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30/11/2016 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/9
ART. 122. ­ INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO
 
a) Conceito:
            Suicídio: "é a deliberada destruição da própria vida" Euclides Custódio da Silveira.
            Obs.: por razões que se prendem à impossibilidade de punição do suicídio e à política criminal (impossibilidade da dissuasão) não se incrimina a prática do suicídio. Mas é ilícito, pois atinge um bem
indisponível.
            Então a lei pune quem age induzindo, instigando ou auxiliando outrem a suicidar­se.
 
b) Objeto jurídico: a vida humana (art. 5o., caput, da CF).
 
c) Sujeitos:
            1) ativo: qualquer pessoa (crime comum);
            2) passivo: qualquer pessoa, não obstante dever se tratar de pessoa determinada, não perfazendo o delito o induzimento genérico. A pessoa deverá ter discernimento, senão o crime poderá ser
homicídio ­ o sujeito passivo deve agir voluntaria e conscientemente.
 
d) Tipo objetivo:
            Conduta típica: Induzir ou instigar (concurso moral) alguém ao suicídio ou prestar­lhe auxílio (concurso físico).
            Induzir: significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir. Fazer brotar no espírito de outrem a idéia suicida. Ex. A é doente terminal. B o induz a se matar. A idéia primeira é de A, que induz.
            Instigar: é estimular, incitar, acoroçoar alguém ao suicídio. A idéia suicida preexiste. Ex. A está doente e indeciso entre a luta contra a doença e a morte. B o instiga a se matar.
            Prestar auxílio: o agente colabora fornecendo os meios necessários para que a vítima alcance o propósito de matar­se. Ex. empréstimo de arma, de veneno, de corda, etc. Ou Conselhos de como se
matar. Ex. dose de veneno.
            Omissão: é discutida a possibilidade da prática deste crime por omissão.
            Parte da doutrina entende possível, por aquele que conscientemente omite ação a que estava obrigado em razão da posição de garante (art. 13, § 2º., CP).
 
e) Tipo subjetivo: dolo ­ consciência e vontade de induzir, instigar ou auxiliar outrem ao suicídio, podendo fazer de forma espontânea ou a pedido da vítima. Pode ser direto, querer, ou eventual, assumir
conscientemente o risco do evento danoso.
            Para alguns há o dolo específico ­ elemento subjetivo do tipo ou do injusto = desejo de que a vítima morra. José Frederico Marques e Euclides Custódio da Silveira. Contra: Júlio Fabbrini Mirabete,
Damásio de Jesus, Luis Regis Prado.
 
f) Consumação: duas correntes:
30/11/2016 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/9
            1) consuma­se com a instigação, o induzimento ou o auxílio (delito instantâneo e de mera conduta). A aplicação da pena, todavia, está sujeita à superveniência do evento morte ou lesão corporal
grave. Condição objetiva de punibilidade. Aníbal Bruno, Nelson Hungria, Galdino Siqueira.
            2) consuma­se com o resultado natural (morte ou lesão corporal da natureza grave). O resultado não é condição objetiva de punibilidade, mas elemento do tipo. Júlio Fabbrini Mirabete, Magalhães
Noronha, José Frederico Marques, Damásio de Jesus, Heleno Fragoso, Euclides Custódio da Silveira.
 
g) Tentativa: inadmissível ­ não havendo o resultado morte ou lesão corporal de natureza grave o fato é atípico. Ocorrendo qualquer dos dois o delito consumou­se.
 
h) Formas qualificadas ­ PARÁGRAFO ÚNICO
            I ­ se o crime é cometido por motivo egoístico, que desvela desprezo pela vida alheia. Exs.: instiga ou ajuda, para recebimento der herança ou de seguro ou visa eliminar um rival.
            II ­ se a vítima for menor ou tem diminuída, por qualquer causa a capacidade de resistência.
 
