obrigações de fazer a possibilidade de auto tutela (auto defesa). O parágrafo único do art. 249, permite ao credor se auto tutelar nas obrigações de fazer. Como alguém se auto tutela na obrigação de fazer? Claro que na auto tutela na obrigação de fazer não envolve nenhum direito de violentar o devedor, até porque não se pode violentar o devedor porque violaria direitos fundamentais, é diferente da legitima defesa, quando a pessoa vai repelir uma agressão injusta, nesse caso o descumprimento esta noplano patrimonial, logo o credor se auto tutela na obrigação de fazer, fazendo. O credor contra alguém para realizar a atividade e cobra, ou seja, a auto tutela nas obrigações de fazer nada mais é do que um ganho de velocidade/celeridade. 
Ex: Paula contrata alguém para pintar a parede, sendo que era para pintar ontem e essa pessoa não compareceu, não pareceu hoje e também não aparecerá amanhã, passou-se uma semana e a parede de Paula continua no reboco, sendo que é uma empresa que vai inaugurar esta semana, ela pode mandar outra pessoa(que não a contratada incialmente) pintar a parede. Ao invés de entrar com uma ação para o primeiro pintor contratado fazer, ela vai entrar com uma ação para executá-lo, então Paula ganhou o tempo porque ao invés de entrar com a ação para ele ser citado para fazer e se ele não fizer converter em perdas e danos, já está realizada a atividade a conduta já foi atendida (a parede já foi pintada) e tudo se resolve agora em dinheiro a auto tutela, portanto é um ganho de celeridade, na medida em que o credor ao invés de discutir o cumprimento ou não da obrigação, passa a discutir apenas a execução do valor da obrigação.
Quando o devedor opta pelas perdas e danos, ele está dizendo que não que mais discutir, ele quer ser indenizado, e ai terá que provar a extensão do prejuízo. Se o credor se auto tuela ele vai pedir ao juiz uma ação de execução, mas se ao invés de se auto tutelar ele escolhe entre execução especifica e perdas e danos, ele está pedindo ao juiz uma ação de conhecimento, ou seja, a vantagem de se auto tutelar é porque ele pula o conhecimento e vai direto para execução. A escolha entre auto tutela ou execução especifica e perdas e danos é do credor, quando o credor escolhe a auto tutela ele pegara o valor da auto tutela e executará, é mais rápido mas em compensação é limitado ao valor da obrigação assumida. [4: É preciso diferenciar processo de conhecimento e processo de execução. No processo de conhecimento sinônimo de conhecimento é cognição ou cognoscibilidade( é quando passa a se apropriar de algo que você não tinha), o processo de conhecimento é construído lentamente, porque o juiz precisa conhecer o litígio, para formar o seu juízo de conhecimento produzir provas para tentar descobrir a solução para aquele problema, para aquele conhecimento. No processo de execução nada disso é necessário, porque no processo de execução parte-se da premissa de que já está previamente acertado o direito, ele apenas precisa ser efetivado, ou seja, quando uma pessoa requer ao juiz a execução de um cheque, a execução de uma garantia, um titulo, essa pessoa esta transmitindo ao juiz que não precisa ter conhecimento, porque aquele titulo vale pelo conhecimento inteiro. ]
Voltando ao exemplo do pintor, quando o primeiro pintor contratado para pintar a parede da loja que iria inaugurar, ao não comparecer poderia causar ao credor além de um dano material também um dano moral, então o credor terá que ir para a ação de perdas e danos. 
O credor não poderá fazer auto tutela e execução, porque seria abuso do direito do credo, toda vez que o credor tem duas opções - jus variandi o direito do credor de variar- esse direito de variar não pode ser exercido abusivamente, então o limite do jus variandi é a escolha, se o credor escolheu a auto tutela ele esta automaticamente abrindo mão da execução pelo poder judiciário e vice versa, porque do contrário estaríamos permitindo o credor a executar duas vezes, e não é possível executar duas vezes o mesmo credor por duas dívidas 
Segundo Cristiano nesse ponto o ordenamento evolui no sentido de garantir ao credor a efetividade da sua obrigação. ao permitir a auto tutela o ordenamento está evoluindo para dar ao credor maiores possibilidades de efetivar, de assegurar o cumprimento do seu interesse. 
