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Processo civil nov 2017

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INVENTÁRIO E PARTILHA
Conceito: Procedimento especial de jurisdição contenciosa, por cujo intermédio se realiza a descrição(arrolamento) individulizada e clara dos bens da herança, sejam móveis ou imóveis, dívidas ativas e outros direitos, fazendo cessar dentre os herdeiros o estado de comunhão incidente determinado pelo concurso de direitos que eles têm sobre os bens do acervo hereditário, através da partilha desses bens.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Não há autor nem réu no inventário porque não convém, já que todos os herdeiros se encontram na mesma situação jurídica no plano material;
A especialidade do inventário impede que alguém assuma a posição de autor ou de réu e todos têm, simultaneamente, a mesma condição de quem postula e de quem se defende;
Consequentemente, na maioria das vezes, as citações previstas no inventário, (art. 999)não acontecem, uma vez que os herdeiros voluntariamente se habilitam, dispensando o ato convocatório, porque não são réus propriamente, mas autores e réus ao mesmo tempo;
O litígio só aparecerá claramente no instante do pedido do quinhão;
PROCEDIMENTO
O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60dias a contar da abertura da sucessão (morte do autor da herança), devendo ser encerrado nos 12 meses subseqüentes, podendo tais prazos serem prorrogados.
Não há sanção para o desrespeito desse prazo no CPC, existindo porém a aplicação de multa estadual no recolhimento do imposto “causa mortis”;
Até que o inventariante preste compromisso, o espólio continuará na posse do administrador provisório, que de acordo com o artigo 1797 do CC 2002 respeitará a seguinte ordem de preferência:
ao cônjuge ou companheiro do “de cujus”;
ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessa condição, ao mais velho;
ao testamenteiro;
a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas anteriormente;
DAS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR PROVISÓRIO
Materialmente, ao administrador provisório decorrem dois deveres e um direito, quais sejam:
O primeiro dever é o de perceber os seus frutos naturais e civis, bem como apresentá-los ao juízo do inventário para prestar contas;
Responder civilmente pelos danos que por dolo ou culpa causar a quaisquer dos bens que compõem o acervo hereditário;
E o direito de ser reembolsado pelas despesas necessárias ou úteis devidamente demonstradas.
DA LEGITIMIDADE PARA REQUERER O INVENTARIO
A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no 611, requerer o inventário e a partilha, instruindo o pedido com a certidão de óbito do autor da herança.
LEGITIMAÇÃO PARA ABRIR O INVENTÁRIO
Além do administrador do espólio, tem ainda legitimação para abrir o inventário:
o cônjuge ou companheiro supérstite;
o herdeiro;
o legatário;
o testamenteiro;
o cessionário do herdeiro ou do legatário;
o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
a Fazenda Pública, quando tiver interesse.
O administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.
O CÔNJUGE SUPÉRSTITE:O cônjuge supérstite ou sobrevivente, tem legitimação ativa para requerer a abertura do inventário qualquer que seja o regime de bens do casamento, importando portanto o regime para definir qual a condição do mesmo no processo , se meeiro ou se sucessor do cônjuge supérstite.
HERDEIRO: Legitimado para a abertura do inventário por seu flagrante e indubitável interesse na causa. Porém, antes do cumprimento de todas as etapas desse procedimento, o direito sucessório do herdeiro não passa de uma realidade abstrata, porque somente com a formalização da partilha é que se definirá efetivamente a dimensão do quinhão que lhe cabe e, por conseguinte, os bens materiais ou imateriais que lhe chegarão às mãos de forma concreta;
LEGATÁRIO: É o sucessor a título singular e cujo direito se funda diretamente na vontade do de cujus, manifestada por meio de testamento validamente celebrado de acordo com as prescrições da lei civil( CC., artigo 1845 a 1990). Dada a semelhança de posicionamento entre o herdeiro e o legatário, nada mais lógico que também ele possa seja contemplado pela lei com legitimação para instaurar o inventário.
