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Disciplina: Bioquímica Básica Prof. Edézio Ferreira da Cunha Júnior Contato: prof.edezio.cunha@celsolisboa.edu.br Estrutura e função de proteínas Objetivo: Entender a estrutura e função de proteínas e sua importância nos sistemas biológicos 1 As proteínas são macromoléculas complexas, compostas de aminoácidos, e necessárias para os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos. Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de 80% do peso dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco. A vida está intimamente ligada às proteínas: Estas moléculas especiais realizam as mais variadas funções no nosso organismo. Apesar da complexidade de suas funções, as proteínas são relativamente simples: são compostas basicamente de repetições de 20 unidades básicas, os aminoácidos. Definição Importância A importância das proteínas, entretanto, está relacionada com suas funções no organismo, e não com sua quantidade. Vários hormônios são peptídeos como por exemplo: ocitocina, bradicinina, insulina, etc. Quase todas as enzimas conhecidas, por exemplo, são proteínas. 3 Unidades básicas formadoras das proteínas; Apresentam pelo menos um grupo carboxílico e um grupo amino Aminoácidos têm como fórmula geral Aminoácidos H3N - C - H COOH R 4 monossacarídeo aminoácido 5 Aminoácidos Grupos R alifáticos, não-polares Grupos R não carregados, polares Grupos R aromáticos Grupos R carregados positivamente Grupos R carregados negativamente 6 Anfótero Anfótero. [do gr.amphóteros, ‘um e outro’.] Adj. 1. Que reúne em si duas qualidades opostas. 2. Quím. Que ora reage como ácido, ora como base. 7 Os aminoácidos são anfólitos: Caráter Anfótero H2N - C - H COO- R H+ +H3N- C - H COOH R + +H3N- C - H COOH R OH- H2N - C - H COO- R + 8 Ø Aminoácidos essenciais: lisina, leucina, isoleucina, valina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e histidina Ø Aminoácidos não-essenciais: alanina, arginina, aspartato, asparagina, cisteína, glutamato, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina - Propriedades dos aminoácidos Ø Compostos sólidos, incolores, cristalizáveis, de elevado PF, solúveis em água, com atividade óptica e de comportamento anfotérico. Ø Atividade óptica: aa dextrógiros (+) e levógiros (-) Ø Comportamento anfotérico: a) Comportamento ácido – pH básico; b) Comportamento básico – pH ácido; c) Comportamento zwitteriônico – pH neutro. 9 De forma geral, ao fazer a titulação de um aminoácido com uma base, iniciando-se em pH=1 observa-se que o pH da solução aumenta até aproximadamente pH=2 quando o grupamento COOH começa a liberar íons H+ para o meio, formando água. H- C - NH3+ COO- R COOH R H- C - NH3+ + OH- pK1 Dissociação dos Aminoácidos H2O íon dipolar 10 COO- R H-C-NH3+ + OH- H-C-NH2 COO- R pK2 Continuando a adição de base o pH irá progressivamente se elevando até que o grupo NH3+ tenha condições de liberar seu íon H+, o que ocorre próximo ao pH 9 . Dissociação dos Aminoácidos H2O íon dipolar 11 Dissociação dos Aminoácidos COO- CH3 H-C-NH3+ H-C-NH2 COO- CH3 COOH CH3 H- C - NH3+ pK1 pK2 Região de tamponamento devida ao grupo -COOH Região de tamponamento devida ao grupo -NH2 Base- capta prótons do meio Ácido -doa prótons para o meio 12 +H3N- C -H COOH R +H3N- C- H COO- R H2N- C- H COO- R Forma Isoelétrica 0 pK1 pK2 +1 -1 Aminoácido 13 Curva de titulação da alanina 14 Curva de dissociação da Glicina 15 Dissociação dos Aminoácidos Quando o aminoácido apresenta mais de um grupo ionizável no radical, este aminoácido possui mais um pK, o pKR. 16 17 18 19 É o pH no qual a molécula do aminoácido apresenta igual no de cargas positivas e negativas Encontra-se eletricamente neutro íon dipolar ou zwitterion Ponto Isoelétrico Ø Classes de aminoácidos em função do pK: a) Aa neutros: não há pKR; b) Aa ácidos: pKR < pK2; Aa básicos: pKR > pK2. 