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Clécio Gabriel Definição ▪ Doença osteoarticular degenerativa, que se caracteriza pela perda progressiva da cartilagem articular, acompanhada pela neoformação óssea periarticular Afeta cerca de 75% de pessoas acima de 65 anos 10% apresentam limitação física por OA Incidência semelhante entre os gêneros Mulheres: maior número de articulações acometidas e relação com a menopausa Tendência de acometer pessoas da mesma família (Garstang , 2006) Artrose, osteoartrose ou osteoartrite? Processo de alteração articular que envolve múltiplas causas e apresenta inflamação DOENÇA ARTICULAR ENVELHECIMENTO Fatores mecânicos Fatores inflamatórios Doença Mecânica Doença inflamatória Processo inflamatório da OA ▪ osteoarthritis e synovitis ▪ Pubmed 1.484 publicações Doença autoinflamatória ▪ Condrócito e sinoviócitos ▪ Níveis séricos e sinoviais de citocinas inflamatórias ▪ Presença de tecido inflamatório em cortes histológicos Indução da OA Vários grupos: ▪ Macrófagos depletados não apresentou degradação articular Sinais clínicos ▪ Aumento do volume articular ▪ Sinovites desgaste Estresse mecânico “ativador” inflamatório OA x distúrbios metabólicos ▪ Obesidade* ▪ Diabetes ▪ Envelhecimento ▪ Imunossenescência Doença mecânica ▪ Relacionada com movimento/forças ▪ Aumento de forças OA ▪ Insulto mecânico inflamação reparo Doença mecânica Causas de alterações de forças? ▪ Anatomia anormal ▪ Congênita ou adquirida ▪ Carga excessiva ▪ Combinação de fatores Fatores de risco ▪ Obesidade ▪ Idade ▪ Fatores ocupacionais ▪ Influência genética Qual a conclusão da etiologia? ▪ Idiopática ▪ Complexa ▪ Bioquímica x Biomecânica ▪ Desequilíbrio entre a degradação da cartilagem e o processo de recuperação Obesidade Traumatismo Hipermobilidade frouxidão articular Infecção Inflamação (artrite reumatóide) Fatores genéticos Esportes de impacto repetidos e intensos Atividades lesivas repetitivas Atividades ocupacionais Desequilíbrio entre a degradação da cartilagem e o processo de recuperação (GARSTANG , 2006) DESTRUIÇÃO DE CARTILAGEM ARTICULAR HIPERTROFIA ÓSSEA Sobrecarga excessiva Cartilagem normal Cargas razoáveis Cartilagem* anormal Crescimento ósseo desorganizado Limitação Funcional Cartilagem Hialina: • Recobre extremidade ósseas, • Permite e orienta o deslizamento suave dos movimentos articulares; • Suporta cargas, dissipando energia; • Formada por células (condrócitos) e matriz (substância fundamental mais colágeno) Condrócitos: Sintetizam os elementos da matriz Matriz extracelular: Água; Ácido Hialurônico (GAG); fibras de Colágeno (Tipo II), metaloproteinases Cartilagem com OA Quebra da homeostase Estresse mecânico aumento das enzimas degradativas desequilíbrio entre síntese e degradação citocinas pró- inflamatórias aumento das metaloproteinases cartilagem inelástica e vulnerável fendas e erosões microlesões e hipertrofia Metaloproteinases Condrócitos Osteoartrite Primária (idiopática) ▪ Causa desconhecida Osteoartrite Secundária ▪ Traumas ▪ Doenças inflamatórias ▪ Doenças metabólicas Denominações pelo local acometido GONARTROSE – Compartimentos articulares do joelho (fêmoro-tibial; fêmoro-patelar); – Incidência: Maior em mulheres, sobretudo, obesas (50 a 60 anos); – Fatores de risco: Flexão prolongada e repetitiva do joelho; – Defeitos posturais: valgismo, varismo. Denominações pelo local acometido ESPONDILOARTROSE – Coluna vertebral – Característica: dor irradiada – Artrose zigoapofisária – Artrose uncovertebral Denominações pelo local acometido COXARTROSE – Quadril; – Incidência: Maior em homens; – Características: • Alterações posturais • Marcha claudicante • Contraturas e bloqueios articulares Denominações pelo local acometido MÃOS – Rizoartrose (carpometacárpica do polegar; – Nódulos de Bouchard (IFP) – Nódulos de Heberden (IFD) Remodelamento ósseo Espessamento sinovial e capsular Derrame articular Distensão capsular Sinais e sintomas ▪ Dor ▪ Deformidade articular ▪ Perda de mobilidade ▪ Crepitações articulares ▪ Derrame articular ▪ Hipotrofia muscular ▪ Instabilidade articular