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Estudos de casos éticos

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PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 1 - GABARITO
A ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS (AS) COM A FAMÍLIA
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	A prioridade da convivência familiar 
O genitor conta que a mãe de seu filho solicitou à psicóloga um parecer sobre a percepção da criança em relação ao pai e ao padrasto. A psicóloga elaborou o documento e desaconselhou a reaproximação entre pai e filho. Expôs os pontos positivos da relação entre a criança e o padrasto, mas apenas os negativos na relação com o pai. Expressou que a presença do pai seria negativa e geraria conflitos, sem fundamentação teórica para tal. Devido à recomendação, eles não se veem há anos. 
A psicóloga confirma que, a pedido da genitora, elaborou o parecer quanto aos vínculos familiares da criança. Não discorreu sobre a inclusão do pai, pois não estava relacionado com o objetivo do trabalho. Considerou contra indicado o genitor interferir na fase que o filho atravessava, ou seja, o novo casamento da mãe, pois a aproximação geraria conflitos. No documento produzido não existem resultados conclusivos, e sim uma ponderação do que observou no comportamento da criança, que estava em atendimento há bastante tempo. Não expôs a discussão teórica, pois entendeu que não contribuiria com a finalidade de responder ao pedido da genitora. 
O CRP SP considerou que o que estava em questão não era discorrer ou não a teoria no documento, mas sim a falta da análise necessária, relacionando teoria e prática, pois no documento emitido não é possível identificar a fundamentação e sustentação teórica-técnica, embasada na ciência psicológica, que levou a psicóloga a concluir pelo afastamento do genitor do convívio com seu filho.
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Diante do exposto, ficou comprovado que a psicóloga infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo (*): 
Das Responsabilidades Gerais do Psicólogo 
Art. 1º - São deveres fundamentais do Psicólogo:
c) prestar serviços psicológicos em condições de trabalho eficiente, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética profissional.
Sabe-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) assegura o direito à convivência familiar. A presença de ambos os pais deve ser preservada na vida dos filhos, e o afastamento deve ocorrer somente em situação extrema, como última solução, após serem utilizados e esgotados outros recursos, o que não se observa no caso em tela. 
(*) Resolução CFP 002/1987 - Código de Ética vigente até 26/08/2005.
O Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/2007, disponível no site: www.crpsp.org.br - item "legislação".
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/177/frames/fr_questoes_eticas.aspx
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 2 - GABARITO
A ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS (AS) EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
O usuário da Unidade Básica de Saúde relata que a psicóloga o atendeu e fez registros em prontuário, do qual se recusou a lhe entregar cópia. Foi-lhe fornecido atestado de licença por 15 dias, sem identificação do profissional e a partir do dia subsequente ao atendimento, sendo que não foi aceito pela perícia médica por ter sido emitido por psicólogo. Queixa-se de não ter recebido um tratamento, mas apenas "cuidados paliativos". 
A psicóloga argumenta que não lhe foi solicitada cópia do prontuário. Embora não esteja visível na cópia, o documento foi carimbado com sua identificação. Quanto ao afastamento, entende que deveria ser a partir do dia seguinte, mas o usuário poderia ter assinalado seu pedido no momento da elaboração do documento. Entende não ser de sua responsabilidade o fato de o atestado de afastamento não ser aceito. 
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
A Plenária do CRP SP pontua que constitui direito do usuário acesso ao prontuário, conforme Resolução CFP 01/09, que dispõe sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de serviços psicológicos. Considera esclarecida a identificação no atestado, ressaltando que todos os outros documentos elaborados pela psicóloga constantes nos autos apresentam carimbo com o número de sua inscrição no CRP. Foram esclarecidas as dúvidas sobre a data do atestado, que a profissional fez o que estava ao seu alcance e que não pode se responsabilizar por não ter sido aceito. Conclui pelo arquivamento da representação. 
A concessão de atestado psicológico para tratamento de saúde por problemas psicológicos é regulamentada pela Resolução CFP 15/96. Considera que o psicólogo é um profissional que atua na área da saúde, que elabora diagnóstico psicológico de condições mentais que incapacitem o(a) paciente para o trabalho e/ou estudos ou que ofereçam riscos para o(a) paciente e a sociedade, que para o restabelecimento do equilíbrio mental é muitas vezes necessário o afastamento das atividades, que tal medida visa promover a saúde mental e garantir as condições de trabalho necessárias ao bem-estar. Descreve como atribuição do(a) psicólogo(a) a emissão de atestado psicológico, circunscrito às suas atribuições e com fundamento no diagnóstico psicológico produzido, com uso facultativo do CID ou outros códigos de diagnóstico. A emissão está limitada a 15 dias de afastamento, com encaminhamento da empresa à Previdência Social em caso de período superior. O(A) psicólogo(a) deve manter arquivos da documentação técnica que fundamente o documento. O atestado é fornecido ao(à) paciente, que o apresenta a quem de direito. A estrutura do atestado deve seguir a Resolução CFP 07/03. 
O Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 06/07, disponível no site do CRP SP, item "legislação". 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/175/frames/fr_etica.aspx
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 3
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONCURSO PÚBLICO
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
Um(a) participante de um concurso público relata que no edital constava que seria realizado exame psicológico. Ocorre que após a avaliação psicológica foi emitido um parecer de não apto. Após entrar com recurso, teve acesso ao laudo e queixa-se que foram citados apenas seus defeitos e nenhuma de suas qualidades. 
O(A) psicólogo(a) explica que o(a) participante foi aprovado(a) nas provas objetivas, mas contraindicado(a) na avaliação psiquiátrica. O(A) psiquiatra solicitou avaliação psicológica complementar, que foi feita a partir de entrevista e do teste Rorschach. Concluiu que o(a) participante apresentava ansiedade e dificuldade de atenção, que interfeririam em sua produção. 
