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UNIABC – UNIVERSIDADE DO GRANDE ABC GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM Santo André 2017 LILIANE DIROLLI SILVA A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Santo André 2017 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Uni ABC- Universidade do Grande ABC, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em enfermagem. Orientador: Keila Silva LILIANE DIROLLI SILVA LILIANE DIROLLI SILVA A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Uni ABC-Universidade do Grande ABC como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em enfermagem. BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Santo André, de Dezembro de 2017. SILVA, Liliane Dirolli. A atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de mama na atenção primária. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Uni ABC-Universidade do Grande ABC, Santo André, 2017. RESUMO O câncer de mama é uns dos mais comuns e mais temidos pelas mulheres porque mexem com a autoestima, sexualidade e imagem corporal. Por isso a detecção precoce e identificação dos fatores de risco são fundamentais. Objetivo: Este estudo objetivou apresentar a importância do trabalho da equipe de enfermagem como facilitadores na criação, desenvolvimento e divulgação de estratégias com vistas ao diagnóstico precoce da doença, além da avaliação clínica da mulher. Metodologia: Para o alcance do objetivo utilizou-se as bases conceituais da referida teoria, capítulos de livros e artigos que abordassem a temática do câncer de mama, além da percepção das autoras sobre o assunto. O período de publicação analisada foi de 2012 a 2017 sendo o buscador principal as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde – Enfermagem. Resultados: Enfatizar a necessidade de uma relação empática entre enfermeiro e paciente; ao valorizar a escuta dos pacientes e o estabelecimento de uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos no cuidado; ao considerar fundamental a compreensão do contexto sócio cultural dos indivíduos; ao reconhecer que cada ser é particular necessitando de cuidados individuais e, por discutir a importância de tornar as pacientes agentes ativos no seu tratamento. Conclusão: Considera-se que é fundamental a presença do profissional de saúde para esclarecer sobre os benefícios, vantagens e opções de rastreamento do câncer de mama, a fim de apoiar e encaminhar as mulheres na determinação das melhores ações de saúde, estimulando a autonomia para que estejam envolvidas no autocuidado de saúde. Palavras-chave: Câncer de mama 1; Detecção Precoce 2; Enfermagem 3; Autocuidado 4. SILVA, Liliane Dirolli. A atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de mama na atenção primária. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Uni ABC-Universidade do Grande ABC, Santo André, 2017. ABSTRACT Breast cancer is one of the most common and most feared by women because it affects self-esteem, sexuality and body image. Therefore, early detection and identification of risk factors are critical. Objective: This study aimed to present the importance of the work of the nursing team as facilitators in the creation, development and dissemination of strategies for the early diagnosis of the disease, in addition to the clinical evaluation of the woman. Methodology: To reach the objective, the conceptual bases of this theory were used, chapters of books and articles that dealt with breast cancer, as well as the authors' perceptions on the subject. The period of publication analyzed was from 2012 to 2017, the main search being the databases of the Virtual Library in Health - Nursing. Results: Emphasize the need for an empathic relationship between nurse and patient; by valuing patient listening and establishing a dialogical relationship between the subjects involved in care; considering the fundamental understanding of the socio-cultural context of individuals; recognizing that each individual is in need of individual care and for discussing the importance of making patients active agents in their treatment. Conclusion: It is considered that the presence of the health professional is essential to clarify the benefits, advantages and options for the screening of breast cancer in order to support and direct the women in determining the best health actions, stimulating the autonomy to who are involved in health self-care. Key-words: Breast cancer 1; Early Detection 2; Nursing 3; Self Care 4. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................07 1. FATORES DE RISCO DO CÂNCER DE MAMA...................................09 1.1 MÉTODOS DE DETECÇÃO DO CÂNCER DE MAMA...........................10 1.2 AS AÇÕES DE RASTREAMENTO.........................................................12 2 EXAMES PREVENTIVOS.......................................................................15 2.1 DIAGNÓSTICOS E PROGNÓSTICOS DO CÂNCER DE MAMA...........17 2.2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA..................................................................................................................... ....20 3 AÇÕES PREVENTIVAS E ATRIBUÍDAS AO ENFERMEIRO...............21 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................26 REFERÊNCIAS.................................................................................................27 7 INTRODUÇÃO O câncer de mama vem acometendo um número cada vez maior de mulheres. Isso se deve ao fato de que, não existe conhecimento suficiente das mulheres sobre os fatores de riscos e os exames preventivos. Estratégias de controle do câncer de mama vêm sendo implementadas no Brasil desde o século passado, por meio de ações isoladas e, em décadas recentes, por ações inseridas nos programas de controle do câncer. Esses programas correspondem