Falha de todo complexo articular ▪ Desequilíbrio musculoesquelético OA efeito global ▪ Limitações nas articulações adjacentes de ADM ▪ Contratura muscular ▪ Diminuição da força do membro acometido ▪ Diminuição da capacidade cardiopulmonar ▪ Limitação funcional ▪ Inatividade AVDs Coluna dor radicular e fraqueza muscular Mãos motricidade fina pode ser comprometida Joelho dificuldade em escadas e rampas Quadril marcha e posição bípede. Anamnese minuciosa • Quando, onde, como? Avaliação radiográfica ▪ Diminuição do espaço articular ▪ Desalinhamento das superfícies ósseas ▪ Osteófitos marginais ▪ Esclerose subcondral 36 Nódulos de Bouchard Nódulos de Heberden Artrite Reumatoide Osteoartrose Fisiopatologia Fisiopatologia Faixa etária Faixa etária Simetria Simetria Quantidade de articulações Quantidade de articulações Exames complementares Exames complementares Artrite Reumatoide Osteoatrose Processo inflamatório desencadeado pelo sistema imune Sobrecarga mecânica (degeneração), alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos Qualquer idade idoso Simétrica Assimétrica Poliarticular Mono ou oligoarticular Exames Laboratoriais Radiografias Conservador ▪ Farmacológico ▪ Fisioterapêutico Cirúrgico ▪ Osteotomia ▪ Artroplastia Anamnese Avaliar dor Avaliação da rigidez ADM Avaliação do edema Exame físico ▪ Palpação: estruturas articulares e partes moles ▪ Inspeção: assimetrias, deformidades ▪ Avaliação postural ▪ Avaliação de equilíbrio e propriocepção ▪ Avaliação de força ▪ Avaliação da função ▪ Avaliação da marcha Baixa Complexidade Média Complexidade Alta Complexidade Ações preventivas individuais ou coletivas; Prevenir agravamento Terapia Medicamentosa; especialidades médicas; Reabilitação. Procedimentos cirúrgicos complexos; tratamento de sequelas já instaladas Cirurgia AINHs intra- articulares Analgésicos de uso tópico/oral Orientação, apoio psicossocial, redução do peso, Fisioterapia, atividade física’ e dispositivos auxiliares Conscientização dos déficits da inatividade física Informações acerca dos fatores de risco e predisponentes para a faixa etária mais acometida Informações sobre a evolução da doença Evitar atividades de impacto ou lesão repetida articular Controle do peso Manter ou melhorar tônus e trofismo muscular, assim como flexibilidade Orientações ergonômicas e de proteção articular Dispositivos auxiliares Terapias em grupo Retirada de fatores de risco modificáveis Mudança de hábitos Cartilhas educativas Respeitar a dor Evitar posições que favoreçam deformidades Usar articulações maiores ou mais fortes Equilíbrio entre atividade e repouso Distribuição de peso Evitar atividades repetitivas Atividade Física regular Uso de dispositivos adaptativos Cinesioterapia Alongamentos Hidroterapia Termoterapia – Subaguda ou crônica Crioterapia– Fase aguda Massoterapia Técnicas de relaxamento Reduzir ou reverter a resposta do corpo à patologia articular; Aumentar a flexibilidade, força e endurance; Reduzir dor; Minorar limitações funcionais incapacidades resultantes da patologia; Acarretar melhora no estado geral FASE AGUDA • Repouso • Crioterapia: vasoconstrição, redução do metabolismo • Aplicação de órteses de repouso FASE SUBAGUDA • Estímulo da função articular • Repouso prolongado deve ser evitado FASE CRÔNICA • Aumento da performance sem que ocorra a exacerbação da inflamação. • Dependente das características físicas de cada paciente e, portanto, deve ser individualizado e continuamente ajustado. Orientações acerca da evolução da doença ▪ Fatores agravantes ▪ Cooperação na realização de atividades domiciliares Amenizar rigidez/estímulo a função articular ▪ Tração articular ▪ Mobilização articular Avaliar uso de dispositivos de suporte ▪ Aliviar sobrecargas Amenizar dor ▪ Eletroterapia analgésica ▪ Espasmo muscular de musculatura adjacente: técnicas de terapia manual Aumento de ADM ▪ Diminuição de contraturas Melhorar controle neuromuscular, força e resistência muscular ▪ Exercícios resistidos de baixa intensidade ▪ Hidroterapia Cinesioterapia • Mobilização articular; • Manter o arco de