i) Suicídio conjunto:
            1) pacto de morte: duas pessoas combinam se matar ­ caso ambos colaborem para o evento morte (abrindo a torneira de gás, vedando o ambiente) e sobrevivem = homicídio tentado; se apenas
uma delas sobrevive = homicídio consumado. Se apenas uma colabora para o evento morte ­ se a que colaborou sobrevive = homicídio consumado (ex.: um atira no outro e depois tenta se matar, mas não
morre); se a outra sobrevive = instigação (ex.: um atira no outro, que não morre, e depois, acreditando na morte do primeiro, se mata).
            b) roleta russa: arma com um só projétil, rolando o tambor. O sobrevivente comete o crime do art. 122.
            c) duelo americano: uma arma carregada, outra não. O sobrevivente comete o crime do art. 122.
            d) fraude: homicídio. Ex.: afirmar falsamente que a arma está descarregada.
            e) falta de discernimento da vítima: homicídio (induzir um louco a se matar).
 
j) Pena
            1) tipo simples (art. 122, caput) ­ reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se a vítima morre;
            2) reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se a vítima sofre lesão corporal de natureza grave.
            3) Tipo qualificado (parágrafo único) ­ a pena do caput aplicada em dobro.
           
l) Ação penal: pública incondicionada.
 
 
ART. 123. ­ INFANTICÍDIO
 
a) Conceito: é a morte dada pela mãe ao próprio filho, durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal.
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            Três sistemas:
            a) sistema psicológico: fundado no motivo honra, que é o temor à vergonha da maternidade ilegítima;
            b) sistema fisiopsicológico ou fisiopsíquico: apoiado no estado puerperal. O Código Penal atual adota esse sistema.
            c) misto (ou composto): agrega os dois sistemas ­ Anteprojeto Hungria 1963.
 
b) Objeto jurídico: a vida humana (art. 5o., caput, da CF).
 
c) Sujeitos:
            1) ativo: crime próprio ­ a mãe, que mata o próprio filho durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal.
            Puerpério: "(de puer e parere) é o período que vai da dequitação (isto é, do deslocamento e expulsão da placenta) à volta do organismo às condições pré­gravídicas" (R. Briquet) ­ A. Almeida Jr. e
J. B. O. Costa Jr.. Sua duração é, pois, de seis a oito semanas (Lee), "conquanto alguns limitem o uso da expressão puerpério ao prazo de seis a oito dias". Obs.: o estado puerperal gera uma simples
influência psíquica. Além disso = doença mental (art. 26, "caput) ou perturbação da saúde mental (art. 26, p. ú.).
            A melhor solução é deixar a conceituação da elementar "logo após" para análise do caso concreto, entendendo­se que há delito de infanticídio enquanto perdurar a influência do estado puerperal.
            ­ Concurso de pessoas: discutível
            I ­ não há: porque o estado puerperal é circunstância pessoal, insuscetível de extensão aos co­autores ou partícipes ­ o terceiro responderia por homicídio.
            II ­ há: regra do art. 30 do CP. O estado puerperal é elementar do tipo infanticídio, essencial a sua configuração.
            III ­ posição mista: punição por homicídio se o terceiro pratica ato executório consumativo, e por infanticídio se apenas é partícipe do ato da mãe.
            2) passivo: é o ser humano nascente ­ na etapa de transição da vida uterina para a extra­uterina ­ ou recém­nascido (elemento normativo do tipo).
 