TESTAMENTEIRO: É a pessoa que fica incumbida pelo testador, ou pelo juiz de realizar, no plano processual e material, a vontade do de cujus expressa no testamento; é a pessoa natural encarregada de dar cumprimento às disposições de última vontade do falecido e cuja nomeação, direitos e deveres se encontram especificamente disciplinados pela lei civil (CC. Arts. 1976 e 1990). Se ao testamenteiro cumpre tornar concreta a vontade do morto, e isso depende necessariamente de inventário, é curial que a lei do processo lhe confira legitimação para a instauração do procedimento.
O CESSIONÁRIO DO HERDEIRO OU DO LEGATÁRIO: Cessionária é a pessoa física ou jurídica a quem o herdeiro ou legatário transfere os seus direitos hereditários (CC. Arts. 286 a 298). Observem que a cessão só é possível desde que a sucessão já esteja aberta, uma vez que a lei proíbe a celebração de contrato tendo por bjeto a herança de pessoa viva (CC. Art. 426);
O CREDOR DO HERDEIRO, DO LEGATÁRIO OU DO AUTOR DA HERANÇA:Como é no inventário que se realiza a liquidação do patrimônio do de cujus, bastante claro se revela o interesse do credor do autor da herança no sentido de instaurar o procedimento, eis aí a oportunidade de receber o que o morto lhe devia, de sorte que sua iniciativa se revela como ato criador de condição favorável à satisfação do seu crédito. Observe-se que a prova da condição de credor não está restrita à qualidade de credor exeqüente que exige título executivo, bastando qualquer prova documental para habilitá-lo a tomar a iniciativa da instauração do inventário;
O MP HAVENDO HERDEIROS INCAPAZES: Demonstra toda a preocupação com os juridicamente desprotegidos o que fundamenta a legitimação do MP para instaurar o procedimento, uma vez que uma de suas principais funções é a defesa dos incapazes.
A FAZENDA PÚBLICA QUANDO TIVER INTERESSE
A fazenda pública tem interesse no processamento do inventário por três ordens de motivo: 
porque a ela cabe o recebimento do imposto de transmissão causa mortis; arts. 155, I CF, 
porque a ela, Município e Distrito Federal, cabe a herança jacente, nos termos da lei civil, art. 1822, CC
porque compete-lhe, em qualquer hipótese, fiscalizar a incidência ou não do imposto (CPC, art. 999). Todos esses motivos somados justificam, então, a previsão da norma sob enfoque que legitima ativamente a Fazenda Pública para o procedimento de inventário. 
O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados;
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados;
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII - o inventariante judicial, se houver;
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único.  O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função.
OBS. O juiz deve, preferencialmente, nomear o inventariante na ordem indicada, porém, tal ordem não é absoluta e o juiz deverá, fazer a nomeação analisando as circunstâncias do caso concreto a fim de nomear aquele com melhores condições para praticar as incumbências de inventariante.
 Incumbe ao inventariante:
I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto ao dativo,o disposto no art. 75, § 1o;
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus fossem;
III - prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por procurador com poderes especiais;
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao espólio;
V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
VI - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído;
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar;
VIII - requerer a declaração de insolvência.
Art. 619.  Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz:
I - alienar bens de qualquer espécie;
II - transigir em juízo ou fora dele;
III - pagar dívidas do espólio;
IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do espólio.
EMBARGOS DE TERCEIROS
CONCEITO: ação que tem por objeto a desconstituição dos efeitos de decisões judiciais, processado com rito especial admitindo medida liminar. Completa o sistema de proteção possessória mediante o amparo de todo aquele que, não sendo parte na causa sofre turbação ou esbulho na posse de bens por força de apreensão judicial em casos como penhora, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, etc. (art. 674 CPC. Terceiro no processo é quem não realiza o pedido e contra quem nada foi pedido.
Através dos embargos o terceiro interessado defende um direito autônomo seu, sendo ele estranho à relação jurídica ligitiosa.
Ex.: locatário que exerce comércio em prédio que lhe foi locado pela falida; companheira na defesa de sua meação, uma vez que possua patrimônio comum com o devedor; filhos de pais executados contra penhora incidente sobre imóvel bem de família no qual residem, etc.