a um conjunto de ações sistemáticas e integradas, para reduzir a incidência, a mortalidade e a morbidade do câncer na população. Em geral, os programas levam prevenção primária, redução ou eliminação dos fatores de risco, detecção precoce, identificação precoce do câncer ou de lesões precursoras e tratamento. O câncer de mama é uma doença causada por múltiplos fatores, e por isso, a conduta mais eficaz é o diagnóstico precoce. Verificou-se que a descoberta da doença, diagnóstico, tratamento até a recuperação total resulta em sentimentos negativos e revolta as portadoras, e o enfermeiro é indispensável na orientação, prevenção e tratamento da doença dos pacientes, além da participação deste profissional na educação em saúde com o objetivo de informar, prevenir e tratar da melhor forma o câncer de mama. O desenvolvimento do estudo contribuirá para identificação dos fatores de risco que possa impedir ou facilitar o rastreamento do câncer de mama de uma forma precoce e diminuir os númerosde mortes causados pelo diagnóstico tardio do câncer de mama e também contribuirá nos cuidados, as condutas patológicas aplicadas no dia a dia e os aspectos psíquicos e fisiológicos que o paciente se encontra. Existem fatores que auxiliará para melhoria da qualidade na assistência, no sentido de permitir estratégias adequadas para aumentar a detecção precoce da doença e a conduta dos profissionais da saúde na atenção primária. Diante desses fatores que auxiliará para a melhoria da qualidade na assistência, no sentido de permitir estratégias para aumentar a detecção precoce da doença. Qual a atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de mama na atenção primária? 8 Assim como objetivo geral é conhecer os fatores que levam ao câncer de mama e orientar as mulheres sobre a prevenção. Objetivos específicos: Descrever os fatores de risco que leva o câncer de mama. Conhecer os exames preventivos da mama. Compreender qual é o papel do enfermeiro na prevenção do câncer de mama. A metodologia utilizada neste projeto de pesquisa norteia-se em biografias diversas sobre o assunto gerador da pesquisa cientifica; utilização e leitura de artigos de revistas de enfermagem, web sites, Sciello, Inca. O critério estabelecido para a seleção foram artigos publicados e traduzido em português nos períodos mais recentes de 2012 a 2017. Foram utilizadas coletas de dados com identificação do artigo cientifico que teve (título, palavras chave, objetivo, método, ano da publicação, revista) e que responda à pergunta proposta do trabalho. Para a busca ativa foi utilizado câncer de mama na atenção primária, atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de mama na atenção primária e rastreamento precoce do câncer de mama na atenção primária. E foram excluídos artigos não relacionados com a proposta do trabalho, de períodos longos e não cientifico. 9 FATORES DE RISCO DO CÂNCER DE MAMA O câncer de mama é uns dos mais comuns (representa cerca de 25% dos casos) e mais temidos pelas mulheres porque mexem com a autoestima, sexualidade e imagem corporal, os sintomas são nódulos na mama ou axila, dor mamaria abaulamento e alteração da pele em estágio avançado, o câncer é geralmente localizado no quadrante superior externo, as lesões costumam serem indolores, fixa e com irregularidade (SILVA, 2012, p.1017). O aumento da mortalidade ocorre principalmente devido a pouca adesão aos exames de rastreamento, gerando diagnóstico tardio e atraso na realização do tratamento adequado. As causas são multifatoriais, mas o profissional da saúde merece destaque, pois ele é a principal fonte de informação dessas mulheres, sendo fundamental na desconstrução de limitações socioculturais, de conhecimento e questões organizacionais que envolvem o rastreamento do câncer de mama (SILVA, 2012, p.1017). Alguns fatores de risco que desenvolvem o câncer de mama estão relacionados à idade avançada de 40 a 60 anos, mulheres que tiveram muitos filhos, história familiar de parentes de primeiro grau que tem ou tiveram câncer, estilo de vida que está relacionado com obesidade, menarca precoce menos de 11 anos, menopausa tardia mais de 55 anos e uso excessivo de álcool (SILVA, p.1017). Segundo (PINTO, 2013 p.83): Fatores de risco que levam ao câncer de mama é sexo feminino, mulheres com mais de 50 anos, fatores genéticos que está relacionado com 10% dos casos, antecedentes familiares, antecedentes pessoais, antecedentes de biopsia, (hiperplasia atípica), radiações anteriores, menarca antes dos 12 anos e menopausa após os 50 anos, primeiro filho com mais de 30 anos ou quem não teve nenhum filho, ausência de lactação, terapia de reposição hormonal, obesidade e álcool. A prevenção do câncer primário associa-se à redução da exposição de agentes cancerígenos reconhecidos e/ou o aumento da promoção da saúde, ao passo que a prevenção secundária pode ser exemplificada pelo rastreamento, a detecção precoce e quimioprevenção (STEWART ET AL. 2016). O câncer de mama, apresenta uma fase subclínica longa, variando entre 2 e 4 anos, assim a diminuição da mortalidade depende diretamente da detecção precoce, sendo que a sobrevida da doença em estágios iniciais pode alcançar 98% em 5 10 anos (WARNER, 2011), Deste modo se o câncer for detectado numa fase inicial da doença, o tratamento pode ser muito mais eficaz e com grandes chances de cura (INCA, 2011). Segundo (ARRUDA, et al., 2015 p.144), o processo de desenvolvimento do câncer é geralmente lento, e pode levar alguns anos para proliferação de uma célula que dá origem a um tumor palpável, assim apresenta algumas fazes, a primeira são fatores cancerígenos, o segundo fator oncopromotores na célula alterada e a ultima fase é irreversível da célula alterada essa fase é progressão definido pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. É importante estar visando