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Ritos Especiais Cíveis 
Professor: Guilherme Rossetto 
e-mail: guilherme.rossetto@fmu.br 
Bibliografia: Curso Didático de Direito Processual Civil, Elpídio Donizete. 
Aula 01 28/08/2020 
 
Noções Iniciais 
Diferença entre ação, processo e procedimento. 
Ação em sentido amplo = ação nada mais é do que o direito de provocar a atividade 
jurisdicional, que é inerte. 
É o direito de alguém provocar o Estado para dizer o direito. 
 Em sentido estrito, a ação pode ser tratada à luz das seguintes teorias: 
a) Teoria imanentista ou civilista (Savigny) – não adotada. 
“Ação só existe quando existe direito material” 
B) Teoria concretista (Adolf Wach) – não adotada. 
“Só existe ação quando no fim do processo alguém terá uma sentença favorável, é um direito 
que você exerce contra o Estado” 
C) Teoria da ação como direito potestativo (Chiovenda) – não adotada. 
“Quando existe uma sentença favorável, executada contra a pessoa, tornando obrigatória 
para quem perde o processo” 
D) Teoria da ação como direito abstrato (degenkolb e Plósz) – para alguns autores, esta é a 
teoria do CPC. 
“Ação é um direito abstrato” 
E) Teoria eclética (Liebman) 
“Ação é um direito abstrato, deste que você tenha as condições da ação” 
 
Elementos da ação 
• Partes 
 
• b) Causa de pedir (art. 319, III do CPC) 
 
É dividida em remota e próxima. 
remota (fatos)-> o juiz está vinculado à causa de pedir remota 
Próxima (fundamentos jurídicos) 
 
Existem três teorias da causa de pedir: teoria do fato natural, individuação e substanciação. A 
adotada é a substanciação 
mailto:guilherme.rossetto@fmu.br
 
• c) Pedido 
Para cumulação de pedidos, é necessário observar o art. 327, §1º do CPC: 
“Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, 
ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - Os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - Seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.” 
Mesmo que no inciso III há especificação dos pedidos pertencerem ao mesmo tipo de 
procedimento, o autor poderá observar o §2º para fazer cumulação de pedidos: 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será 
admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do 
emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais 
a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as 
disposições sobre o procedimento comum. 
Processo 
Processo é um instrumento que alguém utiliza para promover seu direito de ação, que forma a 
relação jurídica processual entre as partes. 
Conceito, segundo Marcelo Ribeiro: 
“É certo que a função jurisdicional se exerce por meio do processo. Esse, por sua vez, 
apresenta-se (pela doutrina majoritária) como relação jurídica de direito público, que no contexto 
atual, se presta para produzir a norma individual da causa, mediante o emprego das garantias 
jurisdicionais” 
Pressupostos processuais: 
• Existência 
Subjetivos: Juiz e partes (capazes) 
Objetivo: Demanda 
 
• Validade 
Subjetivos: Juiz competente e imparcial, partes com capacidade postulatória e advogados 
(legitimidade). 
Objetivos: Intrínsecos (ligados à formalidade processual) e 
extrínsecos (negativos) -> Ausência de coisa julgada, litispendência, perempção e arbitragem. 
 
 
Existem 3 fases do processo: 
De maneira que houve uma evolução no tempo, pois antigamente o processo era muito 
moroso e cheio de burocracias que as vezes, alguma parte até teria um direito, porém, devido 
ao método exaustivo antigamente utilizado, ela poderia deixar de receber tal direito. 
 
Nas ações possessórias, terão um procedimento especial, para adequar a disputa da lide, para 
viabilizar a entrega do direito às partes, utilizando-se de regras especiais em relação à maneira 
de citação, alteração de prazos para contestação e etc. 
*Jurisdição contenciosa (art. 539 a 718 do CPC) 
*Jurisdição voluntária (quando há interessados – administração pública de interesses 
privados. Ex: interdição de alguém) (Art. 719 a 770). 
 
Aula 02 04/09/2020 
Procedimentos 
1. Ação possessória 
A ação possessória possui fundo na Constituição Federal, porque ela prevê direito à moradia, 
por isso, existe um procedimento especial. 
A posse é tema sensível, portanto, existe a previsão de um procedimento especial. 
Propriedade é diferente de posse. Propriedade é direito real (art. 1225 do Código Civil). 
Ex: alguém empresta o computador a outra pessoa, e aí a pessoa terá a posse, enquanto 
quem emprestou o computador tem o direito real. 
Ações de defesa da posse = manutenção, reintegração e interdito possessório. 
Imissão na posse Reintegração e posse Reivindicatória 
Natureza: petitória Natureza: possessória Natureza: petitória 
 
Posse: 
“Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído 
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria 
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.” 
 
Qual é o termo inicial da contagem do prazo de ano e dia? (posse nova x posse velha) 
R: A partir da ciência (art. 1.224 do CC). 
Caso a ação seja baseada em posse nova, obedecerá ao procedimento especial. Caso seja 
baseada em posse velha, obedecerá ao procedimento comum. 
 
Ex: quando alguém entra com manutenção de posse quando o certo seria a reintegração de 
posse. Ou seja, o princípio da fungibilidade na prática. 
Na ação possessória poderá ser realizada a cumulação de pedidos (art. 555 do CPC). 
“Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada 
para: 
I - evitar nova turbação ou esbulho; 
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.” 
Nessa ação cabe pedido contraposto, não sendo necessária a reconvenção (ação de 
natureza dúplice), por força do art. 556 do CPC: 
“Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou 
do esbulho cometido pelo autor.” 
Da exceção de domínio 
Na ação possessória não poderá haver a exceção de domínio, que é a defesa da ação 
possessória baseada na propriedade, conforme artigo 557 do CPC: 
 “Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor 
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira 
pessoa.” 
Porém, há a incidência da Súmula 487 do STF, aplicada como exceção: 
“Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base nesta for ela 
disputada.” 
Se tanto autor, quanto réu, passarem a discutir propriedade em ação possessória, não há 
problema em aplicar a Súmula 487 do STF. 
Alegação de usucapião é possível na defesa de ação possessória? 
R: Sim, por motivo da Súmula 237 do STF. 
A sentença reconhecendo a usucapião é possível de reconhecimento ao 
Cartório de Registro de Imóveis? 
R: Para a corrente processualista, não é possível, é necessário ampliar a 
demanda, pois as partes não foram citadas para apresentar sua defesa, os 
documentos não foram apresentados, tais como memoriais e determinação das 
medidas do imóvel. 
Para a corrente civilista, é possível, pois o art. 7 da lei 6969/81 autoriza e o art. 
13, da Lei 10257/01. 
A corrente adotada é a civilista. 
 
Escolha do procedimento (posse nova x posse velha) 
• Reintegração e manutenção de posse (arts. 560 a 566 do Código de 
Processo Civil). 
 
• Interdito Proibitório (arts. 567e 568 do Código de Processo Civil). 
 
 
Aula 03 11/09/2020 
Posse nova 
• Procedimento especial 
• Possibilidade de tutela de evidência (não precisa demonstrar o perigo de dano) 
Posse velha 
• Procedimento comum 
Linha do tempo da ação possessória 
Dados: João é locatário. 
Pedro é locador. 
Locador começou a instalar câmeras e quebra-molas, perturbando o uso do imóvel. 2 dias 
após a instalação. 
1. Petição inicial 
• Competência – foro do imóvel. 
• Qualificação das partes 
• Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - A turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - A continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na 
ação de reintegração. 
 
Após a distribuição da inicial existem dois caminhos: 
 
• Caso comprovada a posse, o juiz deferirá a tutela de evidência, determinando a 
reintegração de posse ao autor da ação. 
• Caso o juiz não se convença, ele determinará a designação de audiência de justificação 
(art. 562), devendo o autor citar o réu 
 
• Tendo sido concedido ou não o mandado de reintegração, o autor 
deverá realizar a citação do réu em até 05 dias, para que ele possa 
contestar a ação em 15 dias (art. 564). 
Exceções: 
• OBS: Caso seja pessoa jurídica de direito público, não haverá concessão de liminar 
sem audiência dos representantes (art. 562, § único). 
 
• Em ações possessórias multitudinárias (grande número de pessoas), deverá ser feita a 
citação por oficial de justiça, que se deslocará uma única vez, onde citará quem 
encontrar e após, o juiz deverá promover a citação por edital dos restantes. O Ministério 
Público deverá ser intimado, e caso, envolva pessoa de situação de hipossuficiência 
econômica, a Defensoria Pública deverá ser intimada (art. 554, §1º do CPC). 
 