Foram verificadas inadequações no relatório psicológico produzido. Nele, o(a) profissional não descreve a demanda (motivo da avaliação), não menciona os procedimentos utilizados e esclarecimentos dos mesmos ao(à) candidato(a). Há falta de coerência na escrita e correlação entre os procedimentos utilizados e resultados. Não há clareza na conclusão e não foi realizada devolutiva ao(à) candidato(a). A elaboração do relatório sem o rigor técnico necessário e o descumprimento das referências contidas na Resolução CFP 07/03 fez com que a qualidade do trabalho prestado ficasse comprometida. Embora o(a) psicólogo(a) argumente desconhecer a Resolução, o desconhecimento não o(a) exime da responsabilidade ética. 
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?Diante de todo o exposto, ficou comprovado que o(a) psicólogo(a) infringiu o Código de Ética Profissional (*): 
Das responsabilidades gerais do Psicólogo
Art. 1º - São deveres fundamentais do Psicólogo:
...
c) prestar serviços psicológicos em condições de trabalho eficiente, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética profissional. 
Além da Resolução CFP 07/03, que aborda a elaboração de documentos escritos pelo(a) psicólogo(a) decorrentes de avaliação psicológica em diversos contextos, é importante pontuar que o Conselho tem uma Resolução que aborda especificamente a avaliação psicológica em concurso público: a Resolução CFP 01/02, que neste ano está fazendo 10 anos de publicação. 
Na avaliação psicológica em concurso público é necessário o cumprimento de uma série de requisitos, tais como ter previsão legal e no edital, constar no edital as características psicológicas exigidas pelo cargo, explicitando-as a partir do perfil profissiográfico do cargo objeto do concurso, previsão de entrevista devolutiva, recurso e outras. Saiba mais acessando o site www.crpsp.org.br item "Concursos". 
* Resolução CFP 002/1987 - Código de Ética vigente até 26/08/05. (Artigo da Resolução CFP 10/05 - Código de Ética vigente a partir de 27/08/05 relacionado ao tema exposto: Art. 1° "c"). Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 06/07, disponível no site: www.crpsp.org.br - item "legislação". 
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 4
Providências que o(a) psicólogo(a) deve tomar ao se desligar de uma instituição
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
 responsável técnica pelos serviços de Psicologia de uma clínica queixa-se que o psicólogo que trabalhou lá solicitou desligamento e partiu não finalizando seus atendimentos: não concluiu relatórios de avaliação e não entregou prontuários e folhas de testes aplicados, comprometendo os atendidos. Os pais de crianças atendidas informaram ter recebido e-mail do profissional comunicando o desligamento. 
O psicólogo explica que comunicou seu desligamento à clínica e conversou com as pessoas atendidas por ele. Entretanto, foi impedido de fazer os desligamentos pela responsável técnica, que alegou que os pacientes eram da clínica, e não dele. Afirma que terminou e encaminhou os relatórios e folhas dos testes; e entregou todos os prontuários da clínica, sendo que a responsável técnica assinou confirmação de recebimento. 
A Resolução CFP 07/03 e a Resolução CFP 01/09 estabelecem ser necessária a guarda de material decorrente da prestação de serviços psicológicos pelo prazo mínimo de cinco anos. Caso o(a) psicólogo(a) se desligue de uma instituição, ele(a) deverá repassar o material ao profissional que irá substitui-lo. Caso não haja substituto(a), o material deverá ser lacrado para posterior utilização pelo psicólogo(a) que for contratado(a) (Art. 15 do Código de Ética). Neste caso, recomenda-se ao(à) psicólogo(a) solicitar ao(à) responsável a assinatura de um Termo de Compromisso pela guarda e manutenção do material em sigilo. Se for prontuário multiprofissional outro(a) técnico(a) da equipe assume a responsabilidade. 
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
A Resolução CFP 07/03 e a Resolução CFP 01/09 estabelecem ser necessária a guarda de material decorrente da prestação de serviços psicológicos pelo prazo mínimo de cinco anos. Caso o(a) psicólogo(a) se desligue de uma instituição, ele(a) deverá repassar o material ao profissional que irá substitui-lo. Caso não haja substituto(a), o material deverá ser lacrado para posterior utilização pelo psicólogo(a) que for contratado(a) (Art. 15 do Código de Ética). Neste caso, recomenda-se ao(à) psicólogo(a) solicitar ao(à) responsável a assinatura de um Termo de Compromisso pela guarda e manutenção do material em sigilo. Se for prontuário multiprofissional outro(a) técnico(a) da equipe assume a responsabilidade. 
É imprescindível o zelo com o encaminhamento das pessoas atendidas, considerando o melhor benefício a elas, realizando encaminhamentos apropriados, fazendo fechamento do atendimento. 
Neste caso, o psicólogo apresentou provas que comprovaram a entrega das documentações remetidos à instituição e familiares responsáveis. Nestes documentos, constam orientações quanto à continuidade necessária a ser dada pelo profissional que vier a assumir os atendimentos. O procedimento ético foi arquivado. 
Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/07, disponível no site do CRP SP, no item "Legislação". 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/171/frames/fr_questoes_eticas.aspx
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 5
Comparação de laudos de diferentes e método Rorschach
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
A processada trabalha como psicóloga em uma instituição e a pedido da Delegacia de Defesa da Mulher, considerando suspeita de abuso sexual do pai contra a filha, realiza avaliação psicológica do denunciante e ex esposa por meio de entrevistas e utilização do método Rorschach, emitindo parecer psicológico. O parecer é juntado à avaliação de dois psiquiatras que concluem que ambos apresentam "personalidade imatura" e que o denunciante é portador de "transtorno de personalidade antissocial". 
Segundo o denunciante, os laudos não retratam suas reais condições e divergem de laudos emitidos por outros psicólogos em ação judicial de modificação de guarda de seu filho. 
