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1 Resumo P1 – Juber Ellwanger – ATM 212 Helmintos – Nematoda 1 – GERAL NEMATÓDEOS: - Parasitos em forma de fio. - Corpo cilíndrico/vermes redondos. - Sexos separados e sistema digestório completo. Revestimento: Cutícula (mais externa, lisa ou estriada), hipoderme, muscular e cavidade geral. Digestório: Boca: simples, com lábios ou cápsula bucal. Esôfago: rabditiforme (L1 e L2 de vida livre), oxyuriforme (adultos), filariforme (L3 e adultos), strongyliforme (adultos) e tricuriforme (adultos). Intestino. Reto: fêmea com ânus e macho com cloaca. Nervoso: Anel ao redor do esôfago de onde partem 6 nervos longitudinais. Excretor: 2 tubos longitudinais ligados por um tubo transversal; abre poro excretor. Reprodutor: Feminino: ovário, oviduto, útero, ovogetor, vagina e vulva. Masculino: com expansão cuticular formando asas caudais, com bolsa copuladora. Fêmeas podem ser ovíparas (ovos com células), ovovivíparas (ovo com larvas) ou vivíparas (eliminam larvas). Desenvolvimento: Mórula, desenvolvimento embrionário, ovo embrionado, larva em eclosão, mudas (de 4 a 5), adulto. Ciclo Biológico: Monoxêmico/Direto: ovo, larva adulto. Heteróxeno/Indireto: 2 hospedeiros. Migração: Intestinal (MI): forma infectante, trato digestório e intestino. Hepato-Traqueal (MHP): forma infectante, penetra a pele, parede intestinal, circulação, fígado, coração, pulmão, traqueia e intestino. Traqueal (MT): forma infectante, circulação, coração, pulmão, traqueia e intestino. Somática (MS): forma infectante, circulação, tecidos (encistados). Transcolostral ou Transmamária: forma infectante, circulação, glândulas mamárias e colostro. Transplacentária: forma infectante, circulação, placenta e feto. 2 – ENTEROBIUS VERMICULARIS: - Causador da enterobiose. - Distribuição mundial (mais em clima temperado). - Ocorre entre 5 e 15 anos. - Prurido anal caracteriza. Morfologia: Brancos, filiformes. Esôfago oxyuriforme com bulbo. Fêmea com 1 cm e macho com 0,5 cm e cauda muito curvada. Ovos 50 x 20 um, aspecto de D, membrana dupla, lisa e transparente. Biologia: Órgão de eleição: ceco e apêndice. Hospedeiro: homem. Ciclo monoxêmico. Fêmeas encontradas na região perianal. Transmissão: Fecal-oral. Autoinfecção interna e externa. Retro infecção. Patogenia e Sintomas: Parasitismo pode ser leve e assintomático. Ação irritativa. Reação inflamatória. Prurido anal. Lesão da mucosa. Escoriações da pele. Infecções secundárias. Perturbação do sono e emagrecimento. Apendicite crônica. 2 Diagnóstico: Fêmeas nas fezes, roupas... Método da fita adesiva/Graham: ao acordar de manhã, em dias suscetíveis, lâmina deve ser guardada na geladeira. Coloscopia. Epidemiologia: Ambientes domésticos e coletivos. Ovoposição perianal. Resistencia dos ovos de 3 semanas. Clima frio: poucos banhos e pouca troca de roupa. Sacudir roupa de cama: espalha. Controle: Banho e troca de roupas diários. Corte de unhas e uso de pomadas antipruriginosas. Ambiente limpo e arejado. Educação da população. 3 – TRICHURIS TRICHIURA - Cosmopolita. - Semelhante a um chicote, com afilamento da região anterior. - Mais prevalência em regiões tropicais e subtropicais. Morfologia: Dimensões de 3 a 5 cm. Boca com abertura simples e sem lábios. Esôfago tricuriforme longo e delgado. Dimorfismo Sexual: macho com extensão posterior curvada e espiculo com bainha; fêmea com extensão posterior reta e vulva na junção esôfago e intestino. Ovos: 50 x 20 um, formato elíptico, poros salientes e transparentes nas extremidades, forma de bandeja ou bola de futebol americano. Biologia: Órgão de eleição: intestino grosso (ceco, cólon). Hospedeiro: homem. Ciclo monoxêmico. Transmissão: Ingestão de ovos larvados presentes em água e