movimento; • Passivos; • Ativos-assistidos; • Ativos • Isométricos; • C. Concêntricas • C. Excêntricas; Melhorar condicionamento físico ▪ Baixo impacto ou sem impacto Atividades de equilíbrio Condicionamento aeróbio Hidroterapia • A hidroterapia pode ser usada como um complemento da fisioterapia em solo. • Progressão de exercícios para manter e melhorar a capacidade física e as atividades da vida diária dos pacientes. Insucesso da conduta conservadora Progressão crônica do desgaste articular Dor incapacitante: repouso ou em atividade funcional Instabilidade Deformidade articular avançada Edema articular crônico Objetivos • Proporcionar uma articulação sem dor; • Promover estabilidade para suporte de peso; • Favorecer deambulação; • ADM e força adequada para função Fixação cimentada ▪ Cimento acrílico na fixação protética ▪ Vantagens: ▪ Apoio de peso precoce ▪ Período curto de reabilitação ▪ Desvantagens ▪ Afrouxamento biomecânico dos componentes protéticos (osso-cimento) dor ▪ Necessidade de nova cirurgia ▪ Pacientes mais jovens e ativos Fixações não-cimentadas (biológica) ▪ Promove a osteointegração ▪ Ocorre entre 3 a 6 meses com o remodelamento ósseo ▪ Usada preferencialmente em paciente com idade menor de 60 anos, fisicamente ativo Procedimentos cirúrgicos ▪ Convencional ▪ Minimamente invasiva Tamanho do acesso Locais de acessos Hospitalar ou ambulatorial Avaliação e documentação do estado do paciente ▪ Nível de dor ▪ ADM ativa e passiva do segmento envolvido e o não envolvido ▪ Integridade da pele ▪ Desempenho muscular ▪ Postura ▪ Desigualdade de membros ▪ Estado funcional (KISNER; COLBY, 2009) Aspectos educacionais ▪ Informações sobre o procedimento cirúrgico ▪ Informações sobre o período pós-operatório inicial ▪ Cooperação do paciente para reduzir os riscos de complicações pós-operatórias ▪ Informações sobre a reabilitação ▪ Cuidado com as feridas ▪ Treino de apoio de peso (conforme tolerância), uso de dispositivos auxiliares Exercícios pós-operatórios iniciais ▪ Respiração profunda ▪ Tosse ▪ Exercícios ativos de tornozelo (bombeamento circulatório) ▪ Exercícios isométricos leves Metas Gerais ▪ Prevenir complicações vasculares e pulmonares ▪ Conseguir mobilidade funcional antes de alta ▪ Prevenir inibição reflexa e atrofia Frequência de tratamento fisioterapêutico ▪ 2 vezes por dia ▪ 3 a 4 vezes na semana ▪ Recomendação de exercícios de hora em hora Exercícios metabólicos Preocupação ▪ Carga precoce micromovimentos na interface mecânica osso-implante ▪ Afrouxamento dos implantes protéticos Dependerá do tipo de AT realizada Tolerância do paciente Liberação médica Benefícios ▪ Recuperação rápida da mobilidade funcional Duração: 4 a 5 semanas de pós-operatório Até 12 semanas proteção moderada Processo de cicatrização tecidual e óssea 1 ano Programa ambulatorial ou domiciliar Objetivos ▪ Restauração da força ▪ Estabilidade postural ▪ Equilíbrio ▪ Resistência muscular e cardiopulmonar ▪ ADM funcionais ▪ Retorno as AVDs Retorno pleno as atividades funcionais 6 a 8 meses Adaptações funcionais para uma maior sobrevida da prótese Força e resistência muscular ▪ Exercícios em cadeia cinética aberta ▪ Resistência leve ▪ Amplitude permissíveis ▪ Exercícios em cadeia cinética fechada ▪ Leve e unilateral ▪ Realizar em outras áreas melhorar função Resistência cardiopulmonar ▪ Exercícios sem impacto Uso de dispositivos de marcha ▪ Bengala do lado contralateral ▪ Evolução do apoio de preso progressivo ▪ Uso para situação de longa deambulação Conscientização postural ▪ Alinhamento corporal vertical ▪ Comprimento do passo ADM funcionais Sem contraturas Independência funcional ▪ Transferências ▪ Caminhar 30 m ▪ Subir e descer escadas Garstang SV, Stitik TP. Osteoarthritis: epidemiology, risk factors, and pathophysiology. Am J Phys Med Rehabil. 2006;85(11 Suppl):S2-11 Wiberlinger, LM. Fisioterapia em Reumatologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2009; Cap. 5 Kisner C. Colby, LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5 ed. Barueri: Manole, 2009. cap 11
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