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TREMATÓDEOS E CESTOIDES

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Trematódeos e Cestoides
Helmintos 
Organismos multicelulares, de 1cm a 10m
Cutícula de proteção contra a digestão → fator de virulência
Ciclo de vida complementar fora do homem, o homem também pode ser hospedeiro acidental
Alta capacidade reprodutiva
Gravidade diretamente proporciona à carga parasitária
Classificação de acordo com a forma do corpo:
· Nematoides: vermes cilíndricos
· Cestoides: vermes achatados
· Trematódeos: providos de ventosas
Cestoides
Achatados dorsoventralmente
Corpo metamerizado – dividido em segmentos
Sistema digestório ausente ou incompleto → difusão dos nutrientes
Exemplares:
· Taenia solium e saginata – teníase e cisticercose
· Echinococcus granulosus – hidatidose 
· Hymenolepis nana - Hyminoleptíase
· Diphyllobotrium latum - Difilobotríase
Teníase e cisticercose
Aspectos biológicos:
Agentes etiológicos: Taenia solium e Taenia saginata para a Teníase e T. solium apenas para a Cisticercose
Corpo dividido em três partes:
1. Cabeça ou escólex: ventosas
2. Pescoço ou colo: região mais afilada onde há a multiplicação da proglótides
3. Estróbilo: crescimento - proglótides
Hermafroditas: proglótides grávidas → fertilização: autofertilização e fecundação cruzada → eliminação das proglótides cheias de ovos nas fezes
Proglótides: 
· Imaturas → apenas aparelho masculino
· Maduras → aparelhos masculino e feminino
· Grávidas → ovos
Ovos:
· Amarelo-amarronzados
· Esféricos
· Membrana externa grossa de quitina: embrióforo
· Embrião: oncosfera ou exacanto
· OBS: igual para T. solium e T. saginata
Larva: cisticerco → Cysticercus cellulosae
Como diferenciar a Taenia solium da T. saginata?
1. Pelo escólex: a T. solium possui rostelo com acúleos, além das ventosas. Já a T. saginata possui apenas as ventosas
2. Pelas proglótides: 
· Taenia solium: quadrangular, 12 pares de ramificações, dendríticas, 80 mil ovos
· Taenia saginata: retangular, 26 pares de ramificações, dicotômicas, 160 mil ovos
Ciclo vital:
Transmissão:
· Teníase: ingestão de carne (bovina ou suína) com cisticercos
· Cisticercose:
· Heteroinfecção: ingestão de ovos nas fezes humanas
· Autoinfecção externa: ingestão de ovos das próprias fezes
· Autoinfecção interna: refluxo → ovos no estômago.
Ovos ou proglótides grávidas no ambiente → ingestão por bovinos (T. saginata) ou suínos (T. solium) → oncosfera → músculo → cisticerco (forma larval) → ingestão por seres humanos de carne crua ou malpassada com cisticerco → verme adulto no TGI
A ingestão de ovos por humanos → oncosfera → circulação → cisticerco em diversos tecidos
O ciclo da teníase é heteroxenico e tem como HD o homem e HI os suínos/bovinos
O ciclo da cisticercose é monoxênico, e o homem comporta-se como HI.
Quadro clínico
Assintomático normalmente.
Teníase:
· Benigna: oligo ou assintomática
· Incubação: 3-4 meses
· Transmissibilidade: meses a anos
· Eliminação anal das proglótides
· Dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, constipação, hiporexia, atraso no desenvolvimento de crianças
· Apendicite e obstrução intestinal
Cisticercose:
· Incubação: dias a anos
· Transmissibilidade: meses a anos
· Sintomatologia depende do tamanho, quantidade, fase evolutiva, órgão acometido e resposta imunológica do hospedeiro
· SNC, pele, olhos, músculos.
· Normalmente assintomático quando há pouca resposta
· Neurocisticercose: granuloma com alta RI → epilepsia + convulsões + cefaleia + déficit cognitivo + hidrocefalia
Cisticerco ativo → calcificação
Medula espinhal
Lâmina 
Cisticerco racemoso
Acontece quando há a junção de diversos cisticercos: por formar vesículas semelhantes a bagos de uva e não possuir escólex. A localização preferencial é em espaços liquóricos amplos como nas cisternas da base, sulco de Sylvius e ventrículos.