d) Tipo objetivo:
            Matar: de qualquer maneira ­ delito de forma livre. A conduta típica pode ser cometida por ação (sufocação, estrangulamento) ou omissão (mãe que deixa de fazer a ligadura do cordão umbilical).
            Durante o parto ou logo após são elementos normativos do tipo, que exigem um juízo cognotivo para sua exata compreensão.Parto ­ é o conjunto de processos fisiológicos, mecânicos e psicológicos através dos quais o feto separa­se do organismo materno. Seu início é marcado pelo período de dilatação do colo do útero e
seu término pela completa separação da criança do organismo materno, com a expulsão da placenta e o corte do cordão umbilical.
            Logo após ­ Bento de Faria se refere ao prazo de oito dias, em que ocorre a queda do cordão umbilical. Flamínio Fávero se inclina para a orientação de deixar ao julgador a apreciação do conceito
do termo. Damásio de Jesus estende o prazo até enquanto perdurar a influência do estado puerperal. O prazo se estende durante o estado transitório de desnormalização psíquica (RT 442/409).
            Obs.: não basta que a conduta tenha lugar durante o parto ou logo após: é preciso, demais disso, a existência de um vínculo causal entre a morte da criança dada naquele lapso temporal e o estado
puerperal.
            Cabe à perícia determinar se a conduta delituosa foi realmente impulsionada pelas perturbações físicas e psíquicas decorrentes do parto.
 
e) Tipo subjetivo: Dolo ­ vontade livre e consciente de matar o nascente ou recém­nascido durante o parto ou logo após (dolo direito), como assumir conscientemente o risco do êxito letal (eventual).
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            Não existe a modalidade culposa.           
 
f) Consumação: delito material ­ consuma­se com a morte do nascente ou recém­nascido.
 
g) Tentativa: crime plurissubsistente ­ admite a tentativa.
 
h) Pena: detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
 
i) Ação penal: pública incondicionada, competindo ao Júri o seu julgamento.
 
 
ARTS. 124­8. – ABORTO
 
a) Conceito: é a interrupção do processo de gravidez, com a morte do feto.
            Há seis figuras:
1ª.) aborto provocado pela própria gestante ou auto­aborto (art. 124, 1a. parte);
2ª.) consentimento da gestante a que outrem lhe provoque o abortamento (art. 124, 2a. parte);
3ª.) aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (art. 125);
4ª.) idem, mas com o consentimento da gestante, ou aborto consensual (art. 126);
5ª.) aborto qualificado (art. 127);
6ª.) aborto legal (art. 128).
 
b) Objeto jurídico:
            A vida humana (art. 5o., caput, da CF). A vida do ser humano em formação = vida intra­uterina.
            No aborto provocado por terceiro tutela­se também a vida e a incolumidade física e psíquica da mulher grávida.
            O objeto material do delito é o embrião ou o feto humano vivo, implantado no útero materno.
 
c) Sujeitos:
            a) ativo:
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I ­ no auto­aborto é a própria mãe (crime próprio);
II ­ nos demais casos (consentido ou não), qualquer pessoa (crime comum).
 
            b) passivo: é o ser humano em formação (óvulo = até 3 semanas; embrião = de 3 semanas a 3 meses; feto = após 3 meses).
            Obs.: caso sejam vários os fetos, a morte dada a eles conduz ao concurso de delitos.
 