que esse agravo pode ser detectado precocemente através de estratégia preventivas com realizações de exames clínicos de mama anualmente e também exames de mamografias em mulheres de 40 anos outro fato importante também é rastrear mulheres que tem risco elevado e a importância de orientar essas mulheres a realizar o autoexame para detecção precoce do câncer de mama (ARRUDA, et al., 2015 p.144). Segundo (VELOSO, 2014p.15) recomenda-se o rastreamento para mulheres acima de 40 anos e independente da idade também recomendado em todas as consultas clinicas compreendendo a partir do atendimento integral a saúde da mulher. Nesse sentido, o enfermeiro no âmbito de suas ações atua como facilitador que visem: criação, desenvolvimento e divulgação de estratégias com vistas ao diagnóstico precoce da doença, além da avaliação clínica da mulher. Além disso, a oferta e concretização de práticas de rastreamento recomendadas, atuam na formação de profissionais e fornecem contribuições para o avanço da ciência no campo de pesquisa (VELOSO,2014p.15). 1.1. Métodos de detecção do câncer de mama Há duas formas para detecção precoce de câncer de mama é o diagnóstico precoce e a abordagem rápida de pessoas que é saudável mais tem a pré- disposição de maior risco para a doença ou que tenha sinais e sintomas de câncer de mama que pode ser identificado na fase clinica que acaba reduzindo mortalidade (TOMAZZELLI et al., 2016 p.2). 11 Um dos métodos que ajuda as mulheres a detectar alterações na mama ou detectar nódulos, é o autoexame da mama. Esse autoexame pode ser feito a qualquer hora do dia de frente para um espelho, deitada na cama ou até mesmo no chuveiro, maior parte das mulheres que detectou câncer foi pela palpação (INCA, 2015). Porém algumas estratégias tem se mostrado mais eficazes do que o autoexame na detecção do câncer de mama, como a estratégia de diagnóstico precoce, algumas vezes conhecida como down-staging, bem como a estratégia de breastawareness (estar alerta para a saúde das mamas), pois a maioria das mulheres (cerca de 65%) identificou o câncer de Mama através da palpação ocasional e apenas 35% identificou através do autoexame mensal (INCA,2015). Segundo (MORÃES, 2015 p.15), a atenção básica é a porta de entrada para o controle da neoplasia mamaria maligna, onde o enfermeiro tem o papel fundamental para o desenvolvimento dessas ações já que é o enfermeiro que tem maior vínculo com a equipe e usuário. O enfermeiro tem autonomia para realizar atendimento integral, realiza consulta de enfermagem, coleta de exames preventivos e exame clínico das mamas, solicita exames complementares e prescreve medicações conforme protocolo ou outra normativa estabelecidapelo gestor municipal, realiza atenção domiciliar quando necessário, coordena e supervisiona o trabalho dos agentes comunitário e da equipe de enfermagem (CAVALCANTE, 2013 p.460). Segundo (MORÃES, 2015), para o controle da neoplasia as ações de rastreamento que consistem em realizações de exames em mulheres assintomáticas com diagnóstico de estágio inicial em que o tratamento é mais eficiente com maior chance de cura. Ainda que o autoexame de mama provoque efeito negativo como o aumento no número de biopsia de lesões benigna e falsa segurança, pois ao examinar-se a mulher pode sentir-se segura do resultado isso inclui métodos mais confiável (OLI, 2015 p.794). A enfermagem tem um papel fundamental no rastreamento e detecção precoce do câncer mamário, a enfermagem faz parte da equipe multi profissional e deve atuar em comunicação, prestação de informação e manutenção de dados (LOURENÇO ET. AL., 2013). As ações permitem a identificação do público alvo, os treinamentos profissionais, alem do desenvolvimento de atividades que obtém e incentivem a 12 adesão das mulheres aos exames mamo gráfico como uns dos principais métodos de rastreamento (LOURENÇO ET. AL., 2013). E ainda o câncer de mama em mulheres jovens é ainda a grande maioria porque é diagnosticada tardiamente por falta de rastreamento e por falta de exames nas consultas ginecológica por baixo índice de suspeitas (OLI, 2015 p.794). Segundo (ASSIS, 2016 p.64), a detecção precoce é ainda um fato determinante para o tratamento do câncer de mama e para isso é necessário exames periódicos é encontrado com maior frequência e em mulheres em condição sócia econômica e em nível educacional, isso é relacionado pelo estilo de vida inclui dieta, idade do primeiro filho, utilização de terapia de reposição hormonal e uso de álcool e a mortalidade é mais elevada em mulheres com condições econômicas baixa por ter mais dificuldade de acesso ao atendimento e adesão ao tratamento. Existem benefícios do programa de rastreamento que está relacionado à sua extensão temporal a adesão da população alvo e tem sido estabelecido dois modelos de rastreamento mamográfico o organizado e o oportunismo, no rastreamento mamográfico populacional organizado existem convocação e vigilância das mulheres inscritas e o cumprimento de todas as etapas proposta e já o oportunista os indivíduos são submetidos às recomendações a partir da procura espontânea pelo serviço de saúde, elas não são rastreadas e não cumprem as recomendações recebidas e retardam o comparecimento das próximas etapas (ASSIS, 2016 p.64). Detecção precoce é uma forma de prevenção secundária que identifica o câncer no estágio inicial em momentos que tem melhor prognóstico para diferenciação da detecção precoce de ações preventivas primaria que previne a ocorrência da doença que são voltadas para a redução dos fatores que levam aos riscos (INCA,2015). 1.2. As ações de Rastreamento Entre as intervenções avaliadas para a detecção precoce do câncer de mama, estão as ações de rastreamento, dentro delas estão incluídas o Auto Exame das Mamas (AEM), o Exame Clínico das mamas (ECM), a Mamografia (MMG) e a Ultrassonografia (USG), apesar de existirem ressalvas na utilização de alguns desses exames como métodos de rastreamento (INCA, 2015). 