Diagnóstico
Teníase:
· Clínico: pouco especifico – eliminação das proglótides
· Encontro de proglótides ou ovos nas fezes – parasitológico de fezes
· Laboratorial: Tamisação fecal + MO
· Método de Graham – ovos
Neurocisticercose:
· Clínico: sintomas neurológicos
· Imagem: cisticercos em SNC 
· TC: calcificados
· RM: padrão ouro, consegue diferenciar os estágios calcificado e viáveis
· Imunológicos: ELISA, IFI, IEF
· LCR: pleocitose (eosinofilia) + hiperproteinorraquia
· Hemograma: eosinofilia
A: TC sem contraste/B: TC com contraste/ C: RM sem contraste/ D: RM com contraste
Tratamento:
Teníase:
Praziquantel 25mg/kg VO dose única após refeição ou Albendazol 400mg VO em dose única ou Niclosamida 500mg dose única adultos 2g, crianças 1g.
Para crianças pode-se usar sementes de abóbora trituradas.
Neurocisticercose: só trata se houver cisticercos viáveis.
Antiparasitário: Praziquantel 50-60mg/kg/dia por 21 dias (OBS: não utilizar em casos de ocular ou em coluna)
+
Corticoide: reduzir a inflamação e a pressão intracraniana. Deve ser dado um dia antes do antiparasitário. Dexametasona: 6mg/dia 
+
Anticonvulsivante: Diazepam (inicio) + Fenitoína (+10min)
Cirurgia: cisticercose ocular, coluna, hidrocefalia (derivação ventrículo peritoneal DVP), HIC
Profilaxia
Controle de focos: tratar portadores
Educação em saúde: higiene alimentar e sanitária
Saneamento básico
Hidatidose ou equinococose
Zoonose → Hidatiose: homem/Equinococose: animais
Agentes etiológicos: Echinococcus spp. → família da tênia → “Tênia dos cães”
· E. granulosus → hidatidose cística (unilocular)
· HD: caninos
· HI: ovinos e caprinos
· Região sul do brasil: criação de ovinos e caprinos + cães pastores
· E. vogeli → exclusivo de regiões tropicais: hidatidose neotropical policística
· HD: cão do mato
· Hi: pacas e cutias
· Norte, sudeste e centro-oeste: poucos casos
· E. multilocularis
· HD: raposa vermelha
· HI: roedores
· América do norte
· E. oligarthrus → hidatidose neotropical policística
· HD: felídeos silvestres – jaguatirica
· HI: ragomorfos – coelhos
O ser humano é um hospedeiro acidental, porque não elimina no meio ambiente formas viáveis para infectar outros
Transmissão humana: ingestão de ovos de Echinococcus. Proximidade aos canídeos domésticos.
Cosmopolita
Um milhão de infectados anualmente
Tratamento caro: cirúrgico e longo.
Epidêmicos 
Aspectos biológicos:
América do sul: E. granulosus
OVOS de Echonococcus sp.:
· Esféricos
· Externa de quitina: embrióforo
· Embrião hexacanto (3 pares de acúleos) ou oncosfera
No intestino → digestão do embrioforo → larva
LARVA: cisto hidático ou hidátide → Patologia humana
· “Vesícula aquosa” ou bolha dágua
· Parede branca acinzentada opaca
· Vesículas mãe e filhas
· 3 membranas
· Adventícia (E): resposta do organismo – zonas: mais interna gigantocitos, intermediária: fibroblastos e eosinófilos, externa: células em necrose.
· Anista: barreira contra a RI – protege a prolígera
· Prolígera ou germinativa (I): produz o liquido hidático + brotamento das vesículas prolígeras presas 
· Vesículas prolígeras: 2 a 3 escólex (rostelo)
· Areia hidática: vesículas soltas → escolex
· Liquido hidático: componentes antigênicos 
VERME ADULTO: presente apenas no HD
· Escólex: globosos + ventosas + rostro com acúleos 
· Pescoço ou colo: produz as proglótides
· Estróbilo: proglotes jovens, maduras e gravidas 
Ciclo vital
Homem é hospedeiro acidental: ingestão de ovos + manipulação de canídeos (ovos nas mucosas)
Os hospedeiros definitivos são contaminados a partir da ingestão de carnes ou vísceras com cistos hidáticos dos hospedeiros intermediários.