• Nas ações de litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou turbação ter 
mais de ano e dia, antes do juiz apreciar o pedido de concessão de medida liminar, deverá 
designar audiência de mediação, a ser realizada em até 30 dias (art. 565); 
“Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na 
petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de 
concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 
(trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. 
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data 
de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste 
artigo. 
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública 
será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. 
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária 
à efetivação da tutela jurisdicional. 
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou 
do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados 
para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência 
de possibilidade de solução para o conflito possessório. 
Em resumo de ação coletiva: 
- Citação por oficial + edital 
- Ministério Público 
- Defensoria pública (quando hipossuficiência estar presente) 
OBS: após a contestação, se torna procedimento comum. 
Questões 
 
Certa! 
 
Errado, não precisa de mostrar periculum in mora! 
 
Letra B! 
Ação de consignação em pagamento 
1. Consignação é pagamento? 
R: Sim, nos termos do art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito 
judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
A consignação em pagamento tem como finalidade extinguir obrigação. 
• O que pode ser consignado? Consignação judicial e extrajudicial. 
R: Depende. Consignação extrajudicial apenas pode ser consignado dinheiro (art. 539, §1º do 
CPC). 
Na consignação judicial (procedimento especial), o devedor poderá realizar a consignação de 
quantia ou a coisa devida (art. 539 do CPC). 
• Quando consignar em pagamento? 
R: “Art. 335. A consignação tem lugar: (**Rol exemplificativo) 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação 
na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em 
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.” 
• Por que consignar? 
R: Para não correr riscos, para não sofrer de encargos (mora e etc). 
 
Consignação em pagamento tem efeito de liberação de obrigações. 
• Posso fazer uma consignação mesmo estando em mora? 
R: Sim! Mas será necessário pagar todos os encargos de mora, honorários advocatícios e etc. 
Posso discutir a revisão de cláusulas no âmbito de uma ação de consignação em 
pagamento? 
R: Sim, STJ. 4ª Turma. REsp 1.170.188-DF Informativo 537 STJ (2014) 
• Posso fazer a consignação de prestação periódicas? 
R: Sim, art. 541 do Código de Processo Civil: 
“Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor 
continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, 
desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento” 
• Até quando? 
1ª corrente: Até a sentença; 
2ª Corrente (STJ): até o trânsito em julgado da ação. 
• O prazo do artigo 541 se aplica aos créditos tributários? 
R: Não, REsp 1.365.761-RS (Informativo 564). 
Previsão de Legal dos aspectos tributários; 
Violação ao princípio da isonomia tributária. 
 
 
Aula 04 18/09/2020 
A consignação em pagamento somente pode ser utilizada, em linhas gerais, nas obrigações de 
A) Pagar; 
b) Entregar coisa; 
Ou seja, as obrigações de fazer ou não fazer estão fora da consignação em pagamento. 
 
Quem pode consignar? Só o devedor? Terceiros? 
R: Qualquer pessoa pode utilizar a consignação em pagamento. Art. 304 do CC e art. 539 do 
CPC. 
“Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de 
pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.” 
OBS: Interesse = interesse jurídico. 
Onde consignar? (Competência) 
Lembre-se que esse ponto gera reflexos na competência para a propositura da ação ou para a 
realização da consignação extrajudicial 
OBS¹: Dívida quesível é aquela que será quitada no domicílio do devedor; 
OBS²: Obrigação portável é aquela que será paga no domicílio do credor; 
Lugar sobre o pagamento: 
“Art. 327, do CC: Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou 
das circunstâncias”. 
“Art. 540 do CPC: Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o 
devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.” 
1. Procedimento 
1.1 Consignação Extrajudicial (Art. 539, §1º do CPC) 
• Não é condição essencial para utilizar a via judicial; 
• Aqui só pode ser consignado dinheiro, para consignação de coisa; 
“§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento 
bancário oficial onde houver situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta 
com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. “ 
• Com estabelecimento bancário oficial a lei quis dizer Caixa Econômica Federal, Banco 
do Brasil e etc.; 
• Os 10 dias escrito no artigo de lei se conta da maneira corrida, não contabiliza como dia 
útil. 
• A instituição financeira querealizará a intimação do credor, no prazo de 2 dias, segundo 
o art. 4º da resolução nº 2.814/2001 
 
• Para ter consignação extrajudicial é necessário haver credor certo; capaz; ciência do 
local, pois caso não tenha algum desse, deverá ser feita consignação judicial; 
 
Tudo está descrito na resolução nº 2.814/2001 do Banco Central 
1.2 Consignação judicial 
• Petição inicial (art. 542 do CPC) 
Deverá ser requerida a autorização para depósito da quantia ou coisa devida, no prazo 
de 5 dias contados do deferimento do pedido, ainda, deverá ser requerida a citação do 
réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
“Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados 
do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem 
resolução do mérito.” 
• Na ação de consignação judicial, sem tentativa de extrajudicial, é necessário que o autor 
requeira a autorização para depositar o dinheiro, em 05 dias; 
• Após depositado, deverá ser juntado o comprovante do depósito. 
• Assim, o juiz deverá citar o réu para contestar ou levantar o valor depositado. 
• Caso o réu aceite o valor depositado, o processo será julgado extinto com resolução de 
mérito, devendo pagar honorários sucumbenciais. 
 
• Contestação (art. 544 do CPC) 
Após a citação, poderá a petição inicial ser defendida por contestação, no caso da 
recusa do deposito: 
“Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o 
montante que entende devido.” 
• Caso o réu alegue que o depósito é insuficiente, é licito ao autor complementar o valor, 
no prazo de 10 dias (lembrando que acontece a sucumbência caso complemente). 
“Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, 
salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato” 
 
1.3 Natureza dúplice em caso de insuficiência de depósito 
Caso a sentença entender que o depósito é insuficiente, o juiz poderá reconhecer o restante do 
valor como título executivo judicial, a ser executado por cumprimento de sentença (art. 545, 
§2º, do CPC) 
“§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o 
montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o 
cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.” 
1.4 Singularidades da consignação 
• No tocante às prestações sucessivas (art. 541 do CPC), é licito para o autor consignar a 
primeira e pagar as prestações em até 5 dias após os seus vencimentos, sem mais 
formalidades, até o trânsito em julgado da ação. 
 
 
• Na ação de consignação de coisa indeterminada (art. 543 do CPC) 
 
• Consignação fundada em dúvida quanto à titularidade 
“Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor 
requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. 
Art. 548. No caso do art. 547 : 
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas 
vagas; 
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; 
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art547
continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o 
procedimento comum.” 
Quando há dúvida, o autor poderá requerer o depósito e a citação de todos os possíveis 
titulares do crédito, portanto: 
A) Não comparecendo nenhum pretendente, converte-se o depósito em arrecadação de coisas 
vagas. 
B) Comparecendo um, o juiz decidirá de plano; 
C) Comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o deposito e declarará extinta a 
obrigação e o processo apenas correrá contra os presuntivos credores, observando o 
procedimento comum; 
 
1.5 Consignação em pagamento na lei de locação 
Nesta ação, o prazo para depósito é de 24hrs após a citação do réu! 
O réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e a cobrança dos valores objeto da ação 
consignatória. 
1.5 Questões 
 
Aula 05 25/09/2020 
1. Ação de exigir contas 
Quando surge a necessidade de entrar com esta ação? 
R: Quando alguém está administrando bens ou quando você possui interesse acerca de seu 
patrimônio. Ex.: quando alguém deposita algum dinheiro em alguma instituição. 
A ação possui duas fases: 
Ex.: Guilherme entra com ação contra Allan. No primeiro momento será necessário constatar se 
Allan realmente administra bens de Guilherme, já no segundo momento será o momento em 
que a pessoa prestará contas. 
No CPC de 73 a ação era chamada de ação de prestação de contas pois tanto a pessoa 
responsável por entregar a conta quanto a pessoa que deveria receber as contas tinham direito 
de exigir o procedimento especial. 
Já no CPC de 2015 a ação teve seu nome mudado para ação de exigir contas, pois caso quem 
deva prestar contas queira realizar, deve apenas realizar uma notificação. 
Tem direito de exigir contas a pessoa que alega que alguém é administrador de seus bens ou 
interesses. 
Ex.: João possui conta no Itaú. Caso o Itaú não entregue informações sobre a conta de João, ele 
poderá entrar com ação de exigir contas contra o banco. 
Já no caso concreto: 
• Deve ser apurado quem possui legitimidade ativa para figurar na ação. 
Tem legitimidade quem possui um bem ou interesse administrado por outra pessoa. 
 