13 O AEM trata-se do procedimento onde a mulher observa e apalpa as próprias mamas e as estruturas anatômicas acessórias, visando detectar mudanças ou anormalidades que possam indicar a presença de um câncer. Recomenda-se realizar o AEM uma vez por mês e uma semana após o término da menstruação. Porém o AEM pode gerar efeitos negativos, como o aumento do número de biópsias de lesões benignas e falsa segurança, não levando a busca por cuidados da saúde (INCA, 2015). O ECM é usado tanto como método diagnóstico como de rastreamento. Como método diagnóstico, é realizado pelo médico para diagnóstico diferencial de lesões palpáveis da mama, considerado um complemento essencial na investigação diagnóstica de doenças mamárias e o método de avaliação diagnóstica na atenção básica. Como método de rastreamento, é um exame de rotina realizado por profissionais de saúde treinados – geralmente enfermeiro ou médico – destinado a mulheres sem sinais ou sintomas suspeitos de câncer de mama. Os riscos associados ao rastreamento com ECM incluem danos associados a resultados falso- positivos, falso-negativos, sobrediagnósticos e sobretratamento. Porém, durante a realização do exame, os profissionais da saúde tem a possibilidade de informar às mulheres sobre os fatores de risco para o câncer de mama, as alterações que ocorrem na mama com o passar dos anos, os possíveis sinais e sintomas relacionados ao câncer e os exames de rastreamento. A MMG desempenha um papel importante na detecção do câncer de mama quando está ainda em sua fase inicial. Ela é conhecida por ser um método eficaz e um prática atual, considerada “padrão ouro” para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Estima-se que por meio dela possa se detectar o câncer 1,7 anos antes que uma mulher consiga sentir uma protuberância em seu seio (CDC, 2013). A MMG é considerada o único exame de rastreamento que tem capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por câncer de mama. De acordo com o Ministério da Saúde, a MMG é recomendada para mulheres entre 50 e 69 anos e partir dos 35 para mulheres com risco elevado. A MMG consegue identificar melhor as lesões em mulheres após a menopausa, antes disso as mamas são mais densas, o que torna a MMG um exame limitado para identificar alterações, provocando um número elevado de falsos-negativos (INCA, 2014). 14 A USG é um método amplamente difundido, sendo muito empregado associado à MMG em situações de achado clínico ou mamográfico anormal. É uma importante modalidade de imagem para a detecção e caracterização das lesões nas mamas. Recomenda-se a USG nas mamas para: avaliação e caracterização de massas palpáveis e outros sinais e/ou sintomas relacionados com as mamas, determinar o método e orientação para a biópsia percutânea e rastreio suplementar à mamografia em certas populações. As vantagens da USG incluem: ser uma modalidade rápida, amplamente disponível, de baixo custo e que não envolve a compressão da mama ou radiação ionizante. Entretanto, tal como acontece em todas as modalidades de imagem, sua capacidade na detecção e caracterização de lesões da mama depende da qualidade das imagens. Assim ela é altamente dependente do operador, e conclusões errôneas podem ser causada por técnicas ou má aplicação de algoritmos de processamento de imagem (SUNG, 2014). A adição de USG ou ressonância magnética no rastreamento mama gráfico em mulheres com risco aumentado de câncer de mama resultam em um rendimento de detecção de câncer, apesar de ser associado também ao aumento nos resultados falso-positivos (BERG Et. Al., 2012). Estudos mostram a existência de inúmeras razões relacionadas com a não realização dos exames de rastreamento, sendo sinteticamente divididas em três tipos de barreiras: relacionadas ao sistema de saúde, à educação/conhecimento e à atitudes/comportamentos da mulher e/ou do profissional. Na busca por cuidados, as mulheres enfrentam barreiras geográficas, organizacionais ou do serviço de saúde, socioculturais ou econômicas, que se mantêm mesmo após a descoberta de sinais e sintomas, como na dificuldade de acesso a consultas com especialistas, exames para diagnóstico e tratamento (GONÇALVES Et Al., 2014). 15 EXAMES PREVENTIVOS O Exame Mamográfico é consideradoo método mais eficaz no diagnóstico precoce contra o câncer de mama. Por meio dele, podem-se identificar tumores mamários mesmo antes de serem detectáveis clinicamente. Apesar disso, particularmente se as mamas forem densas, ele pode não evidenciar um câncer presente, ou demonstrar áreas suspeitas que podem não corresponder ao câncer. Nesses casos, para melhorar o diagnóstico, pode-se associar outros exames, como a ultrassonografia, a ressonância magnética e as punções percutâneas, que melhoram as chances diagnósticas pré-terapêuticas. Toda mulher deve realizar mensalmente o autoexame (AEM). Aquelas que menstruam devem fazê-lo na semana seguinte ao término da menstruação, enquanto as menopáusicas o farão em uma data determinada de cada mês. Esse procedimento é muito importante, não para se obter o diagnóstico precoce, mas para a conscientização do problema e para que a paciente perceba mais precocemente eventuais alterações existentes em sua mama e possa esclarecê-las com o mastologista. “O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos por meio dos seguintes sinais e sintomas, nódulos (caroço), fixo ou indolor 90% percebido pela própria mulher, pele da mama avermelhada, retraída parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo), pequeno nódulo nas axilas ou pescoço, saídas de líquido anormal das mamas”. (INCA, 2015) Figura 1: Autoexame – Como fazer? O autoexame da mama pode ser no chuveiro ou também pode ser deitada. De