Os hospedeiros intermediários se contaminam pela ingestão de ovos das fezes dos HDs.
Eliminação da proglotes grávida → ovos nas fezes de caninos (infectantes) → contaminação da água e alimentos:
	1. Ingestão pelos ovinos e caprinos → digestão do embrióforo → oncosfera → penetra a parede intestinal → circulação → tecidos diversos (fígado e pulmão) → cisto hidático 
→ protoescolex → escolex no intestino → ingestão pelos canídeos → intestino delgado → verme adulto.
	2. Ingestão pelos seres humanos → oncosfera → penetra a parede intestinal → circulação → tecidos diversos (fígado e pulmão preferencialmente) → cisto hidático
	
	
Quadro clínico
Período de incubação: anos
Transmissibilidade: homem não transmite
Normalmenteassintomático, depende do tamanho, localização e quantidade de cistos
E. granulosus: Hidatidose cística
· Fígado: dor em hipocôndrio direito + massas + náuseas + vômitos + hepatomegalia + ascite + icterícia 
· Pulmões: tosse + hemoptise (Tuberculose?) + dor torácica + dispneia. Pode haver infecção secundaria
· Ossos: destruição das trabéculas → fraturas
· Outros órgãos: SNC, miocárdio, rins, olhos, útero.
E. vogeli e E. oligartrhus: Hidatidose policística (HPH):
· Crescimento mais acelerado e agressivo, com múltiplos císticos (fígado)
· Fígado: dor em hipocôndrio + icterícia + hiporexia + insuficiência hepática (ascite + edema)
· Se romper o cisto: 
· Reação alérgica sistêmica, severa e rápida → choque anafilática
· Liberação das protoescolex → novos cistos ou embolia
Diagnóstico
Clínico: incubação de anos + assintomático + sintomas inespecíficos. Desconfiar se advindo de regiões endêmicas
Imagem → presunção
· USG: lesões císticas e classificação dos cistos
· TC de abdômen e tórax: coleções císticas e conteúdo liquido 
Imunológicos: pesquisa de anticorpos específicos → confirmação
· ELISA
· Imunof. Indireta
· Hematoagl. Ind.
· Intradermorreação de Casoni (hipersensibilidade)
Hemograma: eosinofilia
Biópsia → último caso → identificar o agente
Tratamento
Cirúrgico → remoção dos cistos
Medicamentoso:
Quando o tratamento cirúrgico não é possível ou quando os cistos forem menores que 5cm, pode ser realizado o tratamento farmacológico: 
· 1ª opção: Albendazol, 10 a 15mg/kg/dia, 3 a 6 meses; 
· 2ª opção: Mebendazol, 40 a 50mg/kg/dia, 3 a 6 meses.
Recomenda-se avaliação periódica da função hepática e suas enzimas, além de hemograma completo – risco de hepatoxicidade e neutropenia. 
Uso combinado à cirurgia: 
· Albendazol, 10 a 15mg/kg/dia, 4 a 30 dias antes e durante 1 mês depois; 
· Mebendazol, 40 a 50mg/kg/dia, 4 a 30 dias antes e durante 3 mês depois; 
· Albendazol + Praziquantel (possui atividade escolicida, 40mg/kg – 1x/semana, no mesmo período do albendazol). 
Técnica de PAIR:
· Punção
· Aspiração
· Injeção
· Reaspiração
Baixo risco de anafilaxia
Como alternativa, o método percutâneo pela Técnica de PAIR (Punção – Aspiração – Injeção – Reaspiração) menos invasivo que a cirurgia, guiado pela ultrassonografia. Consiste na destruição da membrana prolígera, prosseguindo de punção, aspiração do conteúdo, instilação de um agente escolicida (os mais usados são: solução salina hipertônica e etanol a 95%) e a reaspiração após 20 / 30 min para atuação do agente escolicida. É um método com menor risco de anafilaxia. A conjugação medicamentosa é realizada antes do procedimento para minimizar os riscos de disseminação. Sendo o Albendazol administrado 4 dias antes e até 1 mês depois; e o Mebendazol 4 dias antes e até 3 meses depois. O conteúdo aspirado é enviado para análise imediata para pesquisa de Bilirrubina e parasitas. A presença de Bilirrubina indica comunicação com a árvore biliar e deve ser investigada para descartar colangite decorrente da técnica.