Durante muito tempo se discutiu se a auto tutela poderia ser das obrigações de fazer infungíveis hoje se chegou a conclusão que é possível, mas sempre dependerá da obrigação e do interesse do credor, se uma pessoa contrar alguém para elaborar um show e eu optar por auto tutela, é porque essa pessoa está se contentando e ter outras pessoa no lugar do devedor, o que significa que essa obrigação sobre determinado ponto de vista não seria infungível. Então em linha de principio a auto tutela somente alcançar as obrigações de fazer fungíveis, mas nada impede que o credor que é o grande interessado resolva abrir mão, o que ele não pode fazer é violar a dignidade do devedor, não dá para pegar o cantor pelo braço e mandar ele cantar. 
Obrigação de Dar – Durante as décadas de 80 e 90 a literatura jurídica brasileira se controverteu em obrigações de fazer e não fazer. Durante 10 anos houve controvérsias entre as obrigações de fazer e não fazer, naquela época essa discussão era muito importante porque se fosse uma obrigação de dar não cabia tutela especifica, mas se a obrigação fosse de fazer comportava tutela especifica, toda essa discussão se pacificou quando o CC 2002 estabeleceu a tutela especifica tanto nas obrigações de fazer, quanto nas obrigações de dar, fora a obrigação de dar dinheiro, qualquer outra obrigação de dar cabe tutela especifica. 
A diferença da obrigação de dar e fazer é simples e eficiente, na obrigação de dar o devedor entrega algo que já está pronto, na obrigação de dar o seu cerne é a tradição (entrega), nas obrigações de fazer o cerne é a elaboração, na obrigação de fazer o devedor elabora prepara para dar, e na obrigação de dar ele entrega o que já está pronto. Ex. a obrigação da costureira é de fazer, mas se eu for na loja comprar um vestido pronto a obrigação seria de dar, se eu for na livraria comprar um livro a obrigação é de dar. Toda a obrigação de fazer carrega o dar, se não deu não fez, o inadimplemento é a não entrega. 
A extensão do dano na obrigação de fazer e na obrigação de dar são diferentes, porque na obrigação de dar como a prestação já está pronta, eu posso comprar em qualquer lugar, e na obrigação de fazer a depender do tempo ninguém mais vai conseguir realizar a prestação, a extensão do dano muito provavelmente é diferente, o nível de proteção é diferente e não cabe auto tutela nas obrigações de dar, a auto tutela é só das obrigações de fazer e não fazer, percebam que estamos falando de auto tutela e não de execução especifica. Por tanto, nas obrigações de dar o único caminho possível ao credor é o poder judiciário, a atividade cognitiva. 
Obs: no Brasil o cumprimento de uma obrigação de dar não é por si só suficiente para a aquisição de propriedade, isso porque em relação aos bens imóveis além da tradição (entrega) da coisa existe o registro do cartório de imóveis. 
Ex. Cristiano comprou um apartamento de segunda mão, o vendedor entregou as chaves (tradição ficta, simbólica a chave representa o apartamento), Cristiano entra no imóvel mas ainda não é dono, porque ele precisa fazer o registro no cartório, enquanto não houver registro não a tradição do bem imóvel. Isso não se aplica aos bens móveis, que por sua vez, a entrega da coisa se confunde com a aquisição de propriedade. Se Cristiano for numa livraria e comprar o livro, na hora que o vendedor entregar o livro a ele, ele será o proprietário do livro. 
Essa regra só se aplica aos bens imóveis e também ao bens móveis passível de controle pelo poder público como aeronave, embarcação, automóveis, porque para esses bens o poder publico por questão de segurança pública exigem certos tipos de registro, a aeronave exige registro no departamento de aviação civil, embarcação exige registro na capitania dos portos e automóvel no DETRAN, logo se uma pessoa comprar um carro e não registrar no DETRAN ela não será proprietária. [5: Isso tem haver com o direito administrativo, pois se trata de um sistema de controle do poder público da aquisição de certos bens móveis.]