pé, em frente ao espelho, observe as mamas com os braços abaixados ao longo do corpo; Levante os braços, colocando as mãos na cabeça e observe se o correm algumas mudanças em volta das mamas ou no bico; 16 E pode ser feito da seguinte maneira, coloque a mão direita atrás da cabeça, deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda mama direita, repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda. Repita e observe, colocando as mãos na cintura e apertando-a, observe se há qualquer alteração ou deformidade. E por ultimo, aperte o mamilo delicadamente e observe se sai alguma secreção a observação de alterações cutâneas ou no bico do seio, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias, não significa necessariamente a existência de câncer. Fonte: Instituto Oncoguia (2014) De acordo com INCA (2017) A orientação é que a mulher realize a auto palpação e observação das mamas sempre que se sentir confortável para tal momento seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano, sem nenhuma recomendação de técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias, sendo necessário que a mulher seja estimulada a procurar esclarecimento médico sempre que perceber alguma alteração suspeita em suas mamas e a participar das ações de detecção precoce do câncer de mama, O sistema de saúde precisa adequar-se para acolher, informar e realizar os exames diagnósticos adequados em resposta a essa demanda estimulada, prioridade na marcação de exames deve ser dada às mulheres sintomáticas, que já apresentam alguma alteração suspeita na mama. Segundo FREIRE (2013) autoexame, contudo, pode fornecer informações úteis ao médico, com relação ao tempo em que notou essa ou aquela lesão, “caroço”, ou mesmo, mudança da consistência e aparência da pele, pode ainda 17 reportar sobre o aumento dessas alterações ou aparecimento de outras mudanças ou mesmo, a presença de descargas das papilares mamárias. 1.3. Diagnósticos e Prognósticos do câncer de mama As alterações na mama podem ser identificadas já na palpação com a detecção de nódulos na região da mama ou na axila e pode ser observada na sua aparência onde é comparada com formato “casca de laranja”. Com essas identificações para um diagnóstico mais preciso e precoce é fundamental que a mulher procure uma unidade de saúde da atenção primaria realize uma consulta com o enfermeiro e se as suspeitas persistirem no exame físico é solicitado um exame de mamografia, e pode ser em outros casos com incidência na família de parentes de primeiro e segundo grau que tem essa doença é recomendado que a mulher aos 40 anos de idade realize o mesmo exame e aos 54 efetue o exame todos os anos. O grande problema é o diagnóstico precoce em idade inferior aos anos que obtém a baixa eficácia da mamografia, pois as mamas são bastante densas de tecido mamário e resulta em muitos casos em falsos positivos ou descoberta tardia da doença (COSTA et al.,2016). A mamografia foi aprovada em 2011em 3D produz uma imagem precisa contorno do tumor fazendo que identifiquem o tumor e as lesões malignas, embora a mamografia não seja muito agradável e provoca desconforto na sua realização, ela ainda é uma ótima opção para um diagnóstico precoce (FREIRE, 2013). Mamografia é o exame radiológico dos tecidos moles das mamas que permite detectar o câncer precocemente, antes que ele seja palpável ou se manifeste através de outros sinais clínicos. A detecção precoce permite que o câncer de mama seja curável em cerca de 90% dos casos.Usando raios x com filmes especiais para o tecido mamário, um técnico posiciona e compressa a mama e a fotografa de dois ângulos diferentes, criando uma série de imagens para cada uma das mamas. Essas imagens são chamadas de mamograma. O tecido mamário aparece branco e opaco e o tecido gordo aparece mais escuro e translúcido. Nas imagens, é feito um exame de raios x nas mamas, de cima para baixo, e de lado a lado. O diagnóstico do mamograma focaliza uma parte ou área com tecido anormal. (OHI et al, 2016). 18 O diagnóstico de câncer de mama somente pode ser estabelecido mediante uma biópsia de área suspeita que seja analisada por um patologista e laudada como sendo um câncer. Uma biópsia é a remoção das células ou tecido de uma massa suspeita. O tecido ou as células são examinados sob um microscópio para verificar as células cancerosas. Uma biópsia pode ser feita quando uma alteração na mama anormal é encontrada durante uma mamografia, ultrassom ou exames físicos. A biópsia é a única maneira de se determinar se o ponto problemático em potencial é câncer ou trata-se de um tumor benigno. Há diversos procedimentos de biópsia. O método recomendado pelo médico dependerá do tamanho do nódulo e se a área está anormal, além de onde na mama o caroço está, quantos nódulos ou áreas anormais há (também calcificações suspeitas), se há outros problemas médicos e quais são as preferências do paciente (PINTO, 2013 p.87). Categoria Seguimento proposto Indica necessidade de imagens adicionais Imagens adicionais (MMG ou RNM) Negativa: sem anormalidades Seguimento anual Benigno: alterado, mas não suspeito Seguimento anual Provavelmente benigno Mamografia em 6 meses Alteração suspeita, provavelmente benigna Necessita biópsia Altamente suspeito para malignidade Necessita biópsia Sabidamente maligno Biópsia prévia já diagnóstica Fonte: Instituo Oncoguia. Fazem parte da determinação prognóstica do câncer a avaliação da extensão da doença (denominada de estadiamento) assim como a caracterização adicional da presença ou ausência de determinadas proteínas (testadas pela técnica denominada imuno-histoquímica) ou a presença exacerbada de determinados genes. 