alimentos contaminados. Ovos disseminados por vento, insetos... Patogenia: Baixo parasitismo: assintomático. Alto parasitismo: fixação dos parasitos (lesões na mucosa), irritação das terminações nervosas da parede do intestino (alteração nas funções do mesmo). Sintomas: Ulcerações da mucosa intestinal. Colite e desnutrição. Dores abdominais. Diarreia sanguinolenta. Anemia e retardo do crescimento. Tenesmo e Prolapso retal. Diagnóstico: Clínico: difícil, só no prolapso retal. Laboratorial: EPF (ovos característicos e abundantes). Coloscopia. Epidemiologia: Precário saneamento básico. Crianças pré-escolares (4 a 10 anos). Geralmente acompanha o parasitismo de Ascaris. Prevalência de 70% no Norte e Nordeste. Em Pelotas é 34,5%. Homem como única fonte de infecção. Sobrevivem de 1 a 2 anos no hospedeiro. Ovos infectivos até 5 anos em laboratório. Controle: Saneamento básico. Educação da população. Uso de banheiro, lavagem de mãos e alimentos, acondicionamentos em locais limpos. 4 – ASCARIS LUMBRICOIDES: - Ascaríase, ascariose, ascaridíase ou ascaridose. - Famosa lombriga ou bicha. - Cosmopolita. - Ciclo monoxêmico. - Hospedeiro: homem. - Órgão de eleição: intestino delgado (jejuno e íleo). - Forma infectante: ovo com larva L3. Morfologia: 3 Longos, robustos, cilíndricos e extremidades afiladas. Cor leitosa. Boca com 3 lábios e serrilha de dentículos. Macho: 20 a 30 cm, com extremidade posterior curvada. Fêmea: 30 a 40 cm, com extremidade posterior reta. Ovos: 50um, ovais, castanho-amarelado, células germinativas internamente, 3 camadas distintas (interna, média e externa mamilonada (mucopolissacarídeos)). Transmissão: Ingestão de ovos com L3 através da água e alimentos contaminados. Poeira, insetos. Patogenia: Larvas (infecção maciça): fígado com pontos hemorrágicos e de necrose. Pulmões com pontos hemorrágicos e síndrome de Loeffler (tosse com muco e catarro com sangue e parasitos). Adultos: - Ação tóxica: edema, urticária e convulsões. - Ação expoliadora: competição por nutrientes, subnutrição e debilidade. - Ação mecânica: obstrução de intestino, apêndice cecal, canal colédoco, pâncreas, ouvido e narinas; Ascaris errático (localização diferente dessas). Sinais Clínicos: Dor abdominal. Eosinofilia (15 a 40%). Irritabilidade. Alternância de diarreia. Reações alérgicas (asma). Síndrome de Loeffler. Anemia e emagrecimento. Visualização de parasitos nas fezes ou pela eliminação pela boca ou nariz. Diagnóstico: Clínico: acima. Laboratorial: exame direto, de Hoffman, de Ritchie ou kato-katz/stoll. Endoscopia. Epidemiologia: Alta frequência em áreas tropicais. Crianças menores de 10 anos. Grande produção de ovos. Viabilidade pela dispersão e resistência do ovo no meio. Aglomeração e condições precárias de saneamento. Condições ambientais e de vida precárias. Controle: Educação sanitária. Medidas básicas de saneamento. Cuidados básicos de higiene. Tratamento em massa por 3 anos consecutivos. Proteção e limpeza dos alimentos. 5 – TOXOCARA CANIS - Hospedeiro Definitivo: cães. - Órgão de Eleição: intestino delgado. - Asa cervical longa e estreita. TOXOCARA CATI: - Hospedeiro Definitivo: gatos. - Órgão de Eleição: intestino delgado. - Asa cervical larga ecurta, em formato de ponta de flecha. Morfologia de ambos: Tamanho médio de até 10cm. Boca com 3 lábios. Migração de ambos: Hepato-Traqueal/Ciclo de Looss. Somática. Transplacentária e transcolostral. Sinais clínicos nos animais: Barriga inchada e vermes nas fezes. LARVA MIGRANS VISCERAL ou TOXOCARIOSE: - Síndrome determinada pela migração e persistência de larvas vivas de helmintos dos animais, por períodos prolongados, no organismo humano, sem se desenvolverem. - Toxocara Canis é mais prevalente por ter alta patogenicidade e maior sobrevivência. - Acomete fígado, rins, cérebro, pulmões, linfonodos. Epidemiologia: Presença em cães e gatos jovens. Distribuição mundial. Alta capacidade de postura. Resistencia dos ovos no ambiente. 