Em sua defesa, a psicóloga informa que, no contexto em que atua, a avaliação psicológica é considerada complementar e se presta a subsidiar a conclusão médica. Explica que trabalha há 18 anos com o instrumento Rorschach e utilizou a versão do Rorschach do Dr. Anibal da Silveira, aprovada pelo CFP. Relata que garantiu a devida fundamentação técnico-científica e não houve direcionamento tendencioso. Além disso, os psiquiatras validaram sua conclusão. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/170/frames/fr_processos_eticos.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Diante dos apontamentos, constatou-se não ter havido falta ética por parte da psicóloga processada, uma vez que: 1) o que estava sendo analisado naquele momento era a avaliação realizada pela psicóloga processada, que demonstrou capacidade técnica, rigor nos procedimentos avaliativos e fundamentação teórica e ética, 2) a divergência desse laudo em relação a outros emitidos não é matéria de análise da Comissão de Ética, uma vez que se tratava de avaliações psicológicas distintas, com diferentes versões do instrumento, requeridas por instâncias diversas e o propósito de cada avaliação não era o mesmo, bem como o contexto para interpretação. A acusação foi considerada improcedente e o processo arquivado. 
A Comissão de Ética eventualmente recebe queixas de que laudos produzidos por diferentes psicólogos apresentam resultados divergentes. No entanto, o entendimento vigente é que não existe a obrigatoriedade de que diferentes cheguem a conclusões semelhantes. O que é necessário é que o laudo do(a) psicólogo(a) seja devidamente fundamentado dentro da abordagem teórica e instrumental adotados no seu trabalho. 
A utilização de testes na avaliação psicológica não é obrigatória. Porém, caso seja utilizada, é necessário observar a normatização vigente, em especial a Resolução CFP 002/03. O(a) psicólogo(a) somente pode utilizar os testes com parecer favorável do CFP, disponibilizados em lista elaborada pelo SATEPSI. Existem várias versões do teste Rorschach, sendo que as aprovadas pelo CFP são: Sistema Klopfer,Sistema da Escola Francesa, Rorschach Clínico (Aníbal Silveira) e Sistema Compreensivo.
Consulte: www.crpsp.org.br - item "Orientação - Testes Psicológicos - testes psicológicos aprovados para Uso". 
Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/07, disponível no site: www.crpsp.org.br - item "legislação".
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 6
O psicólogo e a atuação em recursos Humanos
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	Psicólogo foi denunciado por ter sido conivente com ações irregulares ao trabalhar junto a uma empresa prestadora de serviços de recolocação profissional. 
O profissional aplicava variados testes psicológicos com o objetivo de selecionar candidatos a vagas supostamente oferecidas por diversas empresas. Os candidatos eram convocados a realizar tais testes psicológicos, aplicados mediante pagamento antecipado de quantias significativamente altas, sendo que os resultados das avaliações só eram disponibilizados caso houvesse o pagamento. Os candidatos se submetiam a isso mediante uma promessa de recolocação pela empresa prestadora de serviços, o que tinha como condição a realização dos testes psicológicos. 
O psicólogo fazia devolutivas aos candidatos, entretanto, não lhes explicava a conclusão a que chegara a partir da avaliação feita, tampouco os candidatos tinham conhecimento dos motivos da não aprovação para o cargo pretendido. O profissional apresentou também relatórios em desacordo com o exigido pela legislação profissional. 
Esses fatos levaram os pretendentes às vagas a se queixarem da superficialidade exposta nos resultados dos relatórios psicológicos apresentados a eles nas devolutivas. Notou-se uma despreocupação da empresa de recolocação com o prosseguimento do processo de seleção, uma vez que a empresa não mais contatava os candidatos após os pagamentos efetuados. Eles ficaram desassistidos, além de terem concorrido, mediante pagamento, a vagas inexistentes. Houve descuido por parte do profissional em não verificar a veracidade da existência dos possíveis postos de trabalho e da real demanda das empresas solicitantes que, se verificou, eram falsas. 
Frente a essas denúncias, o psicólogo argumentou que não era funcionário da empresa de recolocação, alegando que apenas fora contratado como prestador de serviços, para realizar as avaliações psicológicas na seleção e não poderia se responsabilizar pela veracidade da existência ou não das supostas vagas. 
O psicólogo alegou, também, desconhecimento da Resolução CFP 07/2003 que trata dos documentos escritos. Da mesma forma, argumentou que era a empresa de recolocação que mantinha contato com as empresas ofertantes, na intenção de cadastrar vagas de emprego, efetuar entrevistas e triar candidatos. No entanto, as vagas eram inexistentes e os candidatos foram ludibriados. Como resultado dessa má atuação do psicólogo, houve prejuízos aos usuários, em especial, danos materiais, posto que os candidatos desconheciam a inexistência das vagas e acabaram vítimas da má fé empresarial e por parte do profissional de Psicologia. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/167/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Pelo exposto, o profissional que atuou no caso supramencionado incorreu em infração ao Código de Ética Profissional do Psicólogo nos seguintes princípios e artigos: 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
O Psicólogo baseará o seu trabalho no respeito à dignidade e integridade do ser humano A atuação profissional do Psicólogo compreenderá uma análise crítica da realidade política e social 
DAS RESPONSABILIDADE GERAIS DO PSICÓLOGO: 
Art. 1º São deveres fundamentais do Psicólogo:
prestar serviços psicológicos em condições de trabalho eficiente, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética profissional. 
zelar para que o exercício profissional seja efetuado com a máxima dignidade, recusando e denunciando situações em que o indivíduo esteja correndo risco ou o exercício profissional esteja sendo vilipendiado. 
DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICÓLOGO 
Art. 2º Ao Psicólogo é vedado: 
f) induzir qualquer pessoa a recorrer a seus serviços 
Art. 4º O Psicólogo, para ingressar ou permanecer em uma organização, considerará a filosofia e os padrões nela vigentes e interromperá o contrato de trabalho sempre que as normas e costumes da instituição contrariem sua consciência profissional, bem como os princípios e regras deste Código. 
Por ter o psicólogo: 
colocado seus serviços a favor de práticas enganosas sobre vagas de trabalho, não pensando criticamente ante decisões que desconsideravam as condições dos usuários de seus serviços, 
elaborado e apresentado documento escrito decorrente de avaliação psicológica, sem a devida estrutura exigida a um Relatório Psicológico, descumprindo a Resolução CFP nº 07/2003, 
desempenhado um trabalho que não atendeu aos parâmetros profissionais e científicos da Psicologia. 
O psicólogo não pode se furtar, no exercício de sua profissão, de constantemente identificar quais fundamentos teóricos e técnicos sustentam sua prática, em que condições seu trabalho é demandado, a quem se destina e quais implicações éticas resultarão dele. 
Na atividade de escolha do melhor perfil para a vaga mais adequada, a prática da Psicologia, nesse contexto, exige do profissional o dever de cuidar para que seus serviços jamais compactuem com atitudes ou informações que produzam engano ao usuário. Primar por manter uma postura e visão críticas sobre os variados modos de gerenciamento utilizados pelas empresas na gestão de pessoas, é um dos pilares do bom exercício da Psicologia no campo organizacional. 
O psicólogo necessita avaliar a missão de cada empresa à qual se vincule para prestar seu trabalho, com ou sem vínculo empregatício formalizado, visando tomar atitudes profissionais que sempre respeitem, preservem e promovam a dignidade humana. Logo, não cabe ao profissional de Psicologia acumpliciar-se com práticas e políticas de pessoal que propiciem ou o levem à extorsão, ou à indução ao erro, dentre outras faltas éticas. Essas práticas não traduzem o que é próprio da ciência psicológica, tampouco a conduta profissional do psicólogo. 
No campo do desenvolvimento de pessoas e no trabalho de encontrar os melhores recursos humanos a serem alocados nas melhores vagas, o profissional responde sempre do lugar em que se encontra, responde ante a função que exerça. Portanto, qualquer persuasão de indivíduos por parte do psicólogo para que pessoas participem de um trabalho em que se oferte promessas de possível empregabilidade, no entanto, inexistente, como foi o caso, demonstra falha ética, descuido técnico científico, ademais, vilipendia a profissão. 
A Psicologia estará sendo exercida em sua competência teórica e técnica sempre que auxiliar sujeitos a melhor conhecer suas potencialidades, de modo a propiciar a cada indivíduo uma certa autonomia, no caso exposto, no quesito ocupação profissional. As diversas práticas da Psicologia, inclusive, quando utilizadas no universo do trabalho, deverão ser capazes de levar o indivíduo a se assenhorar de seu próprio potencial, sendo capaz de se reconhecer no exercício de sua atividade profissional, de ver seu valor e sua capacidade laboral como fatores contributivos às transformações da sociedade e ao bem-estar coletivo. 
Portanto, ao profissional da Psicologia é premente que se posicione contrário a toda e qualquer forma de injustiça, discriminação e aviltamento da dignidade humana, inclusive no que diz respeito ao mundo do trabalho. A psicologia, no campo das organizações, contribui positivamente toda vez que o psicólogo se posiciona criticamente ante propostas de uso de seu sabere práticas, quando ele utiliza seu fazer no intuito de gerar aos usuários condições de autogestão do próprio potencial, como também, sustentação da empregabilidade desses usuários.
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 7
O psicólogo na equipe multidisciplinar: o relacionamento multiprofissional, comunicação do atendimento e sigilo
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
Psicólogo que atuava na atenção à saúde, responsável por atendimento de pacientes, aos quais eram dispensados cuidados de outros colegas da equipe de saúde. Em denúncia junto ao Conselho de Psicologia, familiar do atendido alega que o mesmo não realizou o trabalho de modo ético, negligenciando o atendimento. 
A partir dos dados colhidos através do devido processo ético, concluiu-se que o profissional não realizou encaminhamentos aos demais colegas da equipe multiprofissional quando necessário; não cumpriu o procedimento de anotar corretamente, em prontuário, o andamento dos atendimentos e, quando poucas vezes o fez, expôs questões do usuário, além do necessário, a terceiros alheios ao tratamento. 
Ademais, o psicólogo não cuidou do aspecto ético do sigilo profissional, expondo informações que não cabiam serem repassadas, sem o devido cuidado ético de preservar o melhor interesse do usuário, sem ponderar o repasse apenas daquilo que fosse estritamente necessário à compreensão e favorecimento da atenção integral à saúde desse usuário, pela equipe de saúde. 
Como resultado, houve prejuízos nos encaminhamentos do tratamento do usuário, houve imprudência por parte do profissional da Psicologia e o usuário abandonou o tratamento multidisciplinar, o que acarretou em maior comprometimento das condições de saúde do atendido. Pelo exposto, o profissional, no caso em questão, não cuidou de preservar os princípios éticos de sua profissão, comprometendo sua prática, como também, comprometendo os atendidos. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/163/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Ao atuar do modo como o fez, o profissional cometeu infração ética, segundo os seguintes artigos do Código de Ética Profissional1: 
Princípios Fundamentais 
O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
Das Responsabilidades do Psicólogo 
Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos: 
Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente; 
Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; 
Art. 3º - O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código. 
Art. 6º - O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: 
Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação; 
Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo. 