Profilaxia
Educação em saúde: higiene pessoal (mãos) e preparo dos alimentos
Educação sanitária
Animais: tratar animais contaminados (Praziquantel), fiscalização em abatedouros, não alimentar canídeos com vísceras de ovinos e caprinos.
Himenolepíase
Agente etiológico: Hymenolepis nana* (“tênia anã) e H. diminuta (“tênia do rato”)
Hymenolepis nana: principal no homem. A H. diminuta não causa doença humana, raro.
Verme adulto: 2 a 4 cm → tênia anã
Transmissão por ingestão de ovos nas fezes → crianças
Ser humano: hospedeiro único→ HD e HI. Não há necessidade de hospedeiro intermediário. 
Em alguns casos, insetos podem ser HI → ingestão da larva nos insetos → homem HD.
Cosmopolita. 20 milhões de infectados, clima temperado e baixas condições socioeconômicas e sanitárias.
Aspectos biológicos
Transmissão:
· Heteroinfecção ou primo-infecção por ingestão dos ovos nas fezes do hospedeiro → Fecal oral. HD e HI: homem
· Heteroinfecção por ingestão da larva cisticercoides presentes nos insetos carunchos. HI: inseto. HD: homem
· Autoinfecção externa por falta de higiene, coprofagia.
· Autoinfecção interna por ovos que liberam as larvas direto no intestino
Ovos: 
· Oval
· “Chapéu mexicano”
· Duas membranas
· Membrana interna: mamelões com filamentos intermembranar. Conteudo granuloso
· Embrião: hexacanto ou oncosfera
· Liberado embrionado (infectante) nas fezes
Larva cisticercoides:
· Proescólex invaginada em uma mebrana com líquido transparente
Verme adulto:
· 2 a 4 cm → tênia anã
· Cor esbranquiçada
· Corpo segmentado:
· Escoléx com 4 ventosas, com rostro retrátil
· Colo - multiplicação
· Estróbilo – proglotes
Ciclo vital
Dois ciclos: um monoxênico e outro heteroxenico
Monoxênico:
HD: humano – verme adulto 
HI: humano – larvas
	Heteroinfecção/ autoinfecção externa
↓
	
Autoinfecção interna
↓
	Ovos embrionados fezes humanas → ingestão → TGI → oncosfera
↓
	Oncosfera
|
|
↓
Oncosfera → microvilosidades→ larva cisticercoides (10 dias) → desenvaginação → fixação a parede intestinal → verme adulto (10 dias) → íleo → proglotes grávidas → ovos → fezes ou autoinfecção
Heteroxênico:
HD: humano – verme adulto
HI: insetos: carunchos
Ingestão das larvas presentes nos insetos
Ovos no meio ambiente → ingestão pelos carunchos → oncosfera → microvilosidade → larvas cisticercoides → ingestão por seres humanos dos carunchos que ficam em alimentos ricos de farinha → verme adulto.
Quadro clínico
Maioria assintomático ou autolimitado
Período de incubação: 2 semanas
Transmissibilidade: semanas a anos
Sintomas: depende da quantidade de vermes
· Diarréia intermitente 
· Disenteria catarral – ulcerações com RI
· Dor abdominal em cólica (fossa ilíaca direita)
· Hiporexia e perda de peso
· Anemia
· Prurido: enterobíase? → a noite e mais intenso
· Cefaleia
· Toxinas no SNC → epilepsias (raro)
Diagnóstico
Clínico: inespecífico → parasitose intestinal
Epidemiologia: criança
Laboratorial: parasitológico de fezes → ovos embrionados
Lutz: sedimentação espontânea
MO
Repetir depois de duas semanas
Tratamento
Praziquantel: 15mg/kg dose única junto com as refeições → elimina vermes adultos → repetir após 10 dias → eram larvas que estavam nas microvilosidades (100%)
EA: gosto metalico, dor abdominal, diarreia
Profilaxia
Notificação de casos → medidas sanitárias em focos
Identificação + bloqueio → tratamento do portador
Educação em saúde e sanitária.