19 Além disso, a doença tem de ser necessariamente colocada no contexto da idade e comorbidades da paciente, seu suporte familiar e estrutura de apoio. A extensão do câncer de mama temde ser avaliada em todos os casos, pois ajuda a determinar a melhor estratégia de tratamento. O estadiamento leva em consideração o tamanho do tumor na mama (abreviado como T), o comprometimento (ou não) de gânglios na axila, o número de gânglios comprometidos (abreviado como N), e a presença ou ausência de evidência de metástases ou doença à distância (abreviado como M). Para se determinar antes da cirurgia o T, N e M, utiliza-se tanto o exame físico quanto os exames radiológicos (Raios-X de tórax, ultrassom de abdome,e em algumas situações, tomografia computadorizada, cintilografia óssea, ressonância nuclear magnética das mamas) (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Quando o estadiamento é anterior à cirurgia, falamos em estadiamento clínico. Quando se leva em consideração os achados após a cirurgia,ou seja, o tamanho e número de linfonodos descritos pelo patologista no laudo, fala-se em estadiamento cirúrgico (que é, em última instância, o mais importante). O estadiamento cirúrgico geralmente é a melhor maneira de avaliar o prognóstico do paciente, mas não raras vezes, deve-se de propor um tratamento baseados no estadiamento clínico, com o objetivo de diminuir o tamanho do tumor antes de proceder com uma cirurgia. Cada caso de câncer de mama diagnosticado deve ser caracterizado pelo estadiamento já descrito, mas também pela presença ou ausência de determinadas proteínas na superfície das células tumorais. A determinação (quantitativa) destas proteínas é feita, inicialmente, pela técnica laboratorial denominada Imuno- histoquímica. A imuno-histoquímica irá caracterizar a presença de receptores de estrógeno (RE) e progesterona (RP), sendo que o laudo deverá preferivelmente quantificar esta presença em termos percentuais ou usando outros índices conhecidos (que levam em conta a porcentagem e a intensidade da coloração). A importância da presença destes receptores é discutida na seção de tratamento, mas basicamente eles não só indicam uma doença de evolução menos agressiva, mas também garantem um alvo para a hormonioterapia, o que melhora bastante o prognóstico da doença (INCA). 20 1.4. Educação em saúde para a prevenção do câncer de mama O ministério da saúde recomenda que o sistema único de saúde (SUS) desenvolva algumas atividades que envolvam o ensino da palpação das mamas pela própria mulher como artifício do auto cuidado, a educação em saúde é uma proposta política pedagógica que busca promover uma melhoria na atenção à saúde,podendo prevenindo doenças, e estimulando a participação da população por meio de rodas de conversas, alguns encontros, debates e palestras educativas, é importante ressaltar que a detecção precoce do câncer de mama, através da educação do autoexame seja uma meta de todos os profissionais de saúde que trabalham em contato com a população feminina, e não apenas daqueles, que atuam em programas específicos de prevenção (SILVA et al, 2015). Segundo Bushatsky (2015) A educação em saúde pode ser observada como parte integrante das ações da Atenção Básica, na qual, a promoção à saúde destaca-se diante das práticas curativas no que atinge a neoplasia mamária, tal fato encontra-se associado ao baixo conhecimento das mulheres sobre medidas preventivas e a dificuldade de acesso aos serviços de rastreamento, cabe assim, a reorientação dos serviços, considerando que os governos têm participação importante com fins de adoção de estratégias no sentido de viabilizar políticas públicas que incluam a promoção da saúde e diagnóstico precoce do câncer de mama, dessa forma, será possível garantir uma atenção integral à mulher, preservando a sua autonomia e dignidade, além de proporcionar condições favoráveis para que ela possa cuidar de si mesma. 21 AÇÕES PREVENTIVAS E ATRIBUÍDAS AO ENFERMEIRO O câncer de mama é um problema de saúde pública em vários países do mundo, mas países em desenvolvimento como o Brasil, exibem uma problemática ainda maior que é o rastreamento oportunístico, ou seja, para que a realização dos exames de rastreamento ocorra, depende essencialmente da própria mulher. Esta realidade faz com que várias mulheres sejam diagnosticadas em estágios mais avançados da doença, pois somente procuram o atendimento de saúde quando encontram um nódulo mamário. Isso se deve, em grande parte, do fato das mulheres desconhecerem os exames ou não serem orientadas de forma adequada quanto à realização dos mesmos (BIHRMANN et al, 2008). Baixas taxas de realização de exame clínico das mamas (ECM) e mamografia (MMG) refletem obstáculos que são identificados pelas próprias mulheres, onde inclui a falta de informação suficiente sobre exames, desconhecimento dos locais e rotinas para a realização do rastreamento, além da falta de um plano de saúde (PATEL et al, 2014). O fato das mulheres não realizarem a MMG por medo, caracteriza-se como uma situação comum e que merece atenção (SOUSA, 2014). Conforme Barreto et al (2012) o conhecimento sobre a importância da MMG e quem deve realizá-lo pode influenciar as mulheres na adesão ao rastreamento e minimizar os medos que são impostos a prática desse exame. Assim, identificar o grau de conhecimento das mulheres em relação à MMG é de fundamental importância para que se aumente a prevalência da realização do exame na periodicidade adequada (WILLIAMS et al., 2011). Diante disso, é fundamental a presença do profissional de saúde para esclarecer sobre os benefícios, vantagens e opções de rastreamento do câncer de mama, a fim de apoiar e encaminhar as mulheres na determinação das melhores ações de saúde, estimulando a autonomia para que estejam envolvidas no autocuidado de saúde. Entretanto, é necessária a combinação de educação, tecnologia (mídia, internet) e pessoal de apoio para a melhora na disponibilidade de aconselhamento sobre o rastreamento (BRYAN et al, 