d) Tipo objetivo
            Provocar (dar causa a, originar, promover, ocasionar) aborto (é a morte dada ao nascituro  intra uterum ou pela provocação de sua expulsão) ­ elemento normativo do tipo, de valoração extra­
jurídica.
            ­ O ato de provocar pode ser praticado por qualquer meio (delito de forma livre) ­ por ação (ministrar remédio abortivo ­ citotec), ou por omissão (médico que, dolosamente, não toma medidas para
evitar o aborto espontâneo ou acidental uma vez que tem o dever jurídico de impedir esse resultado).
            ­ O delito pressupõe gravidez em curso, sendo indispensável a prova de que o ser em gestação se encontrava vivo quando da intervenção abortiva e de que sua morte foi decorrência precisa da
mesma.
            ­ O estágio da evolução do ser humano em formação não importa a caracterização do delito de aborto. O termo inicial para a prática do delito é o começo da gravidez: duas correntes:
I ­ do ponto de vista biológico ­ é marcada pela fecundação;
II ­ do ponto de vista jurídico ­ com a implantação do óvulo fecundado no endométrio, ou seja, com sua fixação no útero materno (nidação). Assim, o aborto tem como limite mínimo para sua existência a
nidação, que ocorre cerca de catorze dias após a concepção. O termo final é o início do parto.
            Obs.: a gravidez interrompida deve ser a normal, e não a patológica ­ como a extra­uterina (quando a gravidez se desenvolve fora do útero, como na parede uterina (intersticial), na trompa (tubária),
no ovário (ovárica) ou entre o ovário e a trompa (tubo­ovárica). Ou molar, que consiste em uma formação neoplasmática ­ produto conceptivo degenerado, inapto a produzir uma vida nova.
                        ­ O momento da morte do feto não  importa para a caracterização do crime de aborto: pode o feto morrer no útero materno, ou ser expulso ainda vivo e morrer em decorrência das manobras
abortivas ou porque o estágio de sua evolução não tenha possibilitado a continuidade dos processos vitais.
            ­ Os processos abortivos podem ser químicos, físicos ou psíquicos: químicos ­ provocam a intoxicação do organismo (fósforo, chumbo, mercúrio, arsênico, quinina, estricnina, ópio, etc.); físicos ­
são mecânicos (traumatismo do ovo por punção, dilatação do colo do útero, curetagem, bolsas de água quente, escalda­pés, choque elétricos por máquina estática, etc.); psíquicos ou morais (sugestão,
susto, terror, choque moral, etc.).
 
e) Tipo subjetivo: dolo ­ vontade livre e consciente de produzir a morte do feto. Admite­se o dolo direito (traumatismo do ovo por punção), como o eventual (agredir mulher sabendo do estado de gravidez).
            Não há a figura culposa. Porém, o terceiro que, culposamente, causa o aborto, responde por lesão corporal culposa.
 
f) Consumação: com a morte do ovo, do embrião ou do feto (crime material e instantâneo).
 
g) Tentativa: é admitida. P. ex.: se das manobras abortivas sobrevem a aceleração do parto, mas o feto sobrevive, ou não interrompem a gravidez.
            Se expulso o feto com vida e sua morte é provocada por nova conduta, haverá concurso material de delitos (aborto tentado e homicídio ou infanticídio, consumados).
 
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h) Espécies de aborto:
 
I ­ Auto­aborto e aborto consentido
­ auto­aborto: art. 124, 1a. parte ­ "provocar aborto em si mesma". Crime próprio: é sujeito ativo apenas a mulher grávida.
­ aborto consentido: art. 124, 2a. parte ­ ocorre quando a gestante consente que outrem lhe provoque o aborto. A gestante não provoca o aborto em si mesma, mas consente que outro o faça. Este incorrerá
no delito do art. 126, CP.
            Assim, o art. 124 não admite co­autoria. O terceiro que realiza o aborto consentido pela gestante é autor de delito autônomo, o do art. 126. Porém admite­se a participação (Luiz Regis Prado,
Damásio, Mirabete). Conforme Damásio explica: "De ver­se que ela (gestante) consente na provocação; o terceiro provoca. Os verbos do tipo são consentir (art. 124, 2a. parte) e provocar (art. 126). se o
sujeito  intervém na conduta de a gestante consentir,  aconselhando,  v. g., deve  responder como partícipe do crime do art. 124. Agora,  se, de qualquer modo, concorrer no  fato do  terceiro provocador,
responderá como partícipe do crime do artigo 126 do CP.
 