Saneamento básico
Evitar consumo de alimentos com carunchos
Difilobotríase
“Doença do peixe cru” ou “tênia do peixe”
Diphylobotrium sp. (13 espécies): D. latum
Intestino delgado → pode chagar a 25m de comprimento
Transmissão: ingestão de carne crua ou malcozida de peixes com a larva plerocercoide → salmão + truta + robalo
HI: salmão + truta + robalo
HD: homem
Aspectos biológicos
Ovos:
· Ovoide
· Tamanho variado
· Opérculo em uma extremidade (unioperculado) com botão na outra (aboperculado) → fezes
· Liberado não embrionado → condições ideais → coracídio
Coracídio – primeiro estagio larval:
· Ciliado 
· Liberado na agua – nada 36-48h → ingestão pelos microcrustáceos 
Larva procercoide
· Cercômero (bolsinha caudal)
· Primeiro hospedeiro intermediário
· Desenvolve-se quando o HI1 é consumido pelo HI2 
Larva Plerocercoide – infectante
· Segundo HI
· Esbranquiçada
· Escólex retraída → fixação → órgãos do peixe
Verme adulto:
· Forma esbranquiçada
· Até 10 m
· Corpo segmentado:
· Escólex: maior e em “espátula” → bótrios 
· Colo
· Estóbilo: proglotes imaturas, maduras e grávidas (útero grande em rosetas) 
Ciclo biológico
Heteroxênico e metazoonótico:
· HD: homem
· HI1: invertebrados - micro crustáceos
· HI2: peixes menores
· HI3 (não é tão hospedeiro assim – são só passagem para o HD – hospedeiros paratênicos): peixes maiores → salmão, robalo e truta
Eliminação de um milhão de ovos por dia nas fezes → não embrionado → embrião em condições favoráveis → água → coracídio (36 - 48h nactante) → ingestão por micro crustáceos → larvas procercoides → os crustáceos são ingeridos pelos peixes pequenos → desenvolvimento em larvas plerocercoides (infectante) → ingestãodo peixe pequeno pelo peixe maior (salmão, robalo e truta) → ingestão pelo homem → TGI delgado → verme adulto → proglotes grávidas (não se desprendem) → ovos 
Quadro clínico
Período de incubação: dias a semanas
Transmissibilidade: anos
Oligo ou assintomáticos
· Distensão abdominal
· Cólica
· Flatulências
· Diarreia
· Hiporexia
· Náuseas e vômitos 
· Obstrução intestinal
· Hemograma: deficiência de vitamina B12 → anemia megaloblástica → parestesias, neuropatias periféricas. O verme absorve a vitamina B12.
Diagnóstico
Clínico: assintomático ou inespecíficos. Mais específico: deficiência de B12 → megaloblástica.
Laboratorial: 
· Hemograma: anemia com VCM > 100 fL → macrocítica → sem energia → deficiência de B12 (mielinização e hemopoiese)
· Parasitológico de fezes
· Técnica de Lutz (sedimentação espontânea) → MO → pesquisa de ovos unioperculado e aboperculado
· Tamisação fecal
Molecular: PCR
Endoscopia digestiva alta
Tratamento
Praziquantel: 5-10mg/kg dose única com refeição → verme adulto
Niclosamida: 500 mg 2g 1x ao dia (menores de 8 anos: 1g) 1x ao dia por 7 dias
Nitazoxanida: 500mg 12/12h 3 dias
Deficiência de cobalamina → complementação IM
Obstrução intestinal: cirurgia 
Profilaxia
Notificação de casos diagnosticados → medidas sanitárias
Bloqueio de focos de transmissão → tratamento do portator
Educação em saúde → conscientizar
Saneamento básico
Não dá pra evitar? 
· Locais confiáveis
· Vigilância de conservação – resfriação de -18ºC por 24h ou 7 dias em congelador normal→ inativa o parasito.
Trematódeos
Características
Duas ventosas → boca + ventre
Simetria bilateral
Não possuem sistema circulatório e respiratório
· Fasciola hepatica
· Schistosoma mansoni
Fasciolose
Zoonose → animais → ser humano
Agente etiológico: Fasciola sp. → parasitam vias biliares de ruminantes.
· Fasciola hepática → Brasil: região sul, sudeste, MS e BA.
· F. gigantica → Ásia, África, Havaí
Cosmopolita
HI: Lymnaea sp. – caramujo em regiões lamacentas
Ingestão de água e alimentos contaminados com larvas da F. hepática
Aspectos biológicos 
HD: ovinos e bovinos
HI: Lymnaea sp. (L. columela)
O ser humano é um hospedeiro acidental.