Art. 9º - É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Um tema caro à Psicologia, em especial, quando de sua intervenção no campo da saúde multiprofissional, é o tema do registro documental, e nele se encontra as imbricações do sigilo na atuação em equipes. A Resolução CFP n.º 001/2009 que veio disciplinar os registros documentais do psicólogo, define o registro documental como "... a necessidade de contemplar de forma sucinta a assistência prestada, a descrição e a evolução do processo e os procedimentos técnico-científicos adotados no exercício profissional; que o registro documental, além de valioso para o psicólogo e para quem recebe atendimento e, ainda, para as instituições envolvidas, é também instrumento útil à produção e ao acúmulo de conhecimento científico, à pesquisa, ao ensino, como meio de prova idônea para instruir processos disciplinares e à defesa legal;...", o profissional não pode se alijar da obrigação de cumprir com esse dever de documentar seu trabalho, de modo claro e preciso, para o beneficio do usuário. Trabalhar desse modo é revelar-se comprometido com a Ética. 
O psicólogo, ao atender usuários de seus serviços que também estejam submetidos ao acompanhamento de outros profissionais de saúde, em uma equipe multidisciplinar, terá de considerar o trabalho em equipe, o contato do atendido com os demais colegas, as necessidades de trocas interdisciplinares, os encaminhamentos pertinentes a cada caso, as condutas terapêuticas dos demais colegas, as possibilidades e os limites de cada intervenção, tudo visando ao melhor resultado no atendimento do usuário. Seja no atendimento individualizado, seja em uma organização ou em um grupo multiprofissional, o psicólogo responsável pelo atendimento, trará, sob sua inteira responsabilidade a condição de confiança e manipulação de informações de foro íntimo do usuário de seus serviços. 
O Código de Ética prevê o sigilo profissional em sua especificidade e uso, assim como o relacionamento do psicólogo com outros profissionais. Espera-se que o psicólogo pondere cada especificidade de sua atuação em uma equipe multiprofissional. O caráter documental de seu trabalho, as intervenções em consonância com o trabalho de demais colegas, as discussões diagnósticas e os encaminhamentos pertinentes formarão parte de um todo que configura o atendimento em saúde para o usuário. O sigilo forma parte desse todo. Ele molda as possibilidade e circunscreve as interfaces de atuação do psicólogo. 
Portanto, o cuidado com o sigilo das informações e as trocas dessas com a equipe multiprofissional, para o psicólogo, detentor que é de um conhecimento que deverá fundamentar sua prática, configura-se em uma atitude que legítima a postura do profissional ético, ao cuidar de só expor aquilo que concorra para o benefício ainda maior do bem-estar do sujeito atendido. 
1 Resolução CFP N.º 002/1987 - Código de Ética vigente até 26/08/2005 (princípios e artigos relacionados ao tema exposto: P.F. I, II, III, IV; Art. 1º "a", "b", "c"; Art. 3º; Art. 6º "a", "b"; Art. 9º, par. Único) 
Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/07 (Código de Processamento Disciplinar), disponível no site:www.crpsp.org.br - item "legislação".
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 8
Elaboração de avaliação psicológica, laudos, relatórios ou pareceres de pessoa não avaliada diretamente pelo psicólogo
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
Psicólogo, após diversos atendimentos de uma determinada cliente, a Srª W, a pedido dela, elabora laudo psicológico no qual fala sobre seu ex-marido, o Sr. X, que era parte em litígio para regular visitas e guarda. O Sr. X se sentiu lesado posto que jamais fora paciente do profissional, não o conhecia pessoalmente e não demandara quaisquer serviços desse psicólogo. Além disto, o laudo do profissionalfoi usado como peça processual no Judiciário, o que prejudicou o Sr. X no litígio que enfrentava. O Sr. X se viu exposto de modo equivocado e ao sabor de um laudo que não lhe dizia respeito. Além disto, julgou inverídicas as afirmações contidas ali. 
O psicólogo se defendeu alegando que bastaria, a ele, as informações recebidas de sua cliente. O profissional alegou que apenas se ateve em descrever fatos apresentados por sua cliente, sendo que tudo o que fez foi descrever aquilo que ela lhe dissera, fruto dos relatos dela de como via a seu ex-marido. O profissional foi demandado por sua cliente, a elaborar seu documento e o fez, contudo, carente de qualquer fundamentação teórica e sem qualidade técnico-científica. O psicólogo, ao escrever seu laudo, emitiu impressões pessoais, fez afirmações taxativas e comprometeu a imagem do sujeito, ao expô-lo em expressões, tais como: "notei situações agressivas", "apresenta descontrole emocional", "revela personalidade instável, imprevisível e violenta". Ademais, escreveu o laudo fora dos parâmetros que a ciência psicológica já consolidou, pelo que apõe a Resolução do CFP de nº 007/2003. 
O profissional se baseou, apenas, nas informações prestadas pela Srª W, enquanto usuária de seus serviços. Não adotou o devido cuidado ao expor suas considerações sobre um terceiro. Tampouco, cuidou de expor com clareza quais eram os objetivos de seu laudo, inobservando a quem se destinaria, como deveria elaborar esse tipo de documento, onde ele, profissional, estaria inserido naquele litígio, com quem seria partilhado o laudo e em que circunstâncias o uso do documento seria necessário. 
Além disso, ele não fundamentou em quais referenciais teóricos estaria baseado para sustentar que poderia tecer considerações pessoais sobre pessoa não atendida. Também foi observada falta de qualidade técnica, vide a adjetivação com a qual tentou traduzir a subjetividade do Sr. X, sem qualquer análise crítica, fundamentada na condução teórico-técnica adequada ao caso. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/161/frames/fr_etica_e_tecnica.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
	Decorre que o psicólogo, ao decidir tecer considerações sobre alguém que ele, jamais, atendeu, incorrerá em falta ética. Basear sua conduta profissional apenas em observação direta de relatos de pacientes sobre terceiros e, daí, apresentar comentários pessoais, alguns deles taxativos, revela pouco domínio teórico e técnico por parte do profissional. 