4 Solos contaminados. Comum em crianças pequenas entre 2 e 5 anos. É um problema socioeconômico e cultural. Transmissão: Ovos com L3: mãos contaminadas, hortaliças e frutas. L3: carne mau cozida de bovino, ovino, ave. Gestantes Infectadas: localização neural no feto. Sinais Clínicos: Inespecífico, assintomático ou sintomático. Quadros pulmonares são os mais comuns. Febre, dificuldade respiratória. Leucocitose com Eosinofilia. Geralmente auto limitante (6 a 18 meses). Diagnóstico Presuntivo: Sinais clínicos + hematologia (Eosinofilia) + ELISA + dados epidemiológicos. Diagnóstico Definitivo: Biópsia: dificilmente realizada por quantidade de material e necessidade de acesso cirúrgico. Exame de Fezes: sempre negativo! LARCA MIGRANS OCULAR: - Migração e persistência de larvas vivas para o globo ocular. - Perda da acuidade visual (cegueira). - Resposta imune menos intensa. - Morbidade de 7% em todas faixas etárias. - Lesão: granuloma (disco esbranquiçado e saliente). - Diagnóstico: exame de fundo de olho + ELISA. Profilaxia: Humanos: lavagem de mãos antes de tocar em alimentos, proteção de parques (cercas e telas), limpeza de pátios e áreas de recreação, lavar hortaliças e frutas. Animais domésticos: tratamento de cães aos 14 dias, everminação periódica, controle de natalidade, recolher dejetos, diminuir população de errantes. 6 – STRONGYLOIDES STERCORALIS: Morfologia: Fêmea Partenogenética: forma parasita, esôfago longo filarióide, aspecto filiforme longo, anteriormente arredondada e posteriormente afilada, cutícula fina e transparente, ovovivípara (ovo larvado). Fêmea de Vida Livre: aspecto fusiforme, esôfago rabditoide, anterior arredondada e posterior afilada, cutícula fina e transparente com estriações. Macho de Vida Livre: aspecto fusiforme, esôfago rabditoide, anterior arredondada e posterior recurvada, apresenta 2 espículos e gubernáculo. Larva Rabditoide: esôfago rabditoide, semelhante a fêmeas de vida livre, vestíbulo bucal alongado, cauda pontiaguda. Larva Filarióide: forma infectante, esôfago filarióide longo, vestíbulo bucal curto, região posterior fina e entalhada. Ovos: elípticos, com membrana transparente, normalmente não são observados nas fezes. Biologia: Ciclo monoxêmico. Hospedeiro: homem. Forma parasita: fêmeas partenogenéticas. Forma infectante: larva filarióide. Localização nas criptas da mucosa do intestino delgado. Ciclo Biológico: Fêmea Partenogenética (3n), ovo 3n, larva filarióide, ciclo direto. Fêmea Partenogenética (3n), ovo 2n, fêmea de vida livre, ciclo indireto. Fêmea Partenogenética (3n), ovo n, macho de vida livre, ciclo indireto. Transmissão: Heteroinfecção. Autoinfecção externa e interna. Patogenia e Sintomas: Cutânea: pontos de penetração das larvas, edema, eritema, prurido, pápulas hemorrágicas e urticária. Migração: tronco, nádegas, períneo, virilha e coxas. Pulmonar: tosse com ou sem expectoração, febre, dispneia e crises de asma, migração nos alvéolos infiltrados, síndrome de Loeffler. Intestinal: fixação na mucosa do duodeno e jejuno, enterite catarral, edematosa e ulcerosa. 5 Disseminada: autoinfecção (imuno comprometidos), rins, fígado, vesícula biliar, coração, cérebro, pâncreas e glândulas diversas. Infecções bacterianas secundárias e debilidade do paciente. Diagnóstico: Clínico: diarreia, dor abdominais e urticária. Laboratorial: larvas nas fezes, pesquisa de Baermann-Moraes e Rugai, secreções, coprocultura. Diagnóstico por imagem, métodos imunológicos, hemograma (Eosinofilia não explicada por outras causas. Na fase aguda, a taxa de eosinófilos pode ser elevada de até 82%). Epidemiologia: Taxa de infecção atinge até 41,5%. Faixa etária: 0 a 15 anos. Imuno suprimidos. Solo arenoso, úmido e com luz indireta. Condições sanitárias inadequadas. Não utilização de calçados. Controle: Atenção aos hábitos de higiene. Utilização de calçados. Tratamento de positivos e comunidade. Atenção aos imuno suprimidos. Educação sanitária e melhoria na alimentação. 7 – ANCILOSTOMÍDEOS: - Causadores da ancilostomose (amarelão) e do bicho geográfico. - Tem ampla distribuição geográfica. - São chamados de nematódeos bursados, pois possuem uma bursa copulatória com raios musculares na extremidade posterior dos machos. - “O Jeca não é assim, ele está assim”. Morfologia: Ancylostoma sp.: corpo cilíndrico, extremidade anterior curvada dorsalmente, cápsula bucal profunda, dois a três pares de dentes, coloração róseo-avermelhada esbranquiçada. Ancylostoma Macho: 8 a 10 mm, com bolsa copuladora, dois espículos e gubernáculo. Ancylostoma Fêmea: 10 a 18 mm, com extremidade posterior afilada e abertura genital no terço posterior do corpo. Necatur americanos: cilíndrico, com extremidade anterior curvada dorsalmente, capsula bucal profunda e duas lâminas cortantes. Necatur Macho: 5 a 9 mm, com bolsa copuladora, dois espículos e sem gubernáculo. Necatur Fêmea: 9 a 11 mm, com extremidade posterior afilada, abertura genital no terço posterior do corpo. Ovos: 60 x 40 um, oval, não segmentado e com membrana delgada. Larvas rabditoide e filarióide. ANCILOSTOMOSE: Ciclo Biológico: Ciclo direto. Hospedeiro: homem. Forma infectante: L3 (filarióide). Órgão de eleição: intestino delgado. Migração traqueal e intestinal. Ancylostoma duodenale, ceylanicum e Necatur americanus. Transmissão: Passiva: ingestão de L3 via oral; mais efetiva pela A. duodenale. Ativa: penetração de L3 através da pele; N. americanus. Patogenia e Sinais clínicos: Fase aguda: PELE (hiperemia, prurido, dermatite local), PULMÕES (tosse, febrícula), INTESTINO (dos epigástrica, náuseas, diarreia sanguinolenta). Fase crônica: adultos no intestino delgado, hematofagia, anemia (deficiência de ferro), leucocitose, Eosinofilia, baixas taxas de hemoglobina. Diagnóstico: Clínico: anamnese, sintomas cutâneos, pulmonares e intestinais, anemia. Laboratorial: exame parasitológico de fezes. Epidemiologia: Crianças acima de 6 anos, adolescentes e idosos. 22 mil ovos por dia. Condições ambientais e L3 ser viável por várias semanas, principalmente em solo arenoso e úmido. Climas temperados e tropicais. No Brasil principalmente N. americanus. Controle: 6 Saneamento básico. Educação sanitária: água, alimentação e mãos limpas. Suplementação de ferro. Anti-helmíntico. Uso de calçados. LARVA MIGRANS CUTÂNEA: - Dermatite serpiginosa ou Bicho Geográfico. - Erupçãoautolimitada da pele produzida pela migração de nematódeos parasitos de diversos animais. - Não completa o ciclo, pois o homem não é o hospedeiro preferencial. - Ancylostoma braziliense e caninum. Infecção do Homem: Larva filarióide (L3). Penetração ativa pela pele. Sinais Clínicos: Em pés, mãos, nádegas e antebraço. Lesão eritematosa (penetração da L3). Prurido intenso. Infecções secundárias. Diagnóstico: Clínico: anamnese e exame de pele. Epidemiologia: Presença de cães e gatos parasitados em áreas de recreação. Caixas de areia em parques infantis e creches. Crianças são mais acometidas. Controle: Conscientização dos proprietários. Exame de fezes periódico. Tratamento de animais. Proteção de caixas de areia. Controle de cães errantes. 8 – ONCHOCERCA VOLVULUS: - Cegueira dos rios. - Fêmeas (40 cm) e machos (2 a 4 cm). - Adultos e microfilárias se alojam em nódulos no tecido subcutâneo. Larvas L1, L2 e L3 em simulídeos/borrachudos (habitam beiras de rios). Ciclo Biológico: Direto: 24 meses. Indireto: 12 a 20 dias. Patogenia: Oncocercoma: nódulos. Oncodermatite: dermatite pruriginosa, liquinificação, perda da pigmentação e atrofia. Lesões Oculares: queratite esclerosante, córnea opaca, deficiência visual e perda de visão. Epidemiologia: Mundo: 37 milhões de infectados e 1 milhão com problemas de visão. 85 milhões sujeitos a infecção. Américas: 97 mil infectados, 1500 cegos e 5 milhões sujeitos a infecção. Brasil: áreas de garimpo no Norte e Nordeste de Roraima e um foco no estado de Goiás. Grande número de indivíduos com filarias cutâneas e borrachudos infectados. Diagnóstico: Clínico: sugestivo pelo aparecimento dos nódulos (áreas endêmicas). Laboratorial: biópsia de pele, extirpação do nódulo e teste de Mazzotti. Profilaxia: Educação sanitária. Tratamento dos infectados. Combate ao inseto adulto e larva. Proteger o homem com telas e repelente. Controle de pessoas que permanecem na área afetada e migram para outras regiões. Tratamento permanente dos parasitados e combate aos vetores com controle em 10 a 15 anos. 9 – WUCHERIA BANCROFTI: - Filariose linfática ou Elefantíase. - Adultos se alojam em vasos e gânglios linfáticos, microfilárias na circulação e larvas L1, L2 e L3 em mosquitos. Morfologia: Extremidade anterior arredondada em ambos. Fêmea: extremidade posterior obtusa e vulva próxima à extremidade anterior. Macho: cauda em espiral frouxa, típica dos filarídeos. Microfilárias: 300 um de comprimento x 6,8 um de largura. Transmissão: Culex quinquefasciatus (fêmea). Larva infectante: L3 7 Ciclo Biológico: Direto: 7 a 8 meses. Indireto: 20 dias. Patogenia: Microfilárias: reações inflamatórias. Adultos: ação mecânica (obstrução) e ação irritativa. ELEFANTÍASE: - Aumento exagerado do órgão devido à estase crônica da linfa, precedida por linfangite, linfadenite, linfaectasia, linforragia e linfaedema. Esclerose da pele e hipertrofia da epiderme. Diagnóstico: Clínico: anamnese e exame físico. Parasitológico: PCR, ELISA, ultrassonografia, imunocromatografia, hemograma (leucocitose e Eosinofilia). Epidemiologia: Temperatura de 26°C, umidade de 90%, presença do culex e migrações. Ovos depositados em água limpa ou poluída. Voo longo do vetor. Profilaxia: Educação sanitária. Tratamento dos infectados. Combate ao inseto adulto e larva. Proteger o homem com telas e repelente. . Helmintos – Platelmintos Cestoda 1 – CLASSE CESTODA: - Parasitos planos ou chatos em forma de fita. - Corpo segmentado. - Sem sistema digestório. - Hermafroditas. Morfologia: Escólex (cabecinha). Colo. Estróbilo com proglotes (pode ocorrer autofecundação ou fecundação cruzada). Revestimento Externo: Cutícula, membrana ou camada basal, 2 camadas musculares e parênquima. Excretor: Células Excretoras. 2 tubos excretores longitudinais e 2 ventrais (ao longo do proglote). 1 tubo transversal. 1 vesícula excretora. Nervoso: 2 gânglios cerebrais (no escólex). 2 canais ou tubos nervosos longitudinais, ligados por um nervo transversal (porção anterior da proglote). Reprodutor: Hermafroditas com dois aparelhos genitais por proglote. Masculino: testículos, canais eferentes e deferentes, vesícula seminal, glândulas prostáticas, canal ejaculador, bolsa ou saco do cirro e cirro ou pênis. Feminino: vagina, ovário, oviduto, receptáculo seminal, oótipo, glândulas vitelinas, útero e poro genital. Tipos de Larvas: Nos vertebrados: Cysticercus (vesícula translúcida com 1 protoescoléx invaginando), Coenurus (vesícula com dezenas ou centenas de protoescoléx), Cisto hidático ou hidátide, Strobilocercus (larva apresenta escólex não invaginado que se segue com uma porção segmentada, terminando em uma vesícula. Nos invertebrados: Cisticercóide (escólex com pequena vesícula na extremidade). 2 – TENIOSE E CISTICERCOSE: - Taenia solium e Taenia saginata no homem causam teniose (solitária). - Cysticercus cellulosae e Cysticercus bovis em sinos e bovinos causam cisticercose (canjiquinha, pipoca, quirera). Morfologia: Escólex com 4 ventosas. Colo com intensa atividade metabólica. Estróbilo formado pela união das proglotes. Taenia solium: 1,5 a 4 m e de 800 a 1000 proglotes. Taenia saginata: 4 a 12 m e mais de 1000 proglotes. 8 Biologia: Hospedeiro Definitivo: homem. Órgão de Eleição: intestino delgado. Hospedeiro Intermediário: T. solium no porco faz Cysticercus cellulosae e T. saginata no boi faz Cysticercus bovis. Tecidos Afetados: Suínos: subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e olhos. Bovinos: musculatura estriada, masseter, língua, coração e cérebro. HOMEM: SNC (50% dos casos), olhos e anexos, musculatura esquelética e tecido subcutâneo. Transmissão: Teniose: ingestão de carne crua ou mau cozida, infectada com Cysticercus bovis ou Cysticercus cellulosae. Cisticercose Animal: ingestão de ovos nos alimentos (pastagem, água, lavagem, coprofagia). Cisticercose Humana (ovos de T. solium): heteroinfecção (ingestão acidental de ovos), autoinfecção externa (ingestão de ovos por falta de higiene), autoinfecção interna (movimentos antiperistálticos ou vômitos). Ciclo Biológico: Heteróxeno na T. solium e na T. saginata. Patogenia e Sintomatologia: Teniose (forma adulta): alergia pela excreção de substancias tóxicas, destruição e inflamação local por fixação na mucosa, náuseas, tonturas, apetite excessivo, dor abdominal, perda de peso (competição alimentar). Cisticercose (forma larval): - Neurocisticercose: náusea, tontura, vômito, cefaleia, ataques epiléticos, desordem mental, alucinações, prostração, hipertensão craniana. - Ocular: visão turva, cegueira unilateral, reação inflamatória intensa, deslocamento e/ou perfuração da retina, opacificação do humor vítreo (catarata), perda do olho. - Cardíaca: palpitações, ruídos anormais e dispneia. - Muscular ou Subcutânea: nódulos, dor, fadiga, cãibras. Diagnóstico: Teniose: - Clínico: encontro de proglotes e motivo da consulta. - Laboratorial: exame de fezes (proglotes e ovos). - Fita Adesiva. - Imunodiagnóstico. Cisticercose: - Clínico:anamnese, presença de nódulos, exame de fundo de olho. - Laboratorial: ELISA, sorológicos, Western Blot. - Diagnóstico por imagem. - Biópsia. Epidemiologia: Consumo de carne bovina ou suína crua ou mau passada. Consumo de carne não inspecionada (abate clandestino). Má higiene e não uso de privadas. Criação de porcos soltos. Uso de água contaminada para regar hortaliças. Ingestão de vegetais mal lavados. Transporte de ovos por insetos... Profilaxia: Inspeção de abatedouros. Esclarecimento da população aos riscos do consumo de carne mau cozida. Uso de privadas com fossas. Tratamento de pessoas parasitadas. Impedir o acesso de bovinos e suínos às fezes humanas. Educação sanitária. Saneamento básico. 3 – ECHINOCOCCUS GRANULOSUS – HIDATIOSE: Características Gerais: Adulto: E. granulosus. Hospedeiro Definitivo: cães domésticos e canídeos silvestres. Larva: hidátide ou cisto hidático. Hospedeiro Intermediário: ovinos, bovinos, suínos, caprinos, bubalinos, e, acidentalmente, o homem. Habitat: Adulto: junto a mucosa do intestino delgado de cães. 9 Cisto Hidático: principalmente, no fígado e pulmões de animais. Homem/Hospedeiro Intermediário Acidental: cistos no fígado, pulmões, além de cérebro, ossos, baço, músculos, rins, entre outros. Transmissão: Hospedeiro Definitivo: ingestão de cistos. Hospedeiro Intermediário: cistos primários (ingestão de ovos) e cistos secundários (ruptura ou envelhecimento do cisto primário). Tipos: Hidatiose hepática: órgão primário da infecção. Hidatiose pulmonar: segundo órgão mais afetado. Hidatiose cerebral: rara, evolução rápida. Hidatiose óssea: rara, longa duração. Outros locais: baço, rins, músculos, coração, ovários, vesícula biliar, peritônio e intestino. Patologia: Reações alérgicas e/ou choque anafilático por ruptura do cisto, após punção, cirurgia ou acidentes. Sintomas: Pode ser assintomática por anos. Hepatomegalia. Náuseas, vômitos. Icterícia. Tosse. Diagnóstico: Clínico: presença de massas palpáveis, manifestações hepáticas e pulmonares crônicas. Laboratoriais: ELISA, imunofluorescencia... Diagnóstico por imagem. Laparoscopia. Exame de material expectorado. Epidemiologia: Áreas endêmicas: Ásia, África, sul e oeste da América do Sul, América Central, norte da América do Norte, Europa e sul e leste da Austrália. 73% de casos de hidatiose na faixa etária de 16 a 60 anos, no fígado em 60% e nos pulmões em 17% dos casos. Grande quantidade de cães nas propriedades rurais. Hábito de alimentar os cães com carnes cruas. Falta de recursos financeiros e políticos para manter campanhas efetivas. Insuficiência do controle sanitário dos animais. Profilaxia: Conscientizar a população rural sobre esta parasitose. Não alimentar cães com carnes cruas. Incinerar vísceras contaminadas. Tratar os cães da propriedade. Impedir o acesso de cães em hortas e reservatórios de água. Lavar frutas e verduras com água limpa e corrente. Manter apenas um número razoável de cães. 4 – DIPHYLLOBOTHRIUM LATUM: - Causador da difilobotriose. Morfologia: Comprimento entre 8 e 10 metros com 4000 proglotes. Apresenta 2 pseudobotrídeas. Ciclo Biológico: Órgão de eleição: intestino delgado. Hospedeiro Definitivo: aves, mamíferos e homem. Hospedeiro Intermediário: - 1º: Microcrustáceos Cyclops e Diaptomus. - 2º: Peixes: salmão e truta. Forma Larval: 1º HI (procercóide), 2º HI (plerocercóide ou espargano). Transmissão: Ingestão de carne de peixe crua ou mau cozida. Patogenia: Consumo de vitamina B12, causando anemia perniciosa no portador (anemia botricefálica). Sinais Clínicos: Dor e desconforto abdominal. Flatulência e diarreia. Vômito e perda de peso, menos frequente. Infecções severas podem resultar em obstrução intestinal ou do ducto biliar com sintomas tóxicos. Apenas 20% dos contaminados apresentam sintomas. 10 Diagnóstico: EPF: ovos ou proglotes. Epidemiologia: Hábitos alimentares e culturais. Distribuição: norte da Europa, Rússia, Japão, Filipinas, parte dos EUA e sul do Chile. Casos isolados no Brasil. Profilaxia: Não comer carne de peixe crua, mau cozida. Tratamento de esgoto. Congelamento correto de salmão e truta. 5 – DIPYLIDIUM CACINUM: Morfologia: Até 20 cm, com escólex com 4 ventosas. Ovário e glândula vitelina das fêmeas formam uma estrutura semelhante a um cacho de uva. Biologia: Órgão de escolha: intestino delgado. Hospedeiro Definitivo: cães, gatos e homem, acidentalmente. Hospedeiro Intermediário: pulgas (Ctenocephalides canis, C. felis, Pulex irritans) e piolho (Trichodectes canis). Forma Larval: Cisticercóide. Transmissão: Ingestão de pedaços de pulgas ou piolho contendo Cisticercóide. Diagnóstico: Comportamento. Exame de Fezes: proglotes nas fezes ou ao redor do ânus, cápsula ovígeras e ovos. Epidemiologia: Presença de cães e gatos parasitados. Presença de pulgas e piolhos. Profilaxia: Tratamento periódico com anti-helmínticos. Controle de pulgas e piolhos nos animais. Troca da cama. Controle de pulgas no ambiente. 6 - HYMENOLEPIS NANA: Morfologia: Até 5 cm, escólex com 4 ventosas. Abertura genital unilateral. Biologia: Órgão de escolha: intestino delgado (jejuno e íleo). Hospedeiro Definitivo: homem, ratos e camundongos. Hospedeiro Intermediário: pulgas (Ctenocephalides canis, Xenopsylla cheopsis e Pulex irritans) e coleópteros. Forma Larval: Cisticercóide. Transmissão: Ingestão de ovos. Mãos sujas e alimentos contaminados. Ingestão de pedaços de pulgas e coleópteros contendo Cisticercóide. Autoinfecção interna. Transmissão Direta: crianças, fezes, ovos, chão, crianças. Diagnóstico: Clínico: difícil. Laboratorial: EPF. Epidemiologia: Distribuição geográfica mundial (maior frequência em países tropicais). Maior prevalência em crianças com idade escolar. Densidade populacional, ambientes fechados (asilos, creches, internatos, orfanatos...). Maus hábitos higiênicos. Presença de hospedeiros intermediários. Profilaxia: Higiene individual. Uso de privadas com fossas. Uso de aspirador de pó nos domicílios. Tratamento dos parasitados e da comunidade. Controle de insetos. HYMENOLEPIS DIMINUTA: 10 a 60 cm. Hospedeiro Definitivo: ratos e raramente o homem. Hospedeiro Intermediário: insetos. . 11 Helmintos – Platelmintos Trematoda 1 – SCHISTOSOMA MANSONI: - Esquistossomose. - Vivem no sistema porta-hepático. Morfologia: Dimorfismo Sexual: fêmea com 1,5 cm e macho com 1cm. Transmissão: Moluscos do gênero Biomphalaria (glabrata (mais importante), tenagophila e straminea). Possuem alta capacidade adaptativa e são capazes de fazer anidrobiose. Pessoa contaminada defeca, as fezes vão para a água, parasitam o biomphalaria que libera as cercarias que contaminam novas ou a mesma pessoa novamente. Sinais e Sintomas: Dermatite cercariana. Fígado (principal): hipertensão portal, granuloma e fibrose (ovos no fígado),hepatomegalia. Esplenomegalia. Ascite. Varizes esofágicas. Patologia: Ação parasitária: OVOS (tóxica e traumática, é a principal), ADULTOS (tóxica, traumática e espoliativa), LARVAS (tóxica e traumática). Diagnóstico: Clínico: anamnese (contatos com água, pescaria...). Parasitológico: EPF. Exame de Fezes: Kato-Katz. Imagem: complementar. Epidemiologia: Presença de hospedeiros intermediários suscetíveis. Movimentos migratórios e inúmeros locais com saneamento precário. Medidas de Controle: Tratamento de doentes. Educação e alerta da população. Melhor saneamento básico. Defecar apenas em banheiros e locais adequados. 2 – FASCIOLA HEPÁTICA: - Fasciolose. - Conhecida como baratinha do fígado. - Zoonose de ampla distribuição geográfica. - Maior ocorrência em áreas úmidas, alagadiças e com atividade pecuária. Biologia: Hospedeiro Definitivo: ruminantes, suínos, mamíferos silvestres e homem (acidentalmente). Hospedeiro Intermediário: caramujos Lymnaes viatrix e L. columela. Alto poder de procriação. Transmissão: Homem: ingestão de água e verduras com metacercárias. Animais: ingestão de pasto com metacercárias. Patogenia: Migração no parênquima hepático (ação enzimática). Liquefação dos tecidos hepáticos. Rastro no parênquima (substituição por tecido conjuntivo fibroso). Reação cicatricial (enrijecimento dos tecidos/fibrose). Sinais e Sintomas: Febre, hepatomegalia e Eosinofilia. Diagnóstico: Clínico: anamnese. Pesquisa de ovos nas fezes: no homem normalmente poucos. Sorológico: ELISA. Reação cruzada: esquistossomose e hidatiose também. Epidemiologia: Criação de ovinos e bovinos em pastos e áreas úmidas. 12 Longevidade dos ovos no ambiente (aproximadamente 9 meses). Presença de moluscos Lymnae. Longevidade da metacercárias na vegetação aquática (aproximadamente 1 ano). Plantações em áreas positivas, dispersão de moluscos. Controle: Tratamento das pessoas e outros animais acometidos. Isolamento de pastos úmidos. Controle de moluscos hospedeiros. Consumir água filtrada, tratada ou fervida. Não plantar agrião e outros em áreas contaminadas (com moluscos). Educação em saúde.
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