Quem toma empréstimo não possui interesse em propor ação de exigir contas. 
Competência 
A competência será fixada segundo o art. 53, IV, b, do CPC: 
“Art. 53. É competente o foro: 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;” 
“As contas do inventariante, tutor, curador, depositário e de qualquer outro administrador, serão 
prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. Art. 553 do CPC.” 
 
Linha do tempo da primeira fase da ação de exigir contas: 
1. Petição inicial -> Art. 319 + 320 + art. 550, §1º. 
“Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu 
para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as 
contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem” 
2. Juiz -> dará despacho determinando a citação caso o autor tenha instruído bem. 
3. Citação do réu: existem dois caminhos: 
• A) Presta as contas – caso você aceite prestar as contas, no prazo de 15 dias poderá 
prestar as contas, encerrando assim a primeira fase da ação; 
 
• B) Contesta a ação – caso conteste a ação, o juiz deverá proferir decisão determinando 
se a pessoa possui ou não o dever de prestar as contas; 
OBS: a decisão que define se a pessoa realmente tem dever de prestar contas ou não possui 
natureza de decisão interlocutória, cabendo agravo de instrumento. 
OBS²: esta decisão interlocutória com cunho de sentença condena o vencido no ônus 
sucumbencial. 
Linha do tempo da segunda fase da ação de exigir contras: 
1. Determinada a prestação de contas, será dado 15 dias (porém o prazo não é 
determinado no CPC) para que o réu preste as contas. 
2. Vindo as contas nos autos, será dado o prazo de 15 dias para o autor se manifestar 
sobre as contas. 
OBS: a partir daqui o processo poderá ocorrer pelo procedimento comum, podendo ser 
deferidaperícia e etc. 
3. Assim, sobrevirá sentença, nesta o juiz decidirá se as contas foram bem prestadas ou 
não, valendo também como título executivo. 
Ex.: João entra com ação de exigir contas contra Maria, porém, Maria sempre prestou contas 
normalmente. 
Desta forma, será prudente que Maria conteste a ação apresentando as contas, hipótese que 
ensejará a sucumbência do autor, determinando que ele arque com os honorários e custas 
processuais. 
 
 
Aula 06 02/10/2020 
 
Dica do professor: Quando a questão der apontamentos sobre a perda da posse, possibilidade 
de indenização, provavelmente a questão tratará sobre ação possessória, reintegração de 
possa. 
 
1. Nunciação de obra nova 
Quando se fala de nunciação de obra nova, na maioria das vezes será abordado no direito 
imobiliário. 
Quando se fala em direito de vizinhança, pensa-se nos três “s”: 
• Segurança 
• Saúde 
• Sossego 
• E.: latido de cachorro, som muito alto e etc. 
A ação para remediar é a ação de dano infecto. 
Ação de nunciação de obra nova 
Tem como objeto de embargar uma obra que afeta o direito de vizinhança. Ex.: Obra irregular. 
*Embargar uma obra. 
OBS: se difere da ação demolitória (utilizado para demolir algo que já foi efetivamente 
construído). 
Ex.: Vizinho que está construindo uma janela a menos de 1,5m de sua casa. 
OBS²: Não é mais procedimento especial, conforme era no CPC de 73, hoje em dia é 
procedimento comum, conforme CPC de 15, porém, possui algumas peculiaridades. 
OBS³: 
“Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo 
o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.” 
“Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, 
diretamente, sobre o prédio vizinho.” 
“Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e 
meio do terreno vizinho.” 
 
A jurisprudência em algumas vezes entende que a ação se trata de natureza pessoa. 
I. Legitimidade ativa 
Proprietário (ou possuidor ou locatário) vizinho; 
OBS: Município 
ATENÇÃO: A NOÇÃO DE VIZINHO NÃO ESTÁ LIGADA A IDEIA DE CONTIGUIDADE. BASTA A 
PROXIMIDADE, COMO LEMBRA LUIZ ANTONIO SCAVONE. 
II. Legitimidade passiva 
O responsável pela obra. 
OBS: Geralmente, será o proprietário. 
OBS²: deve haver o litisconsórcio passivo necessário do cônjuge, devido ao art. 73 do CPC. 
“Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre 
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação 
absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel 
de um ou de ambos os cônjuges.“ 
 
Ação de nunciação de obra nova: quando a obra está sendo construída. 
Ação demolitória: quando a obra está concluída. 
Ação de dano infecto: quando há perturbação ao sossego, saúde ou segurança. 
 
“Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a 
demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo 
dano iminente.” 
Petição 
Endereçamento -> Foro de Santana 
Qualificação -> Autor, réu e cônjuge, se casado. 
Pedido -> tutela antecipada para parar a obra, demolição da obra, citação do réu para audiência 
de conciliação. 
Valor da causa -> pode ser dada a título de alçada. 
 
2. Usucapião 
É modo originário de aquisição da propriedade, devido a prescrição aquisitiva. 
OBS: USUCAPIÃO NÃO POSSUI MAIS PROCEDIMENTO ESPECIAL, É PROCEDIMENTO COMUM. 
É ação de direito real, deve ser chamado o cônjuge para que ele faça parte do litisconsórcio 
passivo necessário. Art. 73 do CPC. 
III. Aquisição originária 
É algo totalmente novo, excluindo todo o passado da propriedade. Função social da 
propriedade. 
Ex.: Lei da minha casa minha vida. Esta mesma lei trouxe a usucapião administrativa. 
 
Na causa de pedir, deverá ser demonstrado três requisitos: 
1. Posse mansa, pacifica e ininterrupta; 
2. Tempo; 
3. Animus Domini. 
Gêneros: 
A. Extraordinária: 15 anos, posse mansa e pacífica, sem demonstração de boa-fé ou justo 
título (caso tenha atendido a função social, mostrando que o autor não tem outra 
moradia ou tenha estabelecido comércio no local); 
 
B. Ordinária: 10 anos, posse mansa e pacífica, com justo título (é um documento que é 
capaz de incutir no espírito do adquirente a certeza que ele está adquirindo o bem. 
OBS: STJ invalida contratos objetos de fraude) e boa-fé (a pessoa ignora o vício em 
relação da aquisição da propriedade). 
Ex.: Justo título -> contrato de compra e venda, seção de direitos e etc. 
 
C. Usucapião tabular ou de livro (art. 1242, §único do CC): o adquirente comprou 
regularmente, de forma onerosa, e houve o registro cancelado. 
Poderá ser realizado em 05 anos. 
D. Usucapião especial rural (art. 1.239): requisitos: não ser proprietário de outro imóvel, 
ter moradia estabelecida por pelo menos 05 anos e a propriedade não ser maior que 50 
hectares. 
 
E. Usucapião especial urbana (art. 183 da CF, art. 1240 CC e 9º do Estatuto da cidade): 
requisitos: não ser proprietário de outro, ter moradia na propriedade ou 
estabelecimento comercial por pelo menos 05 anos, e a propriedade não ser maior que 
50m². 
 
F. Usucapião familiar (art. 1240-A do CC): requisitos: pelo menos 02 anos do abandono 
do familiar proprietário, até 250m² e o autor não ter feito usucapião da mesma 
modalidade. 
 
2.2 Causa de pedir da usucapião (procedimento comum) 
Pode ser utilizada a via extrajudicial ou a via judicial. 
No CPC de 2015 há necessidade de: 
-> Citar os confinantes; 
-> Deve ser feita a citação por edital; 
-> (O Ministério Público poderá ser intimado para acompanhar o processo) 
 
• A usucapião deverá ser processada pelo rito comum; 
• Será realizada citação por edital dos proprietários na matrícula do imóvel e a citação 
dos possíveis interessados (art. 259 do CPC); 
• Citação dos confinantes (vizinhos do imóvel – devem ser citados porque a ação deverá 
discutir sobre os limites da área do imóvel) 
OBS: O STJ ENTENDE QUE A FALTA DE CITAÇÃO DOS CONFINANTES NÃO É CAUSA DE 
NULIDADE ABSOLUTA. 
OBS²: CASO SEJA EDIFÍCIO EDILÍCIO (APARTAMENTO) NÃO HÁ NECESSIDADE DE CITAR OS 
CONFINANTES. 
 
2.3 Competência 
 
 
2.4 Legitimidade ativa 
O autor será aquele que exerce a posse de acordo com as exigências da legislação civil. 
Há necessidade de outorga marital ou uxória (art. 73). 
 