Ademais, não produz qualquer efeito benéfico para a pessoa que não demandou seu trabalho. Pelo contrário, legitima uma postura antiprofissional, inadequadamente tendenciosa, sobre aspectos psicológicos de alguém que não se conhece. Demonstra, também, uma certa identificação, ingênua e cega, do profissional com o discurso produzido por sua cliente, discurso esse tomado como verdade única, inequívoca e inquestionável, outro erro técnico, eivado de falta de fundamentos teóricos. É preciso que o profissional realmente faça seu trabalho de abordar o ponto de vista que está tomando conhecimento (no caso em questão, uma das partes) e produza suas considerações pautadas na Psicologia. 
O trabalho do psicólogo é diferenciado, justamente, porque depende de sua acuidade em compreender a trama de variáveis que estão em jogo no exercício profissional da Psicologia. Esse diferencial no trabalho psicológico se sustenta, sempre, pelos aportes teóricos que o profissional possua e deriva dos recortes epistemológicos que ele faça, retirando de cada teoria aquilo que lhe seja útil e convocando tais contribuições para elucidar os fenômenos que as exigências de seu fazer se lhe imponham. O psicólogo, ao se deparar com os fenômenos psicológicos aos quais fará frente, deverá responder a cada um deles, desde um ponto de vista teórico, fundamentado cientificamente. 
A norma legal, Resolução 007/2003, define o laudo psicológico como: "O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Como todo documento, deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico (entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado em referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo". 
Deste modo, ao estabelecer a fundamentação teórica que melhor circunscreva os fenômenos a enfrentar, como também, cuidar da qualidade técnico-científica de seu trabalho, com a finalidade que lhe seja própria, o psicólogo deverá apontar diretrizes de reflexão e posicionamentos esclarecedores, segundo o campo epistêmico dado pela ciência psicológica. Por meio de rigorosa e especializada avaliação técnica, o psicólogo poderá lançar mão dos mais variados recursos instrumentais, testes, entrevistas, observações, estudo de casos, dinâmicas, atividades lúdicas, intervenções verbais, exames psíquicos, enfim, tudo isto deve estar pautado no conhecimento científico, no domínio da técnica escolhida e na prática profissional consolidada e aprovada pela ciência com a qual trabalhe. 
Pelo exposto, o profissional, como resultado de seu trabalho com um determinado paciente, produziu um laudo sobre um terceiro, por ele não atendido, contando apenas com os relatos de seu cliente e pensando que isto se destinaria somente a este cliente. Incorreu em infração ética, segundo artigos do Código de Ética Profissional no boxe ao lado.
	 
		DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICÓLOGO
Art. 1º - São deveres fundamentais do Psicólogo: 
a) assumir responsabilidade somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoalmente e tecnicamente;
...
c) prestar serviços psicológicos em condições de trabalho eficientes, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional.
Art. 2º - Ao Psicólogo é vedado:
...
m) adulterar resultados, fazer declarações falsas e dar atestado sem a devida fundamentação técnico-científica.
* Resolução CFP Nº 002/1987 – Código de Ética vigente até 26/08/2005: artigos relacionados ao tema exposto: Art. 1º, “a”, “c” e Art. 2º “m”). Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar – Resolução CFP 006/07 (Código de Processamento Disciplinar), disponível no site: www.crpsp.org.br – item “legislação”.
Patrícia Garcia
Daniel Luiz Magalhães Souza
20/07/2009
	 
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 9
Notificação em caso de suspeita de abuso sexual
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
Um dos genitores estava respondendo a processo judicial por suspeita de abuso sexual de criança. Na queixa apresentada ao CRP SP, esse genitor mencionou que o processo se iniciou por notificação de suspeita de abuso feita pelo psicólogo. Segundo ele, o laudo apresentado pelo profissional era incompleto, sem apresentação de anamnese, diagnóstico com testes utilizados, prognóstico, com conclusão
inverídica e o acusando sem provas.
O psicólogo explica que fazia atendimento clínico da criança e que a suspeita de abuso sexual teve origem a partir de indícios (sinais físicos e sintomas), referendados em literatura específica e de relatos fornecidos pela criança e familiares. Uma vez que não poderia se omitir enquanto cidadão e psicólogo, notificou à Vara de Família a suspeita para posterior apuração.
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/155/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
No caso em questão, verificou-seque o
Psicólogo cumpriu o estabelecido no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA - Lei Federal 8.069/90), uma vez que a todo profissional é obrigatória a notificação de abuso sexual contra criança ou adolescente. Havendo uma suspeita, ainda que futuramente não se confirme, é legítima a notificação imediata a fim de salvaguardar a integridade da criança.
Art. 13 - Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Além disso, o CRP SP entendeu que a profissional cumpriu determinação da Constituição Federal que trata dos direitos à vida e ao bem-estar de crianças e adolescentes.
Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Finalmente, entendeu-se que o psicólogo atuou de acordo com o Código de Ética Profissional do Psicólogo no que se refere ao:
Princípio Fundamental II - O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência,discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Art. 2º - Ao psicólogo é vedado: a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência,discriminação,exploração, violência, crueldade ou opressão. 
Entende-se que ele apenas relatou fatos que tomou conhecimento a fim de justificar a suspeita, não fazendo inferências indevidas e cumprindo seu dever enquanto profissional. .
Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/07 (Código de Processamento Disciplinar), disponível no site: www.crpsp.org.br - item "legislação".
 
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 10
A participação do psicólogo em sala de bate papo
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
O psicólogo participou de um encontro em sala de bate-papo, na internet. Apresentou-se como psicólogo especialista em medicina alternativa e durante a conversa falou sobre a atuação como psicólogo e utilização de recursos da antroposofia, metafísica e outros. Afirmou acreditar no poder da oração, que os distúrbios podem estar ligados à falta de religiosidade e ser necessário acreditar na força divina. Fez ainda orientações a partir das falas de participantes.