II ­ Aborto provocado por terceiro
1) sem o consentimento da gestante (art. 125): o agente emprega força física, a ameaça ou a fraude para a realização dasmanobras abortivas. Ex, o agente ministra à mulher grávida substância abortiva
ou nela realiza intervenção cirúrgica para a extração do feto sem o seu conhecimento.
            O não consentimento ocorre também quando: a gestante ase mostra contrária; desconhece a gravidez ou o processo abortivo.
2) com o consentimento da gestante (art. 126). Porém, aplica­se a pena do art. 125 (par. único do art. 126) se:
2.1) a gestante não for maior de catorze anos:
2.2) a gestante for alienada ou débil mental; ou
2.3) o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
            Nas duas primeiras hipóteses presume­se a ausência do consentimento. Na última, a não­concordância é real. Exs. fraude: induz­se a gestante a acreditar que sua vida corre risco grave em razão
da gravidez. A violência, neste caso, refere­se àquela empregada para a obtenção do consentimento.
            ­ É indispensável, para a ocorrência do aborto consensual, o consentimento da gestante do início ao fim da conduta. Se a gestante desiste e o terceiro continua, caracteriza­se o crime do art. 125.
 
III ­ Aborto qualificado pelo resultado
                       ­ as penas dos arts. 125 e 126 são aumentadas de 1/3 se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá­lo, a gestante sofre  lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevem a morte.
            O resultado mais grave é imputado a título de culpa (art. 19, CP). Havendo dolo (direto ou eventual) ocorrerá concurso formal.
            ­ Não ocorrendo a morte do feto, mas a lesão corporal grave ou a morte da gestante, o agente responde pela tentativa de aborto qualificado.
            ­ Não ocorre a qualificadora quando houver lesão grave necessária p/ o aborto (lesão do útero, p. ex.). Nesses casos é ela conseqüência normal do fato.
IV) Aborto necessário
            Havendo conflitos de interesses da mãe e do feto, em alguns casos, devem prevalecer os da mãe. São casos excludentes de criminalidade, as quais tornam lícita a prática do aborto.
            Art. 128:
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            i) se não há outro meio de salvar a vida da gestante.
            ­ tem natureza terapêutica ­ o aborto necessário (ou terapêutico) consiste na intervenção cirúrgica realizada com o propósito de salvar a vida da gestante. Baseia­se no estado de necessidade,
excludente da ilicitude da conduta, quando não houver outro meio apto a afastar o risco de morte. Ex. riscos advindos de anemias profundas, diabete grave, leucemia, cardiopatias, etc.
            ii) se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
            ­ aborto sentimental (ético ou humanitário) ­ "significa o reconhecimento claro do direito da mulher a uma maternidade consciente". Jimenez de Asúa.
            ­ Para a realização do aborto pelo médico não é preciso sentença condenatória e tampouco autorização judicial, bastando que a intervenção se encontre calcada em elementos sérios de convicção.
Exs.: BO, declarações, etc.
            ­ Se a gravidez resulta de atentado violento ao pudor, aplica­se o dispositivo, isentando o agente, pela aplicação da analogia in bonan partem. Assim, Mirabete e Damásio. Luiz Regis Prado entende
que não, porque a norma em questão é não­incriminadora excepcional.
 
i) Penas:
1) para o auto­aborto e aborto consentido: detenção, de 1 a 3 (art. 124).
2) para o aborto sem o consentimento: reclusão, de 3 a 10 (art. 125).
3) para o aborto com o consentimento: reclusão, de 1 a 4 (art. 126).
4) para o aborto qualificado ­ com ou sem o consentimento: penas dos arts. 125 e 125, aumentadas de 1/3, se a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e duplicadas, se sobrevém a morte (art.
127).
 