2.5 Legitimidade passiva 
Em primeiro lugar, será réu o titular do bem, ou seja, aquele indicado como proprietário no 
registro. 
Ademais, também serão citados os confinantes e os eventuais interessados no litígio. 
Por se tratar de ação real imobiliária, sob pena de nulidade da relação jurídica processual, todos 
os envolvidos devem estar acompanhados dos seus cônjuges ou companheiros. 
 
2.6 PROCEDIMENTO 
• Procedimento comum; 
 
• Citação dos confinantes, nos termos do art. §3º do artigo 246 do CPC (delimitação da 
área); 
 
• Citação por edital, nos termos do inciso I do art. 259 do CPC; 
 
• Planta do imóvel é indispensável para propositura da ação? (art. 320 do CPC) 
Se o cliente possuir, junte no processo. 
Caso não possua e o autor seja hipossuficiente, essa prova pode ser produzida no 
decorrer do processo. 
 
OBS: Cabe tutela provisória? 
Não cabe tutela provisória na usucapião. Porém, se há cumulação de pedidos e o autor realizou 
também o pedido de reintegração de posse, o autor poderá pleitear tutela antecipada. 
OBS²: A natureza da sentença é declaratória. 
 
Aula 07 09/10/2020 
 
1. Usucapião extrajudicial (artigo216-A e seus incisos, da Lei de Registros Públicos) 
Está descrita na lei de registros públicos pois quem faz é o procedimento é o registrador público. 
OBS: você não é obrigado a entrar com a usucapião extrajudicial antes de realizar a usucapião 
judicial, por efeito do art. 216-A da Lei de Registros Públicos. 
OBS²: É INDISPENSÁVEL A FIGURA DO ADVOGADO!!!! 
Procedimento: 
I. Primeira etapa – realizada perante o tabelião de notas 
Deve ser lavrada uma ata notarial, atestando o tempo de posse do requerente e de seus 
antecessores. Aqui não há a disposição acerca de produção de provas como testemunho 
e etc. 
Assim, antes de procurar o cartório de registro de imóveis, é necessário realizar uma ata 
notarial (documento que dá fé pública), assim, o tabelião fará todos os trabalhos do juiz 
(buscará minuciosamente se você possui os requisitos para utilização da usucapião) 
 
II. Assim, após a apresentação da ata notarial pelo cliente, o advogado deverá apresentar 
uma petição direcionada ao tabelião com uma planta e memorial descritivo 
(INDISPENSÁVEL), assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de 
anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização 
profissional, e pelos titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do 
imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confiantes; 
OBS: depende do consenso dos proprietários do imóvel usucapiendo!! 
III. Certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio 
do requerente (para apurar se existe a posse mansa e pacífica do imóvel); 
 
IV. Justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a 
continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como pagamento dos impostos e das 
taxas que incidirem sobre o imóvel. 
Segunda etapa – realizada perante o cartório de registro de imóveis 
 
Caso o titular do direito registrado na matrícula ou na matricula dos imóveis confinantes, o 
titular será notificado pelo registrador para manifestar consentimento expresso em quinze 
dias, caso não feito, será interpretado como concordância. 
 
Caso existe impugnação de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de 
usucapião, seja por qualquer pessoa, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo 
competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição para 
adequá-la ao procedimento comum (art. 216-A, §10º, da Lei 6.015/73 – Lei de Registro Públicos). 
 
 
2. Ação de divisão e de demarcação de terras (Arts. 569 a 598 do Código de Processo Civil) 
 
É procedimento especial e ação de divisão é uma modalidade e de demarcação de terras é 
outra modalidade. 
“Art. 569. Cabe: 
I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos 
prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados; 
Cabe quando você quer saber os limites de sua propriedade; 
II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a estremar os quinhões." 
Cabe quando o condômino quer transformar a cota ideal em quinhão determinado. 
OBS: É possível cumular as duas ações, porém, o art. 570 do CPC diz que é necessário resolver 
primeiro a ação de demarcação e após a divisão (cumulação sucessiva). 
Ex.: A aciona B na justiça. Ele alega que um imóvel deve ser remanejado, sendo necessário uma 
demarcação de uma terra. Caso ele perca a ação, B pode ser tratado como vencedor? Pode se 
tornar proprietário da parte fruto do litígio? 
R: Sim. A ação possui natureza dúplice, pois caso A perca, gera direito da porção do litígio, assim, 
não é necessário a elaboração de reconvenção, sendo necessário somente a elaboração de 
pedido contraposto. 
OBS: PARA REALIZAÇÃO DA AÇÃO DE DIVISÃO, É NECESSÁRIO QUE O IMÓVEL SEJA PASSÍVEL 
DE DIVISÃO EM COTAS ESPECÍFICAS. (Ex.: imóvel indivisível = imóvel rural é dividido em modulo 
– se o imóvel é menor que um modulo, não é possível a divisão. Se a divisão não gerar dano ao 
imóvel, é possível a realização da divisão do imóvel) 
• A ação segue o procedimento especial porque será dividida em duas fases. 
Ação demarcatória 
Na primeira fase, será realizada a efetiva demarcação da terra e, na segunda será feito o 
trabalho em loco. 
Ação de divisão 
Na primeira fase, será visto se é possível realizar a divisão e, na segunda, será feito a efetiva 
divisão. 
 
2.2 Ação demarcatória 
Ação demarcatória – primeira parte (art. 574 e ss). 
I. Competência 
Art. 47 do CPC (FORO DA SITUAÇÂO DO IMÓVEL) 
“Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção 
judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do 
imóvel.” – quando o imóvel está localizado em duas comarcas. 
“Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre 
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.” – 
necessária citação do cônjuge. 
II. Legitimidade 
A legitimidade é inerente ao proprietário. 
Ex.: o locatário possui legitimidade para demarcar uma área de uma propriedade? 
R: Não (art. 569 do CPC). 
Quem possui usufruto é parte legitima? 
R: segundo a letra da lei não, porém, para a doutrina e jurisprudência, ele é parte legítima pois 
possui poderes de domínio relativos à propriedade (usar e gozar – art. 1228 do CC). 
A respeito da legitimidade do polo passivo, é prudente que o autor coloque o possuidor 
também no polo passivo caso ele venha a sofrer algum tipo de repressão de direito caso venha 
a terra a ser demarcada. 
III. Petição inicial 
Quando for realizar a petição inicial, a qualificação pode ser feita conforme o art. 319 do CPC, 
porém, para propor a ação, é necessário observar o art. 574 do CPC: 
“Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela 
situação e pela denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e 
nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda.” 
• Linha do tempo: PROCEDIMENTO 
Primeira etapa - Petição inicial → contestação → Prova pericial → sentença – FINALIZA A 
PRIMEIRA FASE 
Segunda etapa - Marcos → Conferência de peritos → Auto de demarcação → Homologação – 
FINALIZA A SEGUNDA FASE. 
 
Primeira fase: São {..} analisados os traçados da demarcação (análise teórica). 
Segunda fase: São realizadas as demarcações na prática (in loco). 
 
OBS: Na contestação o réu poderá arguir a matéria que bem entender para realizar sua defesa, 
pois não há delimitação de matéria nesta seara. 
Nesta fase, a citação será realizada pedindo que os réus se defendam, não para realizarem 
audiência de conciliação. 
Processo correndo com revelia: 
• Caso os réus não respondam a citação, o juiz deverá requerer a perícia para que um 
perito realize um laudo com as linhas demarcantes, para aí sim realizar o proferimento 
da sentença (art. 579 do CPC) 
• OBS²: É necessário observar que a primeira etapa serve apenas para demarcação teórica 
da área. 
*DA SENTENÇA CABE APELAÇÃO COM EFEITO SUSPENSIVO 
* APENAS NÃO HÁ APELAÇÃO COM EFEITO SUSPENSIVO DA SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA. 
A segunda fase iniciará com a demarcação das terras pelos peritos agrimensores (arts. 582, 583 
e 584). 
Após o trabalho dos peritos agrimensores, será realizada a verificação dos peritos arbitradores 
(art. 585 do CPC); 
Então, será juntado os relatórios nos autos, e daí será dado inicio do prazo de 15 dias para as 
partes se manifestarem. 
*Após a juntada da manifestação das partes, será proferida sentença homologatória. 
 