Na frança a tradição é suficiente, só bastando a entrega do imóvel é um sistema mais rápido de venda economicamente falando, no entanto, o sistema mais forte do ponto de vista da segurançajurídica é o do Brasil, devido a extensão do nosso país a segurança jurídica é mais importante no Brasil. 
Se Cristiano comprar um carro de segunda mão e se encher de multas a multa vai para o outro? Se aquisição dos bens móveis se desse só por registro, seria possível uma fraude ao sistema, o STJ estabeleceu que esses casos em que o poder público exige registro para bens móveis, para que esses casos se compatibilize com o art. 1263 do CC, que fala que a aquisição dos móveis se dá pela entrega, pelo cumprimento da obrigação de dar, o STJ diz que o registro dos bens móveis quando exigido pelo poder público é meramente administrativo, é para controle do poder público, mas aquisição de propriedade se deu pela entrega. 
Ex: Cristiano vendeu seu carro para Arthur, Arthur saiu dirigindo e tomou várias multas e sumiu no mundo, a prefeitura foi cobrar de Cristiano, ele vai mostrar a prefeitura que vendeu o carro para Arthur, vai provar através de recibos e assinaturas de recebimento do bem. quando a obrigação de dar ganhou tutela especifica, ela deixou necessariamente de se converter em dinheiro e surgiu para o credor uma possibilidade de efetivar as obrigações de dar pelo mesmo mecanismo das obrigações de fazer, desmaterializou, não necessariamenteo descumprimento da obrigação de dar gera perdas e danos. [6: Claudia Lima Marques, ela chama desmaterialização da obrigação de dar, não ser necessariamente uma conversão em dinheiro, o credor poderá optar por outro caminho, que é exatamente o mesmo caminho da obrigação de fazer e não fazer, portanto ela está dizendo que as obrigações de dar deixaram de ser vistas apenas pelo ângulo material. ]
As obrigações de dar se subdividem em obrigação de dar coisa certa, e obrigação de dar coisa incerta 
A distinção entre a obrigação de dar coisa certa e incerta é importante. 
Obrigação de dar coisa certa- existe uma perfeita individualização da coisa, devedor sabe aquilo que deve entregar, conhece aquilo que deve entregar, o devedor tem absoluta convicção porque o objeto está completamente individualizado
Ex: Cristiano assumiu a obrigação de vender seu apartamento para João que é unidade numero tal, na rua tal e prédio tal. PAREI AQUI 1:18
Aplica-se o art. 313, aplica-se o principio da identidade física da coisa, ou seja, o credor não é obrigado a dar coisa diferente da que ele se obrigou. 
Cumprimento indireto através da Dação em pagamento- 
Consignação em pagamento- é uma ação em juízo, vou justiça e consigno em pagamento, o juiz decidirá como o adimplemento será feito.
Quando houver dúvida sobre quem é o devedor, o credor consigna em pagamento. Quando há dúvida sobre a prestação, o credor entende que a divida é uma e o devedor entende que é outra. 
O NCPC estabelece a consignação de pagamento quando a obrigação for de dar dinheiro poderá ser feita no banco 
Entendendo. Pelo principio da identificação o credor não pode receber prestação diversa daquela, se ele aceitar coisa diversa será dação de pagamento, se houver dúvida sobre queé o credor ou a prestação será feita a consignação de pagamento. 
Na obrigação de dar coisa certa, a prestação abrange os acessórios, (frutos, produtos, rendimentos, benfeitoria e aceções. 
Pertenças e parte integrantes não são bens acessórios. A parte integrante não é acessório pq ela integra a coisa, ex: pneu é parte integrante pq não existe carro sem pneu. 
Pertença é um bem com funcionalidade própria que se acopla a um outro bem, onde ele mantém a sua função originária , é um bem que tem função própria. 
Sob o ponto de vista do inadimplemento de dar coisa certa, “res perit domino”, portanto se a coisa pereceu sem culpa extingue a obrigação, se a coisa já foi entregue o dano passa a ser o credor, se a coisa não foi entregue o dono ainda é o devedor. 