LEGITIMIDADE
Possuidor e Proprietário: É possível defender, por meio de embargos, não somente a propriedade como a posse de seus bens, ainda que apenas indireta. EX.: promitente comprador, por contrato irrevogável, devidamente imitido na posse do imóvel pode opor bem. 3º.
O Cônjuge ou companheiro, na defesa da posse de seus bens próprios ou de sua meação, ressalvado o 843 CPC.
Adquirente de bens cuja a constrição foi declarada por decisão ineficaz por conta de alienação realizada em fraude a execução.
Aquele que sofre constrição judicial de seus bens através de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte.
Por fim, é legitimado o credor com garantia real para impedir a expropriação judicial do objeto do direito real de garantia caso não tenha havido a sua intimação regular nos termos legais.
DA OPOSIÇÃO DOS EMBARGOS:
Dada sua vinculação a atos de constrição judicial, o CPC estabelece prazos para o ajuizamento da ação sob pena de perda do direito à essa via processual (prazo decadencial) prescrição é a perda do direito de ação (de reivindicar esse direito por meio da ação judicial cabível), a decadência é a perda do direito em si, específico, por não ter sido exercido num período de tempo razoável.
Três situações para oposição dos embargos:
Processo de conhecimento: admite-se a oposição a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a sentença
No cumprimento da sentença ou durante o processo de execução até 05 dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação sempre antes da assinatura da respectiva carta; 
PROCEDIMENTO:
Petição inicial: prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiros, através de documentos e rol de testemunhas;
Pode ser designada prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
Legitimado passivo: aquele que é favorecido pelo ato de constrição bem como aquele que indicar o bem para constrição no processo principal. 
PETIÇÃO INICIAL: Valor da causa: nos embargos de terceiro o valor da causa é o valor do bem constrito, desde que não supere o valor da execução.
DEFERIMENTO LIMINAR: Como ocorre com os interditos possessórios, a ação de embargos de terceiro tem natureza de tutela urgente satisfativa antecipatória, visando a decisão satisfazer desde logo o embargante, antecipando a tutela contra ilícita constrição judicial e consequente manutenção ou reintegração de posse em favor do embargante.
OBS:. A decisão que aprecia o pedido de liminar, concedendo-o ou negando-o, tem natureza de decisão interlocutória, cujo recurso cabível é o agravo de instrumento.
SUSPENSÃO DO PROCESSO PRINCIPAL
A oposição de embargos de terceiro impõe obrigatoriamente a suspensão do processo principal (jurisprudência). Se os embargos versarem sobre apenas alguns dos bens discutidos no processo principal, a supensão se dará somente quanto aos bens discutidos.
A decisão que determina a suspensão do processo é de natureza interlocutória.
 CONTESTAÇÃO
Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 dias, devendo a citação ser pessoal se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
EMBARGOS DO CREDOR COM GARANTIA REAL
O credor de garantia real apenas poderá alegar na contestação:
que o devedor comum é insolvente;
o titulo é nulo ou não obriga a terceiro;
outra é a coisa dada em garantia;
SENTENÇA
Acolhido o pedido, o ato de constrição judicial indevida deve ser cancelado, reconhecido o domínio, a manutenção ou reintegração definitiva da posse ou do bem do embargante. Da sentença caberá apelação.
Ação de divisão e demarcação de terras particulares
INTRODUÇÃO 
Preleciona Humberto Theodoro Júnior que:
“(...) o mais amplo e importante dos direitos reais regulados pelo direito privado é, sem dúvida, o domínio ou propriedade (...). Sobe o bem do domínio, tem o dono o amplo direito de usar, gozar e dispor (...) poderes que (...) apresentam-se, do ponto de vista jurídico, exclusivos e ilimitados, até prova em contrário (...). Para que o dono possa, então, exercer tão extensos e ilimitados poderes, que excluem a coexistência de outros iguais ou similares por parte de outras pessoas, a condição sine qua non é que o objeto do domínio seja precisamente identificado (...)”.
A identificação dos bens imóveis, segundo o autor acima, se dá pela “(...) exata fixação dos limites dos prédios e terrenos (...)”, daí porque a importância das ações de demarcação e divisão de terras.