2.3 Ação de demarcação 
Também é realizada em duas fases. 
 
 
Aula 07 16/10/2020 
 
1) Divisão de terra (art. 588 do CPC) 
Quando você fala de ação de demarcação, o propósito dela consiste em estabelecer limites. A 
ação de divisão de terra consiste em dividir a propriedade entre os condôminos. 
Ex.: Imagine um imóvel que possui 4 condôminos e vocêquer a porção fracionada sem 
condomínio. Assim, segundo art. 1.320 do CC, é possível realizar a divisão deste imóvel 
utilizando a ação de divisão. 
OBS: A AÇÃO DE DIVISÃO APARECE COM INTUITO DE EXTINGUIR O CONDOMÍNIO ENTRE 
PROPRIETÁRIOS, CASO SEJA POSSÍVEL REALIZAR TAL DIVISÃO. 
Ou seja, essa ação versa sobre direito de propriedade, portanto incidirá algumas 
consequências: 
I. Competência 
Art. 47 do CPC – foro da coisa. 
 
II. Outorga uxória 
Art. 73 do CPC – autorização do cônjuge para propositura da ação. 
 
1.1) Fases 
I. FASE COGNITIVA 
Decisão sobre a extinção do condomínio. 
Aqui somente será discutida matéria de direito, sobre a possibilidade de extinção do 
condomínio. Ex.: Parte legitima, propriedade e etc. Não cabe perícia nessa fase. 
 
2) Atos (art. 588 e ss do CPC) 
“Art. 588. A petição inicial será instruída com os títulos de domínio do promovente e conterá: 
I - a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os limites e as 
características do imóvel; 
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condôminos, especificando-se os 
estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas; 
III - as benfeitorias comuns.” 
 
PETIÇÃO INICIAL (art. 558) -> CITAÇÃO DO RÉU (art. 589) -> CONTESTAÇÃO (pode ser 
discutida qualquer matéria de direito ex.: legitimidade, prejuízo ao uso do bem caso seja feita 
a divisão etc) -> APÓS, PROCEDIMENTO COMUM (PODERÁ O JUIZ DETERMINAR RÉPLICA, 
PERÍCIA, ETC). -> SENTENÇA. 
 
OBS: da sentença, cabe apelação com efeito suspensivo (art. 1012 do CPC). 
2.1) Segunda fase 
II. Segunda fase 
 
• Inicia-se após sentença, com a nomeação de um perito e, no prazo de 10 dias, 
juntar títulos que legitimem seus pedidos + pedido de quinhão. 
 
• Após, o juiz intimará a outra parte para se manifestar acerca dos pedidos. 
 
• Art. 592 CPC 
 
• Após, o perito irá apresentar um laudo sobre a proposta de divisão. 
 
• Será aberto prazo de 15 dias para manifestação das partes sobre o laudo. 
 
• Após a manifestação das partes, o juiz realizará decisão determinando como 
será realizada a divisão. 
 
• O perito irá realizar um relatório final demonstrando a planta. 
 
• Assim as partes irão se manifestar novamente no prazo de 15 dias. 
 
• Por fim, o juiz homologará o relatório (OBS SEM EFEITO SUSPENSIVO). 
 
 
 
3) Ação monitória (art. 700 do CPC) 
A ação monitória aparece com a possibilidade de você formar um título executivo de forma mais 
célere. Assim, seu objetivo é formar um título executivo, quando há interesse de ajuizar ação de 
cobrança, porém não há título executivo para ajuizar execução. 
Ex.: Cheque prescrito, confissão de dívida sem duas testemunhas, contrato verbal e etc. 
3.1) Conceito 
OBS: A ação monitória somente caberá caso exista prova escrita (art. 700): 
“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova 
escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer;” 
O objetivo da monitória é transformar a prova escrita sem eficácia de título executivo em 
prova escrita com eficácia. 
 
Caso o réu venha a cumprir com o mandado monitório, ele não precisará pagar as custas do 
processo e apenas 5% dos honorários advocatícios, sendo, portanto, de grande valia ao réu. 
 
É possível transformar um contrato verbal e reduzi-lo a termo (art. 700, §1º do CPC)? 
“§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente 
nos termos do art. 381 .” 
Segundo o CPC, apenas poderá ser proposta monitória baseada em prova escrita pois o juiz, ao 
analisar a petição, será realizada uma análise sumária dos documentos, sendo necessário que a 
parte demonstre de plano tal prova. 
 
4) Procedimento (art. 700 a 702 do CPC) 
Petição inicial -> juiz caso entenda que seja ação monitória -> é expedido mandado monitório 
(com benefícios). 
I. Petição inicial (art. 319, 320 e 700 do CPC) 
“§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: 
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; 
II - o valor atual da coisa reclamada; 
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. 
 
§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, 
incisos I a III. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art381
§ 4º Além das hipóteses do art. 330 , a petição inicial será indeferida quando 
não atendido o disposto no § 2º deste artigo.” 
OBS: Deve ser instruída com memória de cálculo, para apurar devidamente o valor da causa. 
OBS²: O valor da causa deve ser atribuído para cálculo de honorários e custas processuais. 
 
II. Análise da admissibilidade 
Quando o juiz receber vários documentos junto com a petição inicial, o juiz terá dois caminhos: 
• § 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, 
o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao 
procedimento comum. 
 
• Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de 
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, 
concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de 
honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. OBS: O réu não 
precisará pagar as custas processuais e os honorários advocatícios serão reduzidos à 
5%. 
 
III. Citação do réu (art. 700, §7º, CPC Na ação monitória, admite-se citação por qualquer 
dos meios permitidos para o procedimento comum) 
Sendo citado, o réu poderá adotar uma das três medidas: 
• Pagar (5% de honorários + isenção das custas); 
 
• Ficar inerte (Revelia? Não. Regra específica. Art. 700, §2º, CPC) – HAVERÁ A 
CONVERSÃO DE PLENO DIREITO À TÍTULO EXECUTIVO; 
• Oferecer embargos ao mandado monitório; 
4.1) Sobre os embargos ao mandado monitório 
• “§ 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 
701 até o julgamento em primeiro grau.” 
 
• Nos embargos, poderá ser arguidas toda matéria de defesa admitida em direito. 
 
• Caso a haja alegação de excesso de cobrança, deverá o réu apresentar os cálculos 
descritivos, sob pena de serem os embargos rejeitados de plano. 
 
• Da decisão que põe fim aos embargos, cabe apelação, que majorará os honorários 
advocatícios. 
4.2) Cabe reconvenção? 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art330
SIM! 
Súmula 292 STJ – A reconvenção é cabível na ação monitória. Após conversão do procedimento 
em ordinário. 
“Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios 
autos, no prazo previsto no art. 701 , embargos à ação monitória. 
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção 
à reconvenção.” 
 
 
OBS: A AÇÃO MONITÓRIA NÃO PODERÁ SER UTILIZADA EM FACE DE DEVEDOR INCAPAZ, 
SENDO NECESSÁRIO UTILIZAR CONTRA ELA A AÇÃO DE COBRANÇA. 
OBS²: EXISTE POSSIBILIDADE DE ENTRAR COM AÇÃO MONITÓRIA EM FACE DA FAZENDA 
PÚBLICA. 
OBS³: Art. 492, contra a fazenda pública há o princípio do reexame necessário, portanto, não 
configura título executivo de pleno direito caso a fazenda fique inerte. 
4.3) Há possibilidade para parcelamento? 
“§ 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916. 
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o 
depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de 
advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) 
parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.” 
Existe a possibilidade do réu parcelar a dívida, nos moldes do art. 916.Caso o réu requeira um tempo maior para pagamento, é necessário a realização de acordo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
4.4) Súmulas 
 
 
 
Aula 08 30/10/2020 
1) Embargos de terceiro 
As partes de um processo são o autor, réu e juiz. A sentença somente produz efeitos contra as 
partes. 
Ex.: Em determinado processo, o juiz determinou que o réu deve 10 mil reais ao autor. Dando 
cumprimento à sentença, o réu não encontra valores, encontrando tão somente um imóvel que 
foi vendido à Sara. 
Acontece que Sara esqueceu de averbar na matrícula do imóvel, sendo possível a penhora do 
imóvel. Assim, os embargos de terceiro serão usados quando eventual demanda sair dos limites 
das partes que compuseram a relação processual e algum terceiro passe a sofrer alguma 
constrição indevida. 
OBS: os embargos não visam atacar a sentença para desconstituir o direito de uma das partes, 
porém, visam apenas impedir que tenha constrição sobre bem de terceiro. 
OBS²: PRESSUPOSTOS 
PROCESSO EM CURSO + CONSTRIÇÃO SOBRE BEM DE TERCEIRO. 
Ex.²: Determinado advogado está militando sobre um inventário. Caso seja disposto um bem 
que não faz parte no inventário, caberá embargos. 
OBS.³: TAMBÉM CABE EMBARGOS DE TERCEIRO DE MODO PREVENTIVO, QUANDO AINDA 
NÃO ACONTECEU A CONSTRIÇÃO. 
“Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre 
bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá 
requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.” 
Ex.³: O embargo de terceiro pode ser utilizado para proteção patrimonial de pessoa que não 
integrou um processo. Penhora no bem de um cônjuge, casado na comunhão parcial. 
 
