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Plano de Aula: Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 Título Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 10 Tema Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. Crimes em espécie. Objetivos O aluno deverá ser capaz de: Conhecer o plano de aula. Compreender os princípios norteadores do Código de Trânsito Reconhecer a existência de condutas ilícitas de natureza admin istrativa e penal e suas respectivas sanções. Analisar a incidência das medidas despenalizadoras previstas na Lei n. 9099/1995 às condutas típicas previstas na Lei n.9503/1997. Analisar os crimes em espécie previstos na Lei n.9503/1997, seus elementos dis tintivos e a incidência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre eles. Reconhecer a aplicabilidade do instituto do perdão judicial aos crimes de trânsito e seus consectários penais e extrapenais. Estrutura do Conteúdo Antes da aula, não esqueça de ler: Os artigos 1º; 291 a 312, da Lei n.9503/1997. Verbete de Súmula n.720, do Supremo Tribunal Federal. Verbete de Súmula n. 18, do Superior Tribunal de Justiça. Estrutura de Conteúdo 1. Disposições gerais. 1.1 Bem jurídico tutelado: objetividade jurídica - imediata e mediata. 1.2 Sociedade de Risco e o incremento de um risco não permitido. A Teoria do Risco e a Lei n. 9503/1997: (i) os crimes de perigo e de dano; (ii) os crimes de perigo abstrato e sua r ecepção pela Constituição de 1988. 1.3. Princípios norteadores do Código de Trânsito e Segurança Viária. 2. Dogmática jurídico-penal. 2.1.Crimes de Trânsito. Considerações gerais: Crimes de perigo e crimes de dano. 2. 2. Objetividade jurídica: (i)imediata e mediata; (ii) elementos do tipo (objetivos, subjetivos e normativos);(iii) sujeitos do delito; (iv) classificação dos delitos;. 2.3. Incidência dos institutos despenalizadores da lei n.9099/1995 2.4. Suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor – hipóteses de cabimento. 2.5. Multa reparatória - aplicabilidade e natureza jurídica. 2.6. Crimes em Espécie: (i) Homicídio Culposo; (ii) Lesão Corporal Culposa; (iii)Participação em competição não autorizada; (iv) Embriaguez ao Volante. 2.7. O instituto do Perdão Judicial e os delitos de trânsito: (i) Natureza jurídica do instituto; (ii) Obrigatoriedade ou facultatividade de aplicação; (iii)Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial. Controvérs ia: entendimento dos Tribunais Superiores. Verbete de Súmula n. 18 STJ. UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. No Código de Trânsito Brasileiro a tutela objetiva imediata volta -se à proteção da própria coletividade, identificada como a segurança viária, razão pela qual há diversas figura s típicas eminentemente de perigo, tais como o delito de embriaguez ao volante e a participação em competição não autorizada. De forma reflexa, tutela-se a vida e a integridade física nos denominados crimes de dano, tais como o homicídio culposo e a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Interessante ressaltar que, a partir do reconhecimento do incremento de riscos permitidos, o legislador optou pela tipificação de determinadas condutas a fim de evitar a produção de danos efetivos. Acrescidos aos princípios norteadores e limitadores do Direito Penal, podemos citar os princípios da proporcionalidade das penas e confiança como norteadores da responsabilização e consequente individualização das sanções penais constantes no CTB. Para a caracterização dos delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor relevante a distinção entre culpa consciente e dolo indireto eventual, bem como a impossibilidade de compensação de culpas nos casos de concorrência de culpas. Os delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor podem ser praticados em via particular ou pública, diferentemente dos demais crimes de trânsito que exigem sua prática em via pública em decorrência da objetividade jurídica, qual seja, segurança viária. Ainda, serão objeto de estudo os principais crimes de trânsito, seus elementos, figuras típicas, bem como a ocorrência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre estes e os cr imes previstos no Código Penal. Com relação ao delito de embriaguez ao volante, o tema é bastante controvertido, haja vista tratar -se de crime de perigo. De qualquer forma, quando praticado no mesmo contexto fático de crimes de dano será por estes absorvidos. Com relação ao delito de participação em competição não autorizada, também crime de perigo, a entrada em vigor da lei n. 12971/2014 gerou muita controvérsia para as situações nas quais desta conduta advier resultado lesão corporal culposa e/ou homicídio culposo. Aplicação Prática Teórica APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO Leia a situação hipotética abaixo e responda às questões formuladas: No dia 25 de julho de 2014, por volta de 20h30min, em via pública localizada na Estrada Velha de Búzios, bairro Tangará, NORBERTO, de forma livre e consciente, conduziu o veículo automotor caminhão VW, placa KXX-0000, cor branca, com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool, conforme laudo de fl. 09. Nas mesmas condições de tempo e lugar, o denunciado praticou lesão corporal na direção de veículo automotor, obrando com imperícia e causando lesões em FERDINANDO, descritas no Boletim de Atendimento Médico e no Auto de Exame de Corpo de Delito. Momentos após, no mesmo local, NORBERTO, também de forma livre e consciente, desacatou funcionários públicos no exercício das suas funções. Na ocasião dos fatos, a vítima FERDINANDO estava trafegando na mesma Estrada quando, ao reduzir a velocidade para passar por quebra-molas, sentiu um forte impacto na traseira do seu veículo, qual seja, um FIAT UNO, cor vermelha, placa KYY- 1111, sendo arrastado por cerca de 200m, vindo a parar na outra pista, quase colidindo com uma motocicleta que trafegava no sentido contrário. A colisão, que gerou lesões corporais na vítima, foi provocada pelo denunciado, que dirigia embriagado e de maneira imprudente. Pouco depois, os policiais militares ora arrolados como testemunhas chegaram ao local dos fatos, momento em que foram desacatados pelo denunciado que os chamou de "viados", "policiais de merda", "ladrões", incitando-os a "cair na porrada". Em sede policial, o denunciado assumiu a prática do fato delituoso afirmando, para tanto, que, no dia dos fatos, estava embriagado e, conduzindo um caminhão, colidiu na traseira de um veículo e que não lembrava de ter ofendido os policiais." Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a Teoria Geral do Delito e nos de litos previstos na Lei.9503/1997, indaga-se: qual a correta tipificação da conduta de NORBERTO? Responda de forma objetiva e fundamentada. QUESTÃO OBJETIVA. Ao manobrar veículo automotor no interior de uma garagem particular, Felisberto, descuidadamente, atropela a amiga Marinalva, que orientava a manobra, a qual sofre lesões corporais de natureza leve. Durante a investigação do fato, descobre-se que Felisberto não possuía permissão ou habilitação para dirigir veículos automotores. Contudo, logo depois, a vítima comparece à Delegacia de Polícia e se retrata da representação anteriormente oferecida. Passados seis meses, é correto afirmar que Felisberto:a) poderá ser criminalmente responsabilizado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303 da Lei n° 9.503). b) não poderá ser criminalmente responsabilizado. c) poderá ser criminalmente responsabilizado por contravenção penal de dirigir veículo sem habilitação (art. 32 do Decreto-Lei n° 3.688). d) poderá ser criminalmente responsabilizado por dirigir veículo automotor sem permissão ou habilitação, ou quando cassado o direito de dirigir (art. 309 da Lei n° 9.503). e) poderá ser criminalmente responsabilizado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor majorada (art. 303, parágrafo único, da Lei n° 9.503).
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