Ao apresentar seus esclarecimentos sobre a situação em questão, justificou que foi convidado, mas não estava ciente da forma como seria apresentado. Referiu que sua atuação como psicólogo e os recursos mencionados eram utilizados em momentos distintos e ter expressado sua opinião pessoal e não profissional sobre a religiosidade.
Chegou-se ao entendimento de que o psicólogo participou do encontro enquanto tal por se apresentar desta forma, por ter retomado essa condição durante toda a conversa e por conter a associação no curriculum encaminhado por ele à administradora do site. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/153/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Considerando sua atuação como psicólogo no chat, verificou-se que o profissional infringiu os seguintes artigos do Código de Ética Profissional*:
Art. 1º - São deveres fundamentais do psicólogo:
c) prestar serviços psicológicos em condições de trabalho eficiente, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética profissionais.
Art. 2º - Ao psicólogo é vedado:
e) induzir a convicções políticas, filosóficas, morais ou religiosas, quando no exercício de suas funções profissionais.
Art. 38º - É vedado ao psicólogo:
d) propor atividades e recursos relativos a técnicas psicológicas que não estejam reconhecidas pela prática profissional.
O psicólogo, em sua apresentação ou atuação profissional, somente pode associar a Psicologia a práticas e saberes desse campo de atuação. As orientações aos participantes foram realizadas após um contato superficial, acesso precário às informações e obtidas em condições inadequadas de trabalho, havendo um comprometimento de qualidade.
Fica claro o posicionamento não laico do psicólogo, transmitindo suas convicções religiosas àqueles que procuraram orientações técnicas e associando a Psicologia a crenças que não dizem respeito aos princípios reconhecidos pela profissão.
É necessário um cuidado do psicólogo quanto à apresentação pública ao aceitar um convite. Na participação em veículos de comunicação, as informações prestadas devem disseminar o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. 
Importante que esse profissional tenha o entendimento de que ao se apresentar enquanto psicólogo ele deve estar comprometido com a ciência, com a prática e a ética da Psicologia.
* Resolução CFP N. º 002/1987 - Código de Ética vigente até 26/08/2005.
(Artigos da Resolução CFP N.º 010/2005 - Código de Ética vigente a partir de 27/08/2005 relacionados ao tema exposto: Art.1º, "c", Art. 2º, "b" e Art. 20, "c"). 
Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/07 (Código de Processamento Disciplinar), disponível no site: www.crpsp.org.br - item "legislação".
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 11
Relacionamento com terceiro e interferência nos objetivos do atendimento
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
B. realizava atendimento psicoterapêutico com o psicólogo, tendo apresentado como queixa dificuldades familiares e profissionais. Alegava que após um ano, sua esposa também passou a ser atendida individualmente pelo mesmo profissional.
Alguns anos depois, o atendimento de B. foi interrompido por dificuldades financeiras e por este ter tomado conhecimento de que o psicólogo e a esposa mantinham contato fora do setting terapêutico. B. sentiu-se prejudicado.
O psicólogo alegou que não realizou psicoterapia com a esposa, mas que a recebeu e orientou sobre como proceder diante das crises vividas no casamento. Justificou contato fora do setting para ajudá-la em períodos difíceis.
Adicionalmente, foi informado que o psicólogo mantinha convívio social com o casal (um frequentava a casa do outro) e que chamou B. para um trabalho temporário numa outra entidade em que atuava. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/152/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Considerando o exposto, foi verificado que o psicólogo infringiu os seguintes artigos do Código de Ética Profissional*:
Art. 1º São deveres fundamentais do psicólogo: 
c)   prestar serviços psicológicos em condições de trabalho eficientes, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional
d)   sugerir serviços de outros profissionais, sempre que se impuser a necessidade de atendimento e este, por motivos justificáveis, não puder ser continuado por quem o assumiu inicialmente
Art. 2º Ao psicólogo é vedado: 
n. estabelecer com a pessoa atendida relacionamento que possa interferir negativamente nos objetivos do atendimento
O psicólogo deve realizar o atendimento psicoterapêutico segundo parâmetros e critérios definidos no Código de Ética Profissional, que incluem a observância da teoria e técnica apropriadas.
Na situaçãorelatada, verifica-se ter ocorrido falta do estabelecimento de limites de atuação profissional. Primeiramente, houve os contatos regulares com a esposa da pessoa atendida, que apresentava inclusive queixas referentes ao marido. Espera-se nessa situação que o psicólogo encaminhe a demanda para outro profissional, devendo ser resguardados a relação e o trabalho com o paciente. 
Adicionalmente, o estabelecimento de relação de amizade e convívio social com o casal geraram interferência na prestação dos serviços profissionais, inclusive prejudicando o atendimento prestado.
* Resolução CFP N.º 002/1987 - Código de Ética vigente até 26/08/2005.
(Artigos da Resolução CFP N.º 010/2005 - Código de Ética vigente a partir de 27/08/2005 relacionados ao tema exposto: Art.1º, "c" e "k" e Art. 2º, "j"). 
Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar (Resolução CFP 006/01). A normatização profissional citada está disponível no site:www.crpsp.org.br - item 'legislação'.
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 12
A atuação do psicólogo e o compromisso como responsável técnico de instituição
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
O psicólogo V. atuava em uma instituição realizando atendimento psicoterapêutico a pessoas a ela vinculadas. No local havia uma psicóloga, M., que atuava como responsável técnica. 
V. queixou-se junto a este Conselho Profissional que a referida profissional teria criado reuniões de supervisão e exigido a participação dos profissionais de Psicologia como condição para atendimento aos usuários da instituição. Alegou ainda que esta teria entrado em contato com uma das pessoas atendidas por V., diante de reclamação feita na instituição sobre atrasos para início das sessões. Após o contato, a psicóloga teria solicitado a V. atenção ao caso e comunicado a decisão de desvinculá-lo da instituição por este motivo e por sua discordância em participar das reuniões. 