1.1) Objeto 
I. Desconstituir a constrição judicial 
II. Não deixar que a constrição judicial ocorra; 
 
1.2) Legitimidade ativa – parte 1 
“Art. 674, § 1º - Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou 
possuidor.” 
Súmula 84 do STJ: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de 
posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de 
registro. 
Informativo 672 do STJ (Imóvel em fase de construção) 
 
1.3) Legitimidade ativa – parte 2 
“Art. 674 
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: 
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, 
ressalvado o disposto no art. 843; -> exceção!!! 
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da 
alienação realizada em fraude à execução; 
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade 
jurídica, de cujo incidente não fez parte; 
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de 
garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.” 
 
Ex. exceção -> A e B são um casal. Em razão da dívida de A, B começa a sofrer ameaça de 
constrição. B poderá propor embargos de terceiro para resguardar seus bens. 
Ambos possuem um único imóvel. Assim, em razão de dívida, A está sendo demandado e foi 
requerida a sua penhora, entretanto, B poderá propor embargos de terceiro, SALVO QUANDO 
BEM SER INDIVISÍVEL, SENDO VENDIDO O IMÓVEL, SERÁ DADO 50% DO VALOR À B. 
“Art. 843: Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do 
coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.” 
Ex. exceção II -> “Art. 792, §4º - § 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar 
o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) 
dias.” 
OBS: OS EMBARGOS DE TERCEIRO SERÃO DISTRIBUÍDOS EM DEPENDÊNCIA. 
OBS. exceção III – Caso seja declarada desconsideração da personalidade jurídica e a parte não 
fez parte do incidente, poderá opor embargos de terceiro!! 
 
Vale lembrar que, segundo o art. 799, inciso I do CPC, o imóvel hipotecado tem que observar a 
citação do credor do direito real de hipoteca. 
“Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: 
I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a 
penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;” 
 
QUESTÃO 
 
Letra E -> não é possível alegar impenhorabilidade de bem de família em ação penal. 
Letra B -> Não obsta a impenhorabilidade de bem de família se for bem indivisível. 
Letra C -> ART. 842 DO CPC. 
LETRA D -> RESPOSTA CORRETA. 
1.4) Legitimidade passiva 
Ex.: João entra com execução em face de Maria, no valor de 20 mil reais. Após algum tempo, 
João encontra um carro em nome de Maria, porém este carro pertence à Guilherme. Assim, 
cabe à Guilherme propor embargos de terceiro. Guilherme deverá propor embargos em face de 
João; 
Ex.²: caso Maria indique o carro de Guilherme, deverá ser oposto embargos em face de João e 
Maria. 
OBS: A LEGITIMIDADE PASSIVA CABE EM FACE DE QUEM APROVEITA O ATO (art. 677, §4° do 
CPC). 
“Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio 
e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será 
seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição 
judicial.” 
 
1.5) Prazo 
“Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento 
enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no 
processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa 
particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.” 
OBS: O STJ TEM O ENTENDIMENTO DE QUE O PRAZO CONTA DE 05 DIAS APÓS A CIÊNCIA DA 
ADJUDICAÇÃO, DA ALIENAÇÃO OU DA ARREMATAÇÃO. 
QUESTÃO 
 
Letra A -> é tempestivo, pois oposto em até 5 dias. 
Letra B -> é alienável. 
Letra C -> resposta correta. 
Letra D -> Art. 891 do CPC. 
Letra E -> Foi utilizado o instrumento processual correto. 
 
1.6) Competência (art. 676 do CPC) 
“Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e 
autuados em apartado. 
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão 
oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já 
devolvida a carta.” 
Ex. § único: Um juiz de Votuporanga determinou o cumprimento de uma constrição por carta 
em um juízo de São Paulo. Assim, nos termos do parágrafo único, os embargos serão oferecidos 
em São Paulo. 
Ex. ² § único: Um juiz de Santos pede penhora de bens em São Paulo por carta de constrição. O 
terceiro deverá opor os embargos no foro de São Paulo (juízo deprecado). ENTRETANTO, CASO 
O JUÍZO DEPRECANTE INDICOU O BEM CONSTRITO OU SE JÁ DEVOLVIDA A CARTA, SERÁ 
OPOSTO OS EMBARGOS NO JUÍZO DEPRECANTE (SANTOS). 
QUESTÃO 
 
LETRA A -> Não será em Ribeirão. 
Letra B -> Certa 
Letra C -> Prazo errado, são 5 dias. 
Letra D -> Juízo e prazo errado. 
Letra E -> Juízo e prazo errado. 
 
1.7) Procedimento (art. 677 e seguintes do CPC) 
 
“Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio 
e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. 
§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação 
principal. 
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será 
seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição 
judicial.” 
OBS: NÃO ESQUECER DE PEDIRLIMINARMENTE A MANUTENÇÃO OU A REINTEGRAÇÃO 
PROVISÓRIA DA POSSE, BEM COMO DEVE SER PEDIDO LIMINARMENTE O PEDIDO DA 
SUSPENSÃO DAS MEDIDAS CONSTRITIVAS. 
A petição inicial será feita com prova robusta da posse ou domínio do bem, bem como mandará 
suspender as medidas constritivas (art. 678 do CPC). Após, haverá a citação e contestação, 
continuando no procedimento comum. 
 
1.8) Credor com garantia Real 
“Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar 
que: 
I - o devedor comum é insolvente; 
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; 
III - outra é a coisa dada em garantia.” 
 
1.9) Citação 
“Art. 677 § 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos 
autos da ação principal.” 
Caso não tenha procurador constituído, será feita citação pessoal do embargado. 
 
1.10) Sucumbência 
“Súmula 303 do STJ: em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar 
com os honorários advocatícios.” 
 
2) Oposição 
“Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem 
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.” 
No CPC/73 era intervenção de terceiros, agora no CPC/15, é oposição. 
Ex.: A e B estão em lide discutindo sobre imóvel de C. Assim, será aberta a oportunidade para 
realização de ação de oposição, na qual C irá demandar em face de A e B. 
OBS: será distribuída em dependência. 
 
3) Inventário e partilha 
O inventário possui o objetivo de reunir os bens de alguém para, em sequência, realizar a 
partilha deles. 
Quando uma pessoa falece, deixando vários bens, em um primeiro momento, tais bens serão 
dados aos herdeiros, entretanto, enquanto não há formulação de inventário, os bens serão 
tratados como uma única unidade, ou seja, o espólio (por força do art. 1784 e 1791 do CC). 
“Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e 
testamentários.” 
“Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. 
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da 
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.” 
 
3.1) Prazo para abertura do inventário 
“Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a 
contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz 
prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.” 
OBS: sucessão é aberta com o falecimento da pessoa. 
OBS²: no CPC/73 havia a possibilidade de o juiz abrir o inventário de ofício. Isto não é mais 
possível no CPC/15. 
OBS³: De plano, não há prejuízo na parte processual para quem não abra o inventário em até 
dois meses, porém, o ITCMD é estadual, caso em que poderá haver alguma sanção tributária. 
 
3.2) Vias para realização de inventário 
I. Extrajudicial 
 
II. Judicial 
• Tradicional 
• Arrolamento 
 
3.3) INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL 
Instituído pela Lei 11.441/2007; 
É necessário que exista: 
I. Herdeiros capazes; 
 
II. Ausência de testamento; 
 
III. Concordância dos herdeiros. 
Será feito conforme resolução 35/2007 do Conselho Nacional de Justiça. 
 
OBS: é necessário advogado para realização de inventário extrajudicial. Caso seja necessário, 
ligue para o tabelião de notas de sua região. Caso seja necessário, poderá fazer nomeação de 
inventariante. 
Aula 09 13/11/2020 
 
Inventário e partilha – rito especial 
 
Importância do inventário e partilha 
• Retirada da indivisibilidade que o código civil coloca no espólio. 
OBS: Em regra, o inventário é indispensável, todavia, existem casos em que o inventário é 
dispensável (art. 666 do CPC). 
FGTS; PIS-PASEP; SALDOS BANCÁRIOS; RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. 
 