Há várias afinidades de procedimento que aproximam as ações de demarcação e divisão de terras particulares, embora diversos os pressupostos de cabimento de ambas. Os nomes atribuídos à tais ações evidenciam que os respectivos procedimentos se referem a terras particulares, excluídas, logo, as terras devolutas e bens públicos dominicais.
A ação de demarcação pressupõe a existência de dois prédios confinantes cujos limites não estejam perfeitamente extremados. A ação de divisão, por sua vez, pressupõe a existência de apenas um prédio, que pertença a dois ou mais proprietários, que pretendam extinguir o condomínio. A demarcação está ligada ao direito de vizinhança, enquanto a divisão é forma de extinguir a comunhão.
A afinidade entre as ações objeto do presente trabalho acadêmico decorre que, em ambas, será necessário traçar limites, fixar os estremos e especificar dimensões. Na demarcação, os diversos imóveis existem antes mesmo do ajuizamento. Na divisão, por sua vez, antes da propositura da ação, só haverá um imóvel, do qual resultarão dois ou mais. A demarcação e divisão de terras podem ser feitas de maneira amigável, fora da via judicial. 
Para tanto, todos os interessados devem ser maiores e capazes e estar de acordo quanto à forma como se efetivará a demarcação ou divisão.
DO CARÁTER DÚPLICE
Ambas as ações têm caráter dúplice. 
Feita a demarcação, estarão estremados os limites da propriedade do autor e do réu. Não há necessidade de que o réu apresente reconvenção para pedir que também as divisas de seu imóvel sejam delineadas. 
Assim, feita a divisão, restarão estabelecidas quais as partes do bem pertencerão à cada umadas partes da ação (autor e réu). 
Qualquer um dos confrontantes ou condôminos pode ser o autor da ação.
 NATUREZA JURÍDICA
Sobre a natureza jurídica das ações de divisão e demarcação de terras, preleciona Marcus Vinícius Rios Gonçalves:
“(...). É grande a controvérsia sobre o caráter pessoal ou real das ações de demarcação ou de divisão. O direito à demarcação é espécie de direito de vizinhança, que não constitui propriamente direito real, mas obrigação propter rem. A divisão, por sua vez, está ligada à extinção da propriedade comum. Todavia, como nas duas ações haverá repercussão sobre o imóvel, será sempre necessária a outorga uxória do cônjuge para a propositura da demanda e a citação de ambos os cônjuges, no polo passivo. (...)”.
Acrescente-se, ainda, que somente o proprietário detém legitimidade ativa a postular a demarcação do terreno, pois, aquele de que o tiver somente a posse não poderá fazê-lo, salvo se pretender exclusivamente a demarcação da posse.
 DAS DUAS FASES DAS AÇÕES DE DIVISÃO E DE DEMARCAÇÃO.
O procedimento para a materialização do direito de ambas as ações se desdobra em duas fases: uma contenciosa, que se encerra com a sentença, e outra executiva (ou administrativa). 
Não há falar propriamente em execução, já que a sentença é meramente declaratória, mas sim na concreção (ou efetivação) daquilo que foi declarado na fase contenciosa.
Dessa maneira, na primeira etapa, o magistrado decidirá se o autor tem ou não direito à divisão ou à demarcação, e se esta é necessária. Caso positivo, inicia-se a segunda etapa, na qual serão realizadas as operações essenciais para tornar efetiva a demarcação ou a divisão. É nesta fase que serão tomadas as providências técnicas destinadas a concretizar o que anteriormente foi determinado.
DA COMPETÊNCIA
O novel Código de Processo Civil disciplina que “Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa”. Dessa sorte, tem-se que as ações de divisão e demarcação de terras só poderão ser processadas e julgadas no foro de situação da coisa, não se admitindo modificação de juízo, pois cuida-se de regra de competência absoluta.
DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
Apenas o proprietário está legitimado a postular a demarcação de seu terreno. Aquele que tiver apenas a posse não poderá pleiteá-lo. Em situação de condomínio, qualquer dos titulares será parte legítima para ajuizar a demarcação do imóvel que lhes é comum, citando-se os demais na condição de litisconsortes, havendo, pois, um litisconsórcio ativo necessário.