Se Cristiano tem que entregar um livro para um aluno e antes de entregar o livro pereceu, ele tem que entregar outro livro. Se caso ele já tenha entregado ao aluno e pereceu em posse do aluno pereceu para o credor 
Obs: obrigação de restituir é uma obrigação de devolver funciona, tanto na locação quanto no comodato, haverá uma obrigação de restituir, a regra do res perit domino é aplicada e forma inversa, pq o proprietário da coisa não é o devedor é o credor. 
Obrigação de dar coisa incerta. O que se tem é uma divida de gênero, nas obrigações de dar coisa incerta, sabe-se a quantidade, a qualidade mas não se sabe a coisa individualizadamente, ex: Cristiano assume a obrigação de dar a Maria um carro, é incerto pq ele não sabe qual o modelo de carro, não foi especificado. O momento de escolha se chama concentração do debito (...) aqui não existe escolha livre nas obrigações de dar coisa incerta a escolha deve ser feita pelo valor médio, enquanto não houver a escolha as obrigações de dar coisa incerta não perecem “genus not perit”, e depois da escolha segue as regras de dar obrigação coisa certa. 
TEORIA DO PAGAMENTO/ Teoria do adimplemento 
Para falar da teoria do pagamento, precisamos entender que se trata de um cumprimento de obrigação . pagamento é cumprimento voluntário e integral da obrigação, precisa ser espontâneo, licito e exato. 
Se discutiu se o pagamento tem natureza de negocio jurídico (..) Karl Larenz chegou a conclusão que o pagamento tem a natureza de execução real da coisa, se o pagamento exonera o vinculo 
Art. 939/940 
QUEM DEVE PAGAR E QUEM DEVE RECEBER 
Aula 30/10 
As Diferenças sobre dar coisa incerta, e as diferenças de dar coisa alternativa e facultativa*** Estudar
SUJEITOS DO PAGAMENTO 
Quem deve pagar – Solvens/ devedor 
Os: insolvente é quem não tem como pagar
Além do devedor outras pessoas pode fazer o pagamento, terceiros (pode ser um terceiro interessado e terceiro desinteressado) 
Terceiro interessado é aquele que tem interesse no pagamento porque eventualmente pode ser atingido pelo inadimplemento, por exemplo, fiador, avalista e em direito empresarial o sub locatário, são exemplos de terceiros interessados 
Terceiro não interessado- é aquele que não pode ser atingindo pelo inadimplemento, ´por exemplo, pode ser o pai o filho, (...) áudio, 
O credor não pode recusar receber o pagamento de terceiro interessado, 
Havendo recusa indevida, há consignação em pagamento, se o pagamento for e dinheiro a consignação pode ser no banco, se for outra prestação tem que ser em outro juízo. 
Não é possivel que o credor se negue a receber o pagamento, pq o devedor tem o direito de se livrar da obrigação , é obrigado a receber nos termos na identidade física da prestação, o credor não pode ser compleido a receber, mas tem direito de objetar as exceções pessoais, por exemplo.( áudio) 
Obs: o efeito do pagamento pelo terceiro, se o pagamento é realizado pelo terceiro interessado, o efeito é a sub-rogação(substituição) e uma vez sub-rogado o credito o terceiro passa a ser credor do devedor, ele tem direito de regresso com todos os direitos da obrigação original. 
(OUVIR AUDIO) 
SE A DIVIDA estiver prescrita e o terceiro quiser pagar, o devedor originário pode opor todas as exceções que poderia opor ao credor. 
Se o pagamento entretanto é realizado pelo terceiro não interessado, não importara em direito de regresso, isso porque o terceiro não interessado terá apenas e então somente o direito de reembolso, não de regresso o direito de reembolso depende da prova do proveito gerado ao devedor art. 884 e 885 cc (enriquecimento sem causa) justificam o direito de reembolso. 
O terceiro não interessado vai ter que provar a vantagem propiciada ao devedor, se ele provar ele vai ter o direito de ser ressarcido
Ônus da prova: na ação de regresso não há necessidade de provar , na ação de reembolso o terceiro não interessado terá que provar. 