j) Ação penal: pública incondicionada. Tribunal do Júri.
Exercício 1:
Aponte a alternativa correta, tendo em vista as afirmações abaixo
1ª.) Embora o induzimento e a instigação sejam situações semelhantes, pode­se distinguir o ato de induzir, que traduz a iniciativa do agente, criando na mente da vítima o desejo do suicídio quando esta
ainda não pensava nele, do ato de instigar, que se refere à conduta de reforçar, acoroçoar, estimular a idéia preexistente de suicídio.
2ª.) Haverá auxílio no ministrar instruções sobre o modo de empregar os meios para matar­se, no criar as condições de viabilidade do suicídio, no frustrar a vigilância de outrem, no impedir ou dificultar o
imediato socorro.
3ª.) Caso o agente pratique duas condutas (induzir e auxiliar), será responsabilizado pela prática de dois crimes, revelando sua conduta um dolo mais intenso, inclusive.
A ­ somente a primeira está correta. 
B ­ somente a segunda está correta. 
C ­ somente a terceira está errada. 
D ­ todas estão corretas. 
E ­ todas estão erradas. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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Comentários:
A ­ Induzir: significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir. Fazer brotar no espírito de outrem a idéia suicida. Ex. A é doente terminal. B o induz a se matar. A idéia primeira é de A, que
induz. 
B ­ Induzir: significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir. Fazer brotar no espírito de outrem a idéia suicida. Ex. A é doente terminal. B o induz a se matar. A idéia primeira é de A, que
induz. 
C ­ Induzir: significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir. Fazer brotar no espírito de outrem a idéia suicida. Ex. A é doente terminal. B o induz a se matar. A idéia primeira é de A, que
induz. 
Exercício 2:
Faça a correspondência das colunas abaixo, assinalando a alternativa correta.
 
A – Aborto I  –  É  sujeito  passivo  aquele  que  tenha
alguma  capacidade  de  resistência  à
conduta do sujeito ativo.
B – Homicídio II  –  Consuma­se  com  a  morte  do
nascente ou recém­nascido.
C – Infanticídio III  –  Admite  perfeitamente  o  dolo
eventual, como, por exemplo, no caso de
roleta­russa;  motorista  que  efetua
manobras  violentas,  fazendo  com  que
caísse o ciclista que atropelara e que fora
projetado sobre o capô do automóvel.
D – Induzimento, instigação ou auxílio ao
suicídio
IV  –  É  a  interrupção  da  gravidez  com  a
destruição do produto da concepção.
A ­ A:IV; B:III, C:II e D:I 
B ­ B:I; C:II; A:III e D:IV 
C ­ B:II; A:I: D:IV e C:III 
D ­ C:III; B:I; A:II e D:IV 
E ­ D:I; A:IV; B:II e C:III 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A ­ a alternativa correta. 
Exercício 3:
Não se pune o aborto praticado por médico, se não há outro meio de salvar a vida da gestante ou se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz,
de seu representante legal.
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A ­ O texto acima se refere ao aborto legal, chamado o primeiro caso de aborto necessário e o segundo de aborto sentimental. 
B ­ O texto acima trata de situações apenas desejadas pela doutrina, não cuidando a lei delas. 
C ­ O texto acima se refere ao aborto legal, sendo o primeiro caso tratado pela doutrina como aborto ético ou humanitário e o segundo de aborto terapêutico. 
D ­ Somente a parte final da afirmação está equivocada, pois no aborto sentimental é desnecessário o consentimento da gestante. 
E ­ Além das situações relatadas no texto acima, também não se pune o aborto praticado por médico, realizado para impedir que se agrave a situação de penúria ou miséria da
gestante. 
O aluno respondeu e acertou.Alternativa(A)
Comentários:
A ­ a alternativa correta. 
Exercício 4:
Em relação ao infanticídio, é incorreto dizer:
A ­ O infanticídio é um crime próprio. 
B ­ Aquele que colabora na prática do infanticídio, responde por infanticídio. 
C ­ A conduta típica é matar. 
D ­ Não é necessário, para configuração do crime, que o fato tenha ocorrido durante o parto ou logo após, bastando que a mãe tenha agido sob influência do estado puerperal. 
E ­ Consuma­se o delito com a morte do nascente ou recém­nascido. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A ­ a alternativa correta. 
B ­ a alternativa correta. 
C ­ a alternativa correta. 
D ­ a alternativa correta.

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