No polo passivo figurarão os confinantes. A necessidade de citação dos demais condôminos é evidente, pois todos sofrerão os efeitos da sentença.
Na ação de divisão, o condômino é o legitimado ativo, enquanto os demais condôminos serão necessariamente os réus, integrando o polo passivo da demanda.
 DA CUMULAÇÃO DE DEMANDAS
O art. 570 do Novo Código de Processo Civil permite a cumulação das ações de divisão e demarcação de terras. Quando houver cumulação, a lei exige que primeiramente se processe a demarcação total ou parcial da coisa comum, citando-se os confinantes e os condôminos. A razão para o processamento primário da ação de demarcação é óbvia: enquanto não estabelecidos os limites do bem, não se poderá dividi-lo de modo adequado.
 DA AÇÃO DEMARCATÓRIA
 DA PETIÇÃO INICIAL
Além de cumprir os requisitos do art. 319 do NCPC, a petição inicial será instruída com os títulos de propriedade, designando-se o imóvel pela situação e pela denominação, descrevendo-se os limites por constituir, aviventar ou renovar, além do que também deverá nomear todos os confinantes da linha demarcanda (NCPC, art. 574).
 DA CITAÇÃO
O art. 576 do NCPC dispõe que “A citação dos réus será feita por correio, observando o disposto no art. 247”. O art. 247, por sua vez, excetua a citação por correio quando: nas ações de estado; quando o citando for incapaz; quando o citando for pessoa de direito público; quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; quando o autor, justificadamente, requerer a citação de outra forma, que não por correio.
Ainda há a possibilidade de citação por edital, uma vez atendidos os requisitos do art. 259, inc. III, do NCPC, a saber: “em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos”.
 DA RESPOSTA DOS RÉUS
Realizadas as citações, o prazo para que os réus apresentem contestação será comum, de 15 (quinze) dias. Findo tal prazo, observar-se-á o procedimento comum (NCPC, arts. 577/578).
 DA NOMEAÇÃO DE PERITOS
Antes de prolatar a sentença, o juiz deverá nomear um ou mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda. Concluídos tais estudos, os peritos apresentarão minucioso laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem (NCPC, arts. 579/580).
 
DA SENTENÇA E EXECUÇÃO MATERIAL DA DEMARCAÇÃO
A sentença que julgar procedente o pedido de demarcação de terras determinará o traçado da linha demarcanda, e, ainda, a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos (NCPC, art. 581, caput e parágrafo único).
Após o trânsito em julgado da sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos necessários, operações que serão, obrigatoriamente, consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, a qualquer tempo, dos pontos assinalados (observada a legislação especial que dispõe sobre a identificação de imóvel rural) (NCPC, art. 582, caput e parágrafo único).
Juntado aos autos o relatório dos peritos, que deverá ser confeccionado na forma dos arts. 583/585 do NCPC, o juiz determinará que as partes sobre ele se manifestem no prazo comum de 15 (quinze) dias, lavrando-se, em seguida, o auto de demarcação em que os limites demarcados serão descritos de acordo com o memorial e a planta (NCPC, art. 586, caput e parágrafo único).
Por fim, assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da demarcação (NCPC, art. 587).
DA DIVISÃO
DA PETIÇÃO INICIAL
Além dos requisitos do art. 319 do NCPC, a petição inicial na ação de divisão também será instruída com os títulos de domínio do promovente, e conterá: a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os limites e as características do imóvel. O nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas, e as benfeitorias comuns (NCPC, art. 588, caput e incisos).
DA CITAÇÃO, RESPOSTA E SENTENÇA
As citações serão realizadas tal como a ação de demarcação, ou seja, por edital (NCPC, art. 589), prosseguindo-se, após, na forma dos arts. 577 e 578 do NCPC. Todo o restante do procedimento de divisão, até a prolação da sentença, será igual ao da demarcação, com prazos idênticos de resposta.
DA EXECUÇÃO MATERIAL DA DIVISÃO
Depois do trânsito em julgado da sentença, iniciam-se os trabalhos de efetiva divisão, na forma dos arts. 590 e ss. Do NCPC.

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