2015). Além disso, explorar os meios de comunicação, uma das principais ferramentas apontadas para disseminar informações acerca do câncer de mama (SANTOS; CHUBACI, 2011) é uma medida 22 que promoveria o conhecimento e possivelmente as taxas de realização dos exames. O conhecimento sobre MMG é um assunto pouco explorado na literatura e, ampliá-lo pode auxiliar nas estratégias de diagnóstico precoce para o câncer de mama (SCHNEIDER et al., 2013). De maneira geral, ao analisar a literatura, verificou-se que o nível de conhecimento das mulheres está associado ao local onde o estudo é realizado e ao tipo de rastreamento utilizado no local, uma vez que, diferentes níveis de conhecimento são encontrados em diferentes países. Este estudo mostrou um nível de conhecimento baixo, quando comparado a países onde o rastreamento é realizado de forma organizada, ou seja, com a busca ativa das mulheres (INCA, 2015). Em estudo realizado nos Emirados Árabes (Ásia) o conhecimento geral das entrevistadas foi de 51% e a maioria (77%) estava na categoria de pontuação média (YOUNIS et al, 2016). Entretanto, ao comparar com estudo de Kuruppu et al (2015), também realizado no continente asiático, especificadamente em Sri Lanka, tem-se outros parâmetros, já que apenas 13,8% das entrevistadas apresentava um "bom" conhecimento global sobre o câncer de mama e menos de 20% tinha conhecimento significativo sobre fatores de risco, sintomas, métodos de rastreamento e diagnóstico e serviços prestados nas Unidades de saúde. A principal fonte de informação sobre o câncer de mama são os próprios profissionais de saúde para todos os exames, seguido pela mídia no caso da MMG e da USG. Isso demonstra o impacto das intervenções educativas na atenção primária,além do poder da mídia, com ênfase na televisão, como veículos e métodos de conscientização do rastreamento mamográfico, com vistas à detecção precoce e diminuição da mortalidade pela doença. O enfermeiro tem o papel fundamental de orientar as mulheres quanto à frequência das consultas ginecológica, da importância de se fazer os exames de detecção precoce, por exemplo, mamografia e o autoexame, considerando a importância e a gravidade, torna-se relevante a tecnologia educativa que é mostrar e capacitar às mulheres a realização do autoexame de mama precoce mostrando sempre sua importância (COSTA et al.,2016). De acordo com AVELAR(2014), as principais ações atribuídas ao enfermeiro no câncer de mama são as atividades educativas realizadas na consulta de enfermagem, incluindo o autoexame da mama, o exame clínico e também a visita 23 domiciliar,onde a enfermagem deve atuar no rastreamento, planejamento, divulgação, execução, adequação, manutenção e aprimoramento de processo, como gestora ou como educadora, informando sobre a importância de adesão a recomendações de sociedades médicas ou órgãos de saúde, tanto na realização do autoexame da mama como da mamografia ou no conceito de saúde mamária, o papel do enfermeiro no câncer de mama está totalmente voltado a ações preventivas. Sendo a equipe da atenção básica, a principal responsável por orientar os pacientes quanto às formas de prevenção e detecção precoce da doença, dentre as ações de promoção e prevenção do câncer de mama, desempenhadas pelo enfermeiro, destacam-se: o exame clínico, orientações relacionadas à solicitação de exames necessários e autoexame da mama, e o desenvolvimento de ações educativas, as ações de enfermagem relacionadas ao câncer de mama, estão associadas diretamente com programas e campanhas, para prevenção e controle, incluindo aquelas por iniciativa própria do enfermeiro, cabe ao enfermeiro como profissional da saúde, atuar em todos os níveis de atenção, sejam primários, secundários ou terciários, envolvidos no processo de saúde-doença do câncer de mama, interferindo, desta forma, diretamente na mudança de comportamento da população. Cabe, portanto, ao enfermeiro as orientações de cuidados como identificar efeitos colaterais e minimizá-los, o rastreamento do câncer de mama deve ser feito pelo profissional enfermeiro através das consultas de enfermagem onde se deve fazer primeiro uma anamnese e um exame físico detalhado sempre orientando as clientes sobre o autoexame que deve ser realizado nas próprias residências, e solicitar exames complementares de acordo com as normas estabelecidas pelo gestor municipal, o profissional deve ir até a comunidade através das visitas domiciliares e comunitárias onde ele deve estar orientando sobre os cuidados e os possíveis fatores de risco (SALES et al.,2017). A detecção precoce do câncer de mama e imprescindível para seu controle, principalmente, em decorrência das altas taxas de morbimortalidade e do diagnostico tardio, presentes no Brasil. Essa medida tem como componentes o diagnostico precoce e o rastreamento oportunístico ou organizado, realizados por meio de mamografia (MMG), exame clinico (ECM) e autoexame das mamas (AEM). Entre esses métodos, a MMG tem contribuído internacionalmente para detecção 24 inicial desse tipo de câncer, sendo considerado padrão-ouro para rastreamento da população alvo (ARRUDA et al.,2015). As estratégias para o controle da doença vem sendo implementadas no Brasil desde meados do século passado, caracterizando-se por ações isoladas. Em 2004, essas ações passaram a ser sistematizadas em programas, cujo objetivo era reduzir sua mortalidade e morbidade. Naquele ano, foi publicado o Documento Consenso para o Controle do Câncer de Mama, que definiu os critérios para o rastreamento e o diagnostico precoce, tais como: ECM anual a partir dos 40 anos de idade; MMG bienal para aquelas entre 50 a 69 anos e, para as mulheres com risco elevado de desenvolver a patologia, a realização do ECM e da MMG anual a partir dos 35 anos de idade. (TOMAZELLI et al.,2016) Em 2015, o Ministério da Saúde