OBS: SE O TERCEIRO interessado fizer o pagamento mas pagar em nome do próprio devedor, ele não terá direito de reembolso, ele terá feito uma doação (liberalidade) não pode buscar reembolso, pq doação é irrevogável e irretratável 
Obs: pagamento feito pelo representante, é pagamento feitopelo próprio devedor.
A quem se deve pagar - accipiens/ Credor
É ordinariamente o credor, mas pode ser o seu representante legal art. 308 ou convencional. Também se admite representante tácito/mandatário tácito art. 311 CC, é aquele que se apresenta ao devedor com um titulo de crédito
E o pagamento feito ao credor putativo art. 309 do CC, garante a validade do pagamento feito ao credor putativo que é aquele que tem a aparência e boa fé, se for feito nesses termos é válido. 
Cessão de crédito- quando o pagamento é feito ao cedente (...) 
Teoria da aparência: é quando se juridiciza algo que não era juridico em nome da boa fé por exemplo, o pagamento feito ao credor putativo 
(ouvir áudio) 
OBJETO DE PAGAMENTO- 
É a prestação devida art. 312, art. 313 princípio da identidade física- (...) pelo principio o que paga é o bjeto da prestação, dar, fazer ou não fazer. 
Se a obrigação for alternativa ou de dar coisa incerta- antes de pagar tem que ter a concentração do débito, ou seja, a escolha. Se a obrigação for facultativa o devedor pode dar coisa diversa- 
O principio da identidade física comporta uma exceção no CPC 15, o NCPC estabele que na execução de crédito (...) se a divida decorre do titulo de crédito extrajudicial admiti-se a moratória legal o credor pode ser obrigado pelo juiz a receber 30% do pagamento e os 70% divididos em 6x sem juros e correção, 
(AUDIO) 
Obs: “Substancial perfomance”, adimplemento substancial ou inadimplemento mínimo, essa teoria significa que se a obrigação for descumprida minimamente significa que não foi cumprida art. 475 (esse art.ç pode-se apresentar excessivo) 
STJ RESP 272.739/MG, nesse caso mitigou, estabeleceu que o credor não tem direito de rescindir o contrato, apenas de executar o descumprimento. 
Se a obrigação estiver garantida por um titulo chamado alienação fidunciária (...) 
Os: alienação fidunciária é um contrato de garaantia exclusiva do banco. É um contrato que você transfere para o credor a propriedade do que é seu o credor recebe como garantia de pagamento a propriedade da coisa. 
PAGAMENTO EM DINHEIRO- 
Principio do nominalismo (art. 515,) traz consigo embutido a correção monetária, nesse caso, faz com que toda sua divida se já quitada com seu valor original, este ano o presidente da república, a lei 13.455/17 fruto da medida provisória, autorizou que todo e qualquer contrato de compra e venda estabelecer prazo de pagamento diferenciado e também formas. A segunda parte da lei prev~e que se pode pagar valores diferenciados na forma do pagamento (cartão ou dinheiro). Até o advento dessa lei o STJ sempre disse que essa cobrança era ilegal, e sempre exigiu a devolução. 
(...) OS JUROS dependem de expressa disposição ou da atividade exercida, por exemplo, atividade bancária que já está implícito que haverá a cobrança de juros, o percentual de juros é aquele estipulado no contrato. Não existe teto para juros, o simples fato de uma empresa cobrar mais de 12% ao mês por si só não revela abusividade de juros, mas o STJ estabelece que o fato de não existir limites faz com que o juiz controle a abusividade
PAGAMENTO EM MOEDA ESTRANGEIRA 
O ART. 318 – do CC proíbe pagamento feito em ouro ou moeda estrangeira, entretanto, encontraremos 3 exceções. O DL 857/69 - este decreto lei prevê duas exceções, e o STF estebeleceu a segunda. 
Admiti-se pagamento em moeda estrangeira segundo o DL. 
De divida assumida no exterior 
De importação 
O STJ estabeleceu a 3 hipótese, que diz que é valido a clausula se o valor for convertido em moeda nacional. 
LUGAR DE PAGAMENTO- art. 327 a 330
No Brasil as dividas são “quérable” quesíveis, que significa que no silencio das partes a divida seja paga no domicilio do devedor. 
ATENÇÃO – Rever a dação em pagamento
INDADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

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