Ovo:
· Grande
· Elíptico
· Único opérculo
· Liberado nas fezes
· Célula-ovo → origina o miracídio (não embrionados)
· Estimulados pela luz, agua e temperatura → estímulo externo
Miracídio:
· Primeiro estagio larval
· Ciliado
· Sobrevivência curta (6h)
· Penetração no hospedeiro intermediário
Esporocisto:
· Assexuada → Rédias → outras rédias ou cercarias
Cercárias:
· Corpo oval ou arredondado
· Cauda não bifurcada
· Ventosas: oral e ventral → aderem a algum lugar e fazem uma parede cística 
· Origina a metacercária
Metacercária (forma infectante):
· Dupla camada cística → resistência ao ambiente
· Desencista no delgado
· Origina o verme adulto
Verme adulto:
· Foliáceo
· Parda-acidentada
· Corpo achatada
· Ventosas oral e ventral
· Cone cefálico
· Produção dos ovos
Ciclo vital
Ciclo heteroxênico
Ovos nas fezes não embrionados → condições favoráveis (luz, temperatura e umidade) → ovos embrionados (miracídios dentro) → miracídio → penetra nos limnídeos (6h) → esporocistos → rédias → cercarias → liberadas em 7 – 8 semanas com estímulos de temperatura (26ºC) e luminosidade → nada e gruda em superfícies, vegetações → perdem a cauda → metacercárias → ingestão por hospedeiros definitivos ou acidentais (agrião)
Fase intramamífero: metacercária → desencistamento no duodeno → fígado → verme adulto → ramos biliares → ovos (4.000 - 50.000 por dia) → ovos na bile → colédoco → fezes.
Quadro clínico
Período de incubação: 6 semanas
Transmissibilidade: 9 a 13 anos
Não há autoinfecção
Depende da carga parasitária, da resposta do hospedeiro. Normalmente mais branda
Lesões necróticas e fibróticas em fígado e ductos biliares:
· Fase aguda: RI de chegada do verme ao fígado (“barata do fígado”) → resolve-se em 6 semanas
· Dor abdominal
· Hepatomegalia dolorosa
· Náuseas e vômitos
· Febre
· Mal-estar
· Diarreia 
· Urticária
· Anorexia
· Eosinofilia intensa 
· Fase crônica ou biliar → normalmente assintomático, mas pode obstruir e inflamar os ductos:
· Dor abdominal
· Colelitíase (estase biliar)
· Colangite
· Icterícia obstrutiva → BD
· Pancreatite secundária (30%)
· Agravamento da fase crônica
· Colangite esclerosante → fibrose dos ductos extra e intra-hepaticos
· Cirrose biliar
· Destruição dos ductos intra → cirrose
· Fasciolose ectópica → infiltrado eosinofílico → pode levar a abcessos
· Intestino
· Pulmões
· Tecido subcutâneo 
· Faríngea → Sd. De Halzoun → adesão de vermes adultos ao trato respiratório: faringite com muito edema e inflamação → disfagia e dispneia
Diagnóstico
Clínico-epidemiológico: zonas endêmicas, ingestão de fígado de bovinos e ovinos (cru)
Exames laboratoriais: encontrar a fascíola hepática 
· EPF qualitativo: 3 amostras para aumentar a sensibilidade
· Lutz: sedimentação espontânea → ovos
· MIF: centrifugação → ovos
· Tubagem → USG + endoscópio para drenar a bile 
Imunológicos:
· ELISA, IFI
· Estágios iniciais 
Imagens:
· TC
· RM:
· Colangiografia:
Hemograma: eosinofilia
Enzimas hepáticas 
Tratamento
Triclabendazol: pastilha ou solução oral 10mg/kg dose única diária 1 a 2 dias após as refeições.
· Em infecções graves: duas doses por dia
Nitazoxanida VO: 500mg 7 dias 12/12h
Praziquantel: muitas falhas e muitos EAs
Internação: investigação diagnostica de casos graves → pancreatite, cirrose, colangite esclerosante.