Ex.: João diz que seu pai faleceu. Se você perceber que o pai dele deixou apenas o saldo do 
FGTS, você apenas pedirá para o juiz expedir um alvará para levantar o dinheiro, sendo 
dispensável o inventário. 
Ex.²: João faleceu deixando carro, imóvel, joias e R$ 300.000 em conta. Neste caso não há 
possibilidade em expedir o alvará, devendo ser aberto o inventário. 
 
1) inventário extrajudicial 
Lei 11.441/2007 -> é necessário: 
I. Herdeiros capazes; 
II. Ausência de testamento; 
III. Concordância dos herdeiros. 
Resolução 35/2007 do CNJ. 
 
Existem vários tipos de procedimentos de inventário judiciais: 
2) Tradicional (subsidiário) 
 
3) Arrolamento 
• Sumário (herdeiros capazes; acordo sobre a forma de partilha de bens; adjudicação 
quando exista um só herdeiro). Será pedida a homologação ao juiz. 
 
• Comum (quando o patrimônio do falecido seja menor que 1000 salários mínimos). 
 
Prazo para abertura do inventário 
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a 
contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o 
juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte. 
 
Competência para inventário 
“Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, 
a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou 
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o 
óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - O foro de situação dos bens imóveis; 
II - Havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.” 
OBS: autor da herança é o falecido. 
 
Quem possui legitimidade para iniciar o processo de inventário? 
“Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na 
administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611. 
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.” 
OBS: Via de regra, teremos o inventariante como quem irá administrar os bens, todavia, 
poderemos ter a figura do administrador provisório (art. 1.797 do CC). 
“Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, 
sucessivamente: 
I - Ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão; 
II - Ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um nessas 
condições, ao mais velho; 
III - ao testamenteiro; 
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou 
quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.” 
Mesmo assim, existem outras pessoas que tem legitimidade concorrente: 
“Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: 
I - O cônjuge ou companheiro supérstite; 
II - O herdeiro; 
III - o legatário; 
IV - O testamenteiro; 
V - O cessionário do herdeiro ou do legatário; 
VI - O credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; 
VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; 
OBS: desde que exista interesse de incapaz. Porém, a doutrina amplia esta possibilidade para 
outros modos. 
VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; 
IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do 
cônjuge ou companheiro supérstite.” 
 
OBS²: o Administrador provisório não tem legitimidade concorrente, possui LEGITIMIDADE 
NATURAL. 
 
4) Inventário tradicional 
sempre será subsidiário. 
 
 
Pode ser atribuído um valor de alçada quando do tempo da petição inicial não se souber o valor 
do espólio. 
Conforme par. Único do art. 617 do CPC, a pessoa poderá recusar a ordem exercer a função de 
inventariante. 
 
O que acontece se o inventariante falhar no exercício da função do inventariante? 
Poderá ser instaurado um incidente de remoção de inventariante.Depois que essa pessoa for nomeada, ela deverá dizer todo o patrimônio e herdeiros do falecido 
(chamada de primeiras declarações). 
 
OBS: A CITAÇÃO VEM SOMENTE DEPOIS DO RECEBIMENTO DA INICIAL, NOMEAÇÃO DE 
INVENTARIANTE E PRESTAÇÃO DAS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES. 
“Art. 626. Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos do inventário e 
da partilha, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda Pública, 
o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver 
testamento.” 
“Art. 627. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo prazo comum de 
15 (quinze) dias, para que se manifestem sobre as primeiras declarações, incumbindo às partes: 
I - Arguir erros, omissões e sonegação de bens; 
II - Reclamar contra a nomeação de inventariante; 
OBS: não se trata de uma impugnação aleatória, deverá ser aduzido o desrespeito da ordem 
do art. 617 do CPC. 
III - Contestar a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro. 
§ 1º Julgando procedente a impugnação referida no inciso I, o juiz mandará retificar as primeiras 
declarações. 
§ 2º Se acolher o pedido de que trata o inciso II, o juiz nomeará outro inventariante, observada 
a preferência legal. 
§ 3º Verificando que a disputa sobre a qualidade de herdeiro a que alude o inciso III demanda 
produção de provas que não a documental, o juiz remeterá a parte às vias ordinárias e 
sobrestará, até o julgamento da ação, a entrega do quinhão que na partilha couber ao herdeiro 
admitido.” 
 
 
 
FLUXOGRAMA DO INVENTÁRIO 
 
• Recebimento da petição inicial; 
• Nomeado inventariante; 
• Despois de prestadas as primeiras declarações; 
• Depois da realização da citação dos interessados: AS PARTES TERÃO O PRAZO DE 15 
DIAS PARA IMPUGNAR AS PRIMERAS DECLARAÇÕES. 
• Depois da avaliação dos bens: AS PARTES TERÃO O PRAZO DE 15 DIAS PARA IMPUGNÁ-
LAS. 
• Depois do prazo para impugnação da avaliação: HAVERÁ A ELABORAÇÃO DAS ULTIMAS 
DECLARAÇÕES SOBRE A QUAL AS PARTES APRESENTAÇÃO MANIFESTAÇÃO EM 15 
DIAS. 
• Depois de elaborada as últimas declarações, depois de apresentadas as manifestações 
das partes 
 
Porque há a necessidade de chamar a Fazenda Pública? 
“Art. 629. A Fazenda Pública, no prazo de 15 (quinze) dias, após a vista de que trata o art. 627, 
informará ao juízo, de acordo com os dados que constam de seu cadastro imobiliário, o valor dos 
bens de raiz descritos nas primeiras declarações. 
Art. 630. Findo o prazo previsto no art. 627 sem impugnação ou decidida a impugnação que 
houver sido oposta, o juiz nomeará, se for o caso, perito para avaliar os bens do espólio, se não 
houver na comarca avaliador judicial. 
Parágrafo único. Na hipótese prevista no art. 620, § 1º, o juiz nomeará perito para avaliação das 
quotas sociais ou apuração dos haveres. 
Art. 633. Sendo capazes todas as partes, não se procederá à avaliação se a Fazenda Pública, 
intimada pessoalmente, concordar de forma expressa com o valor atribuído, nas primeiras 
declarações, aos bens do espólio. 
 Art. 634. Se os herdeiros concordarem com o valor dos bens declarados pela Fazenda Pública, a 
avaliação cingir-se-á aos demais.” 
 
5) Avaliação dos bens 
A avaliação dos bens serve para preservar a igualdade dos herdeiros, para dar uma parte 
equivalente para cada. 
“Art. 635. Entregue o laudo de avaliação, o juiz mandará que as partes se manifestem no prazo 
de 15 (quinze) dias, que correrá em cartório. 
§ 1º Versando a impugnação sobre o valor dado pelo perito, o juiz a decidirá de plano, à vista do 
que constar dos autos. 
§ 2º Julgando procedente a impugnação, o juiz determinará que o perito retifique a avaliação, 
observando os fundamentos da decisão.” 
 
6) últimas declarações (também é feito o cálculo dos tributos aqui) 
“Art. 636. Aceito o laudo ou resolvidas as impugnações suscitadas a seu respeito, lavrar-se-á em 
seguida o termo de últimas declarações, no qual o inventariante poderá emendar, aditar ou 
completar as primeiras. 
 Art. 637. Ouvidas as partes sobre as últimas declarações no prazo comum de 15 (quinze) dias, 
proceder-se-á ao cálculo do tributo.” 
 
7) Cálculo do tributo 
“Art. 638. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes no prazo comum de 5 (cinco) 
dias, que correrá em cartório, e, em seguida, a Fazenda Pública. 
§ 1º Se acolher eventual impugnação, o juiz ordenará nova remessa dos autos ao contabilista, 
determinando as alterações que devam ser feitas no cálculo. 
§ 2º Cumprido o despacho, o juiz julgará o cálculo do tributo.” (aqui o inventariante paga o 
tributo) 
 
8) PARTILHA (art. 647 a 658 do CPC) 
Na partilha, o princípio que irá predominar é a igualdade entre herdeiros. 
“Art. 648. Na partilha, serão observadas as seguintes regras: 
I - a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à qualidade dos bens; 
II - a prevenção de litígios futuros; 
III - a máxima comodidade dos coerdeiros, do cônjuge ou do companheiro, se for o caso.” 
Ex.: a casa que já está sendo utilizada por herdeiro, a casa está mais perto de um herdeiro que 
outro. 
 
9) Pedido de quinhão + decisão 
“Art. 647. Cumprido o disposto no art. 642, § 3º , o juiz facultará às partes que, no prazo comum 
de 15 (quinze) dias, formulem o pedido de quinhão e, em seguida, proferirá a decisão de 
deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam 
constituir quinhão de cada herdeiro e legatário. 
Parágrafo único. O juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a 
qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a 
condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a 
este, desde o deferimento, todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos.” 
 