aprovou novas Diretrizes Nacionais para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, estabelecendo ações baseadas nas melhores evidencias cientificas, de forma a serem mais efetivas e com o menor dano possível a saúde da população. Neste documento, foi mantida a MMG como método para rastreamento nas faixas etárias prioritárias de 50 a 69 anos, com periodicidade bienal, sendo este o exame que apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade por câncer de mama. Em outras faixas etárias e periodicidades, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento com MMG e desfavorável. No entanto, mesmo com as ações de rastreamento instituídas, ainda observam-se altos índices de mortalidade pela doença em decorrência, dentre outros motivos, da desigualdade de acesso ao diagnostico precoce e ao tratamento no pais. Desse modo, e imprescindível que se estabeleça coerência entre as ações a serem executadas pelos profissionais na detecção precoce do câncer de mama e as propostas dos programas estabelecidos para este agravo. Alem disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser capaz de ofertar medidas de rastreio com garantia de acompanhamento de todos os casos detectados, para reduzir a mortalidade e as enormes desigualdades regionais. Acredita-se que o local primordial para o desenvolvimento dessas ações seja a Atenção Primaria a Saúde (APS), que tem a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como principal modelo de atenção, visto que se constitui como porta de entrada preferencial do SUS, integrando e resolvendo a maioria dos problemas da população (BRASIL, 2008). 25 A atuação do enfermeiro para a detecção precoce do câncer de mama na a APS e fundamental para estimular a adesão da mulher, incluindo ações de promoção à saúde e ate de tratamento e reabilitação, devendo ser aproveitadas as oportunidades em todos os atendimentos feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o que poder potencializar seu papel de agente de mudanças, cuja ação guarda estreita proximidade com as usuárias. Destacam-se, como atribuições do enfermeiro no controle do câncer de mama: realizar consulta de enfermagem; o ECM de acordo com a faixa etária e quadro clinico; examinar e avaliar sinais e sintomas relacionados a neoplasia; solicitar e avaliar exames de acordo com os protocolos locais; encaminhar e acompanhar nos serviços de referencia para diagnostico e/ou tratamento; realizar e participar das atividades de educação permanente. Todavia, pesquisas recentes chamam atenção a necessidade de capacitação desses profissionais em relação ao tema, devido ao conhecimento insuficiente dos fatores de risco, métodos de triagem e ausência de educação permanente, aspectos que podem comprometer o desempenho profissional e a efetividade das ações propostas pelo Ministério da Saúde para controle da doença. A proposta de estabelecer a APS como eixo estruturante do Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama e recente e pouco tem sido publicado sobre o desenvolvimento das ações nesta área, principalmente no que tange a atuação do enfermeiro nesse nível de atenção (INCA). 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com as literaturas revisadas, o câncer de mama tornou-se de fato, um grave problema de saúde pública, seja pelo número elevado de morbimortalidades, ou pela falta de recursos necessários e profissionais habilitados para a realização da educação da população frente à doença. O que consequentemente possibilitaria uma detecção precoce do câncer demama. Referente ao papel da enfermagem se estende desde as ações educativas (campanhas, palestras sobre como proceder ao autoexame das mamas, entre outras.), até a realização do exame clínico e a solicitação de exames complementares quando necessário. Desde que o enfermeiro tenha autonomia e respaldo para tal e que o hospital esteja inserido no programa do ministério da saúde. Conclui-se a necessidade de que a mulher seja bem informada e estimulada a procurar esclarecimento médico sempre que perceber alguma alteração suspeita em suas mamas e a participar das ações de detecção precoce do câncer de mama, o sistema de saúde precisa adequar-se para acolher, informar e realizar os exames diagnósticos adequados em resposta a essa demanda estimulada, prioridade na marcação de exames deve ser dada às mulheres sintomáticas, que já apresentam alguma alteração suspeita na mama. O câncer de mama é um problema de saúde pública, várias mulheres são diagnosticadas em estágios mais avançados da doença, pois somente procuram o atendimento de saúde quando encontram um nódulo mamário. Isso se deve, em grande parte, do fato das mulheres desconhecerem os exames ou não serem orientadas de forma adequada quanto à realização dos mesmos. Diante disso, é fundamental a presença do profissional de saúde para esclarecer sobre os benefícios, vantagens e opções de rastreamento do câncer de mama, a fim de apoiar e encaminhar as mulheres na determinação das melhores ações de saúde, estimulando a autonomia para que estejam envolvidas no cuidado de sua saúde. 27 REFERÊNCIAS ARRUDA, L. R; TELES, D. E; MACHADO, S. N; OLIVEIRA, F. J. F; FONTOURA, G. I; FERREIRA, N. G. A. Prevenção do câncer de mama em mulheres atendidas em unidade Básica de Saúde. REV. RENE. 2015 mar - abr; 16(2):143-9 Disponível em: http://repositorio.ufc.br/ri/bitstream/riufc/12638/1/2015_art_rlarruda.pdf; Acesso em 22/05/2017. ASSIS, F. C; MAMADE, M. A mamografia e seus desafios: Fatores socioeducacionais associados ao diagnóstico tardio do câncer de mama. Iniciação cientifica CESUMAR-jan/jun2016,v.18,n.1,p63-72-ISSN1518-1243. Disponível em: http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/iccesumar/article/view/ 4544/pdf. Acesso em: 23/05/2017. CAVALCANTE, M. A. 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