V. alega que M. fez intervenções junto a serviço que não era prestado por ela, interferindo no atendimento prestado por outro profissional, ferindo a ética. Além disso, alega também que foi desrespeitosa com o colega de profissão, impondo as reuniões, obrigando que os profissionais psicólogos se submetessem às suas decisões. 
Em seus esclarecimentos iniciais M. explica que a instituição tinha um grande número de usuários que necessitavam de atendimento psicológico. Afirmou que sua preocupação primordial era com a qualidade técnica e ética dos serviços prestados. 
Com relação às reuniões clínicas, justificou serem estas coordenadas por um especialista da área, sendo obrigatória a participação de psicólogos que tivessem como pacientes os usuários da instituição, sendo este espaço um forma de buscar garantir um espaço para discussão, reflexão de questões teórico-técnicas, objetivando a qualidade do serviço prestado. 
Explicou ainda ter tomado conhecimento da reclamação do paciente e que, uma vez que se tratava de usuário que também estava sob responsabilidade da instituição, era procedimento normal chamar o profissional para esclarecer os fatos e tentar proteger a relação com o paciente. Mencionou ter percebido falha do profissional na ausência de encaminhamento diante da impossibilidade de atendimento. 
Com relação ao afastamento, pontuou ter feito a sugestão para preservá-lo, ao perceber o desconhecimento do psicólogo da amplitude da sua ação diante de um paciente inserido em uma instituição, onde a responsabilidade não era apenas sua. 
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/151/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
Diante dos mencionados apontamentos, ficou esclarecido que não havia indicativo de falta ética por parte da psicóloga M., responsável técnica da instituição em questão. Importante salientar que é função do responsável técnico buscar meios, junto à instituição ou mesmo à equipe de psicólogos, que favoreçam a prestação de serviços de Psicologia dentro dos padrões da profissão. 
Todo processo ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar (Resolução CFP 006/01). A normatização profissional citada está disponível no site: www.crpsp.org.br - item 'legislação'.
PSICOLOGIA – ÉTICA PROFISSIONAL
ESTUDO DE CASO 13
A devolutiva no atendimento psicológico
Analise o relato abaixo e responda as questões abaixo:
	
A mãe de A., maior de idade, contratou um psicólogo para realização de orientação profissional de sua filha. Foi feita uma devolutiva verbal à filha, porém a mãe, ao solicitar que o psicólogo lhe emitisse um laudo, teve seu pedido negado pelo profissional. Apresentou denúncia junto a este Conselho de Psicologia por considerar que foi lesada, entendendo que este profissional não havia cumprido com seu papel.
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/147/frames/fr_questoes_eticas.aspx
O psicólogo infringiu o Código de Ética Profissional do Psicólogo em algum aspecto relatado?
Caso sim, quais os artigos foram desrespeitados?
Caso não, quais os artigos respaldam as ações executadas?
A situação, ao ser analisada segundo o Código de Ética vigente à época dos fatos, ou seja, aquele que vigorou até data de 26/08/05, apontou para um entendimento de que o psicólogo não teria atuado de forma a descumprir seu compromisso ético para com sua profissão e para com seu cliente, considerando que a negativa de devolutiva por escrito à mãe de pessoa atendida maior de idade não constituía uma infração ética, ainda que o atendimento fosse financeiramente promovido por esta. Considerou-se que a pessoa atendida teve conhecimento dos resultados durante o processo e em sessão devolutiva. 
Tal contexto nos remete à reflexão sobre o tema da DEVOLUTIVA, que além de sua importância, teve recente alteração introduzida pelo Novo Código de Ética (Resolução CFP 010/05). 
A devolutiva se refere ao momento em que o psicólogo transmite à pessoa atendida o resultado do trabalho realizado, orientando-o e fazendo os encaminhamentos necessários. Isso pode ocorrer tanto durante o atendimento (por exemplo, no decorrer de um processo psicoterapêutico) ou quanto na sua finalização (por exemplo, após a realização de uma avaliação psicológica). Através dela, é possível transmitir à pessoa atendida contribuições da ciência psicológica ao seu caso específico.
É importante ressaltar que a realização da devolutiva constitui um dever do psicólogo e um direito da pessoa atendida, assegurado pela regulamentação profissional através do Código de Ética Profissional (Princípio Fundamental V , art. 1º, "g" e "h" e art. 13º), do art. 6º da Resolução CFP 001/02 e da Resolução CFP 12/00. Essas resoluções tratam do tema da devolutiva na avaliação psicológica em concurso público e processos seletivos da mesma natureza e para fins de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. 
A novidade introduzida pelo Código de Ética vigente (2005) é que este prevê como dever do psicólogo que a devolutiva seja também fornecida POR ESCRITO à pessoa atendida, caso esta venha a solicitar que seja feito dessa forma. 
Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos:
h. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho.
A lei 10.241/99, que dispõe sobre os direitos dos usuários dos serviços e das ações de saúde no Estado, também especifica que a prestação das informações deve ser fornecida por escrito: 
Artigo 2º - São direitos dos usuários dos serviços de saúde no Estado de São Paulo:
IX - receber por escrito o diagnóstico e o tratamento indicado, com a identificação do nome do profissional e o seu número de registro no órgão de regulamentação e controle da profissão.
Caberá ao psicólogo,no entanto, avaliar quais as informações que serão documentadas considerando: a situação específica, os objetivos propostos do trabalho para o qual foi contratado e a fundamentação teórica do seu trabalho. 
*Todo Processo Ético é julgado a partir do Código de Processamento Disciplinar - Resolução CFP 006/01 (Código de Processamento Disciplinar), que pode ser encontrado no site: www.crpsp.org.br - item 'legislação'.

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