10) Partidor 
Vem a petição sobre os bens, o juiz declarará um partidor para realizar o esboço da partilha. 
“Art. 651. O partidor organizará o esboço da partilha de acordo com a decisão judicial, 
observando nos pagamentos a seguinte ordem: 
I - Dívidas atendidas; 
II - Meação do cônjuge; 
III - meação disponível; 
IV - Quinhões hereditários, a começar pelo coerdeiro mais velho.” 
 
Feita o esboço da partilha, as partes poderão se manifestar no prazo de 15 dias. 
“Art. 652. Feito o esboço, as partes manifestar-se-ão sobre esse no prazo comum de 15 (quinze) 
dias, e, resolvidas as reclamações, a partilha será lançada nos autos.” 
OBS: Estando tudo certo, as partes deverão apresentar as certidões de que pagaram o tributo 
da maneira correta, por fim, o juiz homologará a partilha, gerando um formal de partilha. 
“Art. 654. Pago o imposto de transmissão a título de morte e juntada aos autos certidão ou 
informação negativa de dívida para com a Fazenda Pública, o juiz julgará por sentença a partilha. 
Parágrafo único. A existência de dívida para com a Fazenda Pública não impedirá o julgamento 
da partilha, desde que o seu pagamento esteja devidamente garantido. 
 Art. 655. Transitada em julgado a sentença mencionada no art. 654 , receberá o herdeiro os 
bens que lhe tocarem e um formal de partilha, do qual constarão as seguintes peças: 
I - Termo de inventariante e título de herdeiros; 
II - Avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro; 
III - pagamento do quinhão hereditário; 
IV - Quitação dos impostos; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art654
V - Sentença. 
Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído por certidão de pagamento do 
quinhão hereditário quando esse não exceder a 5 (cinco) vezes o salário-mínimo, caso em que se 
transcreverá nela a sentença de partilha transitada em julgado.” 
OBS: todos documentos acima juntos fazem o formal de partilha. 
OBS²: O inventariante é quem paga o tributo. 
 
11) Emenda da partilha 
“Art. 656. A partilha, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, podeser emendada 
nos mesmos autos do inventário, convindo todas as partes, quando tenha havido erro de fato 
na descrição dos bens, podendo o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, a qualquer tempo, 
corrigir-lhe as inexatidões materiais” 
 
12) Anulação da partilha 
“Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do 
inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, 
coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º do art. 966. 
Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado 
esse prazo: 
I - No caso de coação, do dia em que ela cessou; 
II - No caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato; 
III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.” 
 
“Art. 658. É rescindível a partilha julgada por sentença: 
I - nos casos mencionados no art. 657 ; 
II - se feita com preterição de formalidades legais; 
III - se preteriu herdeiro ou incluiu quem não o seja.” 
Ex.: se você é herdeiro e não foi colocado no processo, você terá prazo de 10 anos para entrar 
com a petição de herança. 
 
13) Inventário por arrolamento 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art657
 
 
A) Arrolamento sumário 
Quando há apenas um herdeiro, os bens serão adjudicados. 
Procedimento: 
I. Petição inicial; 
II. Nomeação de Inventariante; 
III. Apresentação 
 
OBS: Não há: 
I. Não há primeiras e últimas declarações; 
II. Não há avaliação de bens, salvo se o credor impugnar; 
III. Não há discussão sobre lançamento, pagamento e quitação de taxas judiciárias e 
tributos; 
IV. A Fazenda Pública não participa do procedimento; 
V. O julgamento da partilha não depende da prova de quitação dos tributos. 
 
B) Arrolamento comum 
É utilizado quando o valor dos bens é menor que 1000 salários mínimos e não há consenso na 
forma de partilha. 
Procedimento 
I. Petição inicial; 
II. Nomeação de inventariante; 
III. Apresentação das primeiras declarações (20 dias: valor dos bens e plano de partilha); 
IV. Citação dos herdeiros e intimação do MP (quando há interesse de incapaz o MP 
participa); 
V. Havendo impugnação, nomeação de avaliador, laudo em 10 dias; 
VI. Expedição do formal de partilha; 
OBS: aqui é dispensado o termo de compromisso. 
 
OBS²: não há: 
I. A fazenda não participa do procedimento; 
II. O julgamento da partilha depende 
 
14) Procedimento do art. 666 do CPC (quando não há valor grande). 
Será utilizado um procedimento de jurisdição voluntária, localizada no art. 719 a 725 do CPC. 
Competência 
Será feita no domicílio do requerente. 
 
Fundamento -> Lei 6818/80 
OBS: deve-se pedir a participação do MP caso haja interesse de menor. 
 
Aula 10 20/11/2020 
1) Ação de despejo, revisional e renovatória (lei de inquilinato – lei nº 8.245/91) 
QUANDO SE DEVE APLICAR ESTA LEI? 
“Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: 
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: 
a) as locações: 
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e 
fundações públicas; 
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; 
3. de espaços destinados à publicidade; 
4. em apart-hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam 
serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; 
b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.” 
CONCEITO DE URBANO 
 
APLICA-SE A LEI AOS IMÓVEIS DESTINADOS À ATIVIDADE URBANA. 
 
2) Ação Revisional 
Quando cabe esta ação? 
“Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou 
do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajusta-lo 
ao preço de mercado.” 
É necessário que o locador ou locatário deve ter pelo menos três anos de vigência de contrato 
ou acordo. 
Entretanto, a jurisprudência entende que caso existe algum fato relevante torne o valor 
impossível ou insignificante, cabe esta ação antes do prazo de três anos (rebus sic standibus). 
 
2.1) Revisional – base legal 
Direito de requerer: LC, art. 19. 
Procedimento: arts. 68 a 70 + CPC. 
 
2.2) Petição inicial 
Será utilizado o art. 319 do CPC + indicação do aluguel no valor que se pretende e art. 68 da lei. 
 
“Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se-á o seguinte: 
I - Além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial 
deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida; 
II – Ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos 
fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, 
que será devido desde a citação, nos seguintes moldes: 
a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a 80% (oitenta 
por cento) do pedido; 
b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser inferior a 80% (oitenta 
por cento) do aluguel vigente; 
III - sem prejuízo da contestação e até a audiência, o réu poderá pedir seja revisto o aluguel 
provisório, fornecendo os elementos para tanto; 
IV - na audiência de instrução e julgamento, apresentada a contestação, que deverá conter 
contraproposta se houver discordância quanto ao valor pretendido, o juiz tentará a conciliação 
e, não sendo esta possível, suspenderá o ato para a realização de perícia, se necessária, 
designando, desde logo, audiência em continuação. 
V – O pedido de revisão previsto no inciso III deste artigo interrompe o prazo para interposição 
de recurso contra a decisão que fixar o aluguel provisório.” 
ETAPAS 
Petição inicial -> juiz -> citação -> audiência de conciliação -> contestação (art. 335 do CPC + 15 
dias). OBS: PODERÁ SER ALEGADA TODAS AS MATÉRIAS ADMITIDAS NO PROCEDIMENTO 
COMUM. -> providências preliminares (poderá haver réplica ou não, bem como especificação 
de provas) -> despacho sanear -> sentença; 
 
2.3) Competência e valor da causa 
“Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, 
consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e 
renovatórias de locação, observar - se - á o seguinte: 
I - Os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela superveniência 
delas; 
II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo 
se outro houver sido eleito no contrato; 
III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do 
art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento; 
IV - Desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far-se-á mediante 
correspondência com aviso de recebimento, ou, tratando - se de pessoa jurídica ou firma 
individual, também mediante telex ou fac-símile, ou, ainda, sendo necessário, pelas demais 
formas previstas no Código de Processo Civil; 
V - Os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo.” 
 
3) Despejo por falta de pagamento 
O objetivo da ação é a rescisão do contrato de locação com a consequência de reaver o imóvel 
mediante o despejo de uma pessoa. 
 
3.1) Cabimento 
O inquilino não cumpre com as suas obrigações locatícias, tais como aluguel, IPTU e outras 
coisas. 
Base legal do despejo por falta de pagamento: 
I. Direito material: art. 9º, III, da Lei 8245; 
 
II. Procedimento: arts; 59 a 66 da LC + procedimento comum (CPC); 
OBS: esta ação pode ser cumulada com cobrança, entretanto, torna-se ação comum. 
 
3.2) Cabe tutela antecipada? 
 
Sim, desde que prestada caução no valor de três meses de aluguel. 
“Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações

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