20 pI = pK1 + pK2 2 Cálculo do pI +H3N- C -H COOH R +H3N- C- H COO- R H2N- C- H COO- R Forma Isoelétrica pK1 pK2 A+ A- 21 Ligação Peptídica ...peptídeo As proteínas também são chamadas de polipeptídios, porque os aminoácidos que as compõe são unidos por ligações peptídicas. Ligação Peptídica: 22 A estrutura primária é somente a sequência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação espacial da molécula. As interações intermoleculares entre esta sequência de aminoácidos que leva a cadeia polipeptídica a assumir uma estrutura secundária e uma estrutura terciária. Estrutura das Proteínas - Primária 23 Estrutura Secundária Interações que governam o enovelamento e a estabilidade das proteínas; Forças eletrostáticas Interações de Van der Waals Pontes de hidrgênio Interações hidrofóbicas 24 É o arranjo regular dos resíduos de aminoácidos em um segmento de uma cadeia polipeptídica, onde cada resíduo está espacialmente relacionado aos seus vizinhos de maneira idêntica. As estruturas secundárias baseiam-se nas conformações α-hélices e folhas β pregueadas. Estrutura Secundária Estrutura Secundária – α-hélice É a forma mais comum de estrutura secundária: Caracteriza-se por uma hélice em espiral (helicoidal) formada por 3,6 resíduos de aminoácidos por volta As cadeias laterais dos aminoácidos se distribuem para fora da hélice A principal força de estabilização da α-hélice são as ligações de hidrogênio. Cada volta da α-hélice é estabilizada por três a quatro ligações de hidrogênio (exceto aquelas próximas de cada extremidade da hélice) 26 Estrutura Secundária – Folha β Envolve 2 ou mais segmentos polipeptídicos da mesma molécula ou de moléculas diferentes, arranjados em paralelo ou no sentido anti-paralelo. Os segmentos em folha da proteína adquirem um aspecto de uma folha de papel dobrada em pregas. As ligações de hidrogênio mais uma vez são a força de estabilização principal desta estrutura 27 Probabilidades relativas para encontrar um tipo de aminoácido numa determinada estrutura secundária: Estrutura Secundária 28 A estrutura terciária é a estrutura tridimensional completa de uma cadeia polipeptídica, É a conformação espacial da proteína, como um todo, e não de determinados segmentos particulares da cadeia proteica. A forma das proteínas está relacionada com sua estrutura terciária. Sobre este prisma, elas podem ser divididas em dois grupos: proteínas globulares proteínas fibrosas Estrutura Terciária 29 A grande maioria das proteínas globulares, tem sua atividade funcional intrínseca a sua organização espacial. Exemplos são as enzimas, proteínas motoras, proteínas reguladoras, proteínas de transporte e imunoglobulinas. As proteínas fibrosas são compostas por cadeias alongadas. Dois bons exemplos, nos animais, são o colágeno (ossos, tendões, pele e ligamentos) e a queratina (unhas, cabelos, penas e bicos). Estrutura Terciária 30 Estrutura Terciária 31 Estrutura de queratina de cabelo. Protofilamneto a-hélice da queratina Duas cadeias espiraladas Protofibrila Estrutura Terciária 32 Colágeno: um triplo-hélice de cadeias com 3 aminoácidos por volta (cadeia a). Estrutura Terciária 33 Existe, finalmente, a estrutura quaternária: Certas proteínas, tal como a hemoglobina, são compostas por mais de uma unidade polipeptídica (cadeia protéica). A conformação espacial destas cadeias, juntas, é que determina a estrutura quaternária. Esta estrutura é mantida pelas mesmas forças que determinam as estruturas secundárias e terciárias. Estrutura Quaternária 34 As proteínas podem ser simples Constituídas somente por aminoácidos ou conjugadas Contêm grupos prostéticos Proteínas Conjugadas 35 Função Proteica Função Proteica Função Proteica Função Proteica Função Proteica Função Proteica Função Proteica
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