· Alta: estabilidade
· Monitoramento: reexame após 3 meses (USG abdominal)
Rastrear familiares e co-residentes: imunológicos 
Vigilância e profilaxia
Investigação → fatores de risco e reservatórios animais 
Portador → identificar e tratar com triclabendazol → quebrar o ciclo
Pesquisa e eliminação dos caramujos Limnídeos
Educação em saúde, educação sanitária (imersão do agrião com hipoclorito por 30 minutos) e saneamento básico
“Regras de ouro da OMS” para preparo dos alimentos: lavar as mãos antes, depois e após ir ao banheiro, manter a limpeza do ambiente, separar alimentos crus de alimentos cozidos, cozinhar bem, usar água potável
Casos clínicos professora Letícia
Correções em vermelho!
1) Você atende um paciente de 45 anos, morador da zona rural de Januária – Norte de MG, encaminhado pelo clínico geral. Paciente com história de crises convulsivas há 10 anos em uso de anticonvulsivante e há 1 ano cefaleia intermitente. Realizada tomografia computadorizada de crânio abaixo. 
A) Qual o agente provável? 
R: Taenia solium
B) Qual a fisiopatogenia que justifica o achado radiológico, considerando o ciclo da doença e formas evolutivas do agente. 
R: A ingestão de ovos da Taenia solium a partir de água e alimentos contaminados leva a inoculação de cistos do parasita contendo a larva cisticercoide no SNC.
C) Qual o tratamento medicamentoso se indicado? 
R: Praziquantel 
2) Seu paciente é um homem de 40 anos com ocasional desconforto em abdome superior direito há vários meses. Procura atendimento por icterícia, náuseas e vômitos há 2 dias. Refere febre concomitante. No exame físico apresenta hepatomegalia, icterícia (2+/4). A ressonância magnética revelou uma lesão cística, com áreas hiperdensas no seu interior, medindo cerca de 10 cm de diâmetro no fígado, presença de líquido em cavidade peritonial. Relatava ter nascido e crescido em região rural, contato com ovelhas (Carne de consumo e processamento próprio), cães e gado. 
A) Qual o agente etiológico mais provável? 
R: Echinococcus spp. (granulosus)
B) Qual a fisiopatogenia desta doença levando-se em conta transmissão e sinais e sintomas apresentados pela paciente? 
R: A transmissão se dá por ingestão de ovos do Echinococcus spp. A partir disso, se dá a instalação do cisto hidático em diversos órgãos, como o fígado.
C) Qual a droga de escolha para tratamento? 
R: Albendazol ou Mebendazol (cirúrgico na verdade, porque é maior de 10 cm, mas, de toda forma, associa-se ao uso desses medicamentos) ou Praziquantel
D) Quais as orientações de prevenção contra essa doença para a paciente e seus familiares que convivem no mesmo ambiente e comhábitos semelhantes? 
R: Evitar contatos próximos com os cães, higiene alimentar e pessoal básica. Não alimentar cães com vísceras desses animais, tratar cães.
3) Sua paciente é uma mulher de 45 anos com história de diarreia intermitente e dor abdominal difusa intermitente. Nasceu e mora em zona rural do Prata. Contato com animais: gado, cachorro, porco e aves. Plantação de hortaliças e uso de fossa. Relata percepção de pequenas estruturas brancacentas nas fezes que não sabe definir. 
A) Qual o diagnóstico mais provável à luz dos estudos de parasitoses até hoje realizados por você? 
R: Teníase
B) Qual a fisiopatogenia desta doença levando-se em conta transmissão e sinais e sintomas apresentados pela paciente? 
R: Ingestão de carne crua ou mal passada que contenha os cistos de Taenia solium ou T. saginata, que culmina no desenvolvimento do verme adulto no intestino delgado, podendo causar diarreia, dores e eliminação das proglotes pelas fezes (estruturas brancacentas) 
C) Qual será sua conduta? 
R: EPF. Albendazol ou praziquantel
4) Paciente te procura na UBS devido a dores abdominais intermitentes e náuseas nos últimos 2 meses. Relata febre de 38◦C. Inapetência pela náusea. Traz um hemograma com eosinofilia e um parasitológico de fezes feito em sua cidade de origem com o seguinte resultado 
A) Qual o diagnóstico provável? 
R: Fasciolose
B) Dê ao paciente explicações quanto à transmissão e prevenção desta doença. 
R: A transmissão se dá por ingestão de metacercárias aderidas a vegetações (agrião) não higienizadas. Para prevenir, adotar uma higiene alimentar
C) Qual tratamento você passaria